Tópicos | relação bilateral

O novo governo dos EUA continua a ver o Brasil como aliado, apesar de divergências de Joe Biden com o presidente Jair Bolsonaro. Esse é o recado de Kristina Rosales, uma das porta-vozes do Departamento de Estado, em entrevista ao Estadão. "Não é porque os dois líderes têm formas diferentes de pensar que as coisas estejam mudando para pior", afirmou a diplomata. "A relação continuará sendo forte. As prioridades têm mudado, mas não significa que não há como trabalhar de maneira conjunta nesses tópicos."

Horas antes, em um briefing na Casa Branca, a porta-voz do presidente, Jen Psaki, também destacou a aliança entre os dois países. "Há uma parceria econômica significativa", disse.

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Kristina repetiu a afirmação de Psaki de que os EUA têm séculos de parceria com o Brasil e afirmou que a cooperação na área econômica vai "preparar o terreno para a discussão de outros temas que talvez sejam mais sensíveis", como a questão climática. "Vamos falar desses temas, mas sabendo que a relação com o Brasil tem uma história bem profunda e não é simplesmente porque há uma visão diferente agora que os países não vão continuar a ser aliados."

Durante os últimos dois anos, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, fez declarações públicas de admiração ao republicano Donald Trump e disse apoiava a reeleição do presidente derrotado na disputa. O brasileiro foi o último líder do G-20 a parabenizar Biden pela vitória. Até agora, Bolsonaro e Biden não conversaram pelo telefone - algo que o presidente americano já fez com aliados próximos, como os presidentes do México e Canadá, e também adversários, como Vladimir Putin. Bolsonaro optou por uma carta na qual falou sobre o compromisso do Brasil com a preservação ambiental.

Biden faz da preocupação climática um eixo de sua política externa. Durante a campanha eleitoral, o democrata disse que iria "reunir o mundo" para oferecer um fundo de US$ 20 bilhões para proteger a Amazônia e afirmou que o Brasil sofreria consequências econômicas caso não se comprometesse com a preservação da floresta. No primeiro ano do governo Bolsonaro, a imprensa internacional dedicou um grande espaço a temas como o aumento das queimadas na Amazônia, o afrouxamento da regulação ambiental no Brasil e as falas do presidente e do chanceler, Ernesto Araújo, com críticas ao que classificavam como "alarmismo climático". Na semana passada, o governo Biden recebeu um relatório de ativistas e integrantes de ONGs internacionais, além de acadêmicos, com críticas ao governo Bolsonaro, incluindo a política ambiental.

"Sabemos que já há cooperação na questão ambiental há muito tempo, não só por parte do trabalho que os EUA fazem com as ONGs locais na região da Amazônia mas também com a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento), que tem uma parceria de vários anos com o setor privado brasileiro", lembrou a diplomata ao falar sobre o tema.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Rússia e Estados Unidos manifestaram nesta terça-feira sua esperança de melhorar as relações bilaterais, após um encontro entre o presidente Vladimir Putin e o secretário americano de Estado, Mike Pompeo.

Na 'dacha' de Putin na cidade de Sochi, no Mar Negro, Pompeo se tornou o mais alto funcionário dos EUA a se reunir com o líder russo nos últimos dez meses.

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"Quero muito que sua visita beneficie as relações entre Rússia e Estados Unidos e promova o desenvolvimento", disse Putin a Pompeo ao chegar à sala de conferências.

Putin elogiou a investigação do procurador-especial americano Robert Mueller, apesar de sua conclusão de que a Rússia interferiu nas eleições de 2016 a favor do candidato Donald Trump, especialmente mediante manipulação das redes sociais.

A investigação concluiu que não houve conluio entre o pessoal da campanha de Trump e os russos.

"Apesar da natureza exótica da comissão dos senhor Mueller, em geral se realizou uma investigação bastante objetiva, que confirmou que não houve conluio entre a administração dos Estados Unidos e a Rússia", disse Putin.

Em conversa com o chanceler russo, Serguéi Lavrov, antes do encontro com Putin, o secretário de Estado advertiu a Rússia para permanecer à margem das eleições do próximo ano nos EUA.

"A interferência nas eleições americanas é inaceitável. Se a Rússia fizer isto em 2020, colocará nossas relações no pior lugar" possível, declarou Pompeo.

"Disse que há coisas que a Rússia pode fazer para demonstrar que este tipo de atividade é coisa do passado, e espero que aproveitem esta oportunidade".

Além da ingerência nas eleições, Rússia e Estados Unidos têm divergências sobre a situação na Venezuela, tratados de desarmamento e o Irã, entre diversos outros temas.

"Estou aqui porque o presidente Trump está determinado a melhorar esse relacionamento", declarou Pompeo após o encontro com Lavrov.

"Temos diferenças [...], mas não precisamos ser adversários em todas as questões", acrescentou, na esperança de "estabilizar as relações e retornar a um caminho que não seja bom apenas para os dois países, mas também para o mundo".

"Acho que é hora de começar a construir um modelo novo, mais responsável e construtivo", disse Lavrov, por sua vez, pedindo "propostas concretas para tirar as relações russo-americanas de um triste estado".

- Pressão máxima -

A Casa Branca espera que o fim da investigação do procurador especial Robert Mueller sobre uma suposta interferência russa a favor de Trump nas eleições americana permita superar o atual estado glacial das relações entre os países.

Há quase dois meses, o procurador apresentou o relatório que afirma que em 2016 aconteceu uma interferência russa na eleição presidencial americana, mas não um conivência entre a equipe do então candidato Trump e Moscou.

A investigação marcou a primeira metade do mandato de Donald Trump. No início do mês, o presidente americano afirmou que teve uma conversa telefônica "muito positiva", de mais de uma hora, com Vladimir Putin.

Trump, em geral disposto a desafiar Putin, afirmou que este último assegurou que Moscou não está envolvido na Venezuela, ao contrário do que afirmam Pompeo e outros funcionários da administração americana, que pediram a Rússia que deixe de apoiar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

A visita de Pompeo coincide com as acusações dos EUA de que o Irã prepara "ataques" contra seus interesses no Oriente Médio.

Os Estados Unidos posicionaram um porta-aviões, um navio de guerra, bem como bombardeiros B-52 e uma bateria de mísseis Patriot na região.

"Uma política de máxima pressão [...] nunca dá resultados", alertou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, nesta terça-feira.

"Isso não encoraja um país a ser conciliador", acrescentou.

A Rússia, como os países europeus, é a favor de manter o acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano, do qual os Estados Unidos se retiraram.

O Irã decidiu, por sua vez, suspender parte dos compromissos desse acordo.

Pompeo se encontrou na segunda-feira com vários líderes europeus, que alertaram sobre o risco de um conflito "por acidente".

O medo de uma escalada no Golfo aumentou com atos de sabotagem, dos quais os detalhes são desconhecidos, contra três petroleiros e um cargueiro neste final de semana na costa dos Emirados Árabes Unidos.

- Armas hipersônicas -

Nas últimas semanas, a tensão também aumentou devido à situação na Venezuela, onde ambas as potências acusam umas às outras de interferência.

A Rússia continua sendo uma aliada do presidente Nicolás Maduro, a quem ele entrega armas, enquanto os Estados Unidos apóiam o líder da oposição Juan Guaidó.

O desarmamento é outro motivo de atrito.

Recentemente, os Estados Unidos e a Rússia decidiram abandonar um tratado da época da Guerra Fria que proibia mísseis terra-terra de tamanho entre 500 e 5.500 quilômetros.

A Rússia e os Estados Unidos estão negociando o próximo tratado de controle de armas nucleares Start, porque o atual termina em 2021 e Trump quer incluir a China.

O presidente russo, que constantemente elogia as novas capacidades de seu exército, visitará nesta terça, antes de receber Pompeo, o maior centro de testes nucleares da aviação russa, para participar, segundo o Kremlin, em uma demonstração de "armas promissoras".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniu com o primeiro-ministro da Dinamarca, Lars Loekke Rasmussen, e declarou que os dois países têm uma "grande e verdadeira relação".

Loekke Rasmussen é o mais recente aliado europeu a visitar a Casa Branca desde que Trump tomou posse, procurando aliviar as preocupações de que o novo governo irá honrar os acordos multilaterais com a Europa e que irá adotar uma postura mais firme contra a Rússia.

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Trump saudou o premiê dinamarquês na entrada da Ala Oeste da Casa Branca. Os dois líderes apertaram as mãos antes de se dirigirem ao Salão Oval para conversarem. Durante uma breve apresentação diante da mídia, Trump disse que Loekke Rasmussen é um "homem maravilhoso fazendo um trabalho maravilhoso".

"Temos um relacionamento verdadeiramente grade e estamos trabalhando juntos em muitas frentes. Vamos promover certas trocas que serão muito frutíferas", disse Trump, enquanto o premiê dinamarquês estava ao seu lado. "É bom estar aqui", disse Loekke Rasmussen. Fonte: Associated Press.

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