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A marca de alimentos Perdigão disponibilizou nesta terça-feira (27), no YouTube, a propaganda em comemoração ao Natal. O que a empresa não esperava era que o conteúdo gerasse discussão nas redes sociais. Abordando duas famílias brasileiras, uma simples com negros e outra de poder aquisitivo mais elevado com pessoas brancas, o comercial foi classificado pelos usuários do Twitter como racista.

"Uma família negra, árvore de natal com presentinhos, todo mundo bem vestido. A mulher diz que antes só podiam imaginar, mas graças a Perdigão que doou uma droga de um frango cheio de hormônios estão tendo o Natal que a família sempre sonhou. Enfia esse Chester no c*, Perdigão", criticou um dos internautas.

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Após o assunto entrar para os Trending Topics do Twitter como um dos mais comentados do dia, a Perdigão não se posicionou sobre a polêmica. "Vou comprar Chester Perdigão. Depois quero ver na página a entrega do outro Perdigão para as pessoas carentes. 'Tá' bom?", ironizou outra pessoa no microblog.

Confira o vídeo:

A BRF pretende aumentar suas receitas com produtos processados através da dissociação das marcas Sadia e Perdigão, afirmou nesta terça-feira (7), o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da companhia, Fernando Erne. Segundo ele, as marcas, que são os dois principais nomes no segmento de alimentos industrializados, ainda possuem a mesma percepção diante do mercado consumidor. "Precisamos dissociar as duas marcas para maximizar as oportunidades de ganhos, atendendo às diferentes demandas do mercado", disse o executivo.

Os alimentos processados representam cerca de 50% das vendas da BRF. Dentro dessa estratégia, Erne explica que a marca Sadia deve passar a seguir tendências globais de consumo, com um foco muito grande em praticidade. Segundo ele, o desenvolvimento dos produtos deve seguir a linha de porções menores e prontas para o consumo. "A BRF elegeu a Sadia como a marca para sua estratégia de expansão em mercados internacionais", explicou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Segundo o executivo, a companhia quer ampliar a marca principalmente em mercados do Oriente Médio e de outros países da América do Sul.

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Já a Perdigão deve buscar uma proximidade maior com o mercado consumidor brasileiro. "O foco da marca é mais na alimentação familiar, com porções maiores e embalagens econômicas, por exemplo. Vamos tentar crescer com a classe média emergente no Brasil", explicou. Ele acredita que a estratégia da companhia vai possibilitar o crescimento da marca mesmo diante de uma desaceleração do consumo interno.

No entanto, o executivo descartou que a estratégia associe a marca Sadia à parcela da população de renda mais elevada, enquanto os produtos da Perdigão estariam atrelados ao consumo das classes de renda mais baixas. "A separação segue mais a necessidade dos diferentes consumidores e não uma tendência de classes", disse. Ele, porém, reconheceu que a partir do processo de dissociação, os preços dos produtos Sadia tendem a ficar mais caros em comparação com o portfólio da Perdigão.

De acordo com Erne, a estratégia pode ser observada já neste ano, através dos produtos lançados e da comunicação adotada para cada marca. Segundo ele, o foco nas duas principais marcas já possibilitou um crescimento de 107% no faturamento, enquanto o número de projetos registrou uma redução de 63%.

Concorrência

Erne avaliou ainda que crescimento da Seara, marca de processados da JBS Foods, é "inegável", mas considerou que a concorrência serve como um estímulo para as novas iniciativas da companhia. "Concorrência nós sempre estivemos acostumados a ter, afinal Perdigão e Sadia concorriam entre si (antes da fusão que deu origem à BRF). O crescimento de outras marcas impede que nós fiquemos estagnados e estimula ainda mais o nosso desenvolvimento", afirmou o executivo, que participou nesta manhã do 16º Congresso Brasileiro de Embalagens promovido pela Associação Brasileira de Embalagens (Abre), em São Paulo.

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