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Os índices negativos relacionados ao panorama da economia brasileira preocupam. Eles chegam ao mercado financeiro, afetam empregos, causam demissões e levam para baixo o desejo de consumo. Nem o fio de esperança revelado ao LeiaJá pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) - em quem dados apontam um crescimento considerável no número de formalização dos microempreendedores individuais (MEIs) - pode representar, na atual realidade econômica dos brasileiros, uma certeza de que as coisas estão melhorando.

Números solicitados pelo LeiaJá junto ao Sebrae mostram que em abril deste ano, mais de 197 mil empreendedores se formalizaram como MEIs, enquanto no mesmo mês do ano passado a quantia de formalizações foi de exatamente 165.201 registros. Comparando os números, é identificado um aumento de 19% na análise entre 2015 e 2016. Mesmo percentual registrado somente no Recife, quando neste ano mais de 51 mil empresários formalizaram seus negócios. Porém, de acordo com o analista do Sebrae João Paulo Andrade, a maioria desses empreendimentos nasceu pela necessidade e não através de oportunidades.

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Na prática, quem empreende necessidade não se planeja o suficiente ou pensa em algo inovador para ganhar destaque no mercado. O único objetivo desses empreendedores é ter retorno financeiro o mais rápido possível. “Quando você empreende por necessidade, o negócio fica mais fadado ao fracasso. Acaba sendo mais do mesmo no mercado e o público não arrisca comprando um produto tradicional em uma nova empresa. Empresas de sucesso se planejam. Não dá para abrir um empreendimento com menos de cinco meses de planejamento”, explica o analista do Sebrae.

Se de repente um negócio já entrou no mercado e não foi planejado da forma como deveria ser, é preciso pensar numa solução que, apesar das dificuldades, gere sobrevivência para o empreendimento. “Se o empresário não fez um estudo de mercado, não sabe quem são seus concorrentes ou apenas pensa em ganhar dinheiro, ele precisa, rapidamente, pensar em algo diferente. É preciso oferecer algo diferente, como por exemplo, uma promoção que se diferencie do que já está no mercado”, orienta o analista.

Outro número constatado pela Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe) pode até parecer esperançoso, mas, assim como os índices de formalização, não representa resultados positivos concretos. De acordo com a Jucepe, tomando como base o mês de janeiro deste ano, foram abertas quase 5.700 empresas, enquanto 2.403 fecharam. Apesar da quantidade superior de aberturas, a orientação de alguns economistas é para que os empresários ou futuros empreendedores tenham bastante cautela na hora de abrir um negócio.

Para o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), Rafael Ramos, o momento econômico do País continua em extrema dificuldade, principalmente pelas pesquisas que apontam baixa no índice de consumismo. “Não é uma boa época para abrir negócios. O fator crédito está difícil, tanto para retirada nos bancos, quanto para a própria utilização das pessoas. São muitos índices de desemprego e a inflação está em alta. Se um cidadão ficou desempregado e de repente pensa em investir o seguro desemprego em algum empreendimento, é melhor ter cautela e esperar o momento certo”, aconselha Ramos.

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