As autoridades sauditas libertaram uma princesa e sua filha, detidas sem acusações durante quase três anos na capital, informou uma organização de direitos humanos neste sábado (8).
Basmah bin Saud, uma empresária de 57 anos, foi detida em março de 2019. Em abril de 2020, implorou ao rei Salman e ao príncipe herdeiro, Mohamed bin Salman, que a libertassem por motivos de saúde.
A princesa "e sua filha Suhud [...] foram libertadas", disse a organização ALQST pelos Direitos Humanos no Twitter.
"Ela não recebeu o atendimento médico de que precisava contra condições potencialmente fatais", disse o grupo. O tipo de doença que ela sofria não foi revelado.
"Em nenhum momento durante sua detenção foram feitas acusações contra ela", acrescentou.
As autoridades sauditas não comentaram o caso.
A princesa Basmah foi detida pouco antes de uma viagem à Suíça para tratamento médico, segundo uma fonte próxima à família.
O príncipe Mohamed bin Salmán foi considerado um reformista desde que foi nomeado por seu pai, o rei Salmán, em junho de 2017.
Desde então, ordenou várias reformas, como permitir que as mulheres dirijam ou a flexibilização das regras que dão aos homens autoridade sobre as mulheres de suas famílias.
Mas as autoridades também fizeram campanha contra os críticos do poder e opositores em potencial, de religiosos à ativistas pelos direitos das mulheres, mesmo quando se trata de membros da família real.
A princesa Basmah estava detida na prisão de Al Hair, onde estão vários presos políticos.
Em depoimento escrito enviado às Nações Unidas em 2020, ao qual a AFP teve acesso, sua família afirmou que a princesa havia sido detida em grande parte por causa de suas "críticas abertas aos abusos" cometidos na Arábia Saudita.
Em março de 2020, a guarda real deteve o irmão e sobrinho do rei Salman, acusados de ter fomentado um golpe contra o príncipe herdeiro, segundo várias fontes.