Tópicos | previsão 2012

O fraco desempenho dos mercados acionários globais nos últimos meses e as persistentes preocupações com o crescimento econômico mundial levaram a LCA Consultoria a revisar a performance do Ibovespa em 2012. Outras variáveis também foram determinantes para projetar uma pontuação de 58.800 para a principal carteira teórica da Bolsa brasileira neste ano. Com uma valorização pífia, de menos de 4% ao final de dezembro em relação a 2011, o ano de 2013 deve ter uma recuperação importante, prevê a consultoria.

Em relatório divulgado nesta quarta-feira, a LCA afirma que houve uma revisão para baixo na projeção do Ibovespa para este ano, mas uma revisão para cima na estimativa para o ano que vem, quando o índice à vista deve alcançar os 73 mil pontos. Essas alterações, segundo a consultoria, são compatíveis com as demais variáveis do cenário macroeconômico interno e externo no curto prazo. "Se confirmada, a superação do abismo fiscal nos Estados Unidos pode resultar em um desempenho muito melhor dos mercados acionários", prevê.

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Além disso, a estimativa também é coerente com o aumento da incerteza sobre o arcabouço regulatório de setores-chave na composição do Ibovespa, que está e deve continuar prejudicando o desempenho do índice à vista até o fim de 2012. "O aumento da projeção do Ibovespa para o ano que vem, por outro lado, é coerente com a projeção de queda do juro real", acrescenta.

Para a LCA, as perspectivas para o juro real estão menores, em função de um modesto aumento da inflação projetada no cenário da consultoria e manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 7,25% na maior parte do ano que vem.

Apesar da queda nas vendas registrada no mês de setembro, a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) aumentou levemente sua expectativa de crescimento em 2012 de 3% para 3,5%. Segundo Cláudio Conz, presidente da associação, a estimativa é de que o faturamento do setor dê um grande salto no último trimestre do ano, beneficiado pela demanda reprimida nos últimos meses.

"Acreditamos que há um crescimento represado. O que não aconteceu na última semana de setembro deve acontecer em outubro", afirmou Conz, referindo-se à greve bancária ocorrida no fim do mês passado, que atrapalhou a concessão de crédito para compra de materiais de construção. Por causa da greve, as vendas de materiais no varejo caíram 2,5% em relação a agosto, além de acumular queda de 2,5% ao longo de 2012, segundo informou a Anamaco.

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"Temos de ir muito bem em outubro e novembro para poder chegar à projeção de 3,5%. Temos de crescer acima de 7% no trimestre para conseguir", disse. "Mas agora não é previsão, é torcida", afirmou.

Conz atribuiu a expectativa positiva à melhora na oferta de crédito nos últimos meses, por meio de linhas de financiamento com taxas e prazos mais atrativos ofertadas no mercado. "Esses fatores permitem a torcida por um resultado mais positivo até o fim do ano", disse.

Mesmo com boas expectativas, Conz pondera que o setor pode enfrentar um novo tropeço em outubro caso os consumidores de materiais de construção troquem a reforma ou a ampliação de suas casas pela compra de um carro novo, já que no fim deste mês acaba a prorrogação do IPI reduzido para veículos. "Muita gente depende do IPI reduzido para comprar carro. Então, pode ser que ocorra um desvio de consumo (para o setor de veículos)", avaliou.

O diretor adjunto do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Walter Sacca, disse nesta terça-feira que "é muito provável" que o emprego industrial paulista feche o ano de 2012 com mais demissões do que contratações. Já no mês que vem, segundo o empresário, o índice de emprego acumulado de 12 meses, que hoje está com alta de 0,16%, deverá cair para 0%.

Para Sacca, é necessário esperar os efeitos das medidas de desoneração da folha de pagamentos, anunciadas pelo governo em abril, a queda da taxa básica de juros e a apreciação do câmbio, o que deve acontecer, segundo ele, a partir de outubro. "Economia não é borboleta que sai voando, e sim um elefante, que vai bem devagar", disse após o anúncio do nível de emprego na indústria paulista na sede da Fiesp.

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Por causa da demora para que essas mudanças cheguem à economia, o diretor espera um crescimento mais acelerado do País só em 2013. E apesar dos dados negativos do emprego industrial de São Paulo e resultados negativos na produção da indústria em todo o País, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fiesp mantém suas previsões de crescimento econômico do Brasil entre 2,6% e 2,8%.

Juros e câmbio

Walter Sacca disse que na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 29 e 30 de maio, o Banco Central (BC) deverá cortar a taxa Selic em 0,5 ponto porcentual. Segundo ele, a previsão é baseada nas declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, da presidente Dilma Rousseff, e do ministro Guido Mantega e também por acreditar que ainda existe espaço para reduções sem pressionar a inflação. "Existe um ambiente a favor da queda dos juros em razão da demanda baixa do exterior". Sobre o dólar, Sacca disse não saber se o câmbio se encontra hoje em uma situação de equilíbrio, mas afirmou "que está muito menos ruim do que era há alguns meses".

Setores

A indústria paulista de fabricação de coque, de produção de derivados do petróleo e de biocombustíveis foi o setor que apresentou o maior crescimento (8,3%) no nível de emprego em abril na comparação com março, informou nesta terça-feira a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Sobre abril de 2011, o crescimento foi de 17,6%. Em números absolutos, porém, o setor ficou atrás da indústria alimentícia em relação ao total de vagas criadas no mês, com a geração de 3.602 postos de trabalho, ante 12.676 do setor alimentício.

O nível de emprego na indústria de alimentos cresceu em abril ante março 3,5% e 6% sobre o mesmo mês de 2011. O setor de couro, artigos para viagem e calçados teve expansão de 1,4% (876 novas vagas) na comparação com março e 8% ante abril do ano passado. Já os setores que apresentaram o pior desempenho foram os de metalurgia (queda de 1,9% em abril ante março, ou saldo negativo de 1.563 empregos), de produtos de metal (recuo de 0,5% no mês e 1.097 empregos a menos), de equipamentos de informática e de produtos eletrônicos e ópticos (queda de 1,2% no período e saldo negativo de 876 vagas).

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