Tópicos | Porto de Moz

[@#galeria#@]

Com gritos de "justiça" e "pelo fim da violência", cerca de 300 pessoas vestidas com camisas pretas marcharam em protesto, na segunda-feira (25), pelas ruas do munícipio de Porto de Moz, região do Baixo Xingu, no Pará. A manifestação pacífica teve como objetivo cobrar das autoridades maior celeridade na resolução do caso do assassinato do jovem Cleomilson Nascimento Torres, o DJ Keké, morto na frente do pai, Cleonor Nascimento Torres, no último dia 15 deste mês. Cleomilson foi executado com três tiros nas costas e deixou uma filha 3 anos.

##RECOMENDA##

Cartazes com frases contra a violência e cruzes de madeira foram confeccionados desde a madrugada por pessoas de todas as idades. Adultos, jovens e crianças, segurando balões pretos, participaram da caminhada.

Um carro-som foi disponibilizado para os manifestantes. A marcha teve parada para manifestação em frente à Câmara dos Vereadores e à Unidade da Polícia Civil, onde os pedidos de paz e justiça pelo caso foram mais intensos.

Em um dos momentos de maior emoção no ato, a professora Elizângela Pontes, ex-sogra de Cleomilson e avó da filha da vítima, contou sobre a angústia e dor sofridas por ela ao falar da falta do ex-genro na vida da neta. "Toda vez, quando toca o interfone (em casa), minha neta sai desesperada gritando 'papai, papai!'. Eu ainda não tive coragem de dizer pra ela que 'não é o teu pai, ele não vem mais'", desabafou a professora. 

O cortejo se encerrou na travessa Lauro Sodré, centro de Porto de Moz, com a quebra simbólica da "corrente da injustiça" pelos participantes.

Segundo o pai da vítima, Cleonor Nascimento Torres, que participou do ato pelas ruas de Porto de Moz, o DJ Keké era um pai exemplar, filho companheiro e amigo de todos. "Meu filho morreu do meu lado, é uma tristeza sem fim. Mato um leão todo dia pra continuar vivo sem a presença do meu filho Keké", lamentou.

Em vídeo divulgado por familiares, Cleonor, que segura a foto do filho Cleomilson, pede às autoridades que seja feita justiça e que os envolvidos sejam julgados e condenados o mais rápido possível. Até o momento, Ezequias Santana da Conceição e Wendel Carlos Ferreira, executor e mandante do crime, respectivamente, segundo a polícia, continuam foragidos da Justiça. 

Segundo informação da advogada do caso, Ivana Pontes, os acusados tiveram suas prisões preventivas decretadas na semana passada pelo juiz de Direito da Comarca de Altamira, José Leonardo Pessoa Valença. "Estamos cobrando junto ao delegado Rodrigo Pereira Souza a resolução do caso dentro do prazo estipulado pela Polícia Civil", afirmou a advogada.

O delegado do caso, Rodrigo Pereira Souza não foi encontrado para maiores esclarecimentos até o fechamento desta matéria. Qualquer informação sobre o caso deve ser encaminhada à polícia, pelos números 190 ou 180.


Por Igor Brandão, de Porto de Moz, especialmente para o LeiaJá. 
 

[@#video#@]

 

As equipes que trabalham nas buscas das vítimas do naufrágio da embarcação "Capitão Ribeiro" localizaram mais nove corpos na manhã desta quinta-feira (24), o que aumenta o número de vítimas fatais para 19. O barco não estava legalizado para fazer o transporte de passageiros.

Outras 23 pessoas foram resgatadas com vida e prosseguem as buscas a sete desaparecidos. Os corpos foram encontrados a uma distância de cinco quilômetros do local do acidente. A equipe do Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves” liberou na noite de quarta-feira (23), os corpos das nove vítimas já identificadas do naufrágio, ocorrido na noite de terça-feira (21), no rio Xingu, entre as cidades de Porto de Moz e Senador José Porfírio, no sudoeste paraense.

