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O governo do presidente em exercício Michel Temer nomeou Paulo Rogério Caffarelli para exercer o cargo de presidente do Banco do Brasil. O decreto de nomeação do economista está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (31). O documento formaliza a indicação que havia sido anunciada pelo Ministério da Fazenda na semana passada.

Caffarelli substituirá Alexandre Abreu, cuja exoneração, a pedido, também foi publicada hoje. Caffarelli já foi vice-presidente do BB e secretário executivo do Ministério da Fazenda. Mais recentemente, atuava como diretor executivo corporativo da CSN.

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Na Fazenda, Caffarelli conseguiu que companhia elétricas e bancos entrassem em acordo na renegociação das dívidas do setor. Desde então, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega já defendia o nome dele para a presidência do BB, quando houve a troca do comando do banco no início do segundo mandato da presidente afastada, Dilma Rousseff.

Incra

O governo também nomeou Leonardo Góes Silva para exercer o cargo de presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e José Ricardo Ramos Roseno como secretário especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário. Para assumir a presidência do Incra, Silva foi exonerado do cargo de diretor de programa do órgão.

As nomeações estão publicadas no Diário Oficial da União (DOU), que ainda traz a nomeação no Incra de Marcelo Pellacani Gambini, como diretor de Desenvolvimento de Projetos de Assentamento, e Ewerton Giovanni dos Santos, como diretor de Gestão Administrativa. Eles vão substituir, respectivamente, César Fernando Schiavon Aldrighi e Cleide Antonia de Souza, ambos exonerados hoje.

O Incra, a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário e mais outras quatro secretarias agora fazem parte da estrutura da Casa Civil da Presidência. A transferência dos órgãos, antes pertencentes ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, para a Casa Civil foi formalizada ontem por meio de decreto presidencial.

Conforme o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, já informou, a transferência atende a pedido do deputado Paulinho da Força, do Solidariedade (SP). O presidente em exercício, Michel Temer, aposta em Paulinho para pacificar movimentos sociais, em especial o MST, ligado ao PT.

Para fechar as contas públicas neste ano, além de contar com receitas extraordinárias, como o Refis, o Ministério da Fazenda aposta na recuperação da atividade econômica no segundo semestre. O secretário-executivo do ministério, Paulo Caffarelli, repetiu nesta quarta-feira (1°) o discurso do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o primeiro semestre foi marcado por crise internacional e parada de produção na indústria por causa do excesso de feriados provocados pela Copa do Mundo. "Temos observado que o segundo semestre vai ser bom", disse o secretário-executivo, em entrevista após participar, no Rio, da cerimônia de abertura da Conferência Anual da International Organization of Securities Commissions (Iosco).

Caffarelli citou ainda as recentes medidas de incentivo anunciadas pelo governo, como a volta do Reintegra, que poderão ter impacto positivo na produção industrial ainda este ano. "Os estímulos podem auxiliar num processo de incremento das exportações. E as exportações terão papel importante na produção industrial do segundo semestre", afirmou.

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Em sua defesa da política fiscal, Caffarelli refutou a ideia de que o governo estaria sendo leniente, quando perguntado se temia o rebaixamento da nota de crédito do País pelas agências de classificação de risco. "O governo vem trabalhando arduamente para que o nosso fiscal seja um fiscal dentro da nossa expectativa e que possa demonstrar que o Brasil está comprometido com os pilares (macroeconômicos)", completou.

O secretário-executivo comentou de forma sucinta a reação do mercado financeiro ao vaivém das pesquisas eleitorais: "O mercado vem respondendo dentro do que vem se apresentando aí. Toda questão eleitoral acaba trazendo uma certa volatilidade. Podem fazer uma análise das eleições passadas", afirmou Caffarelli. 

Para Caffarelli, a alta do dólar, também provocada pela reação às pesquisas eleitorais, não é uma ameaça para a inflação no curto prazo.

Revisão das contas públicas em novembro

Caffarelli, assegurou que a meta de superávit fiscal primário do governo segue em 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Apesar do fraco resultado até aqui, a Fazenda aposta "numa série de eventos" até novembro, quando será lançado o próximo relatório das contas públicas, abrindo espaço para uma revisão, com destaque para o Refis.

"Por enquanto, nossa meta é 1,9%. Temos a revisão para apresentar em novembro e, até lá, temos uma série de eventos", afirmou. "A posição do Ministério da Fazenda neste momento é de 1,9%", completou.

Caffarelli citou o Refis como exemplo de receita que poderá ajudar o governo. "O Refis fecha no fim de novembro. Temos uma boa expectativa de que o Refis vá nos ajudar", disse o secretário-executivo. Desde o início do ano, a previsão do ministério é arrecadar R$ 18 bilhões com o Refis, mas Caffarelli não citou dados parciais nem mudou a projeção.

Fundo Soberano

Em relação ao uso do Fundo Soberano para gerar receita para engordar o superávit primário, Caffarelli reforçou que "não temos nada definido", mas ressaltou que "se formos lançar mão do fundo, as ações do Banco do Brasil não serão prejudicadas". "Se por ventura formos lançar mão do Fundo Soberano, de maneira nenhuma o Banco do Brasil será prejudicado. Em nenhum momento vamos colocar ações do Banco do Brasil no mercado de maneira a comprometer a precificação", afirmou Caffarelli.

Perguntado se as ações não seriam vendidas, ele respondeu: "Não vamos sacrificar o Banco do Brasil colocando suas ações no mercado. Você pode vender, mas não tem necessidade de fazer uma oferta pública", disse Caffarelli, recusando-se a comentar como os recursos poderiam ser sacados, sem confirmar nem negar se uma possível triangulação com outros bancos públicos estaria em estudo.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que a economia brasileira esteja patinando. "Ela está sólida. Temos praticamente pleno emprego, estamos com gradual aquecimento", disse, acrescentando que a bolsa está subindo, o câmbio está estável, o fluxo de capital externo é positivo. "Estávamos fazendo ajuste inflacionário, a inflação do mês passado foi quase zero. A inflação está caindo há quatro meses. As condições são favoráveis na economia", acrescentou.

Mantega alegou que faltava crédito no mercado brasileiro. "Estava faltando crédito inclusive em função das medidas bastante duras que o BC tomou para combater a inflação. As medidas foram bem-sucedidas, a inflação esta sob controle", disse.

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"Neste momento, o BC achou por bem aumentar a liquidez, irrigar a economia com liquidez gradualmente e é isso que está sendo feito. Isso vai melhorar um pouco o crédito. O crédito tinha ficado muito contraído e vai melhorar gradualmente", justificou.

Mantega afirmou que as medidas anunciadas nesta quarta-feira (20), pela Fazenda são de âmbito regulatório, melhoram as transações e reduzem custo. "Não quer dizer que imediatamente haverá expansão do setor imobiliário. São medidas com efeito no curto, no médio e no longo prazo. É um esforço que fazemos a todo momento para melhorar o marco regulatório do País", disse.

O ministro da Fazenda, não comentou a ata do Federal Reserve (Fed) divulgada hoje. Disse que não leu ainda o documento, mas destacou que o importante será a reunião que acontecerá no final de semana em Jackson Hole, "quando teremos mais pistas sobre a política monetária americana".

Subprime

Ao ser questionado sobre uma possível semelhança entre medidas adotadas no Brasil com o subprime que gerou crise no exterior, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou e disse que o sistema financeiro brasileiro é um dos mais sólidos e capitalizados do mundo. "Nós estávamos com exigência de capital muito acima de Basileia. Estávamos com combinação de política monetária bastante severa, com juro alto, e isso permanece, e com medidas macroprudenciais bastante severas", justificou. "O que BC fez foi adequar condições, buscando Basileia como parâmetro", disse.

"Qualquer uma das medidas (anunciadas pelo governo brasileiro), como o título, é muito mais segura que títulos do subprime", disse, em referência às letras imobiliárias garantidas (covered bond), cuja criação foi anunciada nesta quarta. "No subprime, as instituições emitiam títulos em torno de recebíveis duvidosos. Não tinha segurança. O que estamos lançando é com segurança do capital da instituição financeira. Não tem a menor semelhança com esse fato", disse.

Dupla garantia

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli, disse que a criação das Letras Imobiliárias Garantidas (Covered Bond) terá dupla garantia: a cobertura da instituição financeira emissora e a carteira imobiliária que ficará apartada dos ativos de liquidação dos bancos. Segundo ele, a medida traz mais segurança jurídica no financiamento de longo prazo e redução do custo do imóvel.

Segundo ele, o Covered Bond é uniformizado no mundo todo. Ao criar esse papel, o Brasil entra no padrão internacional e uniformiza as regras para o investidor estrangeiro que não conhece o mercado do Brasil. O papel terá isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas desde que o título tenha prazo médio acima de dois anos.

Ele disse que a medida ajuda a Caixa e todos os bancos que trabalham com o crédito imobiliário porque a instituição vai aumentar o funding e poderá usar esses recursos em novas operações de crédito imobiliário.

Renavam dos imóveis

Caffarelli, explicou que o governo vai centralizar na matrícula do imóvel todas as informações jurídicas sobre o bem. Segundo ele, será uma espécie de "Renavam dos imóveis". Dessa forma, será criado um registro único sobre o imóvel para evitar que o comprador de um imóvel tenha que percorrer vários cartórios. "O que se propõe aqui é uma quebra de paradigma. A ideia é que qualquer ônus fique no imóvel. É um aperfeiçoamento da nossa legislação", disse o secretário. "Na verdade, traz segurança maior para quem está oferecendo o crédito na alienação fiduciária do imóvel e facilita a vida do comprador. Vai haver uma segurança maior que o imóvel estará desimpedido", completou.

O conselho de administração do Banco do Brasil aprovou nesta quinta-feira (20), a nomeação de Paulo Rogério Caffarelli para completar o mandato 2013/2015 no cargo de membro do conselho da instituição, sendo indicado pelo ministro da Fazenda como representante da União.

No mês passado, Caffarelli assumiu o cargo de secretário executivo do Ministério da Fazenda. Ele era vice-presidente de Atacado, Negócios Internacionais e Private Bank do Banco do Brasil e foi escolhido para a função no ministério por ter bom trânsito tanto no setor privado quanto dentro do próprio governo.

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