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Conscientizar a população sobre os principais fatores de risco da doença cardiovascular, a que mais mata no mundo, é o objetivo do Dia Mundial do Coração, celebrado nesta quarta-feira(29). “Mata muito mais do que câncer, do que acidente automobilístico e do que a Covid-19”, disse, em entrevista à Agência Brasil, o diretor de Comunicação da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), Bruno Bandeira. A campanha visa, principalmente, à conscientização dos bons hábitos de saúde, como uma boa e equilibrada alimentação, o abandono por completo do tabagismo e a prática de atividade física regular cinco vezes por semana, durante 30 minutos.

“Com a atividade física, a gente vai sair do sedentarismo e reduzir a obesidade, além de controlar a pressão arterial, o colesterol e o açúcar. Ou seja, evitar a hipertensão, o colesterol elevado e o diabetes. Essas são as principais recomendações em relação à prevenção das doenças cardiovasculares. Controlando isso, a gente vai evitar essas doenças”, afirmou o cardiologista.

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Bruno Bandeira lembrou que a campanha deste ano, organizada pela Federação Mundial do Coração (WHF, a sigla em inglês) destaca a comunicação em suas diversas formas no mundo digital, incentivando a troca de informações entre médico e paciente, as teleconsultas, a inserção digital, para que os pacientes possam cada vez mais saber usar os cuidados por sites bem validados.

O diretor da Socerj lembrou que além dos meios digitais, a comunicação abrange também a relação entre o paciente e seus familiares, o que ficou muito distante ao longo da pandemia de Covid-19, gerando muitas doenças psicológicas, ansiedade e, com isso, o agravamento das doenças cardiovasculares. O Dia Mundial do Coração foi criado em 2000 pela WHF para ressaltar a importância do cuidado com o coração, um dos órgãos mais importantes do corpo humano.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares responderam por 32% de todas as mortes globais ocorridas em 2019, totalizando 17,9 milhões de pessoas, sendo 85% delas de infarto ou derrame. Dados do Cardiômetro, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mostram que de janeiro deste ano até as 16h07 dessa terça-feira (28), o número de mortes por doenças cardiovasculares no Brasil alcançava 299.304 pessoas.

Melhor caminho

A SBC mostra ainda que, no Brasil, cerca de 14 milhões de pessoas têm alguma doença cardiovascular e pelo menos 400 mil morrem anualmente em decorrência dessas enfermidades, o que corresponde a 30% de todas as mortes no país. O cardiologista Esmeralci Ferreira, do setor de hemodinâmica do Hospital Pan-Americano, lembrou que “é muito mais fácil cuidar da saúde do que da doença. Sendo assim, a prevenção de fatores de risco é o melhor caminho para evitar doenças cardiovasculares”.

Confirmou que manter hábitos saudáveis é fundamental para preservar a saúde do músculo cardíaco. Segundo o médico, os principais cuidados com a saúde do coração estão relacionados a fatores comportamentais e hábitos fáceis de serem incorporados no dia a dia. “Para quem não tem nenhum tipo de doença, o ideal é consultar um cardiologista uma vez por ano. E para quem tem alguma comorbidade, de duas a quatro vezes por ano. Atividades físicas são essenciais e podem ser feitas de maneira prazerosa, como caminhadas ao ar livre, subir e descer escadas em vez de usar o elevador e andar de bicicleta”. Manter uma alimentação saudável, evitar o excesso de álcool e não fumar também melhoram a saúde do coração, recomendou Ferreira.

O especialista citou também outro problema comum na atualidade, que são os altos níveis de estresse. Eles podem estimular problemas cardíacos, porque a aceleração dos batimentos é capaz de aumentar a pressão arterial. A pressão alta, por sua vez, tem impacto no coração, acarretando maior risco de infarto e AVC. “Às vezes, pequenas medidas, como realizar refeições tranquilas, sem estresse e sem fazer uso de celulares e televisões, podem ajudar a preservar a saúde do coração. Coma com prazer e qualidade. Isso faz diferença, inclusive no alívio do estresse”, sugeriu o cardiologista.

Covid-19

Outro tema em destaque no Dia Mundial do Coração é a Covid-19 e seus efeitos na saúde do coração. O coordenador da Unidade Coronariana da Casa de Saúde São José (Rede Santa Catarina), Gustavo Gouvêa, chamou atenção para os cuidados com o coração e os riscos na pandemia.

Ele admitiu que a Covid-19 pode afetar diretamente o coração, causando uma inflamação chamada miocardite, decorrente do próprio vírus que gera a doença. Isso pode ocasionar uma arritmia e até manifestações parecidas com um infarto. Gustavo Gouvêa citou estudo feito por um grupo de cardiologistas do Hospital San Raffaele, em Milão, na Itália, considerado referência para complicações cardiovasculares da Covid-19. Os médicos avaliaram 138 pacientes internados pela doença, dos quais 16,7% desenvolveram arritmia e 7,2% apresentaram lesão cardíaca aguda.

Gouvêa orientou que os pacientes com Covid-19 que tenham sintomas de doenças cardiovasculares, como dor no peito, palpitações e desmaios, devem procurar uma emergência ou um cardiologista para fazer exames específicos, entre eles eletrocardiograma, ecocardiograma e dosagem de enzimas. Alertou que depois da fase aguda da doença, é preciso seguir com o acompanhamento médico para verificar se a inflamação foi revertida e se houve alguma sequela.

O diretor de Comunicação da Socerj, Bruno Bandeira, observou que a miocardite não deve ser motivo de não vacinação. “A pessoa deve se vacinar”.

Pós-covid

Gustavo Gouvêa informou que 85% dos casos dos pacientes com Covid-19 são leves, de pessoas tratadas em casa e sem gravidade. Para esse grupo, após o período de 10 a 14 dias, é possível retomar a rotina, inclusive as atividades físicas. Para os 15% que tiveram um quadro clínico mais grave, com hospitalização, é preciso fazer uma avaliação clínica ou cardiológica para garantir que não há nenhuma sequela, especialmente para retomar exercícios físicos.

Segundo o especialista, uma parcela desses pacientes vai precisar passar por uma reabilitação cardíaca para voltar a praticar exercícios, com supervisão. “Muitos perderam massa muscular, pois ficaram dias acamados. Para retomar as atividades, devem passar por um programa específico para recuperar, lentamente, sua saúde e o vigor físico".

Crianças

Números da Federação Mundial do Coração mostram a existência de 155 milhões de crianças obesas e acima do peso no planeta. A estimativa é que elas têm 80% a mais de chance de ter sobrepeso quando adultas e, em consequência, maior risco de enfermidades cardíacas e acidentes vasculares cerebrais (AVC). Crianças e jovens com sobrepeso têm três a cinco vezes mais chances de sofrer um infarto ou AVC antes de chegarem aos 65 anos de idade, além de grande risco de desenvolver diabetes.

A nutricionista Fabiana Peleteiro advertiu que “o sobrepeso na infância acaba gerando um acúmulo maior de gordura nas artérias ao longo dos anos, o que aumenta as chances de infarto e AVC”. Por isso, afirmou que a prevenção primária das doenças cardiovasculares deve começar na infância e estar relacionada diretamente à mudança de hábitos alimentares e de estilo de vida.

Os cartórios brasileiros registraram um aumento de 31% no número de mortes por doenças cardiovasculares no País em meio à pandemia de Covid-19. É o que mostram os dados do novo painel do Portal da Transparência do Registro Civil, divulgado nesta sexta-feira (26), desenvolvido pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) em parceria com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Para especialistas, a alta na morte por causas cardíacas pode estar relacionada à subnotificação de óbitos por Covid-19 e também à sobrecarga do sistema de saúde.

O aumento diz respeito ao período de 16 de março a 31 de maio deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado - neste intervalo, o número de óbitos por doenças como morte súbita, parada cardiorrespiratória e choque cardiogênico saltaram de 14.938 em 2019 para 19.573 em 2020.

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Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, explica que é possível que haja casos de Covid-19 embutidos nesses números. "Sabe-se hoje que o novo coronavírus tem relação direta com problemas cardíacos. Porém, há outros motivos que podem explicar também essa alta, como o envelhecimento da população, fatores de risco impostos pela pandemia como estresse e tabagismo, e o receio de ir ao hospital quando aparecem sintomas de doenças cardíacas, por medo de contrair a Covid-19", afirma.

