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Desde a última segunda-feira (19) que Roberto Lessa não é mais presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR). Quem preside agora o órgão público é o administrador de empresas Diego Rocha, que era vice-presidente da FCCR. A nomeação foi publicada no Diário Oficial do Recife no último sábado (17).

Segundo duas portarias divulgadas no Diário Oficial da cidade, o pedido de exoneração partiu do próprio Roberto Lessa, que assume agora o cargo de Secretário Executivo de Inovação Urbana, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento e Planejamento Urbano do Recife. Lessa estava à frente da Fundação desde o início da gestão Geraldo Julio.

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Confira um balanço de 2013 que o LeiaJá fez com Roberto Lessa no final do ano passado

Novo presidente da FCCR

Formado também em Ciências da Computação, Diego é funcionário concursado do Governo do Estado, desde 2008, e é ligado à Agência de Tecnologia da Informação (ATI). Antes de integrar a gestão municipal, o dirigente atuou como secretário executivo da Secretaria de Administração do Estado, e como gerente Geral de Compras, Contratos e Licitações na mesma pasta. 

Conforme prometido por Roberto Lessa, presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), a Rádio Frei Caneca FM deve ser implantada ainda no primeiro semestre de 2014. Já há um grupo de trabalho responsável pela elaboração de um documento de referência para implantar a emissora, formado por 40 representantes de 20 entidades governamentais e da sociedade civil. Os participantes estão com encontros marcados de 10 de março a 10 de abril, quando devem produzir o material e em seguida encaminhá-lo a uma audiência pública.

Segundo Patrick Torquato, gerente de Música da FCCR e gestor da rádio desde setembro de 2012, ele entrou em contato com duas instituições para constituir este grupo de trabalho: o Conselho Municipal de Políticas Culturais do Recife e o Fórum Pernambuco de Comunicação (Fopecom). “Propus ao Conselho convidar entidades ligadas ao assunto para participar do grupo de trabalho que vai implementar a Rádio Frei Caneca. Outros nomes surgiram após reuniões que tive com a Fopecom. Não foi uma decisão exclusivamente minha e por ser um assunto delicado busquei uma legitimação maior. Inclusive há participação da quase totalidade dos conselheiros que representam a sociedade civil”, comenta Patrick. 

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Implantação da Frei Caneca começa com Grupos de Trabalho

De setembro de 2012 pra cá, Patrick conta que recolheu diversas informações dos outros gestores que estiveram à frente da implantação da emissora pública. “Muitos deles fizeram conversas com a sociedade civil e nós precisávamos retomar esse diálogo que não acontecia desde 2010. Havia muita coisa defasada”, revela. Neste sentido, no último dia 11 de fevereiro ficou definido em reunião realizada pela FCCR, no auditório do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam) que o grupo de trabalho será dividido em três núcleos, Operacionalização, Programação e Financiamento. E durante o período de 10 de março a 10 de abril os participantes devem avançar nessas discussões para apresentar um modelo de rádio à população recifense.

Participam deste grupo de trabalho representantes do Fórum Pernambucano de Comunicação, do Fórum Pernambucano da Música, do Centro de Cultura Luiz Freire, da Central Única das Favelas (Cufa), do Auçuba – Comunicação e Educação do Recife, do Centro Acadêmico de Jornalismo da UFPE, do Sindicato de Jornalistas, da Empresa Pernambucana de Comunicação, do Quilombo Malunguinho, da Secretaria de Imprensa e da Mulher do Recife, entre outros.

No dia 10 de março será realizado um seminário com apresentações de experiências de emissoras públicas brasileiras e estrangeiras. A ideia é fazer com que essas experiências ofereçam embasamento na hora para o momento de redigir o documento. Uma das participantes do seminário, por exemplo, será Ana Veloso, professora da UNICAP e especialista em comunicação com experiência na implantação da TV Brasil. 

"Quando o documento estiver concluído ele será encaminhado à Câmara dos Vereadores para uma consulta pública. Para este momento convidaremos o prefeito Geraldo Julio, que já deixou claro que essa é uma das prioridades da gestão. E no encontro vamos apresentar os resultados e encaminhamentos propostos pelo grupo de trabalho”, explica Torquato. 

Ivan Moraes Filho, um dos representantes do Fopecom, contou ao LeiaJá como foi feito o convite para que a entidade participasse da formação do grupo de trabalho. “Este é um fórum que já existe há10 anos e que reúne pessoas e instituições da sociedade civil ligadas à temática da comunicação. Durante esta década nós sempre cobramos que se implementasse a Frei Caneca num formato de rádio pública, como parte de uma política pública. A gente espera conseguir pautar o grupo de trabalho e fazer com que o prefeito faça a rádio do jeito que a população quer”. A reportagem tentou conversar com alguém do Conselho Municipal de Políticas Culturais do Recife, mas a informação recebida é que eles estão sobrecarregados com o Carnaval.

Frei Caneca aproveita o Carnaval para se aproximar do cidadão

Para Patrick, há uma certa pressão política sobre o assunto, mas que não era imprevisível: “Por ser uma demanda que conta com recursos públicos, existir pressão política é algo normal. Já é minha terceira experiência como gestor do processo e já estou acostumado com isso. É algo que envolve interesses diversos e tem que ter muito cuidado para conduzir da melhor forma possível."

Questionado se já existe uma previsão de quando a rádio entrar no ar de fato, o gerente de Música da FCCR se mostra cauteloso. “Isso depende de um ciclo burocrático que está ligado à compra dos equipamentos. A previsão é que em março a licitação seja publicada, e a partir daí há uma série de passos que devem ser cumpridos. Mas nossa previsão é que antes do São João a rádio já esteja no ar”. 

Rádio Frei Caneca - O projeto da rádio foi aprovado em 1960 e foi uma iniciativa do ex-vereador Liberato Costa Jr. O local para instalação da antena transmissora será o prédio da Sudene e no dia 1º de março a Prefeitura do Recife colocará no ar um site para acompanhamento das propostas da Rádio Frei Caneca FM. O canal online vai disponibilizar documentos de referência para os debates, o cronograma das atividades, um espaço de participação para os interessados no tema e uma rádio experimental.

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Os produtores culturais Roger de Renor e Nilton Pereira prepararam uma programação intensa para o Som Na Rural desta sexta-feira (14), a primeira edição após o incidente com a Prefeitura do Recife (PCR). O evento terá início às 19h e conta com as presenças de Zé Brown, Clayton Barros, Fred Zeroquatro, Wander Wildner, Malícia Champignon e Grupo Bongar, entre outras atrações.

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“A programação dessa sexta-feira (14) está cheia de coisas legais. Vai ter o lançamento dos trabalhos musicais do grafiteiro Galo e do violonista Allan Sales, além das apresentações de Zé Brown, Clayton Barros, Fred Zeroquatro, Wander Wildner com a galera do Malicia Champignon e Grupo Bongar com Siba e Maciel Salú”, revela o produtor do Som Na Rural.

Entrevista: Roger de Renor critica "toque de recolher"

“Quem passar por lá vai conferir a galera do Maracatu Nação da Ilha, que faz um trabalho de formação com a meninada da Ilha de Deus. Além deles, o pessoal da Marcha das Vadias confirmou que vai encerrar a caminhada por lá e representantes dos grupos Direitos Urbanos e Direitos Culturais do Facebook farão uma fala sobre o episódio com a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife (SEMOC)”, completa Roger. 

Proibição e liberação por parte da PCR

Na sexta passada (7), a SEMOC cancelou uma edição do Som Na Rural no meio da realização do evento. A medida gerou repercussão nas redes sociais e entre a classe artística, principalmente nos grupos Direitos Urbanos e Direitos Culturais do Facebook, inclusive com pedidos de exoneração do secretário João Braga por conta do caso.  

Para apagar o incêndio a Prefeitura do Recife convocou uma reunião de última hora nesta segunda (10), que contou com a presença de Roger de Renor, Nilton Pereira, dos secretários João Braga (SEMOC), Felipe Carreras (Secretaria de Turismo e Lazer) e Carlos Percol (Secretaria de Comunicação), e do presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Roberto Lessa.

No encontro ficou definido que o Som Na Rural continua com o apoio da Prefeitura do Recife durante as duas próximas edições, marcadas para acontecer nesta sexta (14) e no dia 21 de fevereiro. E a partir de agora, qualquer evento cultural realizado em área pública contará com o apoio da Secretaria de Cultura do Recife para conseguir as licenças necessárias, sem muita burocracia.

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O Som na Rural voltará a ser realizado na Rua da Aurora, no Centro do Recife. A confirmação foi dada após reunião entre os produtores Roger de Renor e Nilton Pereira com representantes da Prefeitura do Recife (PCR) nesta segunda-feira (10). Ficou definido que a iniciativa continua com o apoio da PCR durante as duas próximas edições, marcadas para acontecer nesta sexta (14) e no dia 21 de fevereiro. 

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Prefeitura proíbe realização de "Som na Rural"

Roger de Renor, produtor do Som na Rural, horas depois da reunião, publicou sobre o encontro no Facebook. “A Prefeitura entende a falta de comunicação da Secretaria de Mobilidade (e Controle Urbano), confirma estrutura para continuidade do Som na Rural e garante que toda solicitação de uso do solo à Dircon (Diretoria de Controle Urbano) será acompanhada pela Secretaria de Cultura (Secult)”, comentou. A partir de agora, qualquer evento cultural realizado em área pública contará com o apoio da Secult para adquirir as licenças necessárias.  

De acordo com João Braga, Secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, não há nenhum impedimento para a continuidade do projeto. "A fiscalização, na ponta, trabalha com a formalidade. As outras três vezes que a licença foi solicitada, concedemos a autorização. Não há nenhuma restrição ao evento por parte da Secretaria, só estamos tentando organizar a cidade". A reunião contou também com a presença do secretário de Turismo e Lazer do Recife, Felipe Carreras, e do presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Roberto Lessa.

Entrevista: Roger de Renor critica "toque de recolher"

Houve também uma discussão sobre a participação do Som na Rural durante o Carnaval do Recife. "A gente não chegou a se inscrever este ano, mas recebemos alguns convites, como o do pessoal do Lambe Lambe e do RecBeat, e o pessoal da Prefeitura se mostrou bastante interessado nisso. Mas ainda estamos avaliando. A princípio só queremos continuar com o nosso projeto, dentro da lei, mas sem dialogar com burocratas que não entendem a diferença entre uma Kombi na calçada e uma Rural que leva cultura para os cidadãos", revela Roger ao LeiaJá.

 

 

O ano de 2013 foi o primeiro da nova gestão da Prefeitura do Recife, liderada pelo prefeito Geraldo Julio. Na área da política cultural, Leda Alves foi a convidada para gerir a Secretaria de Cultura (Secult), responsável pelo planejamento das ações voltadas para cultura da cidade. Já Roberto Lessa aceitou o chamado de presidir a Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), cuja principal função é a operação e execução das iniciativas elaboradas pela Secult. Em entrevista ao LeiaJá, o presidente da FCCR falou sobre a experiência de comandar uma instituição tão importante para o setor, além de revelar em primeira mão o posicionamento que a atual gestão pretende imprimir ao longo dos próximos anos. Na conversa, Lessa falou também dos principais desafios dos órgãos responsáveis pela cultura na gestão municipal e das novidades, a exemplo na reforma no Teatro do Parque e da inauguração da Rádio Frei Caneca. Assuntos como o orçamento de cultura do Recife, o novo formato de pagamento dos artistas, investimento em editais de contratação e a polêmica com Naná Vasconcelos em relação ao Carnaval 2014 também não ficaram de fora da entrevista. O encontro aconteceu no escritório da Fundação de Cultura Cidade do Recife, localizado na Rua Domingos José Martins, no Bairro do Recife.

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A nova marca da política cultural do Recife

As pessoas perguntam muito sobre a questão da multiculturalidade, se é uma marca da gestão anterior, e eu costumo responder o seguinte: multicultural é o povo recifense. É a cultura produzida no Recife. A gente tem isso como marca não de uma gestão, mas como marca de um povo. Então é impossível tirar essa história do 'multicultural' porque essa é uma característica da forma de pensar, fazer e consumir cultura. É uma marca importante. O que a gente está começando a pensar e fazer no nosso próprio estilo - e eu não sei como vamos chamar isso ainda - é algo que tivemos num primeiro momento durante esse Ciclo Natalino e que foi fantástico. 

É a questão de você fazer a cultura onde ela nasce, que é no meio das pessoas, dos bairros, das comunidades. A cultura do palco é importante, porque é um momento de prazer duplo no qual as pessoas absorvem cultura e lazer, mas elas precisam se sentir participantes deste processo também. Essa é uma marca que a gente vai procurar imprimir com muito mais força a partir de 2014. Na prática, no Ciclo Natalino de 2013, a decoração está aí na rua, quase pronta, com um tema diferente que é A natureza ilumina o Recife. A gente fez oficinas junto a essas comunidades, de desenho e pintura, que fazem parte da decoração da cidade. Foi um trabalho de colocar professores, monitores, levar equipamento, cadastrar pessoas que querem participar. Na base da nossa Árvore de Natal, no Bairro do Recife, estão desenhos feitos por crianças de comunidades como Santo Amaro, Chão de Estrelas e Ibura, entre outras. Eles se sentiram muito orgulhosos em estar lá. Outra coisa que fizemos foi uma parceria com a Companhia Editoria de Pernambuco (CEPE), que vai pegar esses desenho e transformar em cartões de natal, com a identificação de quem fez e o local. Isso deu um resultado tão bom que a gente está pensando em repetir, com oficinas durante o Carnaval ou São João. Não é só oficina, isso não resume o que é esse projeto. Na verdade é uma participação mesmo, seja no que for, porque se o poder público faz ele tem que dizer também pra onde é que vai depois. Se ele fomentou, ele também tem que absorver.

Carnaval 2013

O maior desafio foi propriamente fazer o Carnaval, porque desta vez a festa aconteceu num período muito próximo ao início do ano. A gente chegou com a missão de fazer em pouquíssimo tempo e pensar a política cultural pro Carnaval foi fundamental pra já dar essa marca da valorização da cultura popular, que está no programa de governo de Geraldo Julio. Mas, acima de tudo, a execução da festa foi um imenso desafio porque nós tivemos que fazer mais de 30 processos licitatórios neste período, ainda que a FCCR tenha suas próprias comissões de licitação. A Secult não tem e faz suas licitações na Secretaria de Finanças. Embora a gente tenha essa vantagem, não dá pra gerir um número de licitações como esse no tempo que a gente tinha. Então a gente recorreu também à estrutura da Secretaria de Finanças, que nos ajudou a tocar isso tudo sem diminuir em nada o Carnaval em relação ao ano anterior. Foi um desafio imenso. Houve inclusive acréscimos que foram feitos, experimentais, como o polo de Boa Viagem, que foi um polo descentralizado e em um formato diferente do que se tinha até então. Eu diria que executar o Carnaval, com tudo dando certo, foi o nosso maior desafio nesse primeiro momento da gestão.

Orçamentos dos Carnavais 2013 e 2014

O Carnaval 2013 custou em torno de R$ 30 milhões. Desse total, R$ 6,5 milhões foram de patrocínios captados pela Secretaria de Cultura. Mas esse valor foi líquido, porque não tivemos nenhuma empresa intermediando, aquela taxa de 20% que existia pra uma empresa fazer a captação não existiu mais. Todo o valor foi integralmente convertido em recursos para o Carnaval. Para o próximo ano o prefeito entendeu por bem colocar a captação de recursos na Secretaria de Turismo, e foi uma decisão muito acertada porque eu acho que o secretário Felipe Carreras a fez com uma competência muito grande. A gente conseguiu uma captação inédita, não só para esse ano, mas para os próximos três anos seguintes. A gente conseguiu com a Ambev, e aí não é só para o Carnaval, mas para os três ciclos, um valor de R$ 9,2 milhões ao ano. Claro que o Carnaval é o evento que tem mais alocação orçamentária de recursos, e possivelmente vai pegar o bolo maior, mas estamos ainda vendo isso. Só que a Secretaria de Turismo tem ainda a possibilidade de aumentar essa captação. Foi um passo acertado, porque ela também é liquida, sem intermediações. Vai começar agora no Ciclo Natalino, porque o processo ficou pronto antes do Natal. E isso com certeza nos deu uma tranquilidade maior para o planejamento dos eventos.

O Carnaval do próximo ano ainda está com processos licitatórios em andamento, como a questão dos palcos, banheiros químicos, extintores e tudo o mais que um evento desse porte demanda. A gente ainda está montando a grade da festa, negociando cachê, e fazendo toda a formatação, então realmente não dá pra dizer ainda quanto vai ser. Mas a ideia e a determinação do prefeito é de fazer mais com menos. Estamos planejando pra que o orçamento em 2014 fique no mesmo patamar, com a vantagem da gente ter o aporte maior do patrocínio privado nesse ano.

