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Depois de 15 dias de "recesso branco" adotado pelo Congresso Nacional, que paralisou as sessões do Legislativo depois de um acordo informal entre os parlamentares, a agenda política voltará a ficar movimentada nesta semana. Além disso, a posse do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), irá acontecer nesta quinta-feira (3), em uma solenidade com 350 convidados.

O recesso legislativo irá se encerrar nesta segunda-feira (31). Na terça-feira, dia 1º de agosto, o primeiro dia de retorno dos congressistas, há depoimentos marcados nas três principais Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI's) em andamento. A CPMI do 8 de janeiro deve ouvir o ex-diretor-adjunto da Agencia Brasileira de Informação (Abin) Saulo Moura da Cunha. Já o general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI no governo Lula, foi convocado a depor como testemunha na CPI do MST e o ex-diretor executivo da Americanas Miguel Gutierrez foi intimado a comparecer na próxima sessão da CPI das Americanas.

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Zanin será empossado como ministro do STF

O advogado Cristiano Zanin Martins, 47, será empossado como o novo ministro do STF na quinta-feira. A cerimônia acontece após a indicação de Zanin ser aprovada pelo Senado Federal, por 50 votos a 18, no dia 21 de junho. O advogado atuou na defesa de Lula durante a Operação Lava Jato e poderá ficar na Suprema Corte até 2050, quando terá que se aposentar compulsoriamente ao atingir a idade limite de 75 anos.

O Regulamento Interno do STF prevê que, na sessão solene, Zanin se comprometa a realizar "bem cumprir" dos deveres do cargo, agindo em conformidade com a Constituição e as leis da República. Também será seguida a tradição do novo ministro ser levado ao plenário da Corte por Gilmar Mendes e André Mendonça, os magistrados que ocupam as suas cadeiras há mais e menos tempo, respectivamente.

Além dos outros ministros do STF, é previsto que o presidente Lula e o diretor-geral do STF, Miguel Ricardo de Oliveira Piazzi, participem da cerimônia e assinem o termo de posse de Zanin. O início da sessão está marcado para às 16h, no horário de Brasília.

STF volta a julgar descriminalização de drogas

Na agenda da semana do STF, está previsto que os ministros retomem, nesta terça-feira, 1º, o julgamento da inconstitucionalidade do uso da tese da legítima defesa da honra em casos de feminicídio. A votação já tem maioria formada para tornar a preposição inconstitucional.

Na terça, também está marcado o retorno do julgamento da descriminalização do porte de drogas. Os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Gilmar Mendes já votaram a favor de algum tipo de absolvição de penas por posse de entorpecentes. A Corte julga o tema desde 2015, quando a Defensoria Pública de São Paulo contestou a punição prevista especificamente para quem "adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal".

O recesso do STF iniciou no dia 2 de julho e vai ter fim nesta segunda-feira. Com isso, o Supremo decidiu suspender os prazos processuais - tempo em que é possível realizar ações durante um processo judicial - durante o este período, sendo automaticamente prorrogados a partir desta terça-feira (1º).

CPMI do 8 de janeiro volta

No primeiro dia de retorno dos parlamentares às sessões legislativas, na terça-feira há a previsão de depoimentos nas três principais CPI's instaladas no Congresso Nacional. Neste dia, às 9h (horário de Brasília), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro vai ouvir o ex-diretor-adjunto da Abin Saulo Moura da Cunha. Cunha direcionava o órgão de inteligência no dia 8 de janeiro, quando ocorreram os atos de vandalismo nos prédios das Praça dos Três Poderes.

Os parlamentares acreditam que o depoimento do ex-diretor vai ajudar a entender se a Abin emitiu, ou não, alertas sobre o risco de atentados contra o patrimônio público e autoridades nos dias anteriores ao 8 de janeiro.

A sessão da terça-feira será a primeira a ser realizada após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelar, a pedido da CPMI, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu R$ 17,1 milhões de reais em transferências bancárias por Pix entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho deste ano.

O Coaf também registrou que Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro e o último depoente a ser ouvido pela CPMI, recebeu depósitos de R$ 1,6 milhão entre junho de 2022 e maio de 2023. A expectativa é as informações presentes nos relatórios elaborados pelo conselho sejam comentadas pelos integrantes da comissão parlamentar.

G. Dias deve prestar depoimento na CPI do MST

Outro depoimento marcado para esta terça é a do general Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que irá depor, como testemunha, na CPI do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). A sessão está marcada para iniciar às 14h (horário de Brasília).

Na sexta-feira, 28, o ministro do STF André Mendonça negou o pedido de Dias para não comparecer ao depoimento. O ministro interpretou que, como o ex-chefe do GSI irá depor como testemunha, a sua ida à comissão era impositiva. Por outro lado, Mendonça garantiu o direito de permanecer em silêncio e da assistência de um advogado, além de certificar que o ex-ministro não pode ser "sofrer constrangimentos físicos ou morais" na CPI.

Os integrantes da comissão parlamentar convocaram G.Dias a depor para que ele possa relatar ações realizadas pela Abin "no monitoramento de invasões de terra ocorridas de 1º de janeiro até 2 de março de 2023". O ex-chefe do GSI interpretou o chamamento de outra forma, considerando que a sua intimação tinha como objetivo constrangê-lo "notadamente em virtude do que ocorrido nos atos do último dia 8 de janeiro".

CPI das Americanas

A partir das 15h da terça-feira, a CPI das Americanas deve ouvir o ex-diretor executivo da empresa Miguel Gutierrez, um dos investigados pelo escândalo de fraude com valores bilionários. Assim como no caso de G. Dias, o ministro do STF André Mendonça permitiu que Gutierrez permaneça em silêncio durante o depoimento, mas determinou a sua ida como testemunha à sessão.

Em seguida, a CPI deve ouvir o depoimento de Fábio da Silva Abrate, ex-diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas. Abrate é ligado a Gutierrez e foi afastado do seu cargo em fevereiro deste ano após a revelação das inconsistências contábeis na empresa.

Na quinta-feira, às 10h, está previsto que a CPI recolha o depoimento Francisley Valdevino da Silva, mais conhecido como o "Sheik das Criptomoedas". Em novembro de 2022, Valdevino foi preso preventivamente após ser acusado de chefiar um golpe com criptoativos que teria movimentado ilegalmente R$ 4 bilhões. No último dia 3 de julho, ele teve a liberdade provisória concedida pela 23º Vara Federal de Curitiba.

Na Câmara dos Deputados e no Senado, esta semana e a próxima vão passar em branco. Um acordo informal entre os parlamentares garantiu que não haverá sessões até o início de agosto. Não é uma pausa oficial, mas uma paralisação extraoficial, apelidada de "recesso branco". De acordo com a Constituição, o Congresso só pode entrar em recesso em julho caso as duas Casas Legislativas tenham votado a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o que não ocorreu neste ano, até agora.

Para o cientista político Rafael Cortez, professor do Instituto Brasileiro de Direito Público, pausas como essa auxiliam deputados e senadores a exercer outro papel relevante de suas funções: se aproximar das bases políticas estaduais. "Os parlamentares têm de lidar com essa dualidade: o exercício do mandato em Brasília e o diálogo com as bases, a quem eles estão ligados no Estado", afirmou Cortez. "A atividade legislativa não pode ser valorizada só pelo processo legislativo ordinário, mas também pela maneira como esse parlamentar participa na relação com suas bases", disse.

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Muitos parlamentares, porém, utilizam o recesso como férias. O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, viajou, antes mesmo do início do período de recesso branco, para o cruzeiro do cantor Wesley Safadão, que partiu dos Estados Unidos rumo às Bahamas.

O site de divulgação do "WS On Board Flórida" informa que "o cruzeiro mais animado do Brasil agora é o navio mais animado do mundo!", com destino à "Ilha do Safadão". O retorno estava programado para a quinta-feira passada.

ARCABOUÇO

A votação do projeto de lei do arcabouço fiscal é uma das que ficarão para agosto, no Senado. Segundo o relator da LDO, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), a demora em aprovar o arcabouço prejudicou a tramitação da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

O projeto que ficou conhecido como arcabouço fiscal substitui o teto de gastos do governo e, na prática, influencia a maneira como a União pode usar o dinheiro. Por isso, segundo parlamentares, não é possível analisar uma regra para o Orçamento de 2024 sem que, antes, seja finalizada a votação do arcabouço.

"Nós vamos ter que ter um tempo para fazer a LDO, não pode ser açodado. E a culpa não é minha. Desde abril, eu digo que a gente só pode votar a LDO depois que ver o arcabouço. O culpado é o Senado", disse o relator.

ESFORÇO

O recesso branco vem após um esforço concentrado por parte de Lira para aprovar pautas prioritárias do governo, como a reforma tributária e o projeto de lei que retoma o chamado "voto de qualidade" no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). No Senado, a votação da reforma tributária e a proposta do Carf também ficarão para o próximo mês.

O período pode afetar o trabalhos das comissões parlamentares de inquérito. A CPI do Movimento dos Sem Terra (MST) e a CPI Mista do 8 de Janeiro, por exemplo, só terão sessões na volta do recesso dos congressistas.

Em um começo de governo turbulento pela falta de articulação política com o Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a ajuda do repasse de emendas, garantiu a aprovação das principais medidas provisórias (MPs) que retomam programas caros ao PT, como o Bolsa Família e o Mais Médicos, e o avanço da reforma tributária.