##RECOMENDA##

O Corpo de Bombeiros e Defesa Civil estadual coordenam as ações de busca, salvamento e atendimento social na sede da Câmara Municipal de Porto de Moz, onde foi instalado um gabinete de crise com a presença das forças de segurança estaduais, poder executivo municipal e demais órgãos envolvidos na operação de resgate às vítimas do naufrágio da embarcação, que saiu de Santarém e tinha como destino final Vitória do Xingu.

A identificação dos mortos está sendo feita no ginásio municipal Chico Cruz. Uma equipe de oito profissionais - entre peritos, médico e auxiliares - do Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves” de Belém e de Altamira atua no trabalho. Com o apoio da Prefeitura de Porto de Moz foi montado um atendimento padrão para “desastres em massa”.

Os mortos identificados são de Luciana Pires, de 28 anos; Neiva Romano, 18; Maria Duarte, 57; Aurilene Sampaio, 36; Lucivalda Marques Oliveira, 41; Roseane dos Santos Leite, 25; W.L.O , 56, de Santarém; Orismar Miranda, 61, e  S.H.S.S (1 ano) provenientes da cidade de Altamira. O CPC liberou os corpos com a expedição da declaração de óbito para os familiares. O corpo de um homem, conhecido como Sebastião, a décima vítima, ainda aguarda, oficialmente, pelo reconhecimento da família.

“Fizemos entrevistas com os familiares a fim de identificar características das vítimas para ajudar no reconhecimento. Contudo, a liberação está sendo agilizada”, disse o perito Felipe Sá, coordenador das unidades regionais do Centro de Perícias.

A Polícia Civil deve solicitar informações à Agência de Regulação e Controle dos Serviços Públicos do Estado do Pará (Arcon) e à Capitania dos Portos sobre a autorização concedida ao dono da embarcação “Capitão Ribeiro”.

A Arcon já informou que a embarcação, que pertence à empresa Almeida e Ribeiro Navegação Ltda, não estava legalizada para fazer o transporte de passageiros, por não se encontrar registrada na agência. A empresa Almeida e Ribeiro Navegação LTDA havia sido notificada pelos fiscais da Arcon durante operação realizada no dia 5 de junho deste ano, mas nenhum representante da empresa compareceu à agência para regularizar a situação.

Operação e sala de gerenciamento

A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social deslocou três aeronaves do Grupamento Aéreo para a cidade de Porto de Moz, sendo dois aviões e um helicóptero (EC 145). As equipes enviadas são compostas por mergulhadores do Corpo de Bombeiros, integrantes dos Grupamentos Aéreo de Segurança Pública (Graesp) e Fluvial (GFlu), além de peritos e representantes da Defesa Civil estadual e municipal. Uma balsa e embarcações da Prefeitura de Porto Moz, além de lanchas do Corpo de Bombeiros, estão sendo utilizadas na operação. O helicóptero do Graesp está apoiando as ações na área de buscas.

De acordo com o Corpo de Bombeiros/Defesa Civil, a embarcação, com capacidade para 90 a 100 passageiros, foi ancorada às proximidades da margem com o apoio de uma balsa da prefeitura, o que deve facilitar as ações da manhã. Técnicas da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) já acompanham e realizam o atendimento psicossocial dos familiares. “Cada órgão, seja estadual ou municipal, teve atuação no atendimento ao desastre. Contudo, o Estado deu o apoio à prefeitura e aos moradores de Porto de Moz, e utiliza a experiência de ter atuado em situações similares”, explicou a titular da Seaster, Ana Cunha.

Investigação e tromba d’água

A Polícia Civil já ouviu integrantes da tripulação e sobreviventes. O dono da embarcação será ouvido na manhã desta quarta-feira, mas já informou que 48 pessoas, entre tripulação e passageiros, estavam a bordo. De acordo com o delegado de Porto de Moz, Elcio de Deus, muitos sobreviventes afirmaram que a embarcação foi atingida por uma tromba d’água – fenômeno similar a um tornado.

“A tripulação disse ter visto, no horizonte, algo com o formato de um funil, acompanhado de muita chuva e vento forte, e que teria pego o barco pela popa e o afundado. De acordo com os relatos a embarcação girou e afundou em seguida”, informou o delegado.

Da Agência Pará

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando