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A Polícia Federal apreendeu com a família do pecuarista José Carlos Bumlai um e-mail enviado por uma pessoa ainda não identificada solicitando R$ 650 mil para fugir do Ministério Público Federal e da polícia. O autor solicitou a ajuda ao amigo do ex-presidente Lula denunciado criminalmente na segunda-feira, 14, pela força-tarefa da Operação Lava Jato, por temer ser alvo das investigações do Caso Sanasa - maior escândalo de corrupção da prefeitura de Campinas, no interior de São Paulo, envolvendo contratos da área de saneamento e pelo menos duas construtoras alvos da Lava Jato.

O autor do e-mail usou uma conta de um sobrinho e chama o pecuarista de "Zé Carlos". "Estou escrevendo á você em forma de carta simples pra não chamar a atenção de terceiros, temo estar sendo vigiado e monitorado pelo MP (Ministério Público) e pela Policia Civil de São Paulo, por esse motivo eu não telefonei nem tenho como tratar do restante do assunto pessoalmente", abre a mensagem.

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"Por favor, providencie com máxima urgência possível, o montante de seiscentos e cinquenta mil reais, em dinheiro, a ser entregue em data, local e horário que eu vou informar posteriormente", pede o emissário. "Não posso tratar aqui de detalhes nem citar nomes evitando que haja maiores complicações á todos nós caso essa correspondência seja desviada, violada ou extraviada de seu destinatário final."

Bumlai - preso desde o dia 24 de novembro, em Curitiba, pela Operação Lava Jato - é suspeito de ser o elo entre a empreiteira Constran e o esquema de corrupção e fraudes em licitação na prefeitura de Campinas, que levou à condenação por 20 anos de prisão da ex-mulher do prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT), o Dr Hélio, e o ex-vice-prefeito Demétrio Vilagra (PT), na semana passada.

Pelo menos dois contratos milionários da Constran - comprada em 2010, pela UTC - com a empresa municipal de saneamento de Campinas, a Sanasa, teriam envolvido a atuação de Bumlai com o pagamento de propinas que variavam de 5% a 7% - um esquema similar ao descoberto na Petrobras, a partir de 2014, pela Lava Jato.

No e-mail, anexado ao pedido de prisão do pecuarista, o autor informa que está em Osasco, na Grande São Paulo. "Onde o prefeito daqui que é do PT esta nos dando um apoio até que as coisas se acalmem em Campinas." "Com a decretação de prisão preventiva da Sra. Rosely e do Sr. Demétrio as coisas podem piorarem pois o cerco esta se fechando e precisamos nos blindar antes que as coisas tomem dimensões incalculáveis e fujam ao nosso controle", completa.

A ex-primeira-dama, apontada como chefe da quadrilha, e o ex-vice-prefeito do PT foram condenados pela Justiça, em Campinas. Em 2011, eles chegaram a serem presos preventivamente a pedido da Promotoria.

"Bumlai negou, ao ser ouvido, ter prestado qualquer tipo de assistência a qualquer investigado no Caso Sanasa, no qual apurasse pagamento de vantagem indevida em contratações no Município de Campinas. Nada obstante sua alegação, documento também apreendido em seu escritório em Campo Grande/MS revela que um dos investigados no caso, furtando-se de identificar-se, encontrava-se foragido e temendo estar sendo monitorado pelas autoridades locais, solicitou a José Carlos Bumlai, a quem se referia como 'meu amigo', o valor de R$ 650 mil em espécie para finalidade não identificada. A se depreender do contexto da mensagem, o valor destinar-se-ia para fins ilícitos."

Lula

Em outubro de 2011, o juiz do Caso Sanasa, Nelson Augusto Bernardes, da 3ª Vara Criminal em Campinas, indeferiu o pedido de prisão de Bumlai feito pelos promotores.

O nome de Bumlai foi mencionado também em interceptação telefônica de um diálogo entre um advogado e o delator do Caso Sanasa. Relatório do Gaeco destaca que, em 26 de abril, Aquino conversa com o advogado após reunião com um homem chamado de Ítalo Barione.

"De acordo com Luiz Aquino, Ítalo Barione estaria colhendo informações, a pedido do próprio José Carlos Bumlai, para viabilizar a formalização, junto ao Ministério Público, de delação premiada em favor dele", informa o documento. "Aquino relata que Bumlai teria intenção de proteger Lula." Um resumo da conversa, nos autos da promotoria: "Aquino diz que Bumlai quer fazer acordo e 'o que ele puder fazer para proteger Lula, tudo bem'".

Para os promotores, "o teor do diálogo é totalmente pertinente". Eles falam das relações de Bumlai e Lula. "O empresário talvez tivesse a preocupação de não propiciar uma exposição negativa em razão da amizade de ambos."

A possibilidade de uma delação por parte do pecuarista para "proteger Lula" integrou o pedido de prisão dos promotores. Sua defesa negou, na época, a intenção, classificada de mentira.

Na decisão do juiz, em 2011, sobre o pedido de prisão de Bumlai, Bernardes apontou a necessidade de apurações mais aprofundadas sobre seu envolvimento.

Na terça-feira da semana passada, o juiz da 3ª Vara Criminal, em Campinas, condenou no processo do Casa Sanasa a ex-primeira-dama, o ex-vice-prefeito e outros réus, entre eles outro alvo da Lava Jato: ex-presidente da Camargo Corrêa Dalton Avancini. Ele foi condenado a 8 anos de reclusão pelo crime de corrupção ativa.

Bernardes, juiz do Caso Sanasa, comunicou oficialmente o juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, em Curitiba, responsável pelos processos em primeira estância da Lava Jato.

A Justiça de São Paulo retomou o processo criminal do Caso Sanasa - esquema de fraudes e corrupção em contratos de obras de abastecimento e saneamento da empresa municipal de água de Campinas. O escândalo envolve duas construtoras do suposto cartel que atuava na Petrobras - a Camargo Corrêa e a Constran - e pode complicar a vida do empresário e pecuarista José Carlos Bumlai, novo alvo da Operação Lava Jato.hahahah

Bumlai - o amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - é citado nos autos do Caso Sanasa, apesar de não ser réu. Uma investigação envolvendo sua atuação em favor da construtora Constran deve ser retomada pelo Gaeco, núcleo do Ministério Público que combate o crime organizado. O pecuarista foi membro do conselho de administração da empreiteira.

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As apurações podem ajudar os investigadores da Lava Jato, após o nome de Bumlai cair no radar da Polícia Federal no termo de delação premiada de Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.

Costa apontou Bumlai como alguém "muito ligado ao PT" e "muito próximo" do lobista Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, suposto arrecadador e movimentador de propina para o PMDB, dentro da Petrobras - preso pela Lava Jato desde novembro de 2014.

Dois anos antes das investigações da Lava Jato chegarem ao suposto esquema comandado pelo PT que arrecadava de 1% a 3% nos grandes contratos da Petrobras, Bumlai teve a prisão temporária pedida pelos promotores do Caso Sanasa.

Propina

Segundo as acusações, Bumlai seria o elo entre a Constran - alvo agora da Lava Jato - e a prefeitura de Campinas, em um contrato milionário com a Sanasa para as obras de construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Anhumas - feita em parte com recursos federais.

O MP sustenta que por meio de fraudes e propinas, que variavam de 5% a 7%, empreiteiras - entre elas a Camargo Corrêa e a Constran - patrocinaram um esquema de mensalinho na Câmara de Campinas.

No topo da organização criminosa denunciada estaria a ex-primeira-dama de Campinas Rosely Nassim Jorge Santos. Considerado o maior escândalo político de Campinas, o Caso Sanasa levou à cassação o prefeito Hélio Oliveira Santos (PDT) e seu vice, Demétrio Vilagra (PT), em 2012. Na época, o caso abalou o PT e fez com que o ex-ministro José Dirceu - que ainda não havia sido condenado no mensalão - desembarcasse na cidade para uma visita relâmpago para tentar apaziguar a crise política instalada.

Amigo do presidente

Em outubro de 2011, a Justiça indeferiu o pedido de prisão de Bumlai. Na decisão, o juiz da 3ª Vara Criminal de Campinas, Nélson Augusto Bernardes, apontou a necessidade de apurações mais aprofundadas sobre seu envolvimento.

O estopim do caso foram os depoimentos de Luiz Augusto Castrillon de Aquino, que presidiu a Sanasa de janeiro de 2005 a julho de 2008. Em delação premiada, em dois extensos depoimentos, Aquino detalhou o mensalinho, com recebimento de parcelas fixas da propina por servidores e citou a atuação de Bumlai.

O delator disse ter sido "coordenador estratégico da campanha de Dr. Hélio em 2004, da qual 'Bumlai participou ativamente'". "No início do primeiro mandato, o prefeito nomeou a mulher chefe de gabinete, tendo ela assumido amplos poderes na gestão", disse Aquino.

"Rosely decidiu montar esquema de arrecadação financeira clandestina na administração. Ou ingressava no esquema e propiciava a arrecadação ilícita de fundos ou era tirado do cargo que ocupava."

Segundo Aquino, a primeira-dama "estabelecia metas anuais" e citou oito contratos em que os "porcentuais (da propina) variavam de 5% a 7% sobre o valor da obra." O esquema teria atuado de 2005 a 2008 e gerado um rombo de R$ 200 milhões.

Segundo o relatório do Gaeco, "informações apontam que a participação de Bumlai no esquema investigado extrapola a simples representação dos interesses da Constran junto ao grupo de Rosely Nassim e o correlato repasse de porcentuais do contrato mantido com a Sanasa".

"Já há informações no sentido de que Bumlai teria participação ainda mais direta no esquema de corrupção, inclusive com possível ascendência sobre Rosely Nassim", diz o texto.

Lula

O nome de Bumlai foi mencionado na interceptação telefônica de um diálogo entre um advogado e o delator do Caso Sanasa. Relatório do Gaeco destaca que, em 26 de abril, Aquino conversa com o advogado após reunião com um homem chamado de Ítalo Barione.

"De acordo com Luiz Aquino, Ítalo Barione estaria colhendo informações, a pedido do próprio José Carlos Bumlai, para viabilizar a formalização, junto ao Ministério Público, de delação premiada em favor dele", informa o documento. "Aquino relata que Bumlai teria intenção de proteger Lula." Um resumo da conversa, nos autos da promotoria: "Aquino diz que Bumlai quer fazer acordo e "o que ele puder fazer para proteger Lula, tudo bem"".

Para os promotores, "o teor do diálogo é totalmente pertinente". Eles falam das relações de Bumlai e Lula. "O empresário talvez tivesse a preocupação de não propiciar uma exposição negativa em razão da amizade de ambos."

A possibilidade de uma delação por parte do pecuarista para "proteger Lula" integrou o pedido de prisão dos promotores. Sua defesa negou, na época, a intenção, classificada de mentira.

Conexão

Os traços comuns, como modus operandi, pessoas e empresas envolvidas nos esquemas montados na Sanasa, em Campinas, e na Petrobras serão apurados pelos investigadores da Lava Jato.

Dalton dos Santos Avancini, executivo da Camargo Corrêa preso desde 14 de novembro de 2014 no escândalo Petrobras, é um dos réus do processo do Caso Sanasa, em Campinas. O processo foi retomado e está em fase final.

A Camargo Corrêa, que foi contratada nas obras da ETE Anhumas, teria pago propina no esquema. O juiz Nélson Augusto Bernardes chegou a decretar a prisão do executivo, em 2011, ele foi considerado foragido e acabou conseguindo a suspensão da medida.

A Constran, também investigada na Lava Jato, foi outra contratada pela Sanasa para as obras da ETE Anhumas. Hoje a Constran pertence à UTC, cujo presidente, Ricardo Pessoa, foi preso pela Lava Jato apontado como coordenador do suposto cartel que se autodenominava "clube" para fatiar obras da Petrobras.

O advogado Mario Sérgio Duarte Garcia, que representa José Carlos Bumlai, afirmou que o cliente não é "muito próximo" de Fernando Baiano. Segundo o defensor, o pecuarista apenas o conhece.

"Não é jamais foi elo entre Constran e a prefeitura de Campinas. Ele não participou (de esquema) e não se envolveu em irregularidade. Não tem cabimento fazer delação premiada, porque ele não é investigado e nem foi acusado. O nome dele foi inventado pelo Aquino."

Em nota, a UTC informou que "adquiriu participação acionária na Constran em 2010".

"A Construtora Camargo Corrêa tem prestado os esclarecimentos para demonstrar a regularidade de sua atuação neste contrato", afirmou a Camargo Corrêa.

O prefeito cassado de Campinas Hélio de Oliveira Santos (PDT) quebrou o silêncio depois de dois anos, após o maior escândalo de corrupção da prefeitura local, e lançou um blog na última semana em que se diz inocente e vítima de um "complô político".

"Após um período de um exílio forçado político, por circunstâncias que eu vou ter oportunidade de relatar para todos a verdade a respeito desse episódio que culminou obviamente num complô político com a perda de um mandato popular", afirma Dr. Hélio em um vídeo.

