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O Congresso Nacional Africano (ANC), que governa a África do Sul desde 1994, caminha para uma vitória cômoda nas eleições legislativas celebradas na quarta-feira, primeiro grande teste político para o presidente Ciril Ramaphosa, que tenta dinamizar seu partido, abalado por escândalos de corrupção.

Após a apuração de pouco mais de um terço das 23.000 seções eleitorais do país, o ANC tem 55,9% dos votos e pode renovar a maioria absoluta na Assembleia Nacional.

A Comissão Eleitoral Independente (IEC) publica os resultados em tempo real, seção por seção.

Se a tendência for confirmada, o resultado significará um retrocesso para o partido histórico de Nelson Mandela, que recebeu 62,1% dos votos nas legislativas de 2014.

O ANC supera com folga a centrista Aliança Democrática (DA), principal partido de oposição, que aparece com 24,7% dos votos.

Em terceiro lugar está o partido de esquerda radical Combatentes pela Liberdade Econômica (EFF), com 8,9%.

O partido de extrema-direita Frente da Liberdade (VF Plus) está em quarto (3%).

Os resultados confirmam a estabilidade do panorama político nacional, mas também refletem um crescente desinteresse dos sul-africanos pela vida política do país: o índice de participação foi de 65,5%, muito abaixo do registrado em 2014 (73,5%).

Se a vitória da ANC for confirmada, Cyril Ramaphosa, no poder desde fevereiro de 2018, deve ser reeleito pelos deputados e tomar posse em 25 de maio.

Confiante, o chefe de Estado afirmou na quarta-feira que "os resultados da eleição representam um estímulo importante para os investidores", apesar dos problemas enfrentados pelo país, como o desemprego, a corrupção e a pobreza.

Mas a principal dúvida das eleições era saber o tamanho do retrocesso do ANC, no poder desde 1994, cuja popularidade afundou durante a presidência de Jacob Zuma (2009-2018), afetada por diversos escândalos.

Nas eleições municipais de 2016, o partido obteve o pior resultado de sua história (54% dos votos ) e perdeu o controle de cidades emblemáticas, como Johannesburgo e Pretória.

Estas eleições coincidem com o 25º aniversário do fim do regime do apartheid e das primeiras eleições livres no país, vencidas por Nelson Mandela, fundador do ANC e que liderou a luta contra o regime de segregação racial.

O balanço de 25 anos de governo do ANC é ruim, com um índice de desemprego de 27%, casos de corrupção que envolvem a cúpula do governo e desigualdades crescentes.

Antes das eleições, a oposição insistiu em citar estes fracassos e pediu aos eleitores que punissem o ANC.

Apesar da vitória, Cyril Ramaphosa não terá uma missão simples para cumprir suas promessas de amplas reformas.

Analistas preveem grandes resistências mesmo dentro de seu partido, onde os partidários do ex-presidente Zuma conservam uma grande capacidade para prejudicar o trabalho do Executivo.

O tribunal constitucional da África do Sul ordenou nesta quinta-feira (31) ao presidente Jacob Zuma que devolva parte do dinheiro que gastou para melhorar sua residência privada, um escândalo que abalou seu governo.

"O presidente deve pagar ele mesmo o valor fixado pelo Tesouro Nacional", disse o presidente do tribunal, Mogoeng Mogoeng, antes de destacar que Zuma "não respeitou, nem defendeu, nem seguiu a Constituição".

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