Polos comunitários dos ciclos festivos

Não houve nenhum decréscimo do número de polos nem no Carnaval nem no Ciclo Natalino, nem estamos pensando nisso para o próximo carnaval. É uma opinião muito pessoal, mas gente precisa aos poucos ir substituindo uma coisa por outra, não pra acabar, mas pra dizer que a cultura do receber é importante, porém menos importante do que a cultura do participar, do fazer junto. Primeiro porque é mais interessante nesse ponto de vista da pessoa se sentir partícipe, traz autoestima e saber pra ela, e por final é muito mais barato.

Uso da verba de patrocínio e da verba pública

Normalmente a gente faz o pagamento dos cachês com recursos do tesouro da Prefeitura do Recife. O que a gente coloca como pagamento de patrocínio são as contas que a gente tem uma flexibilidade maior de pagar, como pessoal, por exemplo, ou algumas coisas de infraestrutura. Em relação à contratação de artistas, já tem todo um processo definido pra isso, de mensuração de cachê, e o Tribunal de Contas já disciplina. A dificuldade que temos muitas vezes em fazer o pagamento tem duas vertentes: primeiro uma infraestrutura ainda deficiente pra fazer tantas ações que encontramos e que pouco a pouco temos corrigido. E segundo pela dificuldade por parte dos artistas, que por conta da informalidade, ainda não têm uma preocupação grande com a questão da documentação, e isso trava o pagamento independentemente da nossa vontade. 

Eu acho que a gente precisa descobrir outro formato para isso porque não dá pra ficar tratando este setor como uma indústria. E pra isso a gente fez junto à Secretaria de Cultura o Núcleo de Apoio Cidadão, no Pátio de São Pedro. Lá tem um espaço da FCCR e a gente colocou uma equipe com advogado, contador e computador para que os artistas possam ter mais flexibilidade, mais acesso, mais rapidez na questão de documentação. A ideia não é fazer por eles, isso não funciona, é fazer com que eles tenham uma orientação melhor. Enfim, há de se abrir uma discussão, fazer essa discussão com a Alepe, com o Tribunal de Contas, com a Procuradoria, buscar entendimento e dizer que a gente faz o Carnaval com a realidade daqui. A ideia é conciliar a realidade com as exigências formais.

Reforma do Teatro do Parque

A Secretaria de Projetos Especiais da Prefeitura do Recife vai lançar no começo do ano uma licitação com todos os elementos necessários para o restauro e conservação do Teatro do Parque, com previsão de inauguração no dia 24 de agosto de 2015. VEJA MAIS DETALHES VÍDEO: [@#video#@]

Melhorias no prazo de pagamento dos artistas

Nós conseguimos sim pagar em menos tempo (em 2013), mas isso não quer dizer que está suficiente, que está bom. Tanto pelo lado deles como do nosso tem que haver mais organização, mas nós vamos melhorar. Outra coisa que tem nos ajudado é a estruturação do Núcleo de Cultura Cidadã. Temos também uma conversa mais franca com os artistas. Então são duas frentes diferentes, a frente da estruturação da própria FCCR e a parceria de que as atrações também façam a parte deles.

Polêmica com Naná Vasconcelos em relação ao Carnaval 2014

Na verdade não é uma discussão de tirar a importância (da abertura do Carnaval com as nações de maracatu), isso nunca aconteceu. Houve somente uma mudança no formato. O respeito que a secretária tem por Naná Vasconcelos e por todas as nações que ele representa é grande, quem conhece Leda Alves tem certeza que a intenção não foi a de diminuir e a discussão era em torno de mudar o formato. Eles dialogaram e chegaram à conclusão de que o formato era adequado, até porque é, senão não tinha passado todos esses anos funcionando. Acho que foi uma boa decisão e todo mundo saiu ganhando na forma que ficou.

Festival do Frevo da Humanidade e o Festival de Música Carnavalesca

A Secretaria de Cultura já deu declarações sobre isso. Este ano é que se limitou somente ao frevo. Tivemos a opção de fazer no formato ideal e correr o risco de não realizar ou de fazer nesse momento como dava para marcar 2013 como o ano da volta dessas ações. Ter sido limitado ao frevo foi basicamente uma questão de tempo e infraestrutura. Para o ano volta tudo, o festival volta a ter a dimensão que sempre teve, incluindo também outros ritmos carnavalescos. Não existe a intenção de tirar nada disso.

A gente voltou em 2013 a ter coisas que estavam fora do cenário cultural. Eu vi algumas críticas muito localizadas em relação ao Spa das Artes, à divulgação dos festivais. Tudo bem, 'zero bronca', nós assumimos. A gente precisa melhorar isso, e o que tiver que corrigir nós vamos corrigir com muita tranquilidade.

Novo lugar para a Fundação e a Secretaria

Já no Carnaval nós ficamos em outro espaço, saímos da sede da prefeitura, porque muitas vezes faltava lá - e ainda falta - espaço físico pra juntar documentos, casar processos, despachar, é muito complicado. Neste momento estamos procurando um local pra migrar toda a Fundação de Cultura e depois juntar com a Secretaria de Cultura. Isso não é só uma questão de conforto, é questão de criar possibilidade e dar agilidade nos processos. Não é fácil, porque queremos ficar por aqui pelo Recife Antigo e um espaço desses às vezes não é muito fácil de achar, e quando acha ou é muito caro ou precisa de investimento e tempo demais. Mas já temos alguns bons contatos e acho que no início do próximo ano conseguimos resolver essa questão.

Investimento em editais de contratação

Como eu disse, a gente preferiu correr o risco de ter alguns processos que precisassem de correção do que não fazê-los. Nós nos propusemos a fazer tudo por edital, e isso foi uma marca registrada já dessa gestão na Secretaria de Cultura e na Fundação de Cultura. Esse ano acho que só o Carnaval que não foi assim, mas a partir do São João as ações foram com edital. Assim o poder público saiu daquela ação de ser o principal ator nesse processo, e passou a ser demandado. O edital faz isso. Ele propicia também que as pessoas nos procurem e se ofereçam a participar. E nos comprometemos que no mínimo 70% da composição que as curadorias escolheriam seriam de processos inscritos nos festivais, mas passamos disso fácil. Acho que foi em torno de 90%. O que compôs a grade de todos esses eventos foram os editais. Em alguns casos talvez não se tenha tido o tempo que seria melhor, mas todos eles aconteceram. Para o ano, com certeza a gente vai melhorar.

Formato dos festivais dos próximos anos

A gente precisa ampliar esse debate e saber qual vai ser a melhor formatação pra fazer os festivais. Precisamos trazer para os fóruns, o Conselho de Política Cultural. Nós fizemos isso esse ano, mas acho que a gente deve continuar numa medida muito maior. Temos que ouvir os especialistas. Precisamos saber onde é a intersecção entre o conjunto de pessoas que pensam essa discussão e o que a gente pode fazer pra que aconteça da melhor forma. Cabe a nós gestores compatibilizar o que o meio cultural acha em cada uma das linguagens.

Inauguração da Rádio Frei Caneca

A Rádio Frei Caneca vai começar a funcionar até o fim do primeiro semestre de 2014. VEJA MAIS DETALHES VÍDEO:

Orçamento da pasta da Cultura

Ao longo do ano são feitas várias modificações no orçamento, então o que conta mesmo é o que foi executado. E esse orçamento a gente tem feito acima da média nacional, que é 2%. A ideia é discutir esse orçamento não como um número vazio, mas dizer qual a nossa capacidade de executar a política cultural, algo tão importante a ser desenvolvido junto às comunidades. Então é qualificar o gasto também. Diminuição do orçamento não vai ter, pelo contrário, a gente vai trabalhar pra trazer recursos de fora e essa é a determinação do prefeito. E a captação privada não é a única. A gente tem que captar recursos também do Ministério da Cultura (MinC), junto ao Governo do Estado, junto às emendas parlamentares. Há várias formas de captar e a gente quer se estruturar pra fazer isso com competência. Esse ano o orçamento que a gente trabalhou foi algo em torno de R$ 70 milhões. Eu não tenho nenhuma dúvida de que, ao final do próximo ano, quando a gente tiver os remanejamentos orçamentários, a gente vai ter um número mais expressivo do que esse.

Reformulação do Sistema de Incentivo a Cultura (SIC) municipal

Eu acho que o SIC - e eu digo eu acho porque o SIC está muito mais vinculado à Secretaria de Cultura e quando se conversar com a secretária Leda Alves ela vai ter muito mais elementos pra falar sobre isso. Mas eu sou totalmente a favor desses editais e ai é uma opinião pessoal, porque o edital vai ao encontro de uma política cultural que a gente defende, que é democrática, inclusiva, isenta. Quando, por exemplo, fizemos um edital deixando esse formato mais participativo, quando a gente colocou o Núcleo de Cultura Cidadã pra dar mais facilidade para as pessoas, estamos no fundo discutindo o Sistema de Incentivo a Cultura, porque ele é um formato que precisa disso tudo. Eu tenho certeza que, para o ano, haverá uma definição em relação a isso. Não posso ainda adiantar se vai ser nesse mesmo formato que vem sendo discutido, mas com a ideia da isenção, da inclusão e da participação democrática que um projeto como o SIC envolve, portanto acredito que a gente tem sim novidade para o próximo ano em relação a isso.

Uma das mais importantes festas populares, o São João é tema do 8º Seminário do Ciclo Junino, promovido Secretaria de Cultura do Recife. O evento acontece entre os dias 21 e 23 de maio no auditório do Centro de Artesanato, no Bairro do Recife.

Elementos como a música, a dança e a religiosidade são debatidos em mesas redondas com a participação de estudiosos da cultura popular. Entre os participantes está o coreógrafo Mika silva, um dos homenageados do São João do Recife 2013.

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Interessados em participar devem se inscrever na Casa 38 do Pátio de São Pedro, no Bairro de São José, de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h, até o dia 17 de maio. Mais informações pelos telefones (81) 3355 8046, 3355 8018 ou 3355 8048.

Programação

21 de maio

14h
Mesa de abertura
Leda Alves (secretária de Cultura do Recife), Roberto Lessa (presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife), Zélia Sales (gerente de Preservação do Patrimônio Imaterial da Secretaria de Cultura) e Albemar Araújo (ator, dramaturgo e especialista em Cultura Popular e Políticas Culturais)

15h
Mesa temática: Religião e Religiosidade
Albemar Araújo, Ubiracy Ferreira (coreógrafo, mestre e pesquisador da Cultura Popular)

22 de maio

14h
Mesa temática: O Canto e Dança do Ciclo Junino
Geraldo Vital (mestre em Música e professor do Conservatório Pernambucano) e Mika Silva (coreógrafo e pesquisador da cultura popular)

23 de maio

14h
Mesa Temática: A Festa.
Carmem Lélis (pesquisadora e historiadora) e Mário Ribeiro (pesquisador e historiador)

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A 13ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) teve a sua abertura nesta sexta-feira (6), no Centro de Convenções, em Olinda e segue até o dia 15 deste mês. São 29 mil metros quadrados de feira, sendo 120 mil deles destinados ao cantor e compositor Luiz Gonzaga, o grande homenageado do evento durante os próximos dez dias. 

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O governador do Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, visitou o primeiro dia da feira e, logo na entrada, foi recebido pela Orquestra Projeto Social Cidade de Caruaru, com cerca de 100 crianças. “A Feneart é importante para o nosso estado, não só para a cena cultural, mas também para a geração de oportunidades e renda”, enfatiza.

Também estiveram presentes no evento o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, o vice-governador, João Lyra, a Deputada Federal, Ana Arraes, o Secretário de Turismo do Estado, Alberto Feitosa, dentre outras pessoas do meio político da cidade.

O coordenador do evento, Roberto Lessa, falou sobre as novidades deste ano, como o Espaço Luiz Gonzaga, uma brincadeira em que as pessoas podem se trajar virtualmente como o cantor e, em seguida, enviar a foto por email ou publicar nas redes sociais. Além disso, a feira terá palestras, designers famosos, 41 mestres de artesanato, 61 prefeituras participantes e a presença de 40 países, dentre eles Comboja e Líbia, que estão participando pela primeira vez do evento.

A expectativa de público e o retorno financeiro para este ano são baseados no que foi contabilizado no ano de 2011, quando conseguiram arrecadar 36 milhões de reais e 295 mil pessoas visitaram o evento. “Acredito que tanto o retorno financeiro quanto a expectativa de público não seja menor do que o ano passado”, afirmou o coordenador.

Por ser o primeiro dia, a feira já se encontra bem movimentada. Os visitantes podem conferir também mais de 60 shows de cultura. As entradas custam R$ 6 reais de segunda a sexta e R$ 8 nos finais de semana. Estudantes, idosos e professores pagam meia-entrada apresentando a carteira que comprove o beneficio no ato da compra.

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