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As Coreias do Norte e do Sul estão realizando neste sábado (22) a primeira discussão de alto escalão em quase um ano em um vilarejo na fronteira dos dois países para tentar aliviar as tensões crescentes sobre um confronto militar. A reunião a portas fechadas em Panmunjom começou na noite de sábado (horário local), pouco depois de um prazo fixado pela Coreia do Norte à Coreia do Sul para desmontar alto-falantes que transmitiam propaganda anti-Coreia do Norte na fronteira, disse um funcionário do Ministério da Unificação da Coreia do Sul, que não pediu para não ser identificado por causa de regras do órgão. A Coreia do Norte havia declarado que as suas tropas da linha de frente estavam em prontidão para a guerra e preparadas para batalhas se Seul não recuar.

O funcionário do ministério não deu detalhes sobre a reunião. O gabinete presidencial sul-coreano disse mais cedo que o diretor de segurança nacional do país, Kim Kwan-jin, e o ministro da Unificação, Hong Yong-pyo, iriam sentar para conversar com Hwang Pyong So, o maior oficial político do Exército do Povo Coreano, e Kim Yang Gon, um oficial norte-coreano sênior responsável por questões sul-coreanas. Hwang é considerado por analistas externos como o segundo oficial mais importante da Coreia do Norte depois do líder supremo Kim Jong Un.

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A reunião foi realizada após uma série de incidentes despertar temores de que o conflito poderia sair do controle. A tensão começou com um ataque de mina terrestre, supostamente organizado pelo Norte, que mutilou dois soldados sul-coreanos, seguido pela retomada das transmissões de propaganda anti-Pyongyang pelo Sul. Um funcionário do Ministério da Defesa da Coreia do Sul, que não quis ser identificado por causa das regras do órgão, disse que o Sul continuaria com as transmissões anti-Pyongyang durante a reunião e tomaria uma decisão sobre interrompê-las dependendo do resultado das negociações.

Embora a reunião tenha oferecido uma alternativa para os países evitarem um confronto por ora, analistas em Seul se perguntavam se os países não estavam com posições excessivamente distantes para esperar um acordo rápido que pudesse neutralizar o conflito. "A Coreia do Sul abertamente prometeu cortar o ciclo vicioso das provocações norte-coreanas, por isso não poderá aceitar um acordo fraco", disse Koh Yu-hwan, especialista em Coreia do Norte da Universidade de Dongguk, em Seul. "O Sul também exigirá provavelmente que o Norte assuma a responsabilidade pelo ataque com mina terrestre e apresente um pedido de desculpas, e não há muita razão para pensar que Pyongyang aceitaria isso." Koh disse, no entanto, disse que o encontro de sábado pode abrir a porta para mais reuniões entre os dois países para discutir uma variedade de assuntos.

O impasse ocorre durante exercícios militares anuais dos Estados Unido com a Coreia do Sul. A Coreia do Norte qualifica os exercícios como uma preparação para uma invasão, embora os EUA e a Coreia do Sul argumentem que são de natureza defensiva. Fonte: Associated Press.

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