Entre os Estados que mais contabilizaram aumento no número de mortes por doenças cardiovasculares no período analisado está o Amazonas (com aumento de 94%) seguido por Pernambuco (85%) e São Paulo (70%). Fernando Bellíssimo Rodrigues, epidemiologista da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, nota que esse locais que registraram maiores números também são regiões que sofreram com sobrecarga do sistema de saúde. "Esse dado pode refletir óbitos ocorridos sem assistência hospitalar, resultando no registro da morte como parada cardiorrespiratória sendo que provavelmente é óbito por covid-19", afirma.

Infarto e AVC

Os dados mostram que, na contramão de outras doenças cardíacas, mortes por síndrome Coronariana Aguda (Infarto) e Acidente Vascular Cerebral (AVC) registraram queda no período analisado, de 14% e 5%, respectivamente. Queiroga, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, explica que provavelmente há um problema de registro desses óbitos. "É provável que esses números estejam escondidos em diagnósticos incorretos de óbitos em domicílios, que tiveram aumento", afirma. Vale lembrar também que cartórios registraram alta de mortes por causa indeterminada em meio à pandemia.

Andrei Sposito, cardiologista da Unicamp, enxerga outro problema de notificação neste ponto. "As pessoas que morrem de Covid-19 são as mesmas pessoas que têm doença cardiovasculares como infarto e AVC: são as mais vulneráveis. Elas podem ter tido o diagnóstico de covid-19 e não da doença cardiovascular - chamamos isso de competição de risco. É possível também que pela gravidade da manifestação e pelo medo de ir ao hospital, elas estejam morrendo em casa".

Base para estratégias

Na visão de Sposito, a alta de 31% no número de mortes por doenças cardiovasculares no País nos últimos meses não é uma surpresa. "Existem várias publicações no mundo inteiro mostrando que a Covid-19 pode causar doenças cardíacas por vários mecanismos. Além disso, estamos convivendo com uma desassistência: como os hospitais estão dedicados principalmente à pandemia, acaba havendo um retrocesso nos cuidados e acompanhamentos de doenças cardiovasculares", afirma.

Especialistas concordam que os dados apresentados pelo Portal da Transparência do Registro Civil são importantes neste momento. "Ter os números bem discriminados ajuda as autoridades a pensarem em estratégias de contenção de risco cardiovascular. Essas informações podem sugerir, por exemplo, a necessidade de assistência remota para as pessoas serem assistidas dentro de suas casas", diz o cardiologista da Unicamp. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Usado por milhões de mulheres, a pílula anticoncepcional é um dos métodos contraceptivos que também causa muita preocupação por seus efeitos colaterais. A combinação dos hormônios estrógeno e progestágeno, até mesmo em níveis mais baixos, podem causar problemas sérios como, por exemplo, doenças do coração e derrame cerebral.

Algumas pílulas, atualmente, possuem dosagens ajustadas, que trazem um risco menor de complicações cardiovasculares, porém quando a mulher tem um histórico familiar da doença, ela precisa redobrar a atenção. “Acompanhamento com um cardiologista ou clínico pode ser suficiente para alertar a ocorrência de algum sinal”, ressalta o cardiologista e clínico geral da HCor, Abrão Cury.

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Muitas pesquisas apontam que mulheres cardiopatas, hipertensas, tabagistas, diabéticas ou obesas, que consomem a pílula, possuem uma tendência maior a ter placas de gordura em suas artérias, sendo que as taxas aumentam de 20% a 30% por década de consumo. “Os hormônios presentes nas pílulas anticoncepcionais favorecem a contração dos vasos sanguíneos e aceleram a formação de coágulos, comprometendo a circulação do sangue. Esse é o típico quadro de arteriosclerose, que aumenta as chances de infarto ou derrame”, explica Cury.

Para evitar os efeitos adversos, é importante procurar orientação de um profissional para que seja feita uma avaliação precisa da condição de saúde da paciente. “Em 90% dos casos, as mulheres não sabem que possuem propensão a desenvolver algumas doenças cardiovasculares. O médico precisa de um diagnóstico preciso, antes de prescrever o tipo correto de anticoncepcional, sem oferecer riscos à paciente”, recomenda o cardiologista.

