Deu a lógica. Os dois principais cabeças-de-chave decidirão o título do Recife Open Internacional de Tênis, torneio de nível challenger do Circuito Mundial. Os paulistas Ricardo Mello, principal pré-classificado, e Rogério Dutra Silva, segundo favorito, venceram seus jogos neste sábado (1º/10), válidos pelas semifinais, e avançaram à grande decisão, que será realizada neste domingo (2º10), às 13h, na Arena montada na praia de Boa Viagem.
O primeiro a entrar em quadra foi Rogerinho, que teve pela frente o amigo Júlio Silva, com quem frequentemente viaja para os torneios do circuito. Júlio até começou melhor, com uma quebra a favor, abriu 2/0, mas não conseguiu manter a intensidade. “Eu comecei em um ritmo muito forte e logo vi que não ia conseguir jogar daquela forma por muito tempo. O Rogerinho vem muito bem, elevou o nível do jogo e acabou sendo melhor nos pontos decisivos. Eu senti a maratona das últimas semanas, as pernas não obedeciam em alguns momentos. Tive algumas chances de voltar para o jogo, mas não consegui”, explicou Silva.
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Rogerinho aproveitou o cansaço do amigo e passou a dominar o jogo. Devolveu a quebra no 5° game e passou à frente com outra quebra, no 7° game, até fechar em 6/3. Na segunda parcial, a quebra aconteceu logo no primeiro game e aí foi só administrar a vantagem. Ele ainda teve a chance de fechar em 6/2, mas Julinho salvou três match-points e confirmou o saque. Mas, no game seguinte, Rogerinho fechou o set, outra vez em 6/3, e o jogo.
“Eu não comecei tão bem, mas não desisti do jogo, me mantive focado o tempo inteiro. O Julinho vem jogando muito bem, foi campeão, fez semi. Aproveitei quando ele caiu um pouco a parte física e fui sempre bem nos momentos mais importantes. Agora é pensar na final. Gostaria muito de sair daqui com o título”, afirmou Dutra Silva. O jogador de 27 anos tem um estímulo a mais para lutar pelo troféu. Seu pai é pernambucano, do município de Lagoa dos Gatos, no Agreste Meridional. “Eu até tentei trazê-lo para este torneio, mas acabou não dando. Vai ser muito legal poder ser campeão em um torneio no Brasil e aqui em Pernambuco”.
O problema é que do outro lado estará o experiente Ricardo Mello, ex-top 50 do mundo e tenista que sempre eleva seu nível em condições como a do Recife Open. Ele praticamente não deu chances a Caio Zampieri e comandou o placar desde o início para repetir Rogerinho e fechar em um duplo 6/3. “Além de ser um cara experiente, ele é muito forte em quadras rápidas e ao nível do mar. O Ricardo jogou muito bem e mereceu a vaga na final”, disse Zampieri.
Feliz pela vitória, Mello prevê mais um jogo duro na decisão contra o atual 118° do mundo. “O Rogerinho vem muito bem, é um cara que tem evoluído bastante. Com certeza vai ser mais uma batalha, mas eu me sinto muito bem. Apesar do sol forte, do vento, eu me adaptei muito bem e vou procurar jogar bem outra vez para sair com a vitória”, declarou Mello.
Com a vaga na final, os dois já garantiram pequenas subidas no ranking. Os 48 pontos do vice-campeonato levam Rogerinho do 118° posto ao 115°, enquanto Mello subirá do atual 123° ao lugar hoje ocupado pelo adversário na final. Em caso de vitória, Dutra Silva atingirá seu melhor ranking, por volta do 109° lugar, enquanto Mello ascenderia ao 112° posto.