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A página no Facebook da associação Procure Saber, liderada pela empresária Paula Lavigne, compartilhou imagens da reunião que ocorreu na segunda-feira, 8, para discutir questões de direitos autorais e regulamentações na área de música. O encontro contou com a presença de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan, Anitta, Zezé di Camargo, Marisa Monte, entre outros.

A postagem também é composta por um texto de Caetano. Ele afirmou que "a associação está inteira, maior e com mais cara de futuro", depois de se envolver na polêmica das biografias no ano passado. O cantor disse que o tema "traumatizou o grupo em medida considerável". O que o Procure Saber quer levar à frente, ressalta ele, é o tema da redistribuição do direito autoral e questões trabalhistas e tributárias do segmento musical.

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"Fui na segunda-feira a uma reunião da APS, Associação Procure Saber. Isso não acontecia faz tempo. Acho que desde a confusão por causa das biografias (a diretoria vinha se reunindo e trabalhando mas os conselheiros não eram convocados - e eu sou um deles). Em primeiro lugar, é preciso dizer que essa história de que a Procure Saber é uma associação de medalhões é mais uma tolice da imprensa: lá estavam Ana Cañas e Erasmo Carlos, Gilberto Gil e Anitta, Jair Oliveira e Emicida, Djavan e Zezé de Camargo, Lucinha Araújo e Marisa Monte, Pretinho da Serrinha e Ana Carolina, Frejat e Simoninha, Max Viana e Tim Rescala, Xande de Pilares e Thiaguinho, Jorge Aragão e Nando Reis, Jorge Vercilo e Otto, Nelson Motta e Marcia Castro, Ana Jobim e Mosquito, Lenine e Carlinhos Brown, isso só para citar os nomes que me vieram à mente sem que eu parasse para pensar - além de empresários de artistas tão diferentes quanto Luan Santana, Bruno & Marrone, Ney Matogrosso, Sorocaba, Alexandre Pires, Milton Nascimento, Racionais MCs, Paralamas do Sucessos e Paula Fernandes, representada por sua mãe. Ouvi vários falarem e vi que a associação está inteira, maior e com mais cara de futuro. Ouvi do linchamento midiático que se seguiu à tentativa de levar a sociedade brasileira a enfrentar a questão das biografias como um problema a ser discutido. Todos lá sabem que eu nunca fui pela exigência de autorização para que biografias fossem publicadas, mas que prometi não atrapalhar - e até ajudar - meus amigos que não pensam assim. E que terminei descobrindo quantas razões eles tinham para ter a postura crítica da lei liberadora sumária que acabou sendo adotada. O tom histérico e muitas vezes desonesto da imprensa não tendo sido a menor dessas razões. Mas a turma da APS (diferentemente de mim) não quer mexer nesse tema, que a traumatizou em medida considerável. Pelo menos não agora. Quer ter fôlego para levar adiante a luta que herdou do GAP (o Grupo de Apoio Parlamentar, que conta com Leoni, Frejat, Sérgio Ricardo, Tim Rescala, Fernanda Abreu, Ivan Lins e tantos outros) de exigência de clareza por parte do ECAD. E de encarar os outros desafios: as questões trabalhistas; o problema tributário, quando o direito autoral, que é um bem móvel, é considerado um serviço ao pagar ISS; os métodos de pontuação. Fiquei sabendo que houve um encontro entre membros da Procure Saber e o ECAD. Houve quem dissesse que o ECAD recebeu os diretores da APS de portas abertas. Houve quem contestasse que o que houve foi apenas uma receptividade imposta ao ECAD pelas conquistas do GAP e da Procure Saber. Em ambas situações, a proximidade só aconteceu após a aprovação da nova lei. Também ouvi (de Carlinhos Brown) a pergunta sobre como chamar para dentro músicos e autores da Bahia, do Pará ou do Mato Grosso do Sul. Lembrei-me que ouvi de músicos cariocas, pessoal avisado, que a grande distribuição que se seguiu ao acordo fechado entre o ECAD e as grandes redes de TV (Globo sobretudo) era prova de que o ECAD funciona bem. Contei que tinha argumentado com esses músicos que isso se devia à ação da Procure Saber - mas que não encontrei receptividade em meus interlocutores, que ainda pareciam ter pouca confiança na associação. O fato é que a APS, seguindo os passos do GAP e trazendo-o para dentro de si, foi quem provocou a distribuição pelo ECAD de cerca de R$ 800 milhões em acordos que se arrastavam por anos entre o escritório de arrecadação e empresas como Globo, Sky e NET. Esses acordos, que antes pareciam impossíveis, aconteceram depois da vitória da APS no Congresso. Afinal, a lei é de agosto e os acordos foram fechados depois. É importante salientar que hoje membros da nossa diretoria, como Dudu Falcão que integra a ABRAMUS, estão participando ativa e internamente das sociedades arrecadadoras, fazendo com que os debates aconteçam com mais frequência e as formas de distribuição sejam mais justas. Fui ouvido e minha história (que se referia a bons músicos que, no entanto, não representam a maioria da classe nem indicam sua tendência em questões de direitos) parece ter influenciado o conselheiro Gilberto Gil, que sugeriu que membros da APS escrevessem emails e posts em suas redes sociais esclarecendo esses fatos. É o que estou fazendo aqui"

Em meio às polêmicas sobre biografias não autorizadas, Roberto Carlos, por meio do seu empresário, Dody Sirena, enviou um e-mail aos integrantes do grupo Procure Saber informando seu desligamento da associação na noite desta terça (5). Roberto, que moveu uma ação em 2007 contra o jornalista e historiados Paulo César de Araújo, autor de Roberto Carlos em detalhes, já havia se mostrado mais flexível sobre o assunto em entrevista ao Fantástico no fim do mês passado. 

O Procure Saber, formado por artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque, se baseia nos artigos 20 e 21 do Código Civil Brasileiro, de 2002. O artigo 20 determina que o uso da imagem de uma pessoa pode ser proibido ou gerar a "indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais". Já o artigo 21 dispõe que "a vida privada da pessoa natural é inviolável".

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Confira o e-mail na íntegra. 

"Caros amigos do Procure Saber,

Este ano ainda não encerrou e vejo quantos movimentos interessantes aconteceram para os artistas brasileiros. Demos um grande passo com o Ecad e trouxemos à tona o tema biografias/privacidade. Falamos sobre direitos e, como administradores/empresários dos maiores nomes da música brasileira, sabemos que no futuro tudo isso será uma grande referência de um movimento coletivo, como outros que estes ícones já participaram. Interessante lembrar que a tropicália e as guitarras andaram em calçadas diferentes, que a imprensa anunciava que a MPB não gostava da Jovem Guarda, e com o tempo todos se uniram no mesmo pensamento.

Caminhamos bastante, divergimos algumas vezes, mas acredito que podemos nos ver como uma seleção de futebol onde os grandes craques se reúnem para defender o país e depois voltam para os seus times. Roberto conversou muito comigo em função dos últimos acontecimentos.  Não é bem assim o nosso jeito de trabalhar, somos mais discretos, afinal defendemos também a privacidade no sentido profissional.

Concluímos que neste momento é importante continuar o trabalho que iniciamos há muitos anos sobre biografias, independente de estarmos em uma associação ou grupo.  Portanto, a partir de agora, fiquem à vontade com o andamento do Procure Saber sem a presenca direta do Roberto. O comitê criado na última reunião na Urca para atender as biografias continuará atuando de forma intensa apenas em nome do Roberto, já que Dr Marco Antonio Campos, Dr Antonio Carlos Almeida/Kakay, Dra Fernanda Gutheil e Dra Ana Paula Barcelos, são profissionais de sua equipe.

Gostaria de sugerir que o Procure Saber nomeie representantes para falar em nome do grupo quanto a liberação das biografias e em defesa da privacidade, principalmente no Congresso Nacional, em razão do pronunciamento coletivo e do comunicado oficial.  Sempre que outros assuntos surgirem com tema coletivo, se Roberto entender que a pauta vai ao encontro aos seus pensamentos, considerem sua adesão. Como exemplo, a pronta e efetiva participacao dele no caso do autoral/Ecad e nos futuros desdobramentos com órgão regulador, como já discutimos em outras ocasiões, bem como as questões trabalhistas e a plataforma digital.

Foi muito importante termos participado deste grupo e desejamos boa sorte para os próximos passos.

Com respeito e admiração por cada um de vocês,

 

Dody Sirena".



Em vídeo divulgado na noite de ontem, 29, na internet, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Gilberto Gil, artistas do grupo Procure Saber, reforçaram a crença no "direito à privacidade e à intimidade", mas disseram que nunca quiseram exercer "qualquer censura" contra biógrafos. "Queremos, sim, garantias contra ataques, excessos, mentiras, aproveitadores", disse Gil.

O vídeo assinala um abrandamento na opinião do grupo que, liderado por Paula Lavigne e integrado ainda por artistas como Caetano Veloso e Chico Buarque, provocou polêmica ao se opor ao projeto de lei, atualmente no Congresso, que derruba a necessidade de autorização prévia para a publicação de biografias. No domingo, 27, em entrevista ao Fantástico, Roberto Carlos já havia se colocado a favor da lei, mas com "ajustes", mas sem especificar quais seriam eles.

