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O Banco Central injetou US$ 3 bilhões no mercado de câmbio nesta quinta-feira (5), mas a moeda americana fechou novamente em alta, a 12ª consecutiva, atingindo patamares inéditos. No mercado comercial, o dólar à vista terminou a quinta-feira com valorização de 1,56%, a R$ 4,6515, novo recorde histórico. O exterior negativo, com renovados temores sobre os efeitos negativos para a economia do coronavírus, que hoje teve a primeira transmissão confirmada no Brasil, a perspectiva de corte mais pronunciado de juros aqui e a frustração com a estratégia do BC para o câmbio explicam a piora do real, segundo profissionais de câmbio. No ano, o dólar já sobe 16% e o real tem o pior desempenho em uma lista de 34 moedas fortes e emergentes.

No início da noite, o BC anunciou outro leilão extra para esta sexta-feira, de US$ 2 bilhões. A instituição começou o dia fazendo um leilão extraordinário de swap (venda de dólar no mercado futuro) e anunciando o outro, mas não conseguiu segurar a disparada da moeda americana, que na máxima foi a R$ 4,6670. No começo da tarde, anunciou a terceira oferta, também sem muito efeito. Desde após o carnaval, quando o nervosismo do mercado cambial cresceu, a instituição já injetou US$ 5,5 bilhões via swap, mas operadores acham que seria necessário uma estratégia mais agressiva da instituição, anunciando por exemplo um programa mais amplo de intervenção.

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Há também a interpretação de que o comportamento recente do câmbio é um sinal do mercado ao BC de que os juros não deveriam cair mais, pelo menos no curto prazo, como avalia o gestor e sócio-diretor da TAG Investimentos, Dan Kawa.

O estresse maior no dólar vem ocorrendo desde a terça-feira, após o BC divulgar na noite de segunda-feira um comunicado inesperado em que sinalizava cortes de juros para lidar com o coronavírus. "É claro que a incerteza no mercado mundial está colocando pressão nas moedas de emergentes. Contudo, o real está particularmente pressionado e tem tido o pior desempenho nos emergentes", avalia a analista de moedas em Frankfurt do banco alemão Commerzbank, You-Na Park-Heger. Para a analista, esta pressão adicional no real tem relação com a estratégia do BC para a política monetária. "Com a publicação do comunicado extraordinário, o BC abriu a porta para cortes adicionais de juros." Além disso, a recuperação lenta e frágil do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ajuda a pressionar ainda mais o câmbio, ao realimentar expectativas de mais cortes de juros. "A expectativa é que a tendência de piora do real continue."

Na tarde de hoje, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que "não tem nada de errado no câmbio", lembrando que o regime cambial do Brasil é flutuante. Ele reconheceu, porém, que a "flutuação do câmbio está num nível mais alto".

Apesar da pressão maior sobre o câmbio, verificada principalmente nos meses de agosto e novembro, a desvalorização do real em 2019 foi menor que a de várias moedas de países emergentes. Levantamento feito pelo Estadão/Broadcast com base em 44 moedas negociadas no mercado à vista mostra que o real foi apenas a nona moeda (entre as de emergentes) que mais perdeu valor ante o dólar americano.

Até o fechamento de sexta-feira (27), o dólar à vista acumulou alta de 4,50% ante o real em 2019 no mercado internacional. No mesmo período, a moeda americana subiu 58,85% em relação ao peso argentino e 16,29% ante o peso uruguaio. Mesmo em relação a divisas conversíveis, como a coroa sueca, o dólar apresentou valorização superior ao visto em relação ao real.

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O movimento de alta do dólar no exterior esteve ligado a fatores como o crescimento da economia americana, acima da média de outros países, e a guerra comercial entre Estados Unidos e China.

No Brasil, o câmbio também foi influenciado ao longo de 2019 pelas idas e vindas da reforma da Previdência no Congresso e, no segundo semestre, por fatores técnicos. Com a Selic (a taxa básica de juros) nos menores níveis da história - atualmente, em 4,50% ao ano - tornou-se vantajoso para diversas multinacionais quitarem dívidas no exterior e se refinanciarem no Brasil.

Pagamentos

Com isso, a partir de agosto essas companhias intensificaram um movimento de busca por dólares, para o pagamento dos compromissos em outros países. A Petrobras liderou esse movimento, mas outras multinacionais também passaram a realizar o que o Banco Central chamou de "pré-pagamento" de dívidas.

Para fazer frente à maior demanda por dólar, o BC passou a realizar, no fim de agosto, leilões diários de moeda americana. Simultaneamente, a instituição promovia operações de swap cambial (reverso e tradicional), o que permitiu aos agentes interessados trocar posições compradas em dólar no mercado futuro pela moeda americana à vista - aquela que, de fato, era demandada pelas empresas.

Essa dinâmica reduziu a volatilidade no câmbio, mas para alguns analistas também evitou que a cotação do dólar recuasse de forma mais intensa ante o real - algo que ocorreria se os leilões fossem apenas de venda à vista de dólares, sem os swaps.

O fato é que, com as atuações no mercado, o BC evitou uma pressão. Tanto que, após ter subido 8,71% ante o real em agosto, pela cotação spot do mercado internacional, o dólar ficou praticamente estável em setembro (+0,27%) e recuou em outubro (-3,26%).

Em novembro, surgiu nova pressão para o câmbio, devido ao resultado do leilão de petróleo do pré-sal ter ficado abaixo do esperado pelo mercado. Em dezembro, o movimento arrefeceu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O mercado de câmbio teve uma terça-feira agitada, com o dólar renovando máximas históricas e o Banco Central anunciando dois leilões não programados no mercado à vista, movimento que não acontecia desde agosto. Declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, falando que o dólar alto era a nova realidade no Brasil, contribuíram para o estresse e a moeda americana chegou a encostar em R$ 4,28 logo pela manhã. O dia também foi marcado pelo rebalanceamento da carteira teórica do índice do Morgan Stanley Capital Internacional (MSCI), que provocou vendas de ações na Bolsa e retirada de recursos do país, com fundos mundiais fazendo os últimos ajustes para se adequarem. O dólar à vista fechou em alta de 0,61%, a R$ 4,24.

A intervenção inesperada do BC hoje no câmbio repete o movimento feito pela autoridade monetária no dia 27 de agosto, dia em que também houve rebalanceamento da carteira do MSCI. Naquele dia, o dólar chegou a R$ 4,20 e após a operação do BC, a moeda cedeu. Hoje, ao contrário, o dólar mostrou força ao logo de todo dia e renovou máximas mesmo após a primeira intervenção, pouco depois das 11 horas. Na segunda intervenção, às 15h30, após ser negociado a R$ 4,23, acelerou a alta para R$ 4,25. Pela tarde, foi o silêncio de Guedes sobre o câmbio que causou desconforto no mercado.

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O economista em Nova York para América Latina do grupo financeiro ING, Gustavo Rangel, avalia que a intervenção do Banco Central no mercado de câmbio faz sentido para limitar a volatilidade e dar liquidez. Mas a dúvida é que se não é um movimento apenas pontual, pois é dia de rebalanceamento do MSCI, e o BC pode estar apenas facilitando a saída para o investidor que está se ajustando à nova carteira.

Rangel ressalta ainda que as declarações de Guedes, dadas ontem à noite em Washington, causaram "ruídos", porque abrem espaço para interpretações sobre a política de intervenção do BC no câmbio, com o risco de irem além do que o ministro quis dizer, observa o economista. Rangel avalia que Guedes tem interpretação correta sobre os movimentos no câmbio e os juros baixos no Brasil, assim como o ministro disse, são um dos principais fatores por trás do real mais enfraquecido. Guedes disse não haver "nenhum problema" com o dólar alto no Brasil e que era a realidade de uma economia com juros mais baixos.

Para o sócio da Mauá Capital e ex-diretor do BC, Luiz Fernando Figueiredo, a ação do BC hoje no câmbio coloca por terra a ideia de que o governo gostaria de um dólar mais alto. Para ele, o discurso de ontem do ministro da Economia, assim como declarações anteriores do presidente do BC, Roberto Campos Neto, deram a impressão ao mercado de que o governo gostaria de ver a moeda norte-americana mais elevada. "A intervenção põe por terra essa ideia."

O economista do ING, prevê o dólar fechando o ano em R$ 4,20. No ano que vem, pode cair mais, terminando 2020 em R$ 3,80, mas isso vai depender de o Produto Interno Bruto (PIB) crescer mais. Para ele, um PIB mais robusto atrairia capital externo para o Brasil e o economista espera que isso ocorra no ano que vem, quando prevê avanço de 2,6% para a economia.

O real teve nesta quarta-feira o melhor desempenho ante o dólar considerando uma cesta de 34 moedas. A aprovação da reforma da Previdência, com o governo conseguindo derrubar os destaques hoje que pudessem reduzir ainda mais o impacto fiscal das medidas, fez a divisa americana bater mínimas. Também agradou a declaração do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, de que vai tentar manter o calendário estabelecido para votação do texto em segundo turno, embora admita atraso de uma semana. No mercado à vista, o dólar encerrou em queda de 0,68%, a R$ 4,1337, o menor valor em dez dias.

Apesar da desidratação da reforma da Previdência no Senado, com economia fiscal caindo para R$ 800 bilhões, profissionais do mercado ressaltam que o número está acima do que se esperava quando o texto chegou ao Congresso. Naquele período, as estimativas do mercado variavam de impacto fiscal entre R$ 500 bilhões a R$ 700 bilhões. Há ainda a expectativa de que a PEC paralela, que deve incluir Estados e municípios nas medidas, aumente o impacto fiscal.

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O economista e presidente da Veedha Investimentos, Rodrigo Tonon Marcatti, ressalta que, mesmo com a desidratação o resultado foi positivo e se considerar a PEC paralela, a economia fiscal pode voltar para a casa do R$ 1 trilhão. O executivo ressalta que a tramitação do texto no Senado causou estresse, porque o mercado esperava que a aprovação fosse ser rápida e sem perda fiscal, mas na prática houve atrasos e desidratação.

Após a divulgação da aprovação final, o dólar foi a mínima do dia, a R$ 4,13069 (-0,75%). A moeda americana vinha caindo aqui desde o início da tarde, acompanhando o movimento do dólar no mercado internacional e monitorando as discussões da Previdência. No exterior, o dólar recuou tanto ante divisas fortes como emergentes, ainda embalado por temores de uma piora mais acentuada que o esperado da economia mundial. Pela manhã, subiu a R$ 4,1825 em meio ao temor de nova desidratação na Previdência ao longo da quarta-feira, o que acabou não ocorrendo.

Um dos eventos que podem mexer com o mercado internacional de moedas é a reunião no dia 10 entre Washington e Pequim para discutir um acordo comercial. O executivo da Veedha Investimentos ressalta que os dois países vão chegar ao encontro pressionados a buscar um acordo, por conta da piora recente de indicadores de atividade e da intenção de Donald Trump de tentar a reeleição.

O real foi a moeda que mais perdeu valor nesta terça-feira, 23, perante o dólar entre 34 divisas, em dia que a moeda dos Estados Unidos ganhou força no mercado global e operadores relataram saídas de capital externo do Brasil. A moeda americana subiu ante divisas de países fortes e emergentes após Washington fechar acordo para suspender o teto da dívida americana até 2021 e autoridades sinalizarem avanço das conversas comerciais entre a China e os Estados Unidos. O dólar à vista fechou em alta de 0,92%, a R$ 3,7728, nível mais alto desde o último dia 9.

Com a agenda local novamente fraca e as mesas de câmbio aguardando os eventos dos próximos dias, que inclui o anúncio de medidas de estímulo do governo para a economia e a reunião de política monetária do Banco Central Europeu, foi o mercado internacional que guiou as cotações do dólar aqui. A moeda americana chegou a operar em R$ 3,74 na mínima do dia, pela manhã, mas um movimento de saída de recursos acelerou a compra de dólares e levou a moeda para as máximas, em R$ 3,7763.

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"Sem o político, o mercado está se guiando pelo exterior", ressalta o gerente da mesa de câmbio da corretora Tullet Prebon, Italo Abucater. "Com o recesso no Congresso, perdemos também o volume de negócios", acrescenta. Hoje, a liquidez aumentou um pouco, mas ainda ficou abaixo da média de pregões normais. No mercado futuro, o giro estava em US$ 15 bilhões até às 17h15, ante US$ 18 bilhões da média. A expectativa é que o volume volte a crescer na semana que vem, quando vencem os contratos futuros de dólar de agosto e é definido o referencial Ptax do mês. No mercado à vista, o giro foi de somente US$ 712 milhões.

No mercado doméstico, a inflação fraca do mês, medida pelo IPCA-15 divulgado hoje, e que veio abaixo do esperado, também acabou influenciando as mesas de operação de câmbio. Ao reforçar a aposta de corte mais forte de juros, a avaliação dos operadores é que o real pode ser tornar uma moeda ainda menos usada para o chamado "carry trade" (tomar dinheiro em país de juro baixo e aplicar em país de juros alto). "O BC vai cortar os juros em 0,50 pontos", prevê o economista para América Latina da Pantheon Macroeconomics, Andres Abadia, ao comentar os dados do IPCA-15.

O Bank of America Merrill Lynch revisou as projeções para o câmbio e espera que o dólar fique agora em R$ 3,70 no final deste ano, se mantendo neste nível em 2020. Antes, o banco esperava a moeda americana em R$ 3,80 e 3,90 para este ano e no próximo. Menos incerteza sobre o cenário doméstico, bancos centrais cortando juros na economia mundial e a expectativa de várias ofertas de ações no Brasil devem elevar a entrada de dólares no país, fortalecendo o real. Já a aprovação da reforma da Previdência está precificada nas cotações. Para o real se valorizar mais, é preciso progresso em outras frentes, destaca o banco em relatório nesta terça-feira.

Em meio à agenda escassa, o Índice Bovespa encontrou fôlego para uma alta moderada, retomando o patamar dos 104 mil pontos. A expectativa de liberação de recursos do FGTS continuou a impulsionar ações de setores ligados ao consumo, incluindo bancos. O cenário externo também deu contribuição positiva, com reforço na expectativa de corte de juros nos Estados Unidos. Ao final do pregão, o principal índice de ações da B3 teve alta de 0,83%, aos 104.716,59 pontos.

A paralisação da tramitação da reforma da Previdência, por conta do recesso parlamentar, continua a ser apontada como fator a desestimular uma evolução importante do mercado de ações. Também seria o motivo para a saída de recursos externos da Bolsa, que segue firme, contrariando algumas previsões. Na última terça-feira, 16, os estrangeiros retiraram R$ 759,3 milhões da B3, levando o acumulado de julho a um saldo negativo de R$ 1,7 bilhão.

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Para Vitor Miziara, gestor da Criteria Investimentos, o recesso parlamentar faz com que a reforma da Previdência deixe de ser um "driver" nesta segunda quinzena de julho, o que leva o investidor estrangeiro a evitar o mercado nesse período. "Os recursos que estão saindo da Bolsa não estão deixando o País. Eles estão em conta corrente, à espera da retomada da reforma", afirma. Para o gestor, há expectativa por divulgação de novas medidas de estímulo econômico, com poder de influenciar o mercado como um todo, e não apenas alguns setores, como acontece desde a notícia da liberação de recursos do FGTS.

No cenário internacional, o destaque do período da tarde foi a fala do presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, que vota nas reuniões de política monetária da instituição. No discurso, considerado "dovish" (suave), o dirigente regional falou da necessidade de uma ação rápida dos bancos centrais em caso de estresse e comentou sobre "manter juros baixos por mais tempo" em quadros adversos da economia. As declarações trouxeram as bolsas de Nova York do terreno negativo para o positivo e contribuíram para o Ibovespa firmar-se em alta. Na máxima do dia, o índice atingiu 104.773,05 pontos (+0,88%).

Na análise por ações, destaque para ações do setor de commodities, com Petrobras ON e PN registrando perdas de 1,09% e 0,61%, enquanto Vale ON recuou 0,19%. Nos dois casos, as quedas foram influenciadas pela queda dos preços do petróleo e do minério de ferro. Nos dois casos, pesaram preocupações com um possível impasse nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China, que levem a uma redução da demanda global. O Iconsumo (ICON), que reúne 53 ações de consumo, teve alta de 1,09%.

O dólar voltou a cair nesta quarta-feira, 17, após subir nos dois primeiros dias da semana. A moeda americana aqui operou em linha com o exterior, dia de enfraquecimento do dólar no mercado internacional após dados fracos do mercado imobiliário americano. Com o noticiário doméstico fraco, esta quarta foi mais um dia de baixo volume de negócios no mercado de câmbio. O dólar à vista fechou em queda de 0,28%, a R$ 3,7604.

Notícias de que o governo prepara medidas para estimular a economia tiveram repercussão positiva em certo papéis na Bolsa, mas no mercado de câmbio foram apenas monitoradas, sem maiores efeitos nas cotações. Por isso, o dólar pouco oscilou hoje, indo da casa dos R$ 3,7555, na mínima do dia, a R$ 3,7680, na máxima.

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O operador de câmbio da CM Capital, Thiago Silêncio, avalia que o dólar deve continuar com essa tendência e ao redor dos R$ 3,75 enquanto o Congresso estiver de recesso e não houver maiores novidades sobre a reforma da Previdência. Assim, notícias externas têm potencial de influenciar muito mais as cotações, ressalta ele. As férias no Brasil e no exterior contribuem para limitar a liquidez.

Hoje, o giro no mercado futuro foi de US$ 12,7 bilhões, abaixo da média de US$ 18 bilhões de dias normais. O dólar futuro recuou 0,16%, para R$ 3,7670. No mercado à vista, o volume de negócios somou apenas US$ 980 milhões.

O fluxo de capital externo hoje foi fraco, segundo operadores, com investidores internacionais já antecipando nos últimos dias os aportes para a oferta de ações do IRB Brasil Re, que será precificada nesta quinta-feira. A demanda dos papéis já superou 1,2 vezes o tamanho da oferta (R$ 8,5 bilhões), segundo a Coluna do Broadcast.

Após subir forte ontem, o dólar teve dia de queda no mercado internacional, ante divisas de países desenvolvidos, como o euro, e alguns emergentes, como o México, Argentina, Rússia e Turquia. Dados do setor imobiliário vieram piores que o previsto e ajudaram a enfraquecer a moeda americana, enquanto prossegue a cautela dos investidores com a temporada de balanços corporativos e as conversas comerciais entre a China e os Estados Unidos. O DXY, índice que mede o dólar ante divisas fortes, cedia 0,18%.

O dólar teve nesta sexta-feira, 12, o quinto dia seguido de queda e acumulou baixa de 2,09% na semana, a maior desvalorização semanal desde maio. A crescente perspectiva de corte de juros nos Estados Unidos, que enfraqueceu a moeda americana no exterior, e o otimismo com o avanço da reforma da Previdência, mesmo com a demora na votação dos destaques, contribuíram para a queda. Com isso, o real foi a moeda com melhor desempenho esta semana ante o dólar entre uma lista de 35 emergentes. Em julho, a divisa americana recua 2,7% e, no ano, perde 3,3%.

As declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, esta semana no Congresso dos EUA, praticamente confirmaram que haverá corte de juros este ano, o que fez o dólar cair tanto ante divisas fortes, como o euro, como perante emergentes. Os estrategistas do Société Générale ressaltam que a dúvida agora do mercado financeiro é se a redução será de 0,25 ponto porcentual ou de 0,50. "O Fed está caminhando em direção a um ciclo de flexibilização monetária", ressaltam nesta sexta-feira.

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Influenciado pela queda do dólar no exterior, a moeda americana aqui teve comportamento destoante de outros ativos, como o Ibovespa e os juros futuros, que mostraram mais cautela em meio à demora para votar os destaques da reforma e a possibilidade de a votação no segundo turno ficar para agosto. Já o Credit Default Swap (CDS), um termômetro do risco-país, era negociado a 127 pontos-base na tarde de hoje, bem abaixo do nível que começou o mês, 150 pontos.

No câmbio, os investidores seguem otimistas com o avanço da reforma da Previdência. "No Brasil, a dinâmica da reforma parece estar se fortalecendo", afirma o estrategista de moedas do Scotiabank, Shaun Osborne, ressaltando ainda que o dólar tem se enfraquecido no exterior. Operadores reportaram entrada de fluxo externo nesta sexta-feira, em parte recursos para a oferta pública de ações da resseguradora IRB Brasil Re na semana que vem, que pode render R$ 8,5 bilhões.

Hoje, na mínima do dia, o dólar bateu em R$ 3,7304, valor que segundo operadores atraiu compradores da moeda americana e pressionou as cotações para cima. Na máxima, o dólar foi a R$ 3,76. Esses profissionais, porém, veem tendência de dólar em queda pela frente, se os juros de fato caírem nos EUA e as reformas avançarem aqui.

O mercado de câmbio teve um dia volátil nesta quinta-feira, 11, mas acabou fechando com a quarta queda consecutiva, ainda influenciado pelo exterior e perspectiva positiva com a reforma da Previdência, apesar da demora para a votação dos destaques na Câmara. A moeda americana caiu ante a maioria dos emergentes hoje, com os agentes apostando em corte mais forte de juros nos Estados Unidos. Aqui, o dólar à vista fechou em baixa de 0,15%, a R$ 3,7510.

O dólar acumula queda de 2,4% este mês e o real é a moeda com que mais se valoriza em julho, em uma lista de 34 divisas. Mesmo com as quedas recentes, estrategistas de moedas veem tendência de a baixa do dólar continuar. O Morgan Stanley vê a moeda recuando para R$ 3,65 com a aprovação da Previdência.

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"Vemos espaço para apreciação adicional do real", destaca o estrategista em Nova York para mercados emergentes do Crédit Agricole, Italo Lombardi, em relatório recomendando a aposta na moeda brasileira, que pode cair a R$ 3,65. "Temos sido otimistas com os ativos brasileiros desde que retornamos de uma recente viagem ao Brasil. A agenda de reformas tem progredido bem."

Inicialmente nesta quinta-feira, a dificuldade de votação dos destaques na Câmara causou certa apreensão nas mesas de câmbio, mas segundo operadores, a visão é de que poucos devem passar e os aprovados devem ter impacto fiscal pouco relevante. O JPMorgan espera diluição adicional de R$ 27 bilhões no impacto fiscal, por conta do abrandamento das regras para policiais e para aposentadorias das mulheres.

"Não vejo razão para pessimismo com os destaques", afirma o sócio e gestor da Absolute Invest, Roberto Serra. Para ele é possível que o dólar teste níveis perto de R$ 3,70 nos próximos dias se a reforma seguir avançando. Ele ressalta ainda que o otimismo com a Previdência vem em paralelo ao exterior mais positivo, com os agentes esperando um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

No mercado doméstico, na mínima do dia, o dólar caiu a R$ 3,73. Operadores comentam que investidores, como tesourarias de bancos e fundos de investimento, aproveitaram a baixa cotação para comprar a moeda e também recompor parte de posições defensivas nos mercados futuros, que haviam sido reduzidas nos últimos dias. Com isso, o dólar passou a subir, chegando a R$ 3,76 na máxima do dia.

Na contramão do fortalecimento da moeda americana no exterior, o dólar caiu ante o real nesta terça-feira, 9, e furou o piso de R$ 3,80, encerrando os negócios em queda de 0,59%, a R$ 3,7858. Sem a referência das negociações com dólar futuro, já que a B3 esteve fechada por conta do feriado da Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo, o mercado de câmbio teve um dia atípico e de baixa liquidez. A taxa Ptax fechou em R$ 3,7858, em queda de 0,54% em relação ao fechamento de segunda-feira, em R$ 3,8065.

Investidores seguem atentos às negociações para votação da reforma da previdência, que pode ser iniciada ainda hoje na Câmara dos Deputados. O presidente Jair Bolsonaro disse que espera aprovação da reforma em primeiro e segundo turno até sábado. Mais cedo, o líder da oposição na Casa, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou que a oposição vai usar o chamado "kit obstrução" para convencer parlamentares a votarem contra o texto.

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No exterior, o dólar avançou em relação à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. O índice DXY - que mede o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes - apresentou alta moderada.

O diretor superintendente da corretora Correparti, Jefferson Rugik, não acredita que o dólar abaixo de R$ 3,80 tenha "vindo para ficar". No front interno, Rugik lembra que ainda há "todo o desenrolar da votação da Previdência" em primeiro e segundo turno na Câmara. "E temos amanhã o discurso do presidente do Fed (banco central americano), que pode comentar sobre a política monetária e dar pistas sobre os próximos passos da instituição", afirma Rugik.