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Onze quilos mais magro, de volta aos estudos de medicina, Dr. Hélio afirma ser vítima de "jogo de cartas marcadas". "Determinados jogos de cartas marcadas do poder acabaram me levando a esse exílio forçado, numa tentativa de proteger a minha própria família", explica o prefeito cassado, sobre seu silêncio, desde 21 de agosto de 2011, quando deixou o cargo, cassado pela Câmara.

"Tudo aquilo que eu pudesse falar naquele instante poderia ser interpretado de outra forma, seria distorcido e poderia trazer problemas para a Rosely, para a minha família. Por isso, me mantive em silêncio, depois que me defendi durante horas e horas na Câmara Municipal, que buscou estabelecer aquele golpe político", explica Dr. Hélio no vídeo.

A ex-primeira-dama Rosely Santos é a principal acusada no Caso Sanasa, processo em que 22 pessoas, entre ex-secretário, servidores e empresários são acusadas pelo Ministério Público por formação de quadrilha, corrupção e fraudes em licitações na empresa de água de Campinas. De 2005 a 2008 eles teriam desviado mais de R$ 200 milhões dos cofres públicos por meio de fraudes em contratos e superfaturamentos.

O suposto esquema veio à tona em maio de 2011, quando 11 pessoas foram presas em uma megaoperação policial, entre elas o então vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT), secretários municipais e ex-diretores da Sanasa. Na ocasião, a mulher de Dr. Hélio também teve a prisão decretada, mas não chegou a ser detida. Ela é apontada como chefe da suposta quadrilha.

'Golpe político'

Apesar do nome do então prefeito nunca ter aparecido nas investigações, uma comissão processante foi aberta contra ele na Câmara de Vereadores, que culminou em sua cassação. O vice do PT, que é um dos réus do processo, assumiu como prefeito, mas também foi alvo de impeachment em dezembro.

"Fiz uma opção pelo meu povo e isso incomoda", afirma Dr. Hélio, no blog, que foi colocado no ar no dia 16 e até agora tem três textos. "Nunca deixei Campinas, nunca fui viajar para outros países, sempre fiquei aqui num regime de enclausuramento."

Segundo Dr. Hélio, a página na internet será seu canal de comunicação. "Vou contar a verdadeira história desse golpe político na terra de Carlos Gomes."

A Justiça bloqueou bens de 6 dos 22 acusados de desvio de recursos da prefeitura de Campinas, durante o governo Hélio de Oliveira Santos (PDT), entre eles a ex-primeira-dama Rosely Nassim Santos, o vice-prefeito cassado Demétrio Vilagra (PT) e dois secretário, principais acusados no Caso Sanasa, que apurou fraudes em licitações, corrupção e formação de quadrilha. Na tarde desta segunda-feira, será realizada a nona audiência do processo.

O juiz da 3.ª Vara Criminal de Campinas, Nelson Augusto Bernardes, acatou pedido do Ministério Público para bloqueio judicial dos bens de Rosely (apontada no processo como líder do esquema de fraudes), do vice-prefeito, do ex-secretário de Comunicação Francisco de Lagos, do ex-secretário de Assuntos Jurídicos Carlos Henrique Pinto, do ex-diretor de Planejamento Ricardo Chimirri Cândia e do ex-diretor técnico da Sanasa Aurélio Cance Júnior.

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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado aponta que de 2005 a 2008 a suposta quadrilha pode ter fraudado em contratos de prestação de serviços de obras e de manutenção predial mais de R$ 200 milhões.

O pedido foi aceito na quarta-feira (27/3), dois anos depois da megaoperação de levou 11 dos envolvidos para a cadeia e iniciou a queda do governo Hélio. Os bens ficarão indisponíveis até o fim do processo. Ainda cabe recurso. São 126 bens imobilizados, 63 propriedades de imóveis e terrenos, 55 veículos e oito empresas.

Caso Sanasa

Conhecido como maior escândalo de corrupção da prefeitura de Campinas, o processo entra na sua fase final. Na tarde hoje, o juiz deve começar a ouvir os depoimentos dos principais acusados, entre eles a ex-primeira-dama. Como a maioria dos principais acusados, ela deve permanecer em silêncio.

Os acusados negaram até agora participarem de um esquema criminoso de fraudes em contratos. Segundo denúncia do Gaeco, liderados pela ex-primeira-dama, secretários e agentes públicos do primeiro escalão fraudavam contratos em parceria com empresários e lobistas, que desviavam valores superfaturados para devolverem aos envolvidos.

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