Pela segunda vez nesta quarta-feira (26), o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi ao posto médico dos senadores fazer um curativo num ferimento perto da boca e não para pegar um "band-aid", como ele tinha informado no início da tarde. Acompanhado por uma comitiva de oito pessoas, Sarney saiu do posto, meia hora depois, reclamando da interpretação dada à sua frase dita mais cedo de que era "filho de pobre". "Vocês não entenderam que filho de pobre no Nordeste, a gente diz quando é uma pessoa simples", explicou.
Sarney disse que fez um novo curativo porque está tomando anticoagulante, que impede a cicatrização do corte ocorrido pela manhã, quando se barbeava. "É claro que foi para refazer (o curativo), continua sangrando, como eu estou tomando remédio anticoagulante para o problema cardíaco, não para de sangrar", justificou. Ironizando, o senador disse que esclarecia o fato para que os jornalistas não se valham da metáfora e venham a dizer que ele "continua sagrando". "Senão vocês dizem: "olha, o senador Sarney continua sangrando! Eu vivo sangrando todo o tempo de vocês", ironizou.
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Na primeira ida ao posto médico, por volta das 13 horas, Sarney se identificou hoje como sendo "filho de pobre", ao justificar o fato de ir pessoalmente ao serviço médico dos senadores para pegar o "band-aid" que disse necessitar para proteger o corte perto da boca provocado, segundo ele, pelo aparelho de barbear. "Fazendo a barba pela manhã, eu me cortei, aí vim pegar um....", justificou, exibindo o curativo que trazia na mão. Sete assessores o acompanhavam. Nas duas vezes, o presidente entrou sozinho no consultório.
Questionado por que não pediu o esparadrapo sem sair do gabinete, Sarney alegou que fez o que teve vontade. "Eu gosto de fazer isso eu mesmo, eu nasci assim, eu gosto de fazer essas coisas, sou filho de pobre", justificou. Pai do senador, Sarney de Araujo Costa era promotor e, ao que se sabe, gozava de uma situação privilegiada no Maranhão.