Tópicos | pílula anticoncepcional

Usado por milhões de mulheres, a pílula anticoncepcional é um dos métodos contraceptivos que também causa muita preocupação por seus efeitos colaterais. A combinação dos hormônios estrógeno e progestágeno, até mesmo em níveis mais baixos, podem causar problemas sérios como, por exemplo, doenças do coração e derrame cerebral.

Algumas pílulas, atualmente, possuem dosagens ajustadas, que trazem um risco menor de complicações cardiovasculares, porém quando a mulher tem um histórico familiar da doença, ela precisa redobrar a atenção. “Acompanhamento com um cardiologista ou clínico pode ser suficiente para alertar a ocorrência de algum sinal”, ressalta o cardiologista e clínico geral da HCor, Abrão Cury.

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Muitas pesquisas apontam que mulheres cardiopatas, hipertensas, tabagistas, diabéticas ou obesas, que consomem a pílula, possuem uma tendência maior a ter placas de gordura em suas artérias, sendo que as taxas aumentam de 20% a 30% por década de consumo. “Os hormônios presentes nas pílulas anticoncepcionais favorecem a contração dos vasos sanguíneos e aceleram a formação de coágulos, comprometendo a circulação do sangue. Esse é o típico quadro de arteriosclerose, que aumenta as chances de infarto ou derrame”, explica Cury.

Para evitar os efeitos adversos, é importante procurar orientação de um profissional para que seja feita uma avaliação precisa da condição de saúde da paciente. “Em 90% dos casos, as mulheres não sabem que possuem propensão a desenvolver algumas doenças cardiovasculares. O médico precisa de um diagnóstico preciso, antes de prescrever o tipo correto de anticoncepcional, sem oferecer riscos à paciente”, recomenda o cardiologista.

 

Tomar uma pílula anticoncepcional antes ou no início de uma gravidez não aumenta o risco de problemas congênitos graves no bebê - é o que diz um estudo britânico publicado nesta quinta-feira (7) numa revista médica britânica. Pesquisadores dinamarqueses e norte-americanos chegaram a esta conclusão - que contradiz os resultados de alguns estudos publicados no passado - depois de estudarem cerca de 900 mil nascidos vivos listados na Dinamarca entre 1997 e 2011.

Cerca de 2,5% das crianças sofriam de problemas congênitos tais como como malformações do sistema nervoso (espinha bífida), do coração, do trato respiratório ou urinário, cabeça ou membros. Questões relacionadas a causas conhecidas, como a síndrome alcoólica fetal ou aberrações cromossômicas (incluindo originalmente trissomia 21) foram excluídos do estudo.

Os pesquisadores descobriram que crianças nascidas de mulheres que continuaram a tomar a pílula após o início da gravidez não tinham maior risco de malformações do que aquelas nascidos de mulheres que nunca tomaram a pílula ou tinham parado antes de engravidar.

A maioria das mães estudadas (68%) tinham parado de tomar contraceptivos orais mais de três meses antes da concepção, enquanto 21% nunca tinham tomado a pílula. Apenas 8% tinham parado a contracepção oral menos de três meses antes da gravidez enquanto 1% continuou a tomar mesmo que já estivessem grávidas.

Mas, em última análise, a taxa de malformações foi praticamente a mesma: cerca de 2,5% após o ajuste para fatores de risco como idade materna, nível de escolaridade ou renda, ou tabagismo durante a gravidez.

Estes resultados devem "tranquilizar as mulheres que engravidaram enquanto tomavam contraceptivos orais ou apenas alguns meses depois de pararem de tomá-los", dizem os autores. Segundo Brittany Charlton, da Harvard T.H. Chan School of Public Health, eles são ainda mais tranquilizadores já que são baseados em prescrições médicas e não nas declarações das mulheres, que podem ser menos confiáveis​​.

Nos anos 70 e 80, vários estudos em pequenos grupos de mulheres encontraram uma associação entre os contraceptivos orais (estrogênio ou progestina) e malformações cardíacas e dos membros. Esta associação, no entanto, não foi encontrada em estudos mais recentes.

Hereditariedade, pesticidas, tabaco, álcool, radiação ionizante, obesidade, aberrações cromossômicas e agentes infecciosos são atualmente considerados os principais fatores de risco para defeitos congênitos.

Tomar certos medicamentos também é tido como um fator de risco, o mais infame deles sendo a talidomida. Prescrito para mulheres grávidas contra a náusea nos anos 50 e início dos anos 60, a droga fez entre 10.000 e 20.000 vítimas, em sua maioria nascidas com membros amputados.

Um grupo de mulheres canadenses, entre elas 40 grávidas, apresentou um processo coletivo contra uma empresa farmacêutica da qual exigem 800 milhões de dólares por uma pílula anticoncepcional defeituosa, indicou a imprensa local nesta sexta-feira (17).

Sessenta moradoras da província de Ontário, quatro das quais sofreram abortos, participam do processo contra a empresa Apotex, fabricante da pílula Alysena, segundo a advogada das demandantes, Sandy Zaitseff, citada pelo jornal The Globe and Mail, um dos principais do Canadá.

Cinquenta mil caixas de Alysena foram retiradas do mercado em 8 de abril passado, depois que foi descoberto que um lote continha dois tipos de pílulas placebo ao invés de uma. Cinco dias depois, a retirada foi expedida para outros 11 lotes.

A empresa farmacêutica não divulgou publicamente a primeira retirada de produtos e a ministra da Saúde, Leona Aglukkaq, solicitou a abertura de uma investigação diante da falta de informações.

Zaitseff destacou que o erro de embalagem teve consequências financeiras para suas clientes, que estima em milhões de dólares, assim como consequências éticas. "No mundo de hoje, o fato de ter uma relação sexual com uma pessoa não significa assumir o encargo de criar filhos", declarou ao The Globe and Mail.

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