Tópicos | reajuste do Bolsa Família

De passagem pelo Recife, nesta sexta-feira (17), a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) classificou a gestão do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) como “um governo de homens brancos, ricos e velhos”. Participando de um ato organizado pelo Comitê Feminino das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, intitulado de “mulheres pela democracia e contra a violência”, a petista foi incisiva nas críticas direcionadas ao ex-aliado e voltou a dizer que era “madeira de lei que cupim não rói”.

Alertando que a gestão peemedebista quer “desmantelar” as conquistas e direitos coletivos, Dilma Rousseff disse que Temer lidera um governo “provisório, ilegítimo, usurpador”. “É um governo de homens brancos, ricos e velhos. Como é possível um governo sem mulheres, negros e a representação dos movimentos? Como é possível um país com esta diversidade cultural, o primeiro gesto é acabar com o Ministério da Cultura? Não basta voltar atrás. O primeiro passo é a denúncia das verdadeiras intenções que eles têm e querem”, frisou. 

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De acordo com a Dilma Rousseff, a equipe econômica atual é pautada pela “mesquinharia”. “Eles não pagaram o reajuste do Bolsa Família de 9% que tínhamos deixado os recursos e aprovado todas as condições para ser pagos. Isso custa menos de R$ 1 bilhão. Ao mesmo tempo eles aumentam o déficit, para o povo pobre deste país R$ 1 bilhão é muito, para os ricos R$ 56 bilhões é pouco. Não pagar o reajuste é uma mesquinharia, é mostra o verdadeiro intuito deste governo provisório e interino que é reduzir o máximo que puder o direito dos brasileiros”, observou.

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Convocando as mulheres e os militantes dos movimentos sociais para “lutar no Senado, nas ruas e em todas as instituições”. “Não é necessário apoiar o meu governo, mas a democracia”, cravou. Em um tom mais descontraído a petista dançou ciranda no palco, soltou beijos, puxou gritos de guerra e fez coraçãozinho para o público. 

Repetindo o discurso feito no evento que participou mais cedo na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a petista disse que Temer está “tentando encurtar o caminho do poder passando por cima do voto popular e do povo” com o processo de impeachment em tramitação no Senado Federal. “Tem gente que diz que este governo é de salvação nacional, mas é de salvação para a pele deles”, ressaltou. “Impeachment é na verdade uma tremenda injustiça. Poucas são iguais a condenação de uma pessoa inocente. Esta é uma característica, rompem com a democracia ao condenar uma pessoa inocente”, acrescentou.

De acordo com a organização, cerca de 20 mil pessoas participaram do ato na Praça do Carmo. Vestidos, em sua maioria, de vermelho os militantes vez ou outra gritavam palavras de ordem e pediam “volta querida”. Além dos movimentos feministas, membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE), do Movimento Sem Terra (MST) e da Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado de Pernambuco (Fetape) participaram do evento. 

Com atrasos, entra as autoridades apenas a presidente afastada discursou. A deputada estadual Teresa Leitão (PT), a deputada federal Luciana Santos (PCdoB) e os senadores Armando Monteiro (PTB) e Humberto Costa (PT) que estavam na lista dos que falariam ao público não discursaram. 

A previsão de que a presidente Dilma Rousseff (PT) pretende anunciar medidas populares, como o reajuste do Bolsa Família, antes de que o processo de impeachment seja votado no Plenário do Senado causou insatisfação entre os parlamentares de oposição. Analisando a possibilidade, o deputado federal Mendonça Filho (DEM) afirmou, nesta quinta-feira (28), que a eventual gestão do vice-presidente Michel Temer (PMDB) vai enfrentar “dias difíceis” para reorganizar a economia federal. 

“Viveremos tempos difíceis para arrumar o tamanho do rombo deixado por esses 13 anos de PT, mas é preciso começar a arrumar a casa, controlar a dívida, para que possamos baixar os juros, recuperar a credibilidade de nossa economia, para voltar a gerar empregos”, projetou Mendonça. O parlamentar é um dos nomes cotados do DEM para assumir o comando de um ministério de Temer. 

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Sob a ótica do democrata, o clima de “derrota eminente” tem levado Dilma Rousseff a assinar medidas que promovem uma “farra fiscal”. “O Brasil já tinha superado esse tipo de política, comum no passado. Depois da Lei de Responsabilidade Fiscal, essa prática foi praticamente extinta. Dilma e o PT não respeitam a Lei, aliás estão sendo impedidos por isso, e vão apostar tudo na velha estratégia do marketing: anunciar mentiras, que depois não serão cumpridas”, observou.

 

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