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O vereador do Recife, Pastor Júnior Tércio (Podemos), apresentou na Câmara Municipal um Projeto de Lei (PL) que visa declarar a música gospel como Patrimônio Cultural Imaterial da cidade. O PL 363/2021 foi proposto pelo parlamentar no final do mês de outubro e, agora, segue para análise e emissão de pareceres por parte das comissões competentes.

Se aprovado, o projeto declara o gênero musical gospel como Patrimônio Cultural Imaterial da cidade do Recife. Outros ritmos, como o brega, já possuem o título, que visa resguardar e valorizar determinado segmento da cultura local. Até sua aprovação, o PL precisa passar pela análise das comissões e pelo plenário da Casa. Em caso de parecer favorável nesse primeiro momento, seguirá posteriormente para sanção ou veto do prefeito João Campos (PSB). 

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Ao justificar o projeto, o Pastor Tércio afirmou que Pernambuco é o estado com o maior número de evangélicos na região Nordeste e disse que a música gospel é usada para os mais variados fins, indo do simples apelo estético aos motivos cerimoniais e, até mesmo, mercadológicos. “O objetivo principal é a evangelização, ou seja, que as pessoas confraternizem e conheçam a palavra de Deus”, explicou.

A campanha Conectando Patrimônios: redes de artes e sabores, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), lançou esta semana uma oportunidade para que cordelistas do Distrito Federal divulguem seus trabalhos para a sociedade brasileira, estimulando a venda de livretos, xilogravuras e outros produtos relacionados a esse bem cultural. A meta é promover o Patrimônio Cultural Imaterial, com a venda de produtos associados a bens registrados em todo o país. A campanha foi iniciada há cerca de dois meses e já reúne nove patrimônios imateriais, incluindo a literatura de cordel do DF.

A coordenadora geral de promoção e sustentabilidade do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI) do Iphan, Rívia Ryker Bandeira de Alencar, disse à Agência Brasil que a ideia é incluir na campanha todos os 48 bens imateriais reconhecidos hoje como patrimônio. 

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“Estamos em vias de inserir mais cinco patrimônios imateriais e 20 estão em negociação, pegando contatos para aderir à campanha”, informou Rívia. Em processo mais avançado estão a Literatura de Cordel, de Sergipe; Marabaixo, do Amapá; Capoeira, do Amapá; Ofício de Baiana de Acarajé, da Bahia; Maracatu, de Pernambuco; e Mamulengo, de Pernambuco. Rívia explicou que, a cada semana, conforme vai entrando na campanha um bem regional, é dada projeção nas redes sociais e divulgação na mídia local da região determinada.

Caráter permanente

A campanha Conectando Patrimônios tem caráter constante. “A ideia é que seja permanente e cada vez mais aprimorado. Que aumentem o alcance e a quantidade de participantes, que tenham outras formas de visualização para constante aperfeiçoamento para viabilizar a divulgação do patrimônio, que ele chegue na sociedade de forma mais fácil, mais rápida, como os produtores, que são os detentores das práticas culturais”, disse Rívia.

A campanha faz a divulgação dos contatos dos produtores de bens imateriais e eles oferecem o que vendem. “Já temos relatos de artesãos que fazem uma viola tradicional, que é a viola de cocho do Mato Grosso. Há pessoas de São Paulo ligando para eles. Eles nunca tinham imaginado isso”.

Cordelistas do DF

A literatura de cordel foi registrada como Patrimônio Cultural Brasileiro desde 2018. É uma das formas de expressão e faz parte da identidade do Distrito Federal, porque coincide com a história da construção de Brasília, quando inúmeros operários deixaram seus estados para trabalhar nos canteiros de obras da nova capital, trazendo consigo a arte de rimar e improvisar versos. Presente na cultura nacional, o cordel é também ofício, veículo de comunicação e constitui uma importante forma de expressão, informou o Iphan.

O cordelista Davi Mello, morador de Brasília, destacou que, nessa pandemia, os cordelistas que vendiam seus trabalhos em praças, eventos e feiras foram muito impactados. “A parceria com o Iphan surge em um momento em que precisamos nos reinventar para promover os nossos trabalhos e fortalecer a nossa arte”, disse. Ele afirmou, ainda, que a campanha Conectando Patrimônios beneficia não apenas os artistas e detentores de bens culturais, "mas também a sociedade, que tem na arte e na cultura uma forma de revigorar as pessoas e suas subjetividades, especialmente nesses tempos de isolamento social.”

