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Sem representantes na única Assembleia Legislativa do Brasil sem mulheres, movimentos feministas do Mato Grosso do Sul prometem um protesto diferente. O "Calcinhaço da Democracia" vai acontecer nesta terça-feira (3). A intenção é chamar a atenção para as pautas das mulheres na casa e repudiar a fala de integrantes da casa contra o carnaval. 

O movimento é organizado por grupos feministas e integrantes do PSOL e PT através das redes sociais. Além de chamar atenção para as pautas das mulheres a manifestação também é um ato de repúdio a fala, em tom crítico, de alguns deputados durante o carnaval.  

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"Tem que respeitar também os direitos daqueles que professam a sua fé. E as cenas que foram apresentadas ali foram terríveis, degradantes. Pessoas urinando em frente ao culto. teve mulheres que atiraram calcinha", argumentou na ocasião o Professor Rinaldo do PSDB na tribuna da Casa. 

Foi a partir desta fala que o movimento cresceu e tomou forma. O deputado que apesar de ter afirmado que jogaram até calcinha, disse não ter presenciado a cena. Janice Andrade advogada e envolvida no movimento "Calcinhaço da Democracia" afirmou a Folha de São Paulo que defende o lazer gratuito do cidadão: "Usaram uma sessão inteira para criticar o carnaval sob a alegação de ter encontrado uma calcinha que ninguém viu, em frente a uma igreja". O grupo deve estender um varal de calcinhas na Assembleia Legislativa.

De passagem pelo Recife, nesta sexta-feira (17), a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) classificou a gestão do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) como “um governo de homens brancos, ricos e velhos”. Participando de um ato organizado pelo Comitê Feminino das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, intitulado de “mulheres pela democracia e contra a violência”, a petista foi incisiva nas críticas direcionadas ao ex-aliado e voltou a dizer que era “madeira de lei que cupim não rói”.

Alertando que a gestão peemedebista quer “desmantelar” as conquistas e direitos coletivos, Dilma Rousseff disse que Temer lidera um governo “provisório, ilegítimo, usurpador”. “É um governo de homens brancos, ricos e velhos. Como é possível um governo sem mulheres, negros e a representação dos movimentos? Como é possível um país com esta diversidade cultural, o primeiro gesto é acabar com o Ministério da Cultura? Não basta voltar atrás. O primeiro passo é a denúncia das verdadeiras intenções que eles têm e querem”, frisou. 

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De acordo com a Dilma Rousseff, a equipe econômica atual é pautada pela “mesquinharia”. “Eles não pagaram o reajuste do Bolsa Família de 9% que tínhamos deixado os recursos e aprovado todas as condições para ser pagos. Isso custa menos de R$ 1 bilhão. Ao mesmo tempo eles aumentam o déficit, para o povo pobre deste país R$ 1 bilhão é muito, para os ricos R$ 56 bilhões é pouco. Não pagar o reajuste é uma mesquinharia, é mostra o verdadeiro intuito deste governo provisório e interino que é reduzir o máximo que puder o direito dos brasileiros”, observou.

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Convocando as mulheres e os militantes dos movimentos sociais para “lutar no Senado, nas ruas e em todas as instituições”. “Não é necessário apoiar o meu governo, mas a democracia”, cravou. Em um tom mais descontraído a petista dançou ciranda no palco, soltou beijos, puxou gritos de guerra e fez coraçãozinho para o público. 

Repetindo o discurso feito no evento que participou mais cedo na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a petista disse que Temer está “tentando encurtar o caminho do poder passando por cima do voto popular e do povo” com o processo de impeachment em tramitação no Senado Federal. “Tem gente que diz que este governo é de salvação nacional, mas é de salvação para a pele deles”, ressaltou. “Impeachment é na verdade uma tremenda injustiça. Poucas são iguais a condenação de uma pessoa inocente. Esta é uma característica, rompem com a democracia ao condenar uma pessoa inocente”, acrescentou.

De acordo com a organização, cerca de 20 mil pessoas participaram do ato na Praça do Carmo. Vestidos, em sua maioria, de vermelho os militantes vez ou outra gritavam palavras de ordem e pediam “volta querida”. Além dos movimentos feministas, membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE), do Movimento Sem Terra (MST) e da Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado de Pernambuco (Fetape) participaram do evento. 

Com atrasos, entra as autoridades apenas a presidente afastada discursou. A deputada estadual Teresa Leitão (PT), a deputada federal Luciana Santos (PCdoB) e os senadores Armando Monteiro (PTB) e Humberto Costa (PT) que estavam na lista dos que falariam ao público não discursaram. 

Por Rodrigo Rigaud

Representantes de movimentos feministas se reuniram com centenas de pessoas na última sexta-feira (6), no ato que partiu do Parque 13 de Maio e atravessou em passeata a Avenida Conde da Boa Vista, se encerrando na Praça do Derby, no Centro do Recife. Os manifestantes cobraram do governo medidas emergenciais para o julgamento de agressores enquadrados na Lei Maria da Penha. “Desde o estabelecimento da  Lei (Maria da Penha), apenas 40% dos agressores de mulheres forem julgados. Essa impunidade incita ainda mais a violência”, afirmou Sílvia Dantas, do Fórum das Mulheres.

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Para Priscila Cordeiro, da Marcha Mundial das Mulheres, o dia internacional que marca a luta feminina por direitos, neste domingo (8), não deve apenas ser comemorado. “Eu acho que mais do que comemorar esse dia, a gente precisa continuar lembrando a sociedade o quão díspare ela ainda é. As mulheres continuam ganhando menos dos que os homens, enquanto ocupam os mesmos cargos, continuam sendo tratadas e vistas como objetos, pela mídia, pelo público em geral, e continuam não tendo o direito de escolher o que fazem com seus próprios corpos. É isso que a gente precisa lembrar nesse dia”, declarou. 

Confira todos os detalhes do ato feminista no vídeo:

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