Tópicos | Penitenciária de Tremembé

A Justiça de São Paulo voltou a conceder as saídas temporárias anuais de Suzane von Richthofen. Ela estava com as saídas suspensas após ser detida em uma festa de casamento em dezembro de 2018. A detenta foi condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais e cumpre pena na penitenciária de Tremembé-SP.

Com a decisão, após a Defensoria Pública de São Paulo entrar com o pedido de habeas corpus, Suzane terá direito as chamadas 'saidinhas' de Dia das Mães e Dia dos Pais. Ela perdeu o direito a uma saída no período da Páscoa. O novo despacho, assinado pelo desembargador Damião Cogan, da 5ª Câmara de Direito Criminal de São Paulo considera que a presa não descumpriu as condições das saídas temporárias.

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Suzane foi detida no dia 22 de dezembro de 2018 pela Polícia Militar após ser flagrada em festa de casamento durante saída temporária. No plantão judiciário, foi decidido que não houve descumprimento das imposições fixadas, devido à inexistência de previsão que impedisse a condenada de participar de eventos sociais, como casamento. Em fevereiro, entretanto, a 2ª Vara de Execuções Criminais (VEC) de Taubaté-SP suspendeu o benefício. A juíza da vez considerou que houve descumprimento porque Suzane estava em uma festa de casamento em Taubaté ao invés de seguir para o endereço indicado à Justiça, que é a casa da família do namorado em Angatuba.

A defesa de Suzane argumentou que a suspensão deveria ser considerada nula em razão da violação à coisa julgada, ao duplo grau de jurisdição e ao princípio do juiz natural. A defensoria pontuou também que a punição era equiparada à falta disciplinar de natureza grave, pois a paciente permanecerá presa por mais um ano, justamente o período de reabilitação dos presos faltosos graves.

Na análise do pedido de Habeas Corpus, a 5ª Câmara de Direito Criminal concluiu que não houve descumprimento, pois a presa deveria se recolher no local indicado no período entre 21h e 8h, além de estar proibida de frequentar bares, boates, lugares de reputação duvidosas e de consumir bebida alcoólica. O Boletim de Ocorrência da PM registra que o horário da detenção de Suzane ocorreu às 16h40. "Portanto, conclui-se que a paciente não descumpriu as condições, vez que a obrigatoriedade de se recolher no endereço declinado não foi infringida, recuperando-se o direito ao benefício", diz o despacho assinado por Cogan.

 

Vítimas de Roger Abdelmassih afirmam que estão recebendo ameaças por telefone, mesmo após a prisão do ex-médico, que foi capturado na semana passada, no Paraguai, e está preso na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. Ele foi condenado, em 2010, a 278 anos de prisão por 48 estupros a 37 mulheres.

Integrantes da associação que foi criada para identificar novas vítimas do ex-médico dizem que receberam telefonemas com ameaças para que uma página no Facebook fosse excluída. Os relatos sobre as ameaças foram dados ontem por quatro mulheres ao Ministério Público Estadual, na região central de São Paulo. O promotor de Justiça Luiz Henrique Dal Poz vai abrir um inquérito para apurar as ameaças.

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A empresária Ivanilde Serebrenic, uma das coordenadoras do grupo, não foi ameaçada, mas disse que a amiga, que pediu para não ser identificada, está deprimida. "Ela está de cama e não pôde vir. Eles ficam procurando a gente, vendo a localização onde a gente está e mora. Indo a empresas da gente."

Ivanilde acredita que as pessoas que ajudaram o ex-médico Roger Abdelmassih durante a fuga no Paraguai são as responsáveis pelas ameaças. "(O ex-médico) foi preso, mas a quadrilha que ele sustentava aqui fora agora está se sentindo sozinha, né? Porque ele financiava todo esse pessoal que ficava ao lado dele."

As ameaças não são novidade. Em junho, quando Roger Abdelmassih estava foragido, três mulheres receberam telefonemas anônimos. Silvia Franco foi uma delas: "Fui ameaçada antes, não agora, mas estou com as meninas para fazer o que for preciso".

A advogada Rafaela Azzi, que representa uma das mulheres ameaçadas, afirma que esse "tipo de intimidação faz com que o grupo todo fique assustado". "Tem muita coisa que elas vão acabar deixando de informar, até por causa do medo de envolver famílias. A gente não sabe o que vem", disse Rafaela.

O promotor Luiz Henrique Dal Poz afirma que é possível saber de onde partiram as ligações. "Foram ameaças de telefones que não possibilitam, em um primeiro momento, a identificação, mas dá para a gente fazer um rastreamento."

Processo

O Ministério Público tem quatro processos distintos sobre o caso Roger Abdelmassih: o criminal, que culminou com a condenação de 278 anos de prisão, um com novas vítimas de estupro, um sobre a ajuda que o ex-médico teria recebido no exterior e outro sobre manipulação genética. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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