Acessibilidade para pessoas com necessidades especiais no Carnaval recifense parecer ser um problema. No Marco Zero, por exemplo, uma simples caminhada próximo ao palco principal de shows e aos arredores do local é suficiente para notar a ausência de meios para que pessoas usuárias de cadeiras de rodas, por exemplo, possam se locomover com maior tranquilidade.
É o caso do cadeirante Ronaldo Correia, 47 anos, que teve paralisia cerebral quando nasceu. Ele reclama da falta de rampas nas ruas que dão acesso ao Marco Zero e, até mesmo, próximo ao palco principal. “Não existe um espaço adequado para nós”, diz Correia. Ele também reclama da falta de informações para deficientes físicos. “Na mídia, as informações parecem que são apenas para o restante dos foliões. Não vi nada direcionado para portadores de necessidades especiais, inclusive aqui no Marco Zero”, critica Correia.
Os amigos dele, Shiley Freitas e Daniel Genival dos Santos, também não gostaram do quesito acessibilidade no Carnaval de Recife. “Nas ruas que dão acesso ao Marco Zero existem alguns bloqueios com “gelo baiano”, e isso prejudica para a gente passar com a cadeira de rodas”, relata Shirley. Para Daniel, “à noite é impossível chegar próximo ao palco, porque é muita gente e não existe um espaço para os cadeirantes”, conta.
Na Central do Carnaval, que fica localizada no Armazém 12, no Marco Zero, existe um espaço informativo para o público em geral, que pertence a Secretaria de Turismo de Pernambuco. Lá, está sendo realizado um trabalho para pessoas portadoras de necessidades especiais. Existem apostilas com informações sobre o Carnaval em Braille e há profissionais que informam os usuários através da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras).
“Nós respondemos a todo o público e temos um atendimento especial para portadores especiais, com informações exclusivas sobre o Carnaval”, explica a supervisora da central de informações, Karla Tavares. No local é possível encontrar alguns acessos para “cadeirantes”, como rampas. Há banheiros, no entanto, apenas para mulheres. A avaliação que fica é que ainda falta muito para o quesito acessibilidade.