 

Um estudo realizado pelo EndoDebate em parceria com a Revista Saúde, mostrou que 80% das pessoas com diabetes tipo 2 apresentam indícios de comprometimento cardiovascular. Mais da metade (52%) indicam pelo menos dois destes sintomas: tontura, dores no peito e nas pernas, falta de ar e palpitações.

Intitulado “Quando o Diabetes Toca o Coração”, o estudo foi lançado em junho pelo laboratório Novo Nordisk e divulgado nesta semana. A pesquisa entrevistou 1.439 pessoas com e sem diabetes tipo 2, com idade entre 47 e 55 anos.

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O levantamento mostrou que 64% dos diabéticos não seguem rigorosamente o tratamento e apenas 48% dos pacientes consideram a doença muito grave. O diabetes aparece atrás do câncer (92%), do acidente vascular cerebral (79%), do infarto (75%), do mal de Alzheimer (74%), da insuficiência renal (70%) e da insuficiência cardíaca (56%).

“A atenção ao coração é um dos grandes desafios no segmento do paciente com diabetes. Temos objetivos desafiadores no século 21 que vão além do controle da glicose no sangue, fundamental para o tratamento do diabetes tipo 2. Tudo isso passa também por reduzir o peso e o risco de hipoglicemia e umentar a segurança do ponto de vista cardiovascular”, disse o médico endocrinologista e fundador do EndoDebate, evento que ocorre até hoje (20) na capital paulista, Carlos Eduardo Barra Couri.

Desconhecimento

Sobre a primeira palavra lembrada ao pensarem em problemas do coração, 662 entrevistados mencionaram infarto; 159 disseram morte; 39, hipertensão; 25, AVC. O diabetes ficou em último. Entre os diabéticos, 61% disseram acreditar que a doença está entre os fatores de risco para problemas cardiovasculares, contra 42% entre os não diabéticos. Nos dois grupos, a pressão alta aparece em primeiro lugar, seguida do colesterol e dos triglicérides altos.

Para 60% das pessoas com diabetes tipo 2, o médico transmitiu informações insatisfatórias ou nem mencionou as questões relacionadas ao coração na última consulta para controlar o diabetes. Embora 62% desses pacientes tenham sido diagnosticados há pelo menos cinco anos, 90% dizem ainda sentirem falta de mais informações durante o tratamento.

“O tempo é determinante. É muita informação que o médico tem que passar. Eu acredito que há uma mistura de falta de informação e desconhecimento de como abordar direito esse paciente. Como falar em um tom acolhedor humano e ao mesmo tempo incisivo, informativo? Muitos médicos não sabem como fazer isso”, comenta Couri.

Percepção limitada

Apesar da gravidade da doença, a pesquisa também revelou uma percepção limitada sobre os riscos do diabetes tipo 2. Ao todo, 64% das pessoas com diabetes entrevistadas não seguem o tratamento à risca. “A adesão ao tratamento começa quando o médico abre a porta do consultório, quando o médico levanta para atender o paciente, quando o paciente tem uma consulta digna, quando o médico ouve o paciente. Adesão é muito mais do que explicar como toma o remédio, é acolher o paciente e ser humano na consulta”, explica Couri.

Segundo o laboratório parceiro da pesquisa, 13 milhões de pessoas vivem com o diabetes tipo 1 ou tipo 2 no Brasil. Desse total, estima-se que 90% tenham diabetes tipo 2, no qual o pâncreas produz a insulina insuficiente ou não age de forma adequada para diminuir a glicemia. Ele é mais comum em adultos com obesidade e em pessoas com histórico familiar de diabetes tipo 2. Quase metade das pessoas com diabetes tipo 2 não sabem ter a doença. Além disso, duas a cada três mortes de pessoas com diabetes são ocasionadas por doenças cardiovasculares.

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) revelou que as doenças cardiovasculares (DCV) são a maior causa de morte no mundo. Segundo dados da instituição, no ano passado, 17 milhões de pessoas foram vítimas de problemas coronarianos, como ataques cardíacos e derrames.

No Brasil, essa taxa anual chega a 300 mil pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde, o que corresponde a uma morte a cada dois minutos e 30% dos casos o ataque cardíaco é fatal.

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A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) afirma que em uma década, de 2004 a 2014, 3,5 milhões de mortes foram provocadas por problemas no coração e na circulação sanguínea. O número corresponde a quase mil mortes por dia. 

Entre as ocorrências mais comuns estão o Acidente Vascular Cerebral (AVC), com 100 mil casos; em seguida vem o infarto, com 85,9 mil casos. Já as doenças relacionadas à hipertensão chegam a 46,8 mil registros e 27,3 mil são de insuficiência cardíaca. Além disso, as mulheres são as principais vítimas de infarto no país e somam 60% dos óbitos pela doença.

O Ministério da Saúde dá orientações para reduzir o número de mortes por doenças cardiovasculares, entre elas estão a mudança de alimentação. Adotar uma dieta rica em frutas, verduras e grãos, que ajudam a controlar o colesterol que contribui para o acúmulo de placas de gordura nos vasos sanguíneos.

Outra dica é praticar exercícios físicos para controlar a pressão arterial ao nível 12 por 8. Um dos fatores a serem evitados é o estresse com atividades físicas, mentais e recreativas. O combate ao sedentarismo também é essencial para evitar desenvolvimento de doenças cardíacas precoces. O ideal é realizar caminhadas de, pelo menos, 30 minutos em 3 vezes na semana.

Um novo estudo realizado por cientistas americanos revela pela primeira vez que a infecção por zika pode causar problemas cardíacos. Os pesquisadores acompanharam nove pacientes com zika - e sem histórico de problemas no coração - atendidos em um hospital de Caracas, na Venezuela. Oito deles apresentaram uma perigosa arritmia e em dois terços foram registrados sintomas de insuficiência cardíaca.

A pesquisa, liderada pela cardiologista Karina Gonzalez Carta, pesquisadora da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, foi apresentada nesta quinta-feira, 9, na reunião científica anual do American College of Cardiology, em Washington.

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"Nosso estudo fornece claras evidências de que há uma relação entre a infecção pelo vírus da zika e complicações cardiovasculares", afirmou Karina.

A pesquisadora recomenda que pessoas com suspeita zika devem ficar atentas a sintomas relacionados às doenças cardiovasculares. "A pessoa com sintomas de zika que também apresentar sintomas como fadiga, falta de fôlego e palpitações no coração deve ver um médico imediatamente", disse.

Segundo Karina, a equipe de cientistas não ficou surpresa com o resultado do estudo, já que outras doenças semelhantes como dengue e chikungunya também afetam o coração. Mas ela afirma que a severidade dos problemas cardíacos e a rápida progressão das arritmias entre os pacientes não eram esperadas.

Os cientistas acompanharam nove pacientes do Instituto de Medicina Tropical de Caracas, na Venezuela, que haviam relatado sintomas de zika uma semana antes e que em seguida relataram sintomas de problemas cardíacos.

Os sintomas incluíam principalmente palpitações, perda do fôlego e fadiga. Apenas um dos nove pacientes já havia apresentado um problema cardiovascular no passado - uma alta pressão sanguínea já totalmente controlada.

Depois de preencher um formulário registrando todos os sintomas, os nove pacientes foram submetidos a um eletrocardiograma. Oito deles apresentaram problemas na taxa - ou ritmo - de batimentos cardíacos.

Com esse resultado, os cientistas resolveram realizar uma bateria completa de exames cardíacos nos pacientes, incluindo ecocardiogramas e monitoramento por ressonância magnética cardíaca. Eles então foram monitorados por seis meses, a partir de julho de 2016.

As arritmias detectadas em oito dos pacientes incluíam três casos de fibrilação atrial (caracterizada por batimentos rápidos e irregulares), dois casos de taquicardia atrial não sustentada (um tipo de arritmia benigna) e dois casos de arritmias ventriculares (que pode ser mortal). Foram registrados seis casos de insuficiência cardíaca.

Efeito disfarçado

De acordo com Karina, os dados revelaram que os sintomas de problemas cardiovasculares apareceram, em média, 10 dias após as primeiras queixas de sintomas de zika pelos pacientes.

"Como a maior parte das pessoas com infecção por zika apresentam sintomas leves ou não-específicos, e como os sintomas de complicações cardiovasculares podem não ocorrer imediatamente, precisamos fazer um alerta sobre essa possível associação", disse a médica. Segundo a pesquisadora, é provável que muito mais casos de sequelas cardíacas relacionadas à infecção pelo vírus sejam diagnosticados no futuro.

"É provável que muita gente tenha sido afetada, levando em conta que muitos médicos podem não ter feito a conexão entre os sintomas. Precisamos agora de estudos maiores e sistemáticos para entender o verdadeiro risco de problemas cardíacos relacionados à zika - e descobrir o que leva alguns pacientes a serem mais suscetíveis", disse.

As doenças cardiovasculares representam 30% das causas de morte entre mulheres com mais de 40 anos, mais que as mortes por câncer ginecológico. Em todo o mundo, as cardiopatias matam por dia 23 mil mulheres, e por ano 8,5 milhões. Diante disso, a Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM) lançou hoje (29), na capital paulista, a campanha Mulher Coração, para alertar e orientar as brasileiras sobre a prevenção e o diagnóstico precoce.

O presidente da SBCM, Antonio Carlos Lopes, ressaltou que entre os fatores de risco estão o uso de pílulas anticoncepcionais (que podem aumentar as chances de trombose), má alimentação, falta de atividade física regular e o hábito de fumar. Além disso, mulheres com diabetes, hipertensão e alteração nas taxas de colesterol têm maior predisposição para desenvolver cardiopatias. A chegada da menopausa e as terapias de reposição hormonal também são fatores que aumentam os riscos.

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“Esta campanha é muito importante e visa esclarecer a população sobre os problemas que atingem o coração da mulher e que durante muito tempo passaram despercebidos. Essas doenças aumentaram a incidência em decorrência de que hoje a mulher é uma profissional, trabalha sob pressão, tem sua família para cuidar, muitas vezes passa necessidade problemas familiares, fumam, usam pílula, além do fator genético”, listou.

Lopes destacou a necessidade do alerta para os sintomas, porque com o diagnóstico precoce, inclusive para mulheres jovens, é possível evitar a doença ou maiores consequências. O especialista recomendou que as mulheres consultem um médico para fazer uma avaliação adequada antes de começar a fazer exercícios físicos. “É necessário que haja avaliação médica para que o profissional estabeleça a cronologia para essas avaliações. Isso é baseado no biotipo, nos exames clínicos, fatores bioquímicos”.

Informação 

A campanha foi aberta pela madrinha da iniciativa, Viviane Senna, presidente do Instituto Airton Senna. Para ela, a redução de riscos depende do conhecimento, educação, acesso à informação e a saúde da mulher está diretamente vinculada ao conhecimento de como o corpo funciona para tentar evitar os danos.

“Sabemos que as mulheres são muito sujeitas às doenças cardiovasculares, diferente do que se pensava antes. As mulheres são até mais [que os homens]. Eu aceitei estar disponível para a campanha porque sou mulher, sou um alvo típico dessa situação de risco pela idade, pela situação de vida de muito estresse, como grande parte das mulheres. E quero contribuir com essa causa para que tenhamos conhecimento, informação e consciência suficiente para não ser vítima do problema, mas mas para agir sobre ele”, disse.

A campanha está disponível no site www.mulhercoracao.com.br  em outras plataformas, como Facebook e Instagram.

Para celebrar o Dia Mundial do Coração, atividades de saúde serão promovidas no Parque da Jaqueira, área central do Recife, nesta sexta-feira (10). Na ocasião, serão realizadas aferição da pressão arterial, exame de glicemia capilar, além de distribuição de folhetos informativos sobre os cuidados com a saúde do coração.

Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 20% de todas as mortes em pessoas acima dos 30 anos. A doença resulta, principalmente, em infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).

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De acordo com o diretor do Centro Médico Senador José Ermírio de Moraes, Silvio Paffer, a iniciativa serve para alertar a população sobre os altos riscos das doenças cardíacas. “É importante frisar que a hipertensão arterial sistêmica e o diabetes são os grandes vilões do órgão. Eles são considerados os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças do coração e os mais frequentes em nossa população”.