Em alguns casos, a vitória veio a duras penas, como no caso da MP dos Ministérios, e exigiu que o governo abrisse diálogo para remanejar espaços para partidos do Centrão na Esplanada e em estatais. "Me parece que a gente encerra a atividade legislativa no primeiro semestre com o grupo político respondendo aos principais dilemas da agenda nesse primeiro semestre, o que não deixa de ser surpreendente, porque o ambiente político nas fileiras do Congresso é bastante turbulento", avaliou Tafael Cortez.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O plenário do Senado concluiu nesta quinta-feira (16) à tarde as votações da reforma política na Casa. Em sessão extraordinária, os senadores votaram os últimos três projetos da reforma, que começou a ser analisada da quarta-feira (15) à noite.

Além dos projetos da reforma, os senadores também aprovaram hoje requerimento estabelecendo o chamado recesso branco para as próximas duas semanas. Como o Congresso não votou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), Câmara e Senado não podem fazer o recesso constitucional oficialmente. Entretanto, o requerimento aprovado no Senado prevê que não haverás sessões deliberativas entre 20 e 31 de julho.

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O primeiro projeto a ser aprovado estabelece a proibição aos veículos de comunicação da contratação de institutos de pesquisa que já estejam prestando serviço para partidos políticos. O objetivo é disciplinar a contratação de pesquisas eleitorais e evitar o uso delas como manipulação eleitoral.

Os senadores também regulamentaram a divulgação de candidaturas. Pelo texto, a propaganda eleitoral só pode ocorrer após o dia 5 de julho do ano da eleição. A divulgação da candidatura antes disso pode gerar multa de até R$ 25 mil. As prévias partidárias poderão ser divulgadas em matérias jornalísticas, mas as emissoras de rádio e televisão não poderão transmiti-las em outra circunstância.

O artigo limitando os salários de correligionários contratados para trabalhar nas campanhas ficou para ser votado em agosto, porque os senadores não chegaram a consenso sobre ele. O texto prevê que os recursos do Fundo Partidário podem ser usados na manutenção das sedes e serviços do partido e limita o pagamento de pessoal a 70% do total recebido.

Os projetos aprovados seguem para análise da Câmara dos Deputados, onde já há acordo para que sejam analisados com rapidez. Da mesma forma, o Senado tem compromisso com os deputados de analisar com celeridade os projetos da reforma política da Câmara já votados pelos senadores. O objetivo é que as duas casas aprovem as matérias até setembro, de modo que elas tenham validade nas eleições municipais do ano que vem.

Além dos projetos da reforma, os senadores também aprovaram hoje requerimento estabelecendo o chamado recesso branco para as próximas duas semanas. Como o Congresso não votou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), Câmara e Senado não podem fazer o recesso constitucional oficialmente. Entretanto, o requerimento aprovado no Senado prevê que não haverás sessões deliberativas entre 20 e 31 de julho.

O Senado também vai entrar em "recesso branco" entre os dias 18 e 31 de julho. Sem a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que não deve ser votada até o fim desta semana, os parlamentares não podem sair de férias oficialmente. Contudo, os senadores também não terão compromissos obrigatórios na Casa nesse período e, dessa forma, vão driblar a norma constitucional que proíbe as férias sem a aprovação da lei que orienta o orçamento federal.

Apesar das tentativas de se esquivar, sem atribuir a nomenclatura "recesso branco" à ausência dos senadores no período, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse há pouco que as próximas sessões deliberativas no Senado só ocorrerão nos dias 5 e 6 de agosto, data acordada há pouco entre os líderes. "Recesso é quando paralisa o legislativo. Quando apenas se deixa de convocar ordem do dia (sessão de votação), o Congresso continua funcionando, as comissões podem se reunir e os parlamentares, fazer discursos no plenário", argumentou.

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Quem não comparecer à Casa nesse período terá sua falta registrada. Renan deixou claro que não pretende convocar outras sessões de votação até o fim das eleições, em outubro. "A necessidade de deliberar em pleno processo eleitoral pode nos levar para a zona cinzenta de votar matérias que não sejam do interesse nacional, ou que sejam entendidas por alguns setores como matérias demagógicas, que apenas dificultarão ainda mais a situação da economia", afirmou o senador.

Nas eleições deste ano, um terço do Senado vai se renovar. Parte dos parlamentares deve se licenciar do cargo. É o caso do candidato à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB-MG), e do correligionário Álvaro Dias (PR), que tenta a reeleição.

Sem ordem do dia, os senadores não precisarão marcar presença, ficando livres para, mesmo que não disputem um cargo eletivo no pleito de outubro, permanecer em seus respectivos Estados, engajados nas campanhas de apadrinhados políticos, sem prejuízo do salário em torno de R$ 26 mil.

O recesso branco anunciado nesta terça-feira (15) pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal deve ter como principal vítima as duas CPIs em curso para investigar irregularidades na Petrobrás.

Nesta terça-feira, 15, o senador oposicionista Álvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que as investigações morrerão nesta sexta-feira, 18, dia em que o Congresso entra em 'recesso branco'. Segundo ele, será difícil obter quórum para as votações da CPI no segundo semestre porque os congressistas estarão mais preocupados com suas campanhas eleitorais.

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"A CPI esta praticamente morta. Se houver interesse em prorrogar , ela poderá ter uma sobrevida. Se não houver interesse em prorrogar, ela morre. Porque não é possível esperar algo dessa CPI durante a campanha", diz o senador tucano. Para ele é "absolutamente improvável" obter quórum mesmo nos dias de esforço concentrado de votações já agendados pelos presidentes da Câmara e do Senado para agosto e setembro.

As palavras de Dias resumem muitas conversas de bastidor mantidas ontem (14) no Congresso por políticos da base governista, da oposição e também por técnicos que trabalham na CPI. O presidente das duas CPIs em curso é o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Ele foi procurado, mas não pôde atender a reportagem, segundo afirmou sua assessoria, porque o período de campanha é muito atribulado - ele concorre ao cargo de governador da Paraíba neste ano. A assessoria afirmou que Vital descarta a possibilidade de prorrogar os trabalhos das comissões, que terminam em outubro. (Colaborou Fábio Fabrini)

Diante de promessas de obstrução da oposição, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) adiou mais uma vez a votação do relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O tema voltará a ser discutido apenas no início de agosto e os parlamentares entrarão a partir da semana que vem no chamado "recesso branco" - quando, apesar de oficialmente funcionando, o Congresso praticamente suspende suas atividades por falta de quórum.

Numa reunião entre as lideranças da Comissão Mista de Orçamento, o DEM e o PSDB disseram que bloqueariam os trabalhos nesta tarde. O argumento é que a aprovação final da LDO até esta quinta-feira, 17, prazo previsto em lei para que o Parlamento entre em recesso, já era praticamente impossível; dessa forma, não havia razão em se votar o relatório preliminar hoje, sendo que ainda faltam diversas etapas para que o processo seja concluído.

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A oposição também trabalhou para impedir a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias para que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura denúncias de irregularidades na Petrobras não deixe de funcionar nos próximos 15 dias - como ocorreria caso houvesse recesso formal.

Apesar da alta probabilidade de não haver comparecimento de parlamentares para dar seguimento aos trabalhos na CPMI, a manobra serve para que os adversários do Planalto marquem posição. "A gente coloca para a sociedade que há por parte do governo a tentativa de obstruir a investigação. Vamos nos fazer presentes e é algo que vai ficar exposto na própria sociedade brasileira", disse o deputado Mendonça Filho (DEM-PE).

Após reunião com líderes partidários na Câmara dos Deputados, os parlamentares chegaram à conclusão de que dificilmente haverá votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Congresso caminha assim para ter um recesso branco. Os líderes já assinaram um requerimento propondo que não haja sessões no período de 18 a 31 de julho. O requerimento será submetido à votação em plenário. "Não vai dar tempo de votar a LDO nesta semana", resumiu o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA).

Oficialmente o recesso parlamentar começa na próxima sexta-feira (18) mas sem a votação da LDO, o Congresso não pode interromper suas atividades nas duas semanas previstas em lei. O relatório da LDO sequer foi votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO) por falta de quórum. O líder do governo na Casa, Henrique Fontana (PT-RS), aposta que a LDO só terá condições de ser votada depois das eleições de outubro.

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Na reunião desta manhã, houve acordo para votação nesta tarde da indicação de Bruno Dantas para ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Com um quórum baixo de 150 deputados na Casa neste momento, os parlamentares só devem votar hoje o projeto de decreto legislativo sustando os conselhos populares criados pela presidente Dilma Rousseff se dobrar a presença de parlamentares nas próximas horas. A base aliada já avisou que trabalhará para manter a vontade presidencial lançando mão, se necessário, de manobras regimentais. "Vamos fazer todos os movimentos necessários para manter o decreto (presidencial)", declarou Fontana.

Se for confirmado o recesso branco, só poderá haver atividades em comissões, no Conselho de Ética e na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras ou nas CPIs em andamento. "Só se houver um acordo geral para votar a LDO urgentemente. Mas eu já sei que há partidos que vão obstruir: o DEM vai obstruir porque quer manter o Parlamento sem recesso para que a CPMI continue com suas sessões", comentou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Na reunião desta manhã, os líderes concluíram que o quórum no Congresso seguirá baixo nas próximas semanas e que a imagem do plenário vazio em dias de sessão causaria um desgaste junto à opinião pública. "Todos os líderes disseram que não votando a LDO dificilmente teria quórum nas próximas semanas", afirmou Alves.

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