O real se descolou de outras moedas emergentes e ganhou força ante o dólar nesta segunda-feira, 8, dia em que a moeda americana subiu no mercado financeiro internacional ante divisas de países desenvolvidos e outros como África do Sul, Turquia, Índia e Colômbia. O otimismo com a possível votação da reforma da Previdência ainda esta semana pela Câmara animou os investidores e fez o dólar operar todo o pregão em queda. O dia, porém, foi de poucos negócios no mercado de câmbio, por causa do feriado em São Paulo nesta terça-feira. O dólar à vista fechou em queda de 0,26%, a R$ 3,8081.

Declarações de membros do governo e do Congresso animaram os investidores sobre as perspectivas da reforma da Previdência. A líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse que acredita que a reforma será aprovada em dois turnos na Câmara até sexta-feira. A parlamentar acredita que o placar vai mostrar "um pouco mais" de 340 votos a favor.

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"Há uma chance maior de votação da Previdência antes do começo do recesso parlamentar, em 18 de julho, na medida em que parece haver um amplo entendimento entre os legisladores sobre a necessidade da reforma", observam os estrategistas do JPMorgan nesta segunda-feira. "A reforma da Previdência está pronta para aprovação na Câmara", destacam os analistas do Goldman Sachs, observando que o texto precisa ser aprovado em duas votações. "A primeira destas duas pode ocorrer esta semana."

O sócio e diretor de investimentos da gestora Tag Investimentos, Dan Kawa, avalia que há "sinais positivos" de aprovação antes do recesso, mas observa que há "probabilidade elevada" de parte dessa aprovação já estar nos preços dos ativos. "Mas acredito na continuidade de um bom desempenho estrutural dos ativos do Brasil passada a reforma", destaca ele, ressaltando que os obstáculos para uma melhora ainda maior seguem no cenário exterior, sobretudo por causa da desaceleração da economia mundial.

No mercado internacional, o dólar subiu perante divisas fortes, como o euro e a libra, e da maioria dos emergentes ainda refletindo a visão de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) vai cortar os juros em ritmo menos intenso do que o esperado. A razão é que a economia americana ainda mostra força, sobretudo após os dados melhores que o esperado do mercado de emprego dos Estados Unidos em junho. O peso mexicano e o real ficaram entre as poucas moedas que se valorizaram ante o dólar nesta segunda.

O dólar teve o terceiro dia seguido de alta e fechou com valorização de 0,29%, a R$ 3,8554, o nível mais alto desde 18 de junho. As mesas de câmbio monitoraram de perto hoje o noticiário da reforma da Previdência e o dia acabou sendo de volatilidade. A moeda americana abriu em queda e chegou a recuar à tarde, mas acabou não sustentando o movimento, em meio à cautela com as discussões políticas para votar a reforma em Brasília. No exterior, o dólar teve comportamento misto, caindo perante divisas fortes e alguns emergentes, como o México e Argentina, mas subindo ante outros pares do Brasil, como Colômbia e Turquia.

Mais cedo, notícias dizendo que a leitura do voto complementar do relator da reforma na comissão especial, Samuel Moreira (PSDB-SP), poderia ficar para amanhã, estressaram o mercado e o dólar chegou a tocar máximas de R$ 3,88. Na avaliação de operadores, se houvesse esse adiamento, aumentaria a chance de a votação do texto no plenário da Câmara ficar para agosto. Pela tarde, com a confirmação por líderes partidários de que a voto seria lido hoje mesmo, o dólar chegou a engatar queda, e bateu mínimas, a R$ 3,81, mas a prudência acabou prevalecendo e o movimento não durou.

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"Hoje o dia só teve Previdência, ora com a expectativa de votação na Câmara antes do recesso, ora com previsão de votação só em agosto", destaca o responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem. Se o texto ficar de fato para ser votado no plenário em agosto, ou seja, na volta do recesso parlamentar, ele acredita que o dólar pode testar níveis acima dos R$ 3,90 nos próximos dias.

No exterior, a euforia inicial com a trégua comercial acertada entre China e Washington, acertada na reunião do G-20 no final de semana, não se repetiu hoje e o dólar teve comportamento misto no mercado financeiro internacional.

Os estrategistas do banco espanhol BBVA destacam que prevalecem as crescentes preocupações com a desaceleração da economia mundial e também pesaram as ameaças de Donald Trump de taxar produtos europeus. "O dólar ficou misto com o enfraquecimento da euforia pós-G-20", ressalta o banco de investimento americano Brown Brothers Harriman (BBH). Nesse ambiente, é crescente a expectativa pelos dados de junho do mercado de trabalho americano, que saem na sexta-feira e podem consolidar as apostas de corte ou não de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

O dólar chegou a operar nesta segunda-feira, dia 1º, em R$ 3,81, atingindo os menores níveis desde o final de março, por conta do otimismo gerado pela trégua na tensão comercial acertada no final de semana entre os Estados Unidos e a China em reunião às margens da reunião do G-20 no Japão. Mas a queda da moeda americana perdeu força, em meio à cautela dos investidores com a reforma da Previdência, que terá a leitura do voto do relator nesta terça-feira na comissão especial da Câmara e possível votação das medidas no dia seguinte. Com isso, o dólar à vista acabou fechando em leve alta de 0,10%, cotado em R$ 3,8441.

Pela manhã, o dólar caiu forte no mercado internacional, ante divisas fortes e de emergentes, por conta dos reflexos da reunião entre o presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping. Mas a moeda americana passou a subir perante divisas como o euro e a libra, após a divulgação de indicadores econômicos mostrando fraqueza da atividade econômica dos EUA e ainda a leitura de que um acordo comercial final entre EUA e China vai levar tempo. "A retomada do diálogo entre os dois países é uma boa notícia, mas devemos permanecer cautelosos com a expectativa de se alcançar um acordo final", alertam os estrategistas do banco francês Société Générale.

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O diretor de tesouraria de um banco brasileiro destaca que parte da expectativa da trégua acertada entre EUA e China já havia sido incorporada nos preços do dólar aqui e no exterior na semana passada. Por isso nesta segunda o impacto foi menor e os investidores aproveitaram para realizar lucros na parte da tarde, com o foco se voltando para a reforma da Previdência. Com isso, investidores aproveitaram a moeda americana a R$ 3,81 e foram às compras, disse ele.

Na Previdência, uma das dúvidas que persistem é se Estados e municípios serão incluídos. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem reunião nesta terça-feira com governadores do Nordeste para discutir o assunto e falou hoje que a votação deve ocorrer entre quarta e quinta-feira. A S&P Global Ratings avalia que a situação financeira dos governos subnacionais está muito deteriorada e precisa de uma solução.

Na avaliação do diretor de ratings soberanos para as Américas da S&P, Joydeep Mukherji, o avanço da Previdência é necessário para as coisas começarem a se mover no Brasil. "Mas a reforma não é suficiente", disse em conferência nesta terça, destacando que o governo precisa avançar em outras frentes para acelerar a economia, que incluem privatizações, reforma tributária e melhora do ambiente de negócios.

O dólar fechou junho com queda de 2,17%, a segunda maior de 2019, atrás apenas de janeiro, quando a moeda americana recuou 5,4%. A semana agitada para o mercado de câmbio terminou com um dia mais calmo nesta sexta-feira, 28, sessão em que o dólar pouco oscilou, mesmo com a disputa entre investidores pela definição da Ptax de junho, referencial usado em contratos cambiais de empresas e em balanços. Na semana, o dólar acabou subindo apenas 0,40% e no primeiro semestre, caiu 0,80%.

O dólar fechou a sexta-feira em leve alta de 0,18%, a R$ 3,8404. O dia foi de noticiário esvaziado, mas mesas de câmbio operaram no final da tarde com certa prudência, no aguardo de eventos importantes do final de semana. O mais esperado é a reunião neste sábado (29) entre o presidente dos Estados Unidos Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping, para tentar resolver a questão comercial entre as duas maiores economias do mundo.

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No aguardo da reunião, o dólar era negociado praticamente estável ante divisas fortes, com o índice DXY recuando 0,02%. Perante emergentes, a moeda americana operava mista, mas também com oscilações mais contidas. "Com a deterioração das relações comerciais entre os EUA e a China causando estragos nos mercados globais, todos os olhos estão voltados para a cúpula Trump-Xi deste fim de semana na reunião do G-20", destaca a economista da corretora norte-americana Stifel, Lindsey Piegza.

O que for definido na reunião de sábado deve ser decisivo para os movimentos do dólar no mercado internacional na segunda-feira, com impacto direto aqui. Entre os analistas, persistem dúvidas sobre os resultados. "Não fiquem tão entusiasmados", alertam os estrategistas do grupo financeiro canadense Scotiabank. Para os economistas da consultoria inglesa Capital Economics, qualquer trégua entre Trump e XI Jinping acertada no Japão "não deve durar" por muito tempo. Mas caso um acordo seja fechado neste sábado, no curto prazo os mercados podem reagir positivamente, observam.

No mercado doméstico, as atenções também estão voltadas para a reforma da Previdência na comissão especial, com a leitura do relatório prevista para a próxima terça-feira (2). O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem mostrado confiança que o texto vai ser votado no plenário da casa antes do recesso parlamentar, o que tem ajudado a acalmar os mercados.

Em junho, foi a perspectiva de avanço da Previdência aliada à redução da tensão comercial entre China e Estados Unidos que ajudou o dólar a cair, após ter ultrapassado os R$ 4,10 em maio. "Esperamos que uma boa versão da reforma seja aprovada no Congresso no terceiro trimestre", ressalta o estrategista do banco francês Société Générale, Dev Ashish.

O dólar recuou contra as principais rivais, estendendo a tendência de baixa alimentada pelas previsões de relaxamento monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e pressionado por indicadores da economia americana. O índice do dólar DXY, que mede a divisa contra uma cesta de outras seis fortes, chegou a tocar o menor nível desde 22 de março.

No fim da tarde em Nova York, o dólar ficava estável a 107,33 ienes, o euro avançava a US$ 1,1377 e a libra tinha ganho a US$ 1,2745. O índice DXY fechou em queda de 0,46%, a 96,220 pontos, recuando 1,38% na comparação semanal.

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O tom "dovish" sinalizado pelo Fed nesta semana colocou o dólar numa tendência de queda e "escureceu o sentimento" sobre a moeda americana, pontua o analista sênior de mercado da Western Union, Joseph Marimbo. Para o economista, "a percepção de que os EUA têm maior poder de fogo monetário do que o Banco Central Europeu (BCE) e outros bancos centrais pairam sobre o dólar como uma grande vulnerabilidade".

A moeda americana foi fortemente pressionada, ainda, pelo recuo ao menor nível em mais de nove anos do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) preliminar de junho dos EUA, que elevou, para o mercado, o argumento para que o Fed corte juros em breve.

Além do recuo do dólar, o euro foi favorecido nesta sexta-feira por indicadores de atividade econômica da zona do euro que superaram projeções do mercado, alimentando esperanças de um adiamento no relaxamento monetário do Banco Central Europeu (BCE), avalia a diretora-geral de estratégias de câmbio da BK Asset Management, Kathy Lien.

"No mercado de câmbio, as moedas são guiadas pelos últimos eventos", explica Lien. "Enquanto o BCE mencionou cortes de juros pela primeira vez há algumas semanas, a virada mais recente veio do Fed."

Já a libra, embora tenha avançado ante o dólar, teve seu ganho limitado pelo crescente risco de um Brexit sem acordo, afirma Marimbo. A perspectiva de eleição do ex-ministro das Relações Exteriores Boris Johnson para primeiro-ministro do Reino Unido fortalece o cenário de saída da União Europeia (UE) de forma desordenada e prejudicial à economia britânica.

Além dos EUA, economias fortes como a Inglaterra e o Japão também sinalizaram chances crescentes de relaxamento monetário ao longo da semana, o que tende a beneficiar moedas de países emergentes. O dólar recuou 1,23% ante o peso argentino e 0,07% contra o peso mexicano nesta sexta-feira.

O dólar encerrou o pregão desta segunda-feira, 17, praticamente no zero a zero em meio à expectativa de investidores pelas decisões de política monetária aqui e nos Estados Unidos na quarta-feira, 19, e à avaliação de que a reforma da Previdência caminhará na Câmara a despeito da nova leva de atritos no campo político. Afora uma alta mais forte no meio da tarde, quando correu até a máxima de R$ 3,9244, na esteira de interpretações equivocadas de declarações do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o dólar trabalhou o restante do dia sem grandes sobressaltos e encerrou o pregão a R$ 3,8995, (+0,01%).

Segundo o diretor operacional da B&T Corretora, Marcos Trabbold, o mercado já incorporou tanto as notícias positivas em relação à reforma da Previdência, após a apresentação do parecer do relator na comissão especial, Samuel Moreira (PSDB-SP), na semana passada quanto a nova onda de tensão no ambiente político, com as rusgas entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Parece que agora acabou o fôlego para um lado e para o outro", diz Trabbold, ressaltando que o dólar tende a ficar girando ao redor de R$ 3,90 se não houver novidades em relação à reforma.

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Por ora, a leitura nas mesas de operação é que o pedido de demissão do presidente do BNDES, Joaquim Levy, e as críticas de Guedes aos parlamentares não abalam as expectativas de votação da reforma no plenário da Câmara ainda antes do recesso parlamentar. A postura de Maia de atacar o governo, a quem classificou de uma "usina de crises", mas garantir o apoio à tramitação da reforma tranquilizaria os investidores.

Nesta segunda-feira, em evento do setor de etanol, em São Paulo, o ministro da Casa Civil tentou esfriar os ânimos ao elogiar o parecer de Samuel Moreira e relativizar as criticas de Guedes.

Trabbold ressalta que houve um alvoroço no meio do pregão com a fala do ministro Onyx de que "em poucas semanas teremos uma solução importante" na questão da Previdência. Essa frase teria sido interpretada como o lançamento de uma nova proposta, quando o ministro apenas reiterou a expectativa de avanço da reforma no plenário da Câmara até meados de julho. "Tirando essa questão do Onyx, que não era nenhuma novidade, o dólar operou muito de lado", disse.

Sem novidades no front doméstico capaz de ditar o rumo do dólar, os investidores preferiram não fazer apostas mais contundentes, em meio à expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). A safra indicadores econômicos aquém do esperado nos Estados Unidos, como a queda do índice Empire State de atividade industrial na região de Nova York (de 17,8 em maio para -8,6 em junho), alimenta a visão de que o Fed pode sinalizar um corte de juros neste ano - o que tende a enfraquecer o dólar e carrear recursos para emergentes. No exterior, a moeda americana avançou em relação à libra, mas apresentou ligeira queda na comparação com o euro. Em relação a divisas de emergentes e exportadores de commodities, o desempenho foi misto, com alta em relação ao rand sul-africano e queda ante peso mexicano, por exemplo.

O dólar ficou bem próximo da estabilidade diante de uma cesta de divisas fortes, nesta quinta-feira, 13. O iene foi apoiado pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio, enquanto a libra, por sua vez, chegou a ganhar força com notícias do processo de escolha do próximo líder do Partido Conservador do Reino Unido, que será consequentemente o próximo primeiro-ministro do país.

No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 108,37 ienes, o euro caía a US$ 1,1275 e a libra tinha baixa a US$ 1,2676. O índice DXY, que mede o dólar em relação a uma cesta de outras moedas principais, subiu 0,01%, a 97,013 pontos.

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No Reino Unido, o ex-prefeito de Londres e ex-secretário de Relações Exteriores britânico Boris Johnson recebeu 114 dos 313 votos dos conservadores com vagas na Câmara dos Comuns, no processo de escolha do sucessor da premiê Theresa May no comando do partido. Com isso, Johnson parece confirmar o favoritismo dele na disputa. Diante da notícia, a libra chegou a virar para território positivo, mas depois disso oscilou e chegou ao fim da tarde em Nova York em baixa modesta.

Além disso, o aumento das tensões no Oriente Médio, em meio a relatos de ataques contra dois petroleiros, apoiou a busca por moedas consideradas mais seguras nesses contextos, como o iene e o franco suíço.

Entre as moedas emergentes e commodities, o dólar australiano recuou, após dados do mercado de trabalho da Austrália reforçarem a expectativa de um corte de juros mais adiante pelo banco central local. No fim da tarde em Nova York, o dólar australiano caía a US$ 0,6916, de US$ 0,6928 no fim da tarde de quarta.

O peso argentino, por sua vez, se fortaleceu em dia de relatório de inflação ao consumidor do país. O índice de preços ao consumidor da Argentina avançou 3,1% em maio ante abril, quando a previsão dos analistas ouvidos pela Trading Economics era de alta de 3,2%. Na comparação anual, contudo, houve alta de 57,3% em maio, com a inflação anual no maior patamar desde a crise de 1992 no país. O dólar recuava a 43,5177 pesos, de 43,7023 pesos no fim da tarde de quarta.

Ainda entre as notícias do setor, o uso do euro se fortaleceu nas transações internacionais em 2018 e no início deste ano, segundo relatório do Banco Central Europeu (BCE). A moeda única foi escolhida como uma das fontes de reservas globais em 20,7% dos estoques no fim do ano passado, uma alta de 1,2 ponto porcentual em relação ao patamar de um ano antes.

O real voltou a se valorizar nesta quinta-feira, 6, acompanhando a desvalorização do dólar no exterior, sobretudo ante moedas fortes, e com as mesas monitorando questões políticas domésticas. Após bater em R$ 3,90 durante os negócios de quarta, a moeda americana terminou em R$ 3,8831, com queda de 0,30%. Nos últimos 13 pregões, o dólar só fechou em alta em quatro deles e profissionais do mercado acreditam que, na ausência de choques locais ou externos, a moeda pode testar níveis perto de R$ 3,80 ou até abaixo nos próximos dias.

As declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, de que os juros na zona do euro vão ser mantidos por mais tempo e podem até cair, fortaleceram o euro e a libra e provocaram queda do dólar ante outras moedas fortes. Entre emergentes, o dólar operou misto, mas caiu ante pares do real, como o peso mexicano e o colombiano. Na mínima do dia, pela manhã, em meio à entrevista de Draghi, a moeda americana caiu a R$ 3,85. Os estrategistas do banco holandês ABN Amro Nick Kounis e Aline Schuiling destacam que Draghi sinalizou claramente a possibilidade de adoção de estímulos monetários adicionais. "Corte de juros e mais compras de ativos foram explicitamente colocados na mesa", ressaltam eles.

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No mercado doméstico, o dia já começou com investidores mais otimistas após o Senado aprovar na manhã desta quinta o marco legal do saneamento, que sinaliza andamento da agenda legislativa. Já na parte da tarde, as mesas monitoraram o Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento sobre as privatizações, se vão precisar ou não de autorização prévia do Congresso. Na expectativa pelo desfecho, o dólar futuro para julho ficou perto da estabilidade.

Para o operador da Advanced Corretora de Câmbio, Alessandro Faganello, os mercados monitoraram ainda as discussões sobre a retirada ou não de Estados e municípios da reforma da Previdência. O noticiário político tem tido peso forte nas definições das cotações do dólar, ressalta ele.

No exterior, as atenções se voltam na manhã desta sexta-feira (7) para a divulgação do relatório mensal de emprego dos Estados Unidos ("payroll"). O Goldman Sachs espera a criação de 195 mil vagas e taxa de desemprego de 3,6%. Um ritmo de abertura menor que o esperado pode novamente reforçar as apostas de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e enfraquecer o dólar no mercado financeiro.

O dólar teve novo dia de queda, com o real operando descolado de várias divisas de países emergentes nesta quarta-feira, 29. Pela primeira vez desde o último dia 15, a moeda americana fechou abaixo de R$ 4,00. Novamente a queda do dólar aqui é atribuída por profissionais de câmbio à melhora do ambiente político em Brasília, o que aumenta a percepção de que o governo começa de fato a se articular com o Congresso e aumenta a aposta de aprovação da reforma da Previdência sem tanta turbulência. Um fluxo grande de entrada hoje, segundo operadores, por operações de comércio exterior, também contribuiu para o recuo. O dólar à vista fechou em baixa de 1,18%, a R$ 3,9759, a menor cotação desde o dia 10.

Nos últimos dias, o dólar vinha encontrando dificuldade de cair abaixo de R$ 4,00, que havia se transformado em um nível de resistência para a baixa. Mas hoje logo pela manhã este patamar foi rompido, com as mesas de câmbio repercutindo a aprovação pelo Senado ontem à noite da Medida Provisória 870, que reorganiza os ministérios e mantém o Coaf com o ministério da Economia, mantendo a decisão da Câmara, conforme havia pedido Jair Bolsonaro. Além disso, ontem, os Três Poderes anunciaram que vão fechar um pacto para a retomada do crescimento econômico.

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"A perspectiva agora é que a reforma da Previdência ande com mais rapidez", avalia o superintendente de câmbio da corretora Intercam Jaime Ferreira, falando dos recentes eventos políticos, que deixaram os investidores mais otimistas com o cenário após um período de turbulência, que levou o dólar a superar os R$ 4,10.

O economista-chefe do grupo financeiro holandês ING, Gustavo Rangel, acredita que o dólar pode cair ao patamar de R$ 3,40 se a reforma da Previdência for aprovada, o que ele espera que aconteça mais no final do ano, provavelmente em novembro. "A agenda legislativa continua avançando, apesar da instabilidade política." Por enquanto, Rangel destaca que a tendência é que a moeda americana fique no intervalo de R$ 3,90 a R$ 4,10. Apesar da melhora recente, a expectativa é que o ambiente político permaneça sujeito a reveses, o que deve contribuir para manter a moeda volátil pela frente.

No exterior, o dólar subiu ante divisas fortes, como o euro, e perante emergentes como Rússia, Índia e Indonésia. Ao mesmo tempo, caiu perante o peso mexicano, colombiano e argentino. O dia no exterior foi marcado pelo aprofundamento da inversão das curvas de rendimento dos títulos do Tesouro americano (de 3 meses e 10 anos), que são um prenúncio de uma recessão nos Estados Unidos, destacam os estrategistas do banco Brown Brothers Harriman (BBH).

O dólar voltou a subir, após acumular queda de 2,07% na semana passada, seguindo a valorização nesta segunda-feira, 27, da moeda americana no mercado financeiro mundial, perante divisas fortes e de países emergentes, e influenciado também por fatores técnicos. O real ficou com o pior desempenho e foi a moeda que mais perdeu valor ante o dólar nesta segunda, dia marcado por baixo volume de negócios tanto aqui quanto no exterior por causa do feriado nos Estados Unidos e Londres. No final do pregão, o dólar à vista subiu 0,50%, para R$ 4,0354.

Por conta da baixa liquidez, profissionais de câmbio destacam que agentes que tinham compromissos em dólar e precisavam comprar a moeda nesta segunda, acabaram pressionando as cotações para cima. Por isso, o real acabou sendo a moeda que mais caiu ante a divisa americana. O índice DXY, que mede o comportamento da moeda perante uma cesta de divisas fortes, como o euro e a libra, subiu 0,14%.

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"O dólar aqui acompanhou hoje o mercado lá fora, mas com muito poucos negócios", destaca o operador da corretora Necton, José Carlos Amado. Por isso, ele observa que alguma operação pontual de compra de investidor com compromissos em dólar pode ter pressionado os preços para cima. No mercado futuro, o volume foi somente US$ 8 bilhões, menos da metade do giro de um dia normal. No mercado à vista, o giro somou somente US$ 625 milhões.

O Congresso retoma as atividades nesta terça-feira e o foco dos agentes novamente deve se voltar para a reforma da Previdência.

A segunda-feira foi de noticiário esvaziado no mercado doméstico, um dia após as manifestações pró-governo. A consultoria norte-americana de risco político Eurasia avalia que os atos em defesa de Jair Bolsonaro podem ser positivos para o avanço da reforma da Previdência. A casa vê chance de 80% de aprovação da reforma este ano.

Pesquisa da XP Investimentos com investidores institucionais, feita entre os dias 22 e 24, mostra que apesar dos ruídos políticos recentes, o mercado financeiro segue apostando na aprovação da reforma em 2019: 71% de investidores e gestores veem aprovação no quarto trimestre no Congresso, enquanto 19% estão mais otimistas e preveem aval das duas casas no terceiro trimestre.

Sem aprovação da Previdência, a visão é que o dólar pode testar níveis ao redor de R$ 4,50, segundo a pesquisa da XP. Já se o texto for aprovado, com impacto fiscal ficando na metade do previsto pelo governo, o dólar recuaria a R$ 3,90. No melhor cenário, se o governo conseguir aprovar com economia fiscal de R$ 1,2 trilhão, a moeda pode recuar para o patamar de R$ 3,60.

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