Tópicos | picareta

O servidor Roberto Ferreira Dias abriu sua exposição na CPI da Pandemia no Senado já negando ter oferecido vantagem indevida ao policial Luiz Paulo Dominguetti, que tentava intermediar negociações junto ao governo federal para compra de vacinas da AstraZeneca. Segundo a testemunha, nunca houve pedido ilegal dele além de documentos, que também não chegaram a ser apresentados. 

"Como ficou demonstrado por esta CPI, trata-se de um picareta que tentava aplicar golpes em prefeituras e no Ministério da Saúde", afirmou. 

##RECOMENDA##

Depois, ao ser questionado pelo relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), Roberto Dias disse que em jantar de 25 de fevereiro no restaurante Vasto, em Brasília, o coronel Marcelo Blanco, ex-diretor substituto do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, o viu no restaurante e apresentou uma proposta de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca.

Blanco estava acompanhado de Luiz Paulo Dominguetti. Dias informou ao relator que esta proposta já havia circulado pelo Ministério. E acrescentou ter informado a Blanco que só trataria do assunto através de reunião formal no Ministério, durante o expediente de trabalho.

Para Dias, a Davati nasceu em 26 de fevereiro

Em resposta ao presidente da CPI, senador Omar Aziz (MDB-AM), Roberto Dias disse que não participou dos processos de compra das vacinas Pfizer, AstraZeneca ou Janssen. Segundo ele, sua participação nesses processos se dava apenas "a nível operacional".

Em relação a negociações com a Davati, Dias afirmou que apenas comprovou a disponibilidade dos 400 milhões de doses do imunizante.

O depoente acrescentou que, segundo documentação que recebeu no ministério, a Davati surgiu em 26 de fevereiro, um dia após o encontro no restaurante Vasto.

Diálogos mostram interesse em valores do Ministério da Saúde

Renan Calheiros então exibiu aos senadores um print com um diálogo entre o policial militar e representante comercial Luiz Paulo Dominguetti Pereira e Cristiano Alberto Carvalho, CEO da Davati no Brasil. Na conversa, Cristiano diz que cada secretário-executivo do Ministério da Saúde tem nas mãos um orçamento de R$ 5 bilhões.

Dias negou o fato e voltou a criticar Dominguetti: "Isso mostra o total desconhecimento desse aventureiro do funcionamento do Ministério da Saúde".

*Da Agência Senado

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a ofender o senador e relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL). Em viagem a Alagoas, nesta quinta-feira (13), para inaugurar uma série de obras da Infraestrutura, indiretamente, o chefe do Executivo chamou Calheiros de “picareta” e “vagabundo”, alegando que o membro da comissão quer fazer da investigação o seu “palanque”, mas se diz despreocupado pelos supostos ataques do opositor, afirmando que “apenas Deus” lhe tira da cadeira presidencial.

“Não vai ser fácil. Sempre tem alguém picareta, vagabundo, querendo atrapalhar o trabalho daquele que produzem. Se Jesus teve um traidor, temos um vagabundo inquirindo pessoas de bem em nosso país. É um crime o que vem acontecendo nessa CPI”, afirmou o presidente, ovacionado por apoiadores.

##RECOMENDA##

A declaração foi feita em Maceió, capital alagoana, na inauguração do residencial Oiticica I, parte do programa Casa Verde e Amarela. Alagoas é a terra natal de Renan e também base da sua atuação política desde o início da carreira. No evento, o chefe do Executivo esteve acompanhado de dois adversários locais de Renan Calheiros, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Fernando Collor (PROS-AL).

Na ocasião, a plateia gritou diversas vezes "Renan Vagabundo" e "Fora Renan", sob gestos de incentivo do líder conservador. Finalizando seus comentários no assunto, o presidente disse que Renan faz um "show" na CPI quando a intenção de lhe "derrubar".

[@#video#@]

“O recado que eu tenho para esse indivíduo: se quer fazer um show para me derrubar, não fará. Somente Deus me tira daquela cadeira”, disse. Ainda ontem (12), nos minutos finais da CPI, o filho do presidente e também senador, Flávio Bolsonaro (Republicanos), já havia direcionado o mesmo xingamento — “vagabundo” — ao alagoano.

Durante sessão da CPI nesta quinta-feira (13), na qual os parlamentares ouvem Carlos Murillo, gerente-geral da Pfizer na América Latina, Renan Calheiros tentou se defender dos ataques, mas foi constantemente interrompido pelos colegas senadores.

“Eu vejo na imprensa que o presidente da república embarcou para Alagoas, em avião presidencial, para inaugurar obra já inaugurada, para me atacar e atacar esta Comissão Parlamentar de Inquérito. A minha resposta ao PR é este número”, foi o que conseguiu responder o relator da CPI, referindo-se aos 428.034 mortos pela Covid-19 no Brasil, estampados em uma placa sobre a sua mesa.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando