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Com a viralização do vídeo no qual aparece o pastor Waldemir Farias durante um culto na Assembleia de Deus de Pernambuco, fazendo críticas à comunidade LGBTQIAP+, internautas o acusam de homofobia e pedem punição.

Ciente das declarações, a deputada estadual Dani Portela (Psol) disse que levará o assunto para discussão na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa (ALEPE). 

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Na gravação, compartilhada pelo Instagram Assembleianos de Valor, o pastor aparece em culto na sede central da igreja, localizada no bairro de Santo Amaro, região central do Recife, criticando a aceitação dos comportamentos de alguns fiéis que ele classifica como "afeminados"

O líder religioso ainda falou de hábitos de alguns cristãos, que segundo ele, "estão começando a tratar como se fosse normal" os comportamentos de membros da comunidade LGBTQIAP+. "Tem gente que se senta na frente da televisão, de um filme da Netflix, e assiste cenas veladas de iniquidade. Ele não se choca mais, ele não se aterroriza mais, ele não sente nojo, ele acha normal". 

 Os jovens presentes na sede da igreja puderam escutar o pastor Waldemir Farias criticando alguns homens evangélicos que, segundo ele, têm a "mão mole" e a "fala fina". Críticas aos religiosos que vestem roupas justas e "coloridas", também foram ouvidas. 

Após o vídeo ter sido divulgado no dia 4 de julho e, ter conseguido alcançar mais de 360 mil visualizações, internautas ficaram revoltados e acusaram o pastor de LGBTfobia.

Parlamentar levará o assunto à ALEPE 

A deputada estadual Dani Portela (Psol-PE), que é a atual presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco, disse que a fala do pastor Waldemir Farias impulsiona a "prática de ódio do fundamentalismo religioso" contra a existência de pessoas LGBTQIAP+.

"No país que mais mata pessoas LGBTQIAP+ no mundo, um discurso como esse não pode ser tolerado. A LGBTfobia é tipificada como crime, equiparada ao crime de racismo", afirmou. 

Vale ressaltar que, em 2019 o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu criminalizar a homofobia e a transfobia. Enquadrou as violências na Lei do Racismo (7.716/1989), sendo assim, ofensas às pessoas LGBTQIAP+ podem ser enquadradas no artigo 20 da referida norma, com punição de um a três anos de prisão. O crime é inafiançável e imprescritível.

  "Levaremos isso para discussão na Comissão de Direitos Humanos da ALEPE para que sejam encaminhadas as providências cabíveis. É importante salientar que o Ministério Público precisa ser provocado para que ele possa acompanhar e para que casos como esse não se repita", disse Dani Portela. 

"Acho importante falar também que nós protocolamos um Projeto de Lei, projeto 893/2023, denominado Projeto Arco-íris, que cria um protocolo principalmente voltado para as vítimas de LGBTfobia, mas que também prevê sanções para as pessoas que praticam esse crime", afirmou. 

Robeyoncé lamenta fala do pastor 

A primeira advogada travesti preta de Pernambuco, membra da Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) e suplente no Congresso Nacional, Robeyoncé Lima (Psol-PE), disse que alguns líderes religiosos precisam entender que o discurso de ódio não pode ser confundido com liberdade religiosa. 

"É lamentável que a gente tenha uma situação como essa que utiliza a religião para proferir discursos discriminatórios e preconceituosos. A gente sabe que hoje a LGBTfobia é equiparada ao crime de racismo. A gente precisa responsabilizar essas pessoas que professam o discurso de ódio. Nós da Comissão da Verdade, e da Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero dentro da OAB, fazemos esse trabalho buscando responsabilizar essas pessoas que divulgam desinformação e também proliferam o discurso de ódio", afirmou.

As integrantes do coletivo Juntas (PSOL), que tomam posse na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) na tarde desta sexta-feira (1º), querem presidir a Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Casa. Nos últimos anos, o PSOL comandou o colegiado com o ex-deputado Edilson Silva e de acordo com uma das co-deputadas, a produtora audiovisual Carol Vergolino, elas já estão se articulando para manter o protagonismo do partido na comissão.

“A gente tem uma carta já circulando [entre os movimentos populares] com várias assinaturas que a gente vai lançar, já na segunda-feira (4),  da nossa posição de articular isso com os movimentos para pressionar [e buscar a presidência da] Comissão. Vem um retrocesso muito grande por aí, e que já está se refletindo na Alepe, pois já temos mandatos bem retrógrados”, observou Carol, pouco antes de iniciar o ‘arrastão popular’, no Centro do Recife, que antecedeu a cerimônia de posse na Alepe.

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O desejo expresso por Carol Vergolino também é comungado pelas outras componentes do Juntas: Robeyoncé Lima, advogada trans; Joelma Carla, estudante; Jô Cavalcanti, ambulante; e Kátia Cunha, professora. As presidências das comissões devem ser definidas até o fim da próxima semana. Ainda segundo Carol, todos os parlamentares com quem elas já conversaram foram informados do desejo.

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Primeiro mandato coletivo da Alepe       

Esta é a primeira vez que a Alepe terá entre seus 49 deputados um mandato coletivo. Em outubro, na corrida por uma cadeira na Casa, elas pretendiam reproduzir no Estado uma iniciativa do PSOL que deu certo na Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte e conquistaram êxito. Elas foram eleitas com quase 40 mil votos.  

Em entrevista ao LeiaJá, Jô Cavalcanti, que representará o coletivo nas votações em plenário, disse que na Alepe a pretensão do Juntas é “priorizar o povo” nas pautas que contemplem a defesa da mulher, moradia, direito a cidade, cultura, educação e políticas LGBT.

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