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Cerca de 13,5 milhões de brasileiros estão desempregados e o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve abrir os cofres públicos no ano eleitoral para custear medidas populistas que voltem a atrair votos. A expectativa do pacotão de ações para 2022 é de R$ 90 bilhões, mais que o dobro do previsto para o rombo das contas públicas.

Distante de Paulo Guedes desde que o cargo do ministro foi ameaçado por sua proximidade com uma empresa em paraíso fiscal, Bolsonaro já disse que não entende do assunto e deu carta branca ao administrador. Porém, já contrariou as orientações do Ministro da Economia a favor do empresariado.

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Prometida em 2018, a dita 'nova política' considerava o encolhimento das contas do Estado com a diminuição expressiva de benefícios do Governo.

Com o baixo rendimento nas intenções de voto, o plano foi sendo deixado de lado com a reaproximação do presidente com o Centrão e a sua percepção de que quem digita os botões das urnas eletrônicas são os CPFs e não os CNPJs. 

Desgaste neoliberal

A estratégia neoliberal deu vez ao antigo populismo frequentemente criticado na campanha como arma de manipulação da esquerda.

"Não é mais possível defender o Governo Bolsonaro como praticante de uma agenda neoliberal", afirma o cientista político e professor da Relações Internacionais na Asces-Unita, Gustavo Rocha.

Na sua visão, a agenda populista já descaracterizou totalmente o que seria uma política "fiscal austera na percepção neoliberal" e, apesar de tentar manter a aura de responsabilidade econômica, a "redução de investimentos e gastos em áreas estratégicas para gastar naquilo que eles imaginam ter apelo eleitoral" resultam em um cenário 'desastroso'.

Como quando o feitiço vira contra o feiticeiro, a postura adotada pelo novo perfil de Bolsonaro acaba chocando de frente com o discurso que o levou à Presidência, pois a abertura irresponsável dos cofres acaba "sendo instrumentalizada para funcionar como propaganda eleitoral e meio de manipulação", complementou Rocha.

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