O movimento Vem Pra Rua cancelou, nesta sexta-feira (19), as manifestações marcadas em algumas cidades do país para o próximo domingo (21). Em nota, o grupo diz que a medida é por questão de segurança e pontua não se tratar de “um recuo” diante das novas acusações de pagamento de propinas a políticos como o senador Aécio Neves (PSDB) e ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), para este com o suposto aval do presidente Michel Temer (PMDB).
“O Vem Pra Rua sempre exerceu a coerência no seu posicionamento, pregando a ética na política, um estado desinchado e eficiente e respeitando os princípios democráticos e constitucionais. Ao adiar a manifestação de domingo, o movimento o faz sobretudo por questões de segurança”, frisa o texto. “Em muitas cidades não houve tempo hábil para planejar a segurança ideal. Sair sem segurança adequada colocaria em risco não só membros do movimento como seguidores e público em geral”, justifica, acrescentando.
##RECOMENDA##[@#video#@]
Na nota, o movimento garante que uma nova data será marcada para um ato em defesa da Lava Jato, com foco nas novas denúncias e pondera que “o adiamento não significa recuo”. “Ao contrário, nada abala nossa convicção de que todos, sem exceção e de que partidos forem, devem ser punidos pelos crimes cometidos”, ressalta.
Ainda no texto o grupo também se coloca contra a campanha dos movimentos e partidos que integram as Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular pelo adiantamento das eleições gerais. “O Vem Pra Rua preza acima de tudo o que está determinado no texto constitucional e por isso mesmo repudia qualquer movimento em relação a eleições diretas neste momento”, destaca.
Apesar do cancelamento, a líder do Vem Pra Rua do em Pernambuco, Maria Dulce Sampaio, disse ao LeiaJá que eles não têm "políticos de estimação". Ela afirmou também que no Recife já não haveria o ato por “falta de tempo hábil para organizar”. Um adesivaço, que já estava previsto antes da divulgação da delação da JBS para o domingo (19), na Avenida Boa Viagem, também foi cancelado.