A partir de uma decisão unânime do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), as "Práticas Carnavalescas do Estado de São Paulo" passaram a ser consideradas patrimônio cultural imaterial paulista. O registro da aprovação foi publicado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa na edição da última quarta-feira (5), no Diário Oficial.

A princípio, a Liga Independente das Escolas de Samba (LigaSP) propôs o reconhecimento dos desfiles das agremiações no Carnaval como patrimônio cultural imaterial paulista. Entretanto, de acordo com o entendimento do Condephaat, órgão que oficializa as solicitações e protege bens históricos, era necessário abranger de forma mais ampla as manifestações carnavalescas. Para o Conselho, tais práticas significam "saberes, fazeres e uma identidade coletiva, que criam relações de pertencimento".

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Ainda de acordo com a avaliação do Condephaat para aprovar o Carnaval de São Paulo como patrimônio, foi observado que as escolas de samba são locais em que práticas culturais coletivas ligadas ao próprio ritmo e à produção do Carnaval estão dispostas desde o surgimento dos cordões. Os primeiros blocos carnavalescos, que deram início ao que hoje conhecemos como desfiles são entidades históricas de sociabilidade das camadas mais pobres da população. Originadas em sua maioria por negros, as agremiações se tornaram símbolos de um modo legítimo de celebrar experiências e expressões culturais.

Quatro décadas marcam a história do Balé Popular do Recife. Em 2018, o grupo recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Recife. O reconhecimento foi proposto pela vereadora Ana Lúcia e foi sancionada, no mês de março, pelo prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB).

A solenidade foi acompanhada pela secretária de Cultura, Lêda Alves, pelo presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Diego Rocha, pelo fundador e diretor do grupo, André Madureira, além de bailarinos e integrantes do balé"Esse reconhecimento vem abrir portas, consolida nosso trabalho, e nos posiciona como um legítimo representante da cidade do Recife. Isso nos inventiva e dá mais vontade de lutar, de continuar a levar nossa cultura e nossa arte para a sociedade", comentou André.

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O Balé Popular do Recife foi fundado em 1977 e marcou o início dos grupos de dança profissional no Estado. A companhia já se apresentou em importantes festivais do país e do mundo.

No último sábado (12), Olinda conferiu ao Terreiro de Pai Edu, o título de Patrimônio Cultural Imaterial. A honraria foi entregue pelo prefeito Renildo Calheiros, numa solenidade realizada no Palácio dos Governadores, sede da prefeitura da cidade. 

A solicitação para esta declaração ao terreiro de Pai Edu foi iniciativa do próprio prefeito Calheiros e entregue ao presidente do Conselho de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda numa cerimônia realizada em 2015. Após ter sido aceita pelo Conselho, a declaração foi assinada pelo gestor na solenidade realizada no último sábado (12), com presença de diversos integrantes do terreiro. 

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O Palácio de Iemanjá, também conhecido como Terreiro de Pai Edu, está localizado no Alto da Sé, Sítio Histórico de Olinda. A casa é conhecida por sua atuação em projetos e ações sociais promovidas pelo seu fundador. O babalorixá Pai Edu é olindense e se destaca pela sua história religiosa e de luta na resistência do povo de Santo no Estado e no Brasil. 

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Os patrimônios culturais, materiais e imateriais de Pernambuco serão celebrados durante toda uma semana, em comemoração ao Dia Nacional do Patrimônio (17 de agosto). A VIII Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco inicia sua programação nesta segunda (17) e promove diversas atividades até a próxima sexta (21) em cinco cidades (Recife, Brejo da Madre de Deus, Caruaru, Igarassu, Jaboatão dos Guararapes e Olinda). Com o tema Práticas sustentáveis e territórios de sociabilidades o objetivo do evento é estimular o debate em torno da preservação destes patrimônios. 

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Abrindo a programação, nesta segunda (17), o Teatro de Santa Isabel recebe, às 14h, palestras e as apresentações dos maestros Duda, Formiga e Nunes, Patrimônios Vivos de Pernambuco, além da apresentação da Banda Sinfônica do Recife, às 17h30. Também será lançado o prêmio Ayrton de Almeida Carvalho de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco que visa incentivar e reconhecer a participação social na preservação dos bens culturais tangíveis e intangíveis do estado de Pernambuco. 

Todas as ações previstas estão baseadas em quatro eixos - brincar, experimentar, interpretar e pensar - com a proposta de ampliar o diálogo entre os diversos grupos sociais e fortalecendo a cultura pernambucana. A VII Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco é promovida pelo Governo do Estado através da Secretaria de Cultura e Fundarpe. A programação completa do evento pode ser vista no link.

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