O Centro Médico Senador José Ermírio de Moraes é referência no atendimento de hipertensão e diabetes. A unidade conta com mais de 20 médicos, cardiologistas, endocrinologistas e nutricionistas. No local, também funciona diariamente das 6h30 às 9h o Projeto Dia, da Academia da Cidade.

Com informações da assessoria

Com o objetivo de alertar a população sobre os riscos das doenças cardiovasculares, o Hospital Pelópidas Silveira (HPS), no Curado, Zona Oeste do Recife, promove neste domingo (13), a partir das 8h, a II Corrida e Caminhada Pelópidas Silveira – Neuro e Cárdio.

Quem quiser participar do evento deve realizar a inscrição gratuita através do site. No entanto, o participante deve levar, entre dos dias 10 e 12, dois potes de vidro com tampa de plástico, que serão utilizados pelo Banco de Leite do IMIP. O material deve ser entregue no setor administrativo do HSP, onde também receberá o kit de corrida, que contém camisa, numeração e chip de cronometragem, que vai monitorar o tempo de cada corredor durante a prova.

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Neste ano, o percusso será de seis quilômetros e mil pessoas podem participar do evento. No dia do evento, o Hospital Pelópidas Silveira vai disponibilizar a Tenda da Saúde, espaço onde os participantes receberão informações sobre hábitos de vida saudáveis e realizar aferição de peso, altura, circunferência abdominal, prega cutânea tricipital, pressão arterial e cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). 

 

 

 

O tabagismo passivo - aquele onde não fumantes convivem com fumantes em ambientes fechados – é, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a terceira maior causa de morte evitável no mundo, só ficando atrás apenas do tabagismo ativo e ao consumo excessivo de álcool. Nesta sexta-feira (31) é celebrado o dia Mundial Sem Tabaco, e aproveitando a data, especialistas alertam a população sobre os malefícios da droga.

Para aqueles que convivem diretamente com fumantes, existe uma maior probabilidade de adquirir doenças relacionadas ao tabaco do que os não fumantes, pela exposição às toxinas liberadas na fumaça do cigarro. Em geral, os fumantes passivos possuem até cerca de três vezes mais chance de desenvolver doenças relacionadas ao tabaco de alta morbimortalidade - impacto das doenças e das mortes que incorrem em uma sociedade -, como as doenças cardiovasculares, aumentando o risco em cerca de 20 a 50%.

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O pneumologista Guilherme Costa, do Hospital Jayme da Fonte, afirma que mesmo estando em locais abertos, a qualidade do ar já fica alterada. “Mesmo em locais abertos, a qualidade do ar já se torna alterada, prejudicando pessoas portadoras de alterações respiratórias com possíveis consequências danosas para o organismo. Locais públicos sem fumo faz os fumantes refletirem sobre seu vício e procurar ajuda e parar de fumar”.

Outra parcela da população fumante passiva, que merece atenção são os bebês e crianças, que são expostos aos males do cigarro por meio de seus familiares fumantes. O pneumologista alerta aos pais. “Crianças filhos de grávidas fumantes apresentam taxas maiores de prematuridade, baixo peso ao nascer, retardo no desenvolvimento psíquico, mortalidade infantil. Crianças filhos de pais fumantes apresentam maiores complicações respiratórias, idas ao serviço de emergência médica, infecções respiratórias de repetição, alergias respiratórias, rinites, sinusites, otites, etc.”.

O médico faz um apelo para os fumantes. “Isto precisa ser bem esclarecido ao fumante, para que ele entenda que o cigarro causa sérios malefícios, não apenas para si, mas a terceiros, incluindo familiares, amigos ou a qualquer pessoa que esteja próxima”.

Guilherme Cosa diz que este tipo de campanha tem ajudado a várias pessoas a pararem de fumar. “este tipo de informação tem feito os fumantes refletirem e procurar ajuda para parar de fumar” e conclui: “Fumante, é possível viver sem cigarro”.

Com informações de assessoria

A primeira Corrida e Caminhada Pelópidas Silveira será realizada neste domingo (14) com expectativa de receber 600 pessoas. A partir das 8h, os corredores poderão se concentrar na rodovia BR-232, km 6, no bairro do Curado, na Zona Oeste do Recife onde fica o Hospital Pelópidas Silveira (HPS).

O evento é para lembrar os 98 anos do ex-prefeito da capital pernambana, Pelópidas Silveira, e é organizado pelo Hospital do mesmo nome.  A segurança e orientação no trânsito será garantida com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF). 

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A medida será realizada não só para lembrar o aniversário de Silveira, como também promover atividade física regular, para combater as doenças cardiovasculares. “Além disso, correr faz a pessoa dormir melhor, já que os níveis de serotonina, neurotransmissor que regula o sono e o apetite, crescem. Após o exercício, o corpo libera endorfina, substância que provoca a sensação de bem-estar e ajuda a relaxar. Com a corrida e a caminhada, também há liberação do hormônio cortisol, que alivia o estresse e a ansiedade”, explicou Japhet, cardiologista e diretor-médico do HPS. 

Com informações da assessoria.

Como saber se está sofrendo de alguma doença cardíaca? Quais os sintomas? Qual médico procurar? Mal estar, náusea e dor no peito podem ser um alerta para um infarto. A hipertensão, diabetes, entre outras, são doenças que geralmente, em casos mais graves, podem acarretar malefícios como o infarto. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia Regional de Pernambuco, os homens de 40 a 60 anos são os mais afetados pelos problemas.

Essas doenças são perigosas e diversas vezes levam o ser humano à morte. A dor no peito é um sintoma clássico do infarto, situado no hemitórax esquerdo, levando até o braço e irradiando até o queixo. “Além disso, as dores podem vir acompanhadas de náuseas e mal estar. Os pacientes devem ficar em alerta porque, se não forem atendido imediatamente, podem ter complicações graves e sequelas que comprometem o coração”, afirmou Silvia Martins, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia de Pernambuco.

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Os médicos devem acompanhar casos específicos, pois variam de acordo com cada acontecimento. Desta forma, o infarto pode ser prevenido através desse tratamento precoce. O comprometimento do coração ocorre logo após o infarto com a insuficiência cardíaca. É quando compromete uma parte do coração, onde a artéria obstruída não deixa passar o sangue, que é a vida do coração. “A coronária da artéria fica sem receber sangue, tendo a morte de uma parte da região, ou seja, do músculo. Nisto, o coração não usa a parede comprometida, levando a pessoa a se esforçar para conseguir lidar com a perda dessa parte”, relatou a cardiologista. A insuficiência cardíaca causa sintomas como a falta de ar, cansaço, acúmulo de fluidos, especialmente ao redor do tornozelo. Também é uma doença acarretada por doenças cardiovasculares. Estas são muitas, assintomáticas ou sintomáticas, por isso o alerta é grande para prevenção.

Se não houver o cuidado, a atenção devida para combater todos os fatores de risco para determinadas doenças, o pior pode acontecer. Hábitos saudáveis auxiliam na saúde do corpo. “O exercício físico é ser um aliado no combate as doenças do coração. Assim, as pessoas percebem como essa atividade melhora o dia a dia, além de ter bons hábitos alimentares para complementar uma boa saúde. Não pode dispensar também visitas regulares ao médico,” relatou Raquel Pajeú, educadora física. 

Para Maurisete de Souza, 69 anos, a prática de exercícios é um bem a qualquer idade. “Pratico atividades sempre. Percebo que isso ajuda muito na minha saúde, pois eu tinha colesterol alto e pressão alta e agora eu estou regularizando minhas taxas”, conta a aposentada. Para a também aposentada Neusa Moraes, a atividade é indispensável. “Todo mundo deveria praticar exercícios. Depois que comecei, não quero mais parar. Me sinto muito mais jovem do que eu realmente tenho de anos de vida”, disse Neusa, que está com 70 anos. 

O ideal, como já foi dito, é equilibrar e manter as visitas ao médico. Este é um ato que não pode ser dispensado, pois a partir de exames, muitos casos silenciosos são detectados. A alimentação e o exercício são peças chave, mas a revisão deve ser feita em, pelo menos, de seis em seis meses. Hoje (29), é o dia Mundial do Coração. Mas os cuidados devem ser não só neste dia, como em todos. Não há hora, nem lugar para cuidar da saúde. Comece já!

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