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O vídeo divulgado ontem também não é claro no que diz respeito a como seria possível fazer conviver o direito à privacidade com o direito à livre expressão. "Não é uma decisão fácil, mas ela passa por um juízo íntimo e julgamos ter o direito de saber o que de privado, de particular, existe em cada um de nós", disse Roberto Carlos, secundado por Erasmo: "Esse ponto não podemos delegar a ninguém além de nós."

Ao mesmo tempo, porém, Erasmo se colocou de forma clara contra a censura prévia. "Se nos sentirmos ultrajados, temos o dever de buscar nossos direitos, sem censura prévia, sem a necessidade de que se autorize por escrito quem quer falar de quem quer que seja."

Roberto Carlos disse confiar "que o sistema judicial há de encontrar uma maneira de conciliar o direito constitucional à privacidade com o direito também fundamental de informação".

Gilberto Gil também negou que o Procure Saber defenda a proibição de livros. Para ele, "o exercício do direito à intimidade não significa exercer censura". "Ao contrário, é um fortalecimento do direito coletivo. Só existiremos enquanto sociedade se existirmos enquanto pessoas. Quando nos sentimos invadidos, julgamos que temos o direito de nos preservar e de certa forma preservar a todos que de alguma maneira não têm, como nós, o acesso à mídia, ao judiciário, aos formadores de opinião."

Gil falou ainda da natureza do trabalho do artista, "que passa a vida a tentar interpretar os sentimentos das pessoas"; foi seguido, no tema, por Roberto Carlos, que aproveitou para mandar recado aos biógrafos. "Passamos a vida a falar de amor e do amor, e nem por isso nos tornamos experts no assunto."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Conhecido pelo seu estilo de não ter “papas na língua” quando quer dar sua opinião, Alceu Valença fez duras críticas em sua conta no Facebook sobre a questão das biografia encampada pelo grupo Procure Saber, formado pelos músicos Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Erasmo Carlos, Djavan e Roberto Carlos.

“Definitivamente, a questão não é financeira. A ideia de royalties para os biografados ou herdeiros me parece imoral. Falem mal, mas me paguem…(?) é essa a premissa???”, declarou Alceu, que completou em seguida: “Nem tudo pode se resumir ao vil metal! Com todo o respeito pelas opiniões contrárias, este é o meu posicionamento. Viva a democracia!”.

De acordo com produtora Paula Lavigne, presidente da diretoria e porta-voz do grupo Procure Saber, a intenção da entidade é batalhar para que seja mantida a exigência de autorização prévia para a comercialização dos livros.

Confira abaixo o pronunciamento de Alceu, na íntegra:

Pare, repare, respire, reveja, revise sua direção… Eu compus essa letra para o disco Maracatus, Batuques e Ladeiras, que lancei em 1994. Desde ontem, um assunto tomou conta dos meus pensamentos. No fim da manhã, recebi um telefonema de uma jornalista que solicitava minha posição acerca da polêmica que vem acontecendo em torno da autorização ou não de biografias. Como já estava na hora de buscar meu filho no colégio, pedi para ela me ligar à tarde. Dali em diante, fiquei remoendo o assunto e aguardando seu novo contato, o que não veio a acontecer.

A questão não é simples. Pesei costumes e comportamentos. Refleti sobre o tempo e a história. Considerei valores e conceitos. Cheguei a uma conclusão que envolve 4 pontos essenciais:

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Ética. O assunto até parece démodé, mas deveria estar intrinsecamente no centro de diversas situações que vivemos hoje em dia. Inclusive, neste caso. Óbvio que o conceito é subjetivo e, até, utópico. No entanto, sem a sua prática, o desequilíbrio é evidente. Fala-se muito em biografias oportunistas, difamatórias, mas acredito que a grande maioria dos nossos autores estão bem distantes desse tipo de comportamento. Arrisco em dizer que cerceá-los seria uma equivocada tentativa de tapar, calar, esconder e camuflar a história no nosso tempo e espaço. Imaginem a necessidade de uma nova Comissão da Verdade daqui a uns 20 anos…

Assim entramos em outro conceito, igualmente amplo, delicado e precioso: liberdade de expressão. Aliás, tão grandioso que deveria estar na frente de qualquer questão. O que é pior: a mordaça genérica ou a suposta difamação?

Eficiência e celeridade processual são princípios que devemos reivindicar para garantia dos nossos direitos. Evitar a prática de livros ofensivos e meramente oportunistas através do Poder Judiciário é uma saída muito mais eficaz e coerente com os fundamentos democráticos.”                 

O grupo pernambucano Mombojó divulgou na internet o novo clipe da música Procure Saber que faz parte do novo álbum 11º Aniversário. A banda que há alguns anos residem em São Paulo, retrata no vídeo sua nova fase em terras paulistanas. O clipe foi gravado em parceria com o diretor Vitor Salerno e tem composição de Felipe S., o vocalista da banda, e o músico Marcelo Campello, antigo integrante do Mombojó. 

Confira o clipe:

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