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As centrais sindicais de Pernambuco (CUT, CTB, UGT, Força Sindical, Intersindical e Nova Central) farão uma atividade nesta segunda-feira (1), Dia do Trabalhador, a partir das 10h, na Praia do Pina, em frente ao Cassino Americano, próximo do Edifício JCPM, Praia do Pina, zona sul do Recife.   

O ato contará unificado político e cultural vai contar com várias atrações musicais e a presença de lideranças sindicais de Pernambuco. A manifestação tem como pautas: o pedido da queda da taxa de juros, o fim do endividamento das famílias, aposentadoria digna, igualdade de oportunidades para gêneros e raças no mercado de trabalho, valorização de serviço público, a revogação do novo ensino médio e reafirmar a defesa da democracia para reconstruirmos o Brasil junto com o presidente Lula. 

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1º de Maio marca a luta histórica da classe trabalhadora 

O 1º de Maio marca a luta da classe trabalhadora desde 1886, quando uma greve geral foi deflagrada nos Estados Unidos, com a reivindicação da redução da jornada, de até 17 horas, para oito horas. Dias depois, violentos confrontos entre manifestantes e polícia causaram mortes dos dois lados em Chicago. Sete operários líderes desse movimento, conhecido como Revolta de Haymarket, foram condenados à forca. 

Em protestos na data, em 1891, dez manifestantes foram mortos em Paris, fato que consolidou o Dia do Trabalhador internacionalmente. A França aprovou o turno de oito horas e decretou feriado a partir do 1º de Maio de 1919, quando começou a ser seguida por outros países. No Brasil, isso ocorreu em 1925. Os Estados Unidos não reconhecem a data, mas reduziram a jornada para oito horas em 1890. 

*Da assessoria 

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, convocou a rede nacional de rádio e televisão para um pronunciamento na segunda-feira, 1º de maio, quando é comemorado o Dia do Trabalhador. O discurso terá três minutos e será veiculado às 20 horas.

Ainda há dúvidas sobre a agenda de Lula para o dia 1º. Ele havia confirmado presença em um ato tradicionalmente organizado por centrais sindicais pelo Dia do Trabalhador no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. A viagem que estava prevista para São Paulo na data, contudo, foi cancelada na sexta-feira.

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Na manhã deste sábado, o presidente viajou a São Paulo para ir ao enterro de sua afilhada. Ainda não há previsão sobre quando ele volta a Brasília.

A expectativa é que Lula anuncie o aumento do salário mínimo de R$ 1.302 para R$ 1.320, que passará a valer a partir do dia 1º de maio.

A isenção do Imposto de Renda também será ampliada para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.640).

O 1º de Maio está próximo e marca o feriado do Dia do Trabalhador, feriado nacional e que garante aos trabalhadores um dia de folga, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Assim, a data pode alterar o funcionamento do comércio de rua e também das repartições públicas. Confira, abaixo, o que abre e fecha no Recife e Região Metropolitana em função do feriado. 

Comércio

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Centro do Recife e bairros 

Maioria das lojas fechadas, de acordo com a CDL.

Shoppings 

- Recife (Boa Viagem) – Funcionará das 12h às 21h e apenas para alimentação e lazer; 

- RioMar (Pina) – Funcionará das 12h às 21h para alimentação e lazer; 

- Boa Vista (Centro) – Funcionará das 11h às 19h para a praça de alimentação e lazer e algumas lojas; 

- Tacaruna (Santo Amaro) – Funcionará das 12h às 21h só para as lojas de alimentação e lazer; 

- Plaza (Casa Forte) – Funcionará das 12h às 21h só para alimentação e lazer; 

- Patteo Olinda – das 12h às 21h para alimentação e lazer; 

- North Way (Paulista) – Funcionará das 12h às 21h para alimentação e lazer; 

- Camará – Funcionará das 12h às 21h, todas as operações; 

- Guararapes (Jaboatão) – Funcionará das 12h às 21h para alimentação e lazer; 

- Costa Dourada (Cabo de Santo Agostinho) – Funcionará das 12h às 20h, todas as operações; 

-  Igarassu – Apenas cinema funcionará; 

- Recife Outlet (Moreno) – Funcionará das 9h às 21h, todas as operações. 

Ferreira Costa 

As lojas da Tamarineira e Imbiribeira, no Recife, funcionarão das 9h às 18h; as unidades de Caruaru e Garanhuns estarão fechadas. 

Serviços

Bancos 

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informa que os bancos não abrem no 1º de maio. 

Correios 

Não haverá expediente. O serviço retorna na terça-feira, 2 de maio, a partir das 8h. É possível acessar a Central de Atendimento dos Correios (CAC), no dia 1º, através do site dos Correios, na página do Fale Conosco; e pelos telefones 0800 725 7282, 0800 725 0100 e 3003 0100. 

Detran 

Todas as agências do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PE) estarão fechadas. 

Justiça 

O Poder Judiciário estadual funcionará em regime de plantão na próxima segunda-feira (1° de maio), em virtude do feriado do Dia do Trabalhor. Unidades judiciárias do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) vão prestar atendimento remoto voltado apenas para as demandas de urgência de 1° e 2° Graus de caráter cível e criminal. 

Prefeitura do Recife

Serviços municipais retornam na terça-feira, 2 de maio. 

Vacinação da Covid-19 no Recife 

As vacinas contra a Covid-19 continuarão sendo disponibilizadas nos centros de vacinação montados em quatro shoppings da capital. São eles: Recife, RioMar, Tacaruna e Boa Vista. O horário será o mesmo do funcionamento de cada centro de compras. A aplicação do imunizante também vai acontecer no Centro Médico Senador José Ermírio de Moraes, em Casa Forte, das 8h às 18h. Os demais pontos de imunização, tanto agendados quanto por demanda espontânea, reabrem na terça-feira (2). 

Testagem da Covid-19 no Recife 

Os centros de testagem para Covid-19 estarão funcionando no Compaz Ariano Suassuna, no Cordeiro; no Centro de Saúde Professor Mário Ramos, em Casa Amarela; e no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, das 8h às 17h. Com a exceção de idosos, gestantes e grupos de risco, que podem comparecer espontaneamente, é necessário o agendamento via Conecta Recife. 

 

Na próxima segunda-feira, 1º de maio, é comemorado o Dia do Trabalhador. Para celebrar a data, diversos setores (comerciais e educacionais) aproveitaram o final de semana para emendar a folga. Pensando nisso, o LeiaJá dá dicas de filmes e séries para ver nas plataformas de streaming durante o feriadão.

O Estrangulador de Boston (filme)

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Disponibilizado pelo Star +, o filme O Estrangulador de Boston é uma oportunidade para quem adora acompanhar investigações. Ambientado na década de 1960, em uma história real, o longa-metragem narra uma onda de assasinatos de mulheres que estão acontecendo em Boston. Após ficar sabendo das mortes, a jornalista Loretta McLaughlin (Keira Knightley) mostra interesse em contar os casos, apesar do chefe não gostar da ideia. Com ajuda de Jean Cole (Carrie Coon), Loretta passa a descobrir os passos de quem está matando as mulheres. O filme é bem produzido, o que mostra a misoginia da época e o destaque arrebatador das duas protagonistas.

The White Lotus (série)

Escrito e dirigido por Mike White, The White Lotus é uma boa pedida para quem deseja assistir algo diferente. Disponível na HBO Max, a série encanta os espectadores ao unir situações de comédia e drama. Reunindo duas temporadas, a produção se resume na forma do quão superficiais são as pessoas que possuem o domínio da riqueza.

Pamela Anderson - Uma História de Amor (filme)

Sucesso nos anos 1990, Pamela Anderson viu sua vida mudar com a ascensão à fama, os romances turbulentos e o escândalo da sex tape. O filme de Ryan White só mostra o quanto a sociedade ainda é cruel com a trajetória das mulheres. Em Pamela Anderson - Uma História de Amor, as pessoas irão ter acesso aos medos e sonhos de uma atriz que ainda tem muito o que mostrar. O documentário está na Netflix.

Euphoria (série)

Grande vencedora de prêmios Emmy, a série Euphoria é um achado para quem gosta de ver algo sobre a realidade. A produção estrelada pela atriz Zendaya explora o universo da juventude por meio de dramas familiares, elos de amizade, sexo e conflitos com a dependência química, além do impacto que as redes sociais causam nas pessoas. O sucesso de Sam Levinson está na HBO Max, com duas temporadas.

Neste domingo, 1º de maio, é celebrado o Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador. Como a data cai em um fim de semana, os horários de funcionamento em órgãos e repartições públicas não se alteram, uma vez que já não funcionam aos sábados, domingos e feriados. O comércio, porém, pode funcionar em horários alternativos. Confira algumas das mudanças no Recife e Região Metropolitana: 

Centro e bairros 

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O funcionamento das lojas de rua será facultativo, mas caso abram, o horário é das 9h às 18h. 

Shoppings 

• Shopping Patteo (Olinda) - Funcionará em horário especial das 12h às 21h; 

• Shopping Guararapes (Jaboatão) - Funcionará em horário especial das 12h às 21h; 

• Shopping Costa Dourada (Cabo de Santo Agostinho) - Funcionará em horário especial das 12h às 21h; 

• Shopping Recife (Boa Viagem) - Funcionará em horário especial 12h à 21h; 

• Shopping Riomar (Pina) - Funcionará em horário especial das 12h às 21h; 

• Shopping Tacaruna (Santo Amaro) - Funcionará em horário especial das 12h à 21h; 

• Shopping Plaza (Casa Forte) - Funcionará em horário especial das 12h às 21h. 

Ferreira Costa 

As únicas unidades em funcionamento serão as do Recife (Imbiribeira e Tamarineira), que abrirão das 9h às 18h; e a de Caruaru, no Agreste, que abrirá no mesmo horário. 

A Polícia Civil identificou os dois homens que se vestiram semelhantes aos membros da organização supremacista branca Ku Klux Klan durante ato em apoio ao presidente Jair Bolsonaro realizado no dia 1º de maio na cidade de Goiás-GO. O mentor foi indiciado por apologia criminosa e incitação ao racismo. 

A dupla carregava um cartaz com a frase "Deus, perdoe os torturadores". Um cartaz menor dizia "Nosso Brasil pertence ao senhor Jesus" e "Direita com Bolsonaro".

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As investigações apontaram que um dos investigados contratou o outro, que vive em situação de rua e estava alcoolizado na ocasião.

De acordo com as apurações da polícia, o mentor confeccionou a faixa, providenciou o traje branco e determinou o percurso. As vestes também fazem referência às usadas na Semana Santa na Procissão do Fogaréu.

A Organização Vilaboense de Artes e Tradições (Ovat), que realiza o evento religioso, disse não ter participação no ato. "Em detrimento da repercussão negativa que isso ensejou, tomaremos todas as medidas cabíveis junto às autoridades competentes: MP, Polícia Civil, MPF, Polícia Federal e OAB, e a estas nos colocamos à disposição naquilo que for necessário para averiguar a autoria deste fato", afirmou na ocasião. A prefeitura de Goiás também repudiou o ato.

O presidente Jair Bolsonaro fez acenos aos produtores rurais neste sábado (1º) com menos multas e mais armas no campo, além da derrubada da emenda constitucional que permite a expropriação de propriedades autuadas por trabalho escravo.

Na abertura da ExpoZebu 2021, o presidente elogiou os produtores rurais que continuaram produzindo durante a crise e listou uma série de medidas tomadas pelo seu governo para o setor. "O homem do campo é um forte e não parou na pandemia, continuou na vanguarda da economia", afirmou.

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Bolsonaro prometeu rever a emenda constitucional nº 81 que, segundo ele, colocaria em risco a propriedade privada. A emenda, aprovada em 2014, possibilita a expropriação de terras onde for encontrado trabalho escravo ou a plantação de drogas. "Devemos rever a emenda 81, que tornou vulnerável a questão da propriedade privada. Essa emenda ainda não foi regulamentada e com certeza não será no nosso governo", completou.

O presidente disse ainda que a quantidade de multas do Ibama e o ICMBio caíram bastante no seu governo. "Preferimos aconselhamento e observações, e somente em último caso a 'multagem', o que trouxe mais tranquilidade para o produtor rural", acrescentou.

Ele citou a medida que estendeu o porte de armas para o trabalhador rural em toda a propriedade, e não apenas na residência. No discurso, elencou ainda investimentos em rodovias e ferrovias para escoar produção do campo.

Bolsonaro também confirmou que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), colocará a regularização fundiária em pauta nas próximas semanas. "O homem do campo preserva o meio ambiente e seu local de trabalho e nos ajudará a combater ilícitos", concluiu.

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, também cumprimentou os agricultores e pecuaristas pelo Dia do Trabalho. "Nessa pandemia, eles trabalharam sem parar, na primeira e na segunda onda. Os produtores não deixaram de colocar o abastecimento farto na mesa dos brasileiros", completou.

O presidente Jair Bolsonaro aproveitou um discurso a produtores rurais nesta manhã na abertura da ExpoZebu 2021 para criticar de forma velada partidos de esquerda e centrais sindicais no Dia do Trabalho. "Em anos anteriores no dia 1º de maio, o que mais víamos no Brasil eram camisas e bandeiras vermelhas como se fôssemos um país socialista. Hoje temos prazer e satisfação de vermos bandeiras verde e amarelas, com homens e mulheres que trabalham de verdade e sabem que o bem maior que podemos ter na nossa pátria é a liberdade", afirmou. "Minha lealdade é ao trabalhador de verdade", completou.

O presidente disse ainda que houve poucas invasões no campo em seu governo e disse estar "minando" os recursos para Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). "Eles perderam bastante força e deixaram de levar terror ao campo", acrescentou.

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Bolsonaro acusou, no entanto, a Liga dos Camponeses Pobres de "levar o terror" a áreas rurais de Rondônia. Ele relatou conversas com o governador do Estado, Coronel Marcos Rocha, e com o ministro da Justiça, Anderson Torres, para conter o que chamou de "terrorismo" do grupo camponês.

Aos pecuaristas da ExpoZebu, o presidente ainda insinuou que os índios estariam se comportando melhor no seu governo. "No nosso governo houve poucas ações negativas por parte dos nossos irmãos índios, que eram levados por maus brasileiros a cometer esse tipo de infração. Hoje em dia vemos os índios participando do progresso, querendo investir e produzir. Temos que driblar entraves burocráticos e mudar leis para que eles possam produzir", completou.

O tradicional evento organizado pelas centrais sindicais no 1° de Maio, Dia do Trabalhador, vai reunir neste sábado (1º) pela primeira vez antigos adversários políticos no mesmo palanque virtual e terá o presidente Jair Bolsonaro como alvo central dos discursos.

Além de três ex-presidentes - Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso -, o ato terá a presença dos presidenciáveis Guilherme Boulos (PSOL), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Flávio Dino (PCdoB), e parlamentares de esquerda e de centro-direita.

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O ex-presidente Michel Temer não foi convidado. Já o governador João Doria (PSDB) enviou um vídeo, mas o material foi vetado por pressão de dirigentes da CUT.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um motorista de caminhão, funcionário de uma empresa de transporte, morreu devido à Covid-19. A Justiça do Trabalho de Minas Gerais, local onde ocorreu o fato, condenou a empresa a pagar uma indenização à família da vítima, alegando acidente de trabalho, pois entendeu que o profissional havia sido infectado enquanto estava no expediente.

O caso noticiado fez surgir uma série de questões sobre segurança do trabalho e os cuidados que devem ser tomados, principalmente durante a propação do novo coronavírus. A pandemia teve início em março de 2020, quando foram registrados os primeiros casos da doença no Brasil. Desde então, os números de infecções e óbitos por Covid-19 têm gerado grande impacto na população brasileira.

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Mesmo com mais de um ano da crise sanitária no País, trabalhadores de diversos setores são diariamente expostos a riscos de infecção pelo vírus, pois são obrigados, em buscar do sustento familiar, a cumprir o regime de trabalho presencial. De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que foi divulgada pela Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação (Febrac), 10% dos afastamentos de trabalho por doença aconteceram devido à Covid-19 em 2020.

No Dia do Trabalhador, celebrado neste sábado (1º), o LeiaJá traz uma entrevista com o advogado e professor de direito Ariston Flávio Costa. O especialista explica como os funcionários devem se proteger judicialmente, caso a empresa determine que ele deva trabalhar no formato presencial.

Segundo Ariston, é preciso atentar ao que foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), modificando uma Medida Provisória (MP). A partir das discussões jurídicas, foi firmada uma tese sob o tema de número 932, com "repercussão geral conhecida".

O 'Tema nº 932' se refere à possibilidade de responsabilização objetiva do empregador por danos decorrentes de acidentes de trabalho, que está sendo analisado pelo Tribunal Superior do Trabalho desde agosto de 2020. Ou seja, se acontecer do trabalhador ser contaminado no trabalho, ou no trajeto, a empresa deve agir de forma responsável. Ainda em 2020, o Governo Federal publicou uma lei que permite o afastamento do local de trabalho em decorrência de quarentena ou outra medida de distanciamento, mediante a apresentação de sintomas por parte do empregado, e atendimento médico devido.

O professor explica as medidas que o empregador deve tomar para garantir a proteção da saúde do funcionário durante o expediente de trabalho. “É necessário estar atento à adoção da teoria da responsabilização objetiva, no caso, é inteiramente pertinente, pois advém do dever de assumir o risco por eventuais infortúnios sofridos pelo empregado ao submetê-lo ao trabalho durante a pandemia do novo coronavírus. Deve ser analisado se o trabalhador ficou suscetível à contaminação nas instalações sanitárias da empresa, nos meios utilizados para a execução do trabalho, se o empregador forneceu todos os meios necessários e adequados determinados pelas autoridades de saúde do País, como máscaras, ventilação, fornecimento de álcool em gel, aferição da temperatura, enfim, todas as medidas de higienização necessárias para evitar qualquer risco de contaminação”, exemplificou o advogado.

Ariston ainda reitera a questão da responsabilização da empresa, se referindo ao caso do motorista citado no início desta reportagem. “Em recente decisão datada de abril deste ano, o Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais, onde o motorista da empresa (caminhoneiro) veio a óbito por Covid-19, restou evidente a decisão do magistrado que entendeu que prova testemunhal revelou, ainda, que o caminhão poderia ser conduzido por terceiros, que assumiam, como manobristas, a direção nos pátios de carga e descarga. Situação que, segundo o juiz, aumenta o grau de exposição, sobretudo porque não consta nos autos demonstração de que as medidas profiláticas e de sanitização da cabine eram levadas a efeito todas as vezes que a alternância acontecia. Além disso, o magistrado reforçou que não foi apontada a quantidade fornecida do álcool em gel e de máscara, 'não sendo possível confirmar se era suficiente para uso diário e regular durante os trajetos percorridos'. Ele lembrou, ainda, que não foram apresentados comprovantes de participação da vítima e seus colegas em cursos lecionados periodicamente sobre as medidas de prevenção”, detalha Ariston.

Mesmo em caso de contaminação, o advogado alerta acerca dos primeiros passos que devem ser tomados pelo trabalhador, e quem mais, além da empresa, deve ser informado. “Antes de tudo, ao sindicato da sua categoria. É imprescindível a participação do ente coletivo no apoio ao trabalhador para a configuração do nexo causal. O ente sindical deve estar atento à publicação feita em 11 de dezembro de 2020, da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho que publicou a Nota Técnica SEI nº 56376/2020/ME, com regras para a análise do nexo causal entre a Covid-19 e o ambiente de trabalho. Além do mais, temos o Ministério Público do Trabalho (MPT)”, explicou o docente.

Reunião de provas

Segundo dados do MPT, até março de 2021, foram registradas mais de 40 mil denúncias relacionadas à infecção por Covid-19. Só no Estado de Pernambuco foram feitas 1.675 denúncias, desde o início da pandemia.

O MPT também comenta a nota técnica, que informa o que deve ser feito para garantir a proteção do empregado em caso de contaminação. “Conforme a Nota Técnica do Grupo de Trabalho Covid-19 nº 20/2020, do Ministério Público do Trabalho, o vírus é considerado um risco biológico a ser previsto no ambiente de trabalho, e, a despeito de ser pandêmica, não exclui a responsabilidade do empregador de controle e vigilância epidemiológica em seu quadro funcional para identificação de transmissores da doença e prevenção de contaminação nos locais de trabalho, mediante ações de busca ativa, rastreio, isolamento de casos e afastamento dos contatantes. A evidência de omissão patronal na adoção de protocolos de controle de risco nos locais de trabalho poderá se configurar pela inexistência de inclusão do risco biológico nos programas de prevenção ocupacional, como o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, a cargo dos profissionais habilitados que devam estabelecer as medidas mais amplas e complementares para eliminação ou diminuição do risco de contaminação, conforme diretrizes das normas regulamentadoras aplicáveis", destaca o Ministério.

O órgão continua: "A ausência de implementação dos protocolos sanitários e de medidas administrativas, a exemplo do afastamento de trabalhadores enquadrados em perfil de risco, o não fornecimento de equipamentos de proteção adequados, a ausência de cumprimento de medidas de engenharia e biossegurança do trabalho, a exemplo da omissão no controle da qualidade do ar, poderão ser elementos comprobatórios da responsabilidade patronal nos casos de adoecimento de seus empregados. Evidências fotográficas dos postos de trabalho, sem garantia de distanciamento recomendado entre os trabalhadores, aglomeração nos ambientes laborais, sem adoção de escalas de rodízios de jornada recomendadas em protocolos sanitários, por exemplo, serão também elementos de prova passíveis de produção pelo empregado”, explica o MPT.

A instituição ainda menciona como o trabalhador pode apontar falhas na segurança biológica da empresa às autoridades competentes. “O Ministério Público do Trabalho disponibiliza canal de denúncias. Outros órgãos de fiscalização poderão ser acionados, especialmente para adequação e segurança das condições de trabalho, como a Inspeção do Trabalho, a Vigilância Sanitária e os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador”, reforça.

É fundamental, diante da necessidade de proteger os funcionários contra a contaminação da Covid-19, que as empresas tomem as medidas cabíveis. “É dever da empresa o fornecimento de um meio ambiente do trabalho adequado. Em tempos de pandemia, o trabalhador não pode ficar suscetível à contaminação nas instalações de trabalho. Todas as medidas de sanitização devem ser tomadas com base nas orientações dos órgãos de saúde. Cabe à empresa provar que tomou todos os cuidados na prevenção da doença e na proteção da saúde de seus trabalhadores, com a identificação dos eventuais riscos, adoção do regime de trabalho em home office, higienização, remanejamento de turnos, redimensionamento de refeitório, rodízio de trabalhadores, orientação e fiscalização sobre as medidas preventivas relacionadas à saúde e segurança e entrega de equipamentos de proteção individual (EPI’s)”, alerta o advogado Ariston Flávio.

O MPT também reafirma as informações, esclarecendo os deveres das empresas quanto à proteção dos funcionários. “O empregador deverá prever no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e executar a busca ativa de casos, do rastreamento e diagnóstico precoce das infecções pelo novo coronavírus, afastando dos locais de trabalho trabalhadores com casos suspeitos e confirmados, e ainda seus contatantes, ainda que assintomáticos. Também afastar do local de trabalho aquele empregado que comunicar contato familiar com casos suspeitos ou confirmados. Promover testagem periódica para diagnóstico da Covid-19, sem ônus para os empregados. Implementar e manter atualizado o Programa de Manutenção, Operação e Controle da qualidade do ar em ambientes climatizados, garantido a renovação nesses ambientes, conforme exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Assegurar o distanciamento social, implementando o home office, nas atividades compatíveis, o disciplinamento de rodízios e flexibilização da jornada de trabalho, adoção de anteparos nos locais de trabalho que minimizem as situações de contato entre pessoas, o fornecimento de máscaras adequadas e locais para higienização frequente das mãos”, finaliza.

Cuidados pessoais

O médico infectologista Bruno Ishigami, mestrando em saúde pública pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e funcionário do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, sediado no Recife, indica a importância do uso das máscaras adequadas para conter a propagação do novo coronavírus no ambiente de trabalho. “Se tiver condições, preferencialmente, utilize máscara do tipo PFF2 ou N95. São máscaras que têm uma capacidade de proteção melhor. A gente está vendo cada vez mais notícias sobre a transmissão da Covid-19 por aerossóis, que são partículas um pouco menores que gotículas. A máscara de tecido não consegue evitar o vírus, consegue reduzir, obviamente, porque você está de máscara, mas o ideal para reduzir ao máximo a chance de transmissão por aerossol é o uso de máscaras do tipo N95 ou PFF2.

"Também é importante, dentro do ambiente de trabalho, garantir que o espaço seja bem ventilado, que assim, quanto mais ventilado o espaço, menos o vírus se concentra no ambiente, porque o ar vai circular mais vezes”, acrescenta o médico.

Ishigami reforça a necessidade do trabalho em conjunto com a Anvisa para garantir que as orientações sejam cumpridas. “Dentro das leis de segurança do trabalho, o correto seria que as empresas fornecessem essas máscaras de melhor qualidade. A grande questão é que a Anvisa não normatizou o uso de máscaras N95 e PFF2 para toda a população, e aí a gente não consegue cobrar junto ao Ministério do Trabalho”, afirma o infectologista.

Para José Neto, médico infectologista, atuante no Memorial São José e no Hospital Esperança, é importante atentar para o caminho que é feito de casa para o trabalho. “O trajeto de transporte público tem alto impacto na transmissão por conta das aglomerações em ambiente pouco ventilado. Cabe a quem organiza o sistema de transporte minimizar essa realidade para evitar pôr a população que depende desse serviço em risco. Além disso, a vacinação dos trabalhadores de transporte público também deveria ser prioridade”, ele alerta.

A Secretaria do Trabalho do Governo Federal divulgou orientações para que empresas e funcionários possam se guiar no combate à pandemia no ambiente de trabalho. Além de conter informações gerais, estão disponibilizados materiais específicos para cada área dos serviços considerados essenciais, como farmácias, frigoríficos, serviços de saúde, supermercados, entre outros. Entre as orientações gerais, há informações sobre os cuidados no ambiente de trabalho, com empregados que são parte do grupo de risco e testagem.

No próximo sábado (1º), é comemorado o Dia do Trabalhador. Segundo afirmado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Recife, neste ano, pela primeira vez, o comércio irá funcionar normalmente. A abertura é facultativa.

“Estamos vivendo momentos difíceis e precisamos nos adaptar. O comércio vem sofrendo muitas perdas devido à pandemia da Covid-19 e toda oportunidade de venda é bem-vinda. Esperamos que a abertura das lojas nesse feriado possa gerar bons negócios e o aquecimento da economia”, afirma Fred Leal, Presidente da CDL Recife.

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Confira os horários de funcionamento

Centro e bairros

Conforme o Novo Plano de Convivência do Governo de Pernambuco, o comércio de rua, tanto do Centro, quanto dos bairros poderá funcionar neste feriado das 09h às 17h ou 10h às 18h. Lembrando que a abertura é facultativa.

Shoppings RMR

Riomar, Plaza, Tacaruna, Recife, Igarassu, Paulista, Guararapes, Boa Vista, Patteo Olinda e Costa Dourada. Funcionamento das 10h às 18h 

Mercados Públicos e Feiras

Os 26 mercados e feiras públicas do Recife estarão abertos neste feriado das 6h às 13h

Saúde

No Recife, a vacinação contra a covid-19 acontece normalmente nos 17 locais de vacinação, entre drive-thrus e centros, disponibilizados pela Prefeitura do Recife. Já a maior parte das Unidades de Saúde da Família (USF) e Unidades Básicas Tradicionais estarão fechadas e reabrem na segunda-feira (3). 

A vacinação contra a gripe neste sábado acontece apenas no Pátio do Carmo, no bairro de Santo Antônio; no Sítio Trindade, em Casa Amarela; e no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem. No domingo (2), além do Sítio Trindade e do Parque Dona Lindu, um ponto de vacinação será montado na Praça do Marco Zero, no Bairro do Recife. A vacinação de gripe funciona das 8h às 17h em todos os locais.

Turismo e Lazer 

No Recife, a Ciclofaixa de Turismo e Lazer estará montada em dobro no fim de semana. Funcionando sempre aos domingos e feriados nacionais, o percurso estará disponível das 7h às 16h, proporcionando um passeio ao ar livre por vários atrativos turísticos da cidade. Além disso, uma outra opção para curtir o fim de semana são os parques Santana e Macaxeira, que estarão abertos para caminhadas e atividades individuais, das 5h às 18h.

 

Em momentos de crise econômica, promover estratégias de recuperação é um ato de sobrevivência para os empreendimentos. Uma delas - em razão dos efeitos da Covid-19 sobre a economia nacional - foi adotada pelos centros de compras do Recife e de cidades da Região Metropolitana, para o próximo sábado (1º): pela primeira vez, o comércio poderá funcionar no Dia do Trabalhador, um dos mais importantes feriados brasileiros.

O funcionamento – que é facultativo - é amparado na Convenção Coletiva dos comerciantes, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Recife). Além dos shoppings centers, lojas do Centro do Recife e de bairros da RMR poderão atender seus clientes.

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“Estamos vivendo momentos difíceis e precisamos nos adaptar. O comércio vem sofrendo muitas perdas devido à pandemia da Covid-19 e toda oportunidade de venda é bem-vinda. Esperamos que a abertura das lojas nesse feriado possa gerar bons negócios e o aquecimento da economia”, disse Fred Leal, presidente da CDL Recife, conforme informações da assessoria de comunicação da entidade.

Nos bairros e na área central do Recife, o comércio de rua poderá funcionar no feriado das 9h às 17h ou das 10h às 18h. Todos os empreendimentos precisam respeitar os protocolos do Plano de Convivência com a Covid-19 do Governo de Pernambuco, como promover distanciamento social entre clientes e colaboradores, uso obrigatório de álcool em gel e máscara.

Ainda de acordo com a CDL, os shoppings poderão funcionar das 10h às 18h. Os centros de compras RioMar, Plaza, Tacaruna, Recife, Igarassu, Paulista, Guararapes, Boa Vista, Patteo Olinda e Costa Dourada já confirmaram que estarão em atividade no feriado.

Comércio direciona atenções ao Dia das Mães

O feriado do Dia do Trabalhador, para os comerciantes, pode ser um momento de vendas voltadas à celebração do Dia das Mães, que em 8 de maio. Levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE) apontou que a maioria dos consumidores pernambucanos (66,4%) deve comemorar a data.

“A pesquisa apresenta a intenção de comemoração da data e também inclui informações estratégicas à classe empresarial, auxiliando na tomada de decisão quanto às ações que permitem aos empresários alavancar vendas neste momento crítico”, comenta o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos, conforme informações da assessoria de comunicação da instituição. 

O estudo apontou que 59% dos entrevistados comemorarão o Dia das Mães em casa. “Comprar presentes” ficou em segundo lugar, como objetivo de 29% dos consumidores. “Para o pernambucano que pretende presentear a mãe, as roupas ou acessórios de vestuários,  perfumaria, cosméticos, calçados e acessórios são as principais escolhas. A maioria deseja gastar entre R$ 50, e R$ 100,. O local para compra desses presentes será o comércio tradicional e a forma de pagamento mais utilizada será o pagamento à vista”, informou a Fecomércio.

Durante o período de isolamento social devido ao surto causado pelo novo coronavírus (Covid 19), o roteiro profissional dos educadores foi alterado. Para transmitir o conteúdo das aulas aos estudantes, muitos professores enfrentam dificuldades com a adaptação ao modelo de ensino a distância (EaD). Além da falta de estrutura para lecionar em casa, a falta de prática com equipamentos tecnológicos pode fazer com que o ensino essencial não chegue aos alunos como os mestres assim desejam.

Outro aspecto observado por alguns educadores não é relacionado apenas à distância imposta pelo período pandêmico. Para a pedagoga Eliana Soares, 51 anos, o afastamento dos alunos pode interferir em questões identificadas apenas de modo presencial. "Além de transmitir conhecimento, às vezes, fazemos o papel de mãe e pai. A distância nos permite usar a tecnologia, mas nos afasta emocionalmente, e essa é minha preocupação", comenta.

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As educadoras Eliana Soares (á esq.) e Rita Panzolini | Foto: arquivo pessoal

Professora há 12 anos em um colégio particular na cidade de Santo André (SP), Eliana não esconde a frustração com o momento, mas afirma que tem se dedicado ao novo método. "Preparo todas as aulas com muito carinho, passo horas para gravar os videos e estar presente na vida dos meus alunos, mesmo que seja a distância", declara.

Já para a professora de ciências Graziella Colucci, 49 anos, um dos grandes empecilhos da educação a distância é a ausência da participação dos estudantes em aulas e atividades. "Tenho aproximadamente 150 alunos, e recebi cerca de 30 atividades. Em uma das salas com 28 alunos, apenas sete fizeram", lamenta. Atuante no ensino municipal de São Caetano do Sul (SP), ela afirma ter respaldo estrutural do poder público, mas entende que o problema possa estar relacionado à questão social e disciplinar dos aprendizes. "Além de serem muito jovens e não terem desenvolvido o empenho necessário para o EAD, as famílias têm dificuldades particulares que impedem o bom andamento", complementa.

A professora Graziella Colucci durante uma aula de ciências | Foto: arquivo pessoal

Profisisonal da rede privada de ensino, o professor de geografia Andre Rubinho, 46 anos, não sentiu dificuldade com o uso da tecnologia em suas aulas. Segundo ele, a formação como jornalista colaborou para sua adaptação. "O colégio disponibilizou um treinamento na ferramenta Zoom que foi rápido, mas bem produtivo", considera. Para Rubinho, os alunos estão preparados com recursos da modernidade, mas o que o preocupa são os demais colegas de trabalho. "Acredito que 80% deles estejam enfrentando dificuldades por não conhecerem todas as ferramentas e equipamentos, pois não são todos que podem ter recurso de ponta que permita a realização do trabalho", comenta.

Ainda segundo Rubinho, o módulo EaD também requer mais tempo de trabalho na rotina dos professores. Para elaborar um material que prenda a atenção do aluno, o profissional tem dobrado a jornada. "Fico a tarde inteira fazendo aula para apresentar aos alunos pela manhã. Descanso um pouco depois do almoço e volto a preparar conteúdo do dia seguinte", detalha. Apesar do volume maior de trabalho, ele está satisfeito com o rendimento dos alunos. "A adesão deles foi muito rápida. Na mesma semana, todos estavam adaptados", complementa.

O professor de geografia André Rubinho | Foto: arquivo pessoal

A preocupação do professor é ainda maior com o abismo social que pode se aprofundar mais após a pandemia. Para Rubinho, os colégios particulares saíram na frente, mas o poder público demorou para se adaptar à educação no isolamento social. "No colégio em que dou aula ninguém reclamou por não ter celular, internet, notebook, mas não dá para exigir dos pais de alunos de escola pública que tenham a mesma estrutura que os do ensino privado", afirma. "É mais uma mostra de aumento da desigualdade social e nunca evoluiremos como nação sem combater a desigualdade", finaliza.

Nesta sexta (1º), a tradicional mobilização pelo Dia do Trabalhador, realizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), aconteceu através de uma live que reuniu artistas e políticos. A ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, participou através de um vídeo no qual se referiu ao atual mandatário do país como “líder brutal e desalmado” e disse que sua conduta em relação à pandemia do coronavírus é uma “monstruosidade”. 

No início de sua fala, Dilma Rousseff se referiu a este Dia do Trabalhador como o mais trágico primeiro de maio da nossa história” porque “nunca o país enfrentou uma crise em tantas frentes”. Ela também afirmou que “toda a política de bem estar social construída desde 1988 está sendo destruída dia a dia, isso começou com o golpe de 2016”.

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Em seguida, Rousseff teceu duras críticas ao governo Jair Bolsonaro. “A desigualdade é tão vergonhosa que nada menos que 10 milhões de brasileiros vivem com até R$ 413  por mês”. Ela também falou sobre a conduta do chefe do Executivo frente à pandemia do coronavírus e a julgou como “monstruosa”. “Ele se mostrou o líder mais brutal e desalmado entre todas as nações do planeta. Bolsonaro zomba dos mortos e avilta da cadeira de presidente da república. A pandemia ganha contornos ainda mais sno Brasil porque o presidente deixa de atuar como um líder preocupado em salvar vidas humanas; elogia torturadores, desrespeita a vida, despreza a ciência e trata governadores e prefeitos como inimigos”.

Por fim, a ex-presidente cravou: “Ao invés de proteger os mais vulneráveis o presidente  os entrega à própria sorte. Se o presidente despreza a vida e dá de ombros dizendo ‘e daí’, nossa busca determinada por mudanças mostrará a ele que o povo brasileiro mostrará sua vontade. Não nos resta outro caminho que não gritar fortemente: fora, Boslonaro, desprezível”. 

Nesta sexta (1º), vídeos compartilhados nas redes sociais mostram uma carreata promovida em frente a um hospital de campanha em São Paulo. Vários carros, com bandeiras do Brasil, e som alto ligado, participaram do ato em frente à unidade de saúde montada de forma emergencial no ginásio de esportes paulista.

O terceiro hospital de campanha a ser inaugurado em São Paulo começou a funcionar nesta sexta (1º). Pela manhã, carros com bandeiras do país fizeram uma manifestação pró-Bolsonaro em frente à unidade. Com som alto, eles tocaram a música Que país é este, da banda Legião Urbana. 

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Nas redes sociais, as imagens da manifestação foram compartilhadas e muito comentadas. “Por onde anda a PM, o governador João Dória, o prefeito Bruno Covas para coibir essa indecência?!?”; “Infelizmente a PM só serve pra bater em professor”; “Que coisa tenebrosa, macabra, desumana, que falta de humanidade”; “O entorno dos hospitais tem o vírus. Eles acham que estão seguros, mas não estão”; “Bolsonaristas além de defensores de bandido tbm são burros e com sérias dificuldades de interpretação”. 

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Há pouco mais de um mês, quando começou a quarentena em Pernambuco, ninguém esperava que o isolamento social, criado para evitar a disseminação do novo coronavírus, fosse durar por tanto tempo. A quarentena, da forma como estamos vivendo, parecia uma realidade distante e que, quando chegou, obrigou milhares de pessoas a adaptarem seus modos de vida social e de trabalho. 

Um grande aliado do isolamento tem sido uso de dispositivos e ferramentas tecnológicas, que já estavam presentes em nossa rotina, mas que - neste momento de pandemia - viraram peças essenciais para que certas áreas de trabalho continuassem funcionando. Nesta sexta-feira (1º), Dia do Trabalhador, três profissionais, de diferentes áreas, contam como a quarentena alterou suas rotinas e - também - sua relação com a tecnologia.

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“As primeiras semanas foram as mais difíceis”

Formadora de Língua Portuguesa do IQE (Instituto Qualidade no Ensino), Aline Alves viu um trabalho que era 100% de contato presencial, se transformar quase que completamente. Trabalhando com formação de professores de escolas públicas, ela ajudou a adaptar a rotina de outros profissionais e descobriu em ferramentas como o Teams, da Microsoft, um aliado.

“Os primeiros dias foram bem confusos, todos ficaram meio perdidos. Depois de uma semana, comecei a organizar melhor e planejar encontros virtuais para estabelecer algum tipo de comunicação com os formadores”, explica. No começo, os encontros aconteciam em vídeo chamadas pelo WhatsApp e Skype, feitos por iniciativa própria, e levados à empresa através de relatórios. “Depois de um tempo, após umas três semanas de quarentena, a empresa começou a se organizar quanto ao novo formato de formação o que foi um bafafá porque ninguém nunca tinha feito algo do gênero, não tínhamos recursos nem experiência para uma produção legal”, conta.

A dificuldade estava, principalmente, nos colaboradores que não tinham tanta intimidade com as ferramentas. “Para os funcionários jovens, tem sido mais tranquilo. Para os mais velhos, muitas vezes, um martírio”, desabafa. Depois dos tropeços iniciais a adaptação encontrou seu próprio ritmo. “Minha rotina, hoje, consiste em estudar sobre estudo remoto, a distância, produzir materiais voltados para esse formato associando ao que já trabalhávamos em Língua Portuguesa e planejar e executar formações via Teams. Daí estamos seguindo esse modelo, que consiste em quatro horas de estudos prévios à distância e quatro horas de formação virtual”, explica.

Microsoft Teams e Google Meet- A plataforma, usada por Aline, e por centenas de outras empresas, reúne bate-papo, videoconferências, armazenamento de arquivos e integração de aplicativos no local de trabalho. A própria Microsoft realizou diversas atualizações no produto, no mês de abril, para atender a demanda crescente de profissionais. Quem também aumentou a capacidade de usuários em uma mesma videochamada e melhorou a qualidade das transmissões foi o Google Meet. A ferramenta de videoconferências do Google, voltada para empresas, não apenas permite chamadas com 100 pessoas, mas também acesso a outros aplicativos da gigante, permanecendo gratuita até setembro.

VPN e a transformação da área de trabalho

Para Vinícius Xavier, faturista, a migração para o ambiente home office acabou sendo mais tranquila. “O setor de informática disponibilizou o acesso ao sistema e rede que a empresa utiliza. Em casa, consigo fazer exatamente tudo que eu fazia no escritório com relação ao trabalho, o que muda é a forma de contato com as pessoas, que agora é por mensagem ou ligação”, disse. 

Isso foi possível graças ao uso de uma VPN, ou Virtual Private Network (Rede Privada Virtual). A ferramenta permite o tráfego de dados de forma segura e também o acesso a uma rede interna da empresa, podendo criar o mesmo ambiente que era visto no computador do escritório, no ambiente domiciliar. Mesmo assim, foi essencial para o faturista que a organização que faz parte se disponibilizasse a fornecer os materiais necessários ao trabalho em casa. 

“Trouxe um celular da empresa para casa (que utilizo exclusivamente para o trabalho). O notebook é o meu pessoal, porém a empresa iria disponibilizar uma máquina, caso eu não possuísse ou preferisse”, afirma. Ele também explica que, como a companhia é integrada com outras filiais no Nordeste, o sistema já possuía uma versão remota. 

Começando do zero

Dentista e professora substituta da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Carlla Lyra precisou começar do zero. “Tive que aprender a usar as ferramentas de reunião online, pois não tinha esse costume”. Doutoranda da Universidade de Pernambuco (UPE), ela conseguiu apenas manter as atividades de pesquisa, que já eram feitas remotamente, as aulas - muitas com necessidades presenciais - não tiveram como ser migradas para o ambiente virtual.

“A possibilidade de aula remota não foi aderida pela UFPE porque não há como se exigir que todos os alunos tenham acesso à internet e acesso a computadores em sua residência”, conta. Ela expõe outra dificuldade social que é: nem todos têm condições financeiras suficientes para adquirir computadores ou dispositivos eletrônicos que sejam compatíveis ao novo momento, principalmente alunos de instituições públicas. Muitas vezes, os estudantes possuem apenas o smartphone para dar andamento ao aprendizado.

“Atividades como planejamento, pesquisa, orientação, extensão, capacitação e qualificação, puderam ser mantidas e seguem sendo realizadas. As atividades que foram mantidas, são realizadas de forma individual e de forma coletiva através de reuniões com o departamento e com grupos de pesquisa”, conta. Nesses casos, a Carlla Lyra diz que aplicativos como o Hangouts e o Zoom, além do WhatsApp e do Gmail têm auxiliado no processo de elaboração coletiva.

O legado da quarentena

Dada das mudanças de rotina, a professora da UFPE acredita que, apesar das dificuldades que ainda são encontradas na migração das atividades presenciais para as virtuais, nem tudo é negativo. “Eu acho que funciona muito bem. Sempre foi difícil encontrar um horário comum para reuniões de pesquisa e extensão, principalmente com os alunos da graduação. As ferramentas que permitem que isso seja realizado remotamente, facilitarão bastante esse tipo de encontro. Acho que conhecer esse tipo de domínio e poder incorporar na rotina será um importante aprendizado dessa quarentena”, pondera.

Na concepção da pesquisadora a internet trouxe mais soluções do que problemas, porém, o momento criado pelo isolamento causado pela Covid-19 pede uma reflexão, principalmente na construção das relações sociais. “Ela [a internet] sempre nos afastou porque tínhamos a opção de estar perto e escolhíamos estar longe. Hoje, não podemos estar perto e ela se tornou a única forma de nos conectarmos. A internet virou a solução dessa aproximação, mesmo que virtual. Por outro lado, ela nos faz perceber o quanto isso não basta e o quanto isso nunca bastou e a gente não sabia. Acho que após esse isolamento daremos muito mais valor ao toque e aos encontros físicos. Temos percebido o quanto eles não podem ser substituídos nem pela melhor tecnologia do mundo”, finaliza

Nesta sexta (1º), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) vai realizar sua tradicional celebração ao Dia do Trabalhador através da internet. Por conta da necessidade de se manter o isolamento social, em decorrência da pandemia do coronavírus, a mobilização será realizada através de uma live, pela primeira vez na história da CUT. A programação contará com as presenças de políticos e artistas, nacionais e internacionais, com nomes que vão de Odair José a Roger Waters.  

Promovida pelas Centrais Sindicais - CUT, Força, UGT, CSB, CTB, CGTB, NCST, Intersindical, A Publica -, com o apoio das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, a mobilização intitulada de 1º de Maio Solidário será transmitida ao vivo pelo canal do YouTube da Rede TVT e páginas das centrais no Facebook. Como é feito nas manifestações presenciais, também foi organizada uma programação cultural, com a participação de artistas de todo o mundo. 

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Confirmados, estão nomes como Chico César, Zélia Duncan, Otto, Preta Ferreira, Dexter, Delacruz, Odair José, Leci Brandão, Aíla, Preta Rara, Mistura Popular e Taciana Barros, entre outros artistas brasileiros. Participando de fora do país, estarão o ator americano Danny Glover e o ex-vocalista e baixista da banda Pink Floyd, Roger Waters. 

"O presidente da empresa convocou uma reunião com todos para comunicar a demissão em massa. Toda a empresa foi desligada. Previamente, não se falava em demissão alguma, até porque, antes de pararmos, ele fez uma reunião com todos os colaboradores e disse que a intenção não era desligar ninguém", relembra Maria Izabel Tavares.

Há nove meses no cargo de coordenadora de produção, a engenheira e os 25 colegas de trabalho receberam o anúncio 20 dias após o último dia de funcionamento da empresa, que é do setor de confecção. A decisão de fechar as portas foi reflexo das medidas adotadas por Estados e Municípios para frear o avanço do novo coronavírus no Brasil; entre as ações estão o isolamento social e funcionamento apenas de serviços considerados essenciais.

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Izabel relata que não poderia calcular os impactos causados pela pandemia, muito menos que culminaria na demissão de todos os colaboradores. “Não acreditava que pudesse chegar a esse ponto de desligar toda empresa”, conta.

Diferente da maioria dos trabalhadores, Maria Izabel tem uma renda complementar. No entanto, ela não sabe até quando poderá contar com esse rendimento, mesmo assim, mantém a fé em dias melhores. “Atualmente, a renda que tenho é de um imóvel alugado no interior. Graças a Deus, esse mês recebi normal, mas não sei como serão os próximos meses. Porém, Deus irá nos ajudar a sair dessa”, diz esperançosa.

Mesmo em um cenário de instabilidade, ela segue procurando uma nova oportunidade de emprego.  “Estou em busca de me recolocar no mercado de trabalho. Sempre procurando, acessando sites, cadastrando currículo, até porque, tem algumas empresas que estão contratando”, observa.

A designer gráfica Giovana Anello também foi impactada pela crise causada pelo novo coronavírus. Com menos de três meses como efetiva em um centro de exposições e prestes a finalizar o período de experiência, ela teve redução salarial e da jornada de trabalho em 50%.  “Nosso home office começou antes do decreto (isolamento social e fechamento de serviços não essenciais). A notícia da redução veio um dia antes do acordo, via Skype. Além de mim e um colega, ficou decidido que toda equipe que trabalha comigo também seria afetada. Somos em cinco profissionais no setor de marketing. Porém, a redução das outras pessoas (três) foi de 25%”, relata.

Giovana conta que o acordo de redução, previsto na Medida Provisória 936, aprovada pelo Governo Federal como ação emergencial para preservação dos postos de trabalho em meio à crise sanitária, foi menos danosa para ela que temia uma demissão. “Não pensei nessa possibilidade (redução), só tinha pensado em demissão. Foi uma decisão até otimista para mim quando disseram que não aconteceriam mais demissões no meu setor”, analisa.

O trabalho no centro de exposições é a única renda da designer. Com a diminuição do ganho, ela tenta levar os dias de instabilidade a partir de uma pequena reserva emergencial.  Assim como ela e Maria Izabel, vários trabalhadores sentem ou sentirão os efeitos da crise criada pela pandemia.

Desemprego e flexibilização do contrato de trabalho

De acordo com uma avaliação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 30 milhões de postos de trabalho fecharam ainda no primeiro trimestre no mundo devido ao Sars-Cov-2. Em levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a previsão é que o desemprego atinja 16,1% no segundo trimestre.

 Alguns setores já começam a sentir os efeitos da crise e da dinâmica social adotada para a contenção da doença no país. Os ramos de serviços, comércio e turismo são os mais afetados de imediato.

“Há um efeito multiplicador. Quando você vende menos no varejo, termina tendo um impacto nas indústrias. Além disso, o comércio de itens não essenciais também sente esse efeito, pois, geralmente, as pessoas compram por impulso ou justificadas por um evento, ida ao trabalho. Como as pessoas estão em casa, todas essas vendas caíram significadamente”, explica o economista Ecio Costa.

Entretanto, para ele, ainda é cedo para mensurar os impactos causados pela pandemia na vida dos trabalhadores. Porém, o economista aponta que há uma forte tendência para o aumento do desemprego. “De fato, a gente ainda não tem muitas informações, porque o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), ligado ao Ministério do Trabalho, não está sendo divulgado desde janeiro/fevereiro de 2020. Então, não temos dados oficiais sobre geração de empregos formais. Pelo lado da informalidade, sabemos que há um grande número de pessoas que não estão conseguindo trabalhar”, pontua.

Ecio reverbera que muitas empresas foram surpreendidas, não possuíam reserva de rendimentos e isso ocasionou dificuldade para obtenção de recursos e, posteriormente, na manutenção dos empregos.

Nesse cenário, ele chama atenção para a MP 936. “O Governo Federal lançou medidas importantes que estão sendo adotadas pelas empresas, que promovem uma certa flexibilização nos contratos de trabalho, mas que são  essenciais para a manutenção desses empregos. Essas medidas, de acordo com números apresentados,  já preservaram o equivalente a quatro milhões de empregos e é provável que o governo prolongue essas ações”, explana.

Crise política e perspectiva pós-pandemia

Além da crise sanitária, o Brasil também enfrenta instabilidade política causada pela saída de ministros e acusações contra o Governo Federal. Nesse panorama, Ecio salienta que a crise política traz mais instabilidade e pode influenciar na recuperação do país pós-pandemia. “Não se sabe ao certo que caminhos o Governo Federal vai tomar. Mas, um passo importante que foi tomado pelo presidente Bolsonaro é a manutenção do Paulo Guedes como ministro da Economia. Essa sinalização é muito importante para que se tