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O ministro de Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, fez novos anúncios sobre o planejamento fiscal do governo do primeiro-ministro Rishi Sunak, em discurso no Parlamento britânico na manhã desta quinta-feira (17). De acordo com ele, os novos planos devem tornar a recessão econômica no país "mais rasa" e o aumento do desemprego "menor".

Entre as principais mudanças planejadas, o governo vai reduzir o piso da alíquota máxima de 45% do imposto de renda, de 150 mil libras a 125,140 mil libras por ano, e aumentará a taxa a ser paga sobre lucros inesperados de empresas do setor de petróleo e gás, de 25% a 35%.

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O novo piso do IR britânico terá prazo inicial de dois anos, enquanto a taxa sobre lucros inesperados do setor energético vigorará de janeiro de 2023 a março de 2028, segundo Hunt.

Downing Street ainda vai reduzir o subsídio de dividendos, de 2 mil libras atuais para 1 mil libras no próximo ano e, em seguida, para 500 libras em abril de 2024, anunciou o ministro.

O plano fiscal do governo contém também metas, como reduzir a dívida pública sobre o PIB a partir do quinto ano do período de rolagem. Ele ainda destacou que, apesar das reformas no imposto, as alíquotas cobradas sobre a renda dos britânicos não foram alteradas.

"Enquanto um governo do partido Conservador, não deixaremos nossa dívida para as gerações futuras", afirmou o ministro, sob protestos da oposição Trabalhista.

De acordo com Hunt, as prioridades do governo são "estabilidade, crescimento e serviços públicos".

Hunt ainda destacou as novas projeções do Escritório de Responsabilidade Orçamentária (OBR, na sigla em inglês) do Reino Unido, uma agência independente do governo. Segundo ele, a entidade crê que a economia britânica está em recessão.

O OBR projeta crescimento do PIB de 4,2% em 2022, e contração de 1,4% em 2023. Já a inflação deve ficar em 9,1% este ano e 7,4% no próximo. Por fim, a taxa de desemprego terminará 2022 em 3,6% e atingirá 4,9% em 2024, destacou Hunt.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deve adiar o fim das últimas restrições contra o coronavírus na Inglaterra, com base nas recomendações dos conselheiros científicos do governo, preocupados com a variante Delta, informa a imprensa.

Johnson deve anunciar em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (14) à tarde se a última etapa do fim do confinamento - que inclui a reabertura das casas noturnas e a autorização para que salas de espetáculo volte a operar com plena capacidade - acontecerá em 21 de junho, como estava previsto, ou será adiada.

A BBC afirma que a etapa será adiada em quatro semanas, até 19 de julho, uma decisão que seria submetida à aprovação do Parlamento.

Um adiamento revoltaria boa parte dos deputados do Partido Conservador de Johnson e representaria um grande revés para muitas empresas, especialmente no setor de hotelaria, que espera uma reabertura completa no início do verão (hemisfério norte) para compensar as perdas sofridas com os sucessivos confinamentos na Inglaterra desde março de 2020.

Mas o primeiro-ministro advertiu no sábado que a propagação no Reino Unido da variante Delta, inicialmente identificada na Índia, é "muito preocupante".

Considerada 60% mais contagiosa que a variante Alfa surgida na Inglaterra em dezembro, esta cepa é agora dominante no Reino Unido, país mais afetado da Europa pela pandemia, com quase 128.000 mortes.

Após um longo confinamento no inverno, o governo começou a flexibilizar gradualmente as restrições. Mas a suspensão das últimas medidas, prevista para a próxima semana, está ameaçada pelo recente aumento dos contágios, que superam 7.000 novos casos diários.

Adiar a última etapa, prolongando entre outras medidas a recomendação para trabalhar de casa, permitiria completar o processo de vacinação de mais britânicos para protegê-los contra sintomas graves, hospitalização e morte.

Mais de 41,5 milhões de pessoas (79% da população adulta) já receberam a primeira dose de uma vacina contra a covid-19 e 29,8 milhões de pessoas (56,6% dos adultos) as duas doses necessárias.

O governo britânico lançou um apelo nesta segunda-feira (1°) para encontrar uma pessoa que importou para o Reino Unido a cepa do coronavírus originada no Brasil, diante da preocupação dos especialistas sobre a possível resistência dessa variante às vacinas atuais.

A cepa que surgiu em Manaus, na Amazônia brasileira, foi detectada em três pessoas que desembarcaram na Escócia e em outras três na Inglaterra, mas uma destas últimas ainda não foi localizada porque não forneceu seus dados ao realizar o teste.

"Estamos trabalhando para tentar localizá-la", disse o secretário de Estado para vacinação, Nadhim Zahawi, à BBC, pedindo "a qualquer pessoa que fez o teste em 12 de fevereiro" que informe às autoridades "se não recebeu o resultado".

Ele também anunciou que vai lançar uma campanha de "testes massivos" em Gloucestershire, no sul da Inglaterra, onde os outros dois casos dessa variante foram detectados.

País mais atingido da Europa, com quase 123.000 mortes confirmadas por covid-19, o Reino Unido foca sua estratégia em uma campanha massiva de vacinação - que começou em 8 de dezembro e já atendeu mais de 20 milhões dos 66 milhões de habitantes do país, atualmente confinado pela terceira vez desde o início de janeiro.

Desde meados de janeiro, voos diretos de toda América do Sul, Panamá e Portugal - entre outros países - foram suspensos e britânicos e residentes dessas origens devem passar por 10 dias de quarentena em um hotel.

Mas os que importaram a cepa para a Inglaterra chegaram de São Paulo antes da implementação das medidas em um voo via Zurique, gerando reclamações da oposição britânica sobre deficiências no sistema de controle.

Enquanto a Inglaterra se prepara para reabrir suas escolas na próxima semana, especialistas alertam que a variante brasileira é mais contagiosa e provavelmente mais resistente às vacinas atuais do que a variante predominante no país, descoberta em dezembro no sudeste da Inglaterra.

O Reino Unido anunciou neste sábado (18) 888 mortes em hospitais nas últimas 24 horas provocadas pelo novo coronavírus, o que aumenta o balanço para 15.464 vítimas fatais.

O número representa uma leve alta na comparação com os 847 óbitos anunciados na sexta-feira (17) pelo ministério da Saúde. Até 9h deste sábado, 357.023 pessoas haviam sido submetidas a testes de contágio e 114.217 apresentaram resultado positivo.

Isto representa um aumento de 5.526 infectados na comparação com sexta-feira, de acordo com os dados oficiais.

Os números publicados diariamente pelas autoridades de saúde britânicas levam em consideração apenas as mortes em hospitais de pacientes que apresentaram resultado positivo nos testes, um método criticado porque não inclui as mortes em casas de repouso ou nos domicílios.

O Escritório Nacional de Estatísticas, que utiliza uma metodologia mais ampla, mas que divulga os dados com 10 dias de atraso, informou que 217 pessoas morreram até 3 de abril nas casas de repouso da Inglaterra e do País de Gales.

Mas a organização Care England, que representa casas de repouso privadas, advertiu que o número real de falecidos pode ser muito superior, da ordem de 7.500 vítimas.

O governo britânico decidiu na quinta-feira prorrogar por mais três semanas, no mínimo, o confinamento instaurado desde 23 de março para conter a epidemia e anunciou que pretende intensificar os esforços para desenvolver e produzir uma vacina o mais rápido possível.

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