Tópicos | Sérgio Goiana

A segunda reportagem sobre o crescimento de políticos de grupos de minorias, que buscam protagonismo nas eleições municipais do próximo ano, escutou o vereador Vinícius Castello (PT-PE) da cidade de Olinda. O parlamentar afirmou que se colocou a disposição do Partido dos Trabalhadores para disputar a prefeitura do município de mais de 340 mil habitantes.

De olho em 2024

##RECOMENDA##

Se na reportagem anterior, a vereadora Flávia Hellen (PT) brincou ao afirmar que o partido do presidente Lula (PT) tem “a bola e uma rede sem goleiro”, quando se referiu as próximas disputas municipais, Vinícius Castello afirma que a sigla está com a “faca e o queijo na mão” para competir em 2024.

“Eu acredito que o partido dos trabalhadores tem todas as possibilidades de ocupar o Executivo da cidade de Olinda, não só pela sua força, mas sim por ser um partido que está inserido em toda a cidade. Essa força vem principalmente, por a gente ter de volta o maior líder político da América Latina, um dos maiores líderes políticos do mundo, como presidente do Brasil”, pontua o parlamentar.

É com essa confiança que o político deseja enfrentar a próxima disputa do município. Porém, o vereador, que está em seu primeiro mandato, ainda segue com a dúvida: a sua sigla, que está pela quinta vez no comando da Presidência, escolherá um jovem parlamentar que tem papel ativo na militância da esquerda no estado ou apoiará outra figura política de alguma legenda da base governista?

Mesmo ainda não tendo essa resposta, o petista acredita que será importante disputar a próxima eleição, pois a mesma cidade que o escolheu em 2020 para uma cadeira na Câmara dos Vereadores, ainda deseja ter um gestor que resolva os problemas da sua população. Além disso, Vinícius enxerga que o apoio dos seus eleitores alimenta a sua vontade em querer ocupar a prefeitura.

“Apesar de eu ser hoje uma das principais figuras de oposição da cidade e um dos políticos com maior inserção na sociedade olindense, é importante que a gente consiga perceber e entender também que isso é fruto de uma construção social. Uma construção junto com os movimentos sociais, junto com a juventude, com a periferia, com as vozes que foram silenciadas e que agora estão tendo a oportunidade de construir ao meu lado uma perspectiva política que vise dar protagonismo para a classe trabalhadora”, diz.

Trajetória

Posicionado na oposição do segundo mandato do prefeito Professor Lupércio (PSD-PE), Vinícius Castello se elegeu na última eleição municipal com 2.007 votos. Sua campanha ficou conhecida pelo trabalho de mobilização nas redes sociais, na qual conseguiu alcançar a confiança dos eleitores olindenses através de publicações que explicavam seus projetos para o desenvolvimento da cidade.

Criado na Barreira do Rosário, na periferia do município, Vini conseguiu o feito de ser o vereador mais jovem e o primeiro assumidamente LGBTQIAP+ do município. Ele, que é formado em direito pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), foi a primeira pessoa da sua família a entrar em uma instituição de ensino superior e a concluir uma graduação. No ambiente acadêmico, coordenou o Quilombo Marielle Franco, coletivo de estudantes negros e negras da Unicap. Foi através desse coletivo, que mais de 1,6 mil estudantes conquistaram bolsa de estudos.

Em 2022, o parlamentar disputou a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), mas acabou como suplente. Mesmo com o resultado não esperado, a derrota foi vista com bons olhos pelo petista. “Saí de 2.007 votos em 2020, quando ganhei para vereador, para 22.713. Isso só mostra que o trabalho que faço em Olinda é reconhecido pelos pernambucanos. Esses votos me deram força e fôlego para poder começar a construir dentro do partido essa possibilidade de dialogar a respeito da disputa municipal aqui na cidade”.

Foto: Júlio Gomes/LeiaJá

Vinícius, que defende as bandeiras do movimento negro e LGBTQIAP+, ao entrar na Câmara de Vereadores precisou lidar com diversos ataques. Um deles, aconteceu em junho do ano passado, quando o vereador Jojó Guerra (PL-PE) o chamou de "viado" ao falar sobre um projeto de lei que previa a proibição da discriminação pela orientação sexual e de gênero em Olinda.

Ciente que poderá enfrentar preconceitos ao tentar disputar a Prefeitura de Olinda, o vereador ver a política como um caminho “árduo e desafiador”, mas diz que vem enfrentando esses ataques com muita luta e responsabilidade.

"Ser uma pessoa jovem, uma pessoa negra, uma pessoa LGBT, uma pessoa que não é herdeira, dentro dessa estrutura política, é lidar com a violência, é lidar com a tentativa de boicote. Mas, já passou o tempo de eu não acreditar na potência de corpos como os meus”, pontua.

Qual será a decisão do PT?

O LeiaJá procurou o Partido dos Trabalhadores para saber se Vinícius representará a sigla na disputa do próximo ano. No entanto, o secretário geral do PT em Pernambuco, Sérgio Goiana, afirmou que devido Olinda possuir mais de 100 mil habitantes, quem decide o nome para a corrida eleitoral é o diretório nacional do partido.

Já a senadora Teresa Leitão (PT-PE), em entrevista a Folha de Pernambuco na última segunda-feira (4), afirmou que no município a sigla “está com uma pré-candidatura”, porém “ainda não bateu martelo”. Ela pontuou que não existe outro nome colocado na disputa a não ser o de Vinícius.

 

A Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE) antecipou para esta segunda-feira (30) a celebração do Dia Internacional do Trabalhador (1° de maio). A CUT-PE optou por realizar um ato público de panfletagem para ampliar a coleta de votos no Plebiscito Nacional sobre o Fim do Imposto Sindical. As assinaturas estão sendo colhidas na Praça da Independência, bairro de Santo Antônio, área central do Recife.

A mobilização intensifica as atividades do Plebiscito Nacional sobre o Fim do Imposto Sindical que a CUT realiza em todo o Brasil até o dia 15 junho, e faz parte da Campanha Nacional por Liberdade e Autonomia Sindical. O presidente da CUT-PE, Sérgio Goiana, afirma que para os dirigentes da CUT, o 1º de maio é, também, dia de conscientizar os trabalhadores sobre a importância da liberdade de organização e democratização das entidades sindicais.

##RECOMENDA##

A Central defende que o tributo compulsório, que equivale ao desconto de um dia de salário por ano de todos os trabalhadores com carteira assinada do país, contribui para aumentar o número de sindicatos de gaveta, fantasmas, os quais não representam os trabalhadores. Para a CUT-PE o imposto sindical pode ser substituído por uma contribuição negocial, aprovada em assembleia após as negociações feitas pelos dirigentes. O trabalhador decide com quanto quer contribuir para manter o seu sindicato de forma absolutamente democrática e transparente.

“Precisamos de liberdade de organização sindical, pois, sem isso, não vamos consolidar uma sociedade efetivamente democrática, participativa, com distribuição de renda e justiça social”, enfatizou Goiana. Ele reforça que “o fim do imposto sindical é essencial para que isso aconteça”, diz Goiana.

Depois do anúncio de apoio de três correntes petistas, o candidato às prévias do partido dos trabalhadores no Recife, Maurício Rands, recebeu no final da manhã desta sexta-feira (27) a confirmação de que o presidente da CUT-PE, Sérgio Goiana, também estará ao seu lado. A decisão foi anunciada em uma reunião com dirigentes sindicais e sindicalistas na sede do Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações (Sinttel –PE).

Em seu segundo mandato à frente da CUT-PE, Sérgio Goiana acredita que sua aderência à campanha de Rands para as eleições internas será um fator agregador. “As pessoas que comungam do nosso pensamento agora vão estar envolvidas nesse processo eleitoral e, com certeza, isso terá um peso na hora do voto”, frisou. Goiana completou afirmando que “a partir do momento que você tem pessoas que estão dentro da base social envolvidas com o projeto, logicamente que a chance dele ser vitorioso aumenta”.

##RECOMENDA##

O presidente da CUT-PE também fez questão de explicar que o apoio se deve à relação que Rands “sempre” nutriu com os sindicalistas. “Ele sempre teve uma relação de compromisso, de defesa da própria Central sindical, participou de vários processos de eleições envolvendo a CUT-PE e outros setores que, evidentemente, dentro de uma democracia, pensam diferente. Com Rands construímos uma relação de contato dentro do Congresso Nacional, pois era um deputado que a gente podia contar nos projetos que a CUT defende... A nossa relação é antiga e por isso é natural que o apoiemos”.

Entusiasmado com o novo apoio, Rands disse que o movimento sindical representa “um dos pilares fundamentais”. Em seguida, o secretário estadual de Governo pontuou os motivos pelos quais se coloca para as prévias do PT e elencou as “deficiências” da gestão de seu “opositor”, João da Costa, à frente da gestão municipal. “Eu sou militante há mais de 30 anos e não me lembro de alguém no exercício do Governo do Estado ou da prefeitura que tenha se posto como candidato e se mostrar tão isolado quanto o prefeito. Então, não é uma conspiração contra o atual prefeito. É uma análise política, é um diagnóstico da inviabilidade que ele apresentou como gestor”, disparou.

O secretário disse que, se eleito, não haverá perseguição contra os cargos comissionados da Prefeitura e aproveitou para fazer um chamamento a estes. “Para aquelas poucas pessoas que possam estar fazendo o cálculo, ah, eu vou ficar com o atual prefeito para manter o meu cargo, aviso que não vai ter perseguição. Nós queremos que todos os militantes que queiram se incorporar a esse projeto, que é de ideais, se incorpore, mesmo que tenham apoiado a candidatura de João da Costa. E lembrando que quem está fazendo esse cálculo mais imediato, na verdade, a probabilidade é que ficasse na prefeitura por pouco tempo, porque dificilmente se João da Costa fosse vitorioso nas prévias, ele ganharia as eleições”.

Sob os aplausos dos sindicalistas, que ostentavam botons de apoio à candidatura de Rands, o secretário estadual de Governo disse que está com a “maioria” da militância do partido, além de se dizer confiante com a possibilidade de apoio da Frente Popular caso saia vencedor das prévias. “Dialogar com as lideranças do partido e da Frente é tão natural para mim quanto tomar uma cervejinha no Empório Sertanejo e torcer pelo Náutico. O senador Armando Monteiro já disse que João da Costa ele não vai apoiar, mas se eu vencer as prévias eles voltam a conversar. É preciso esperar, ter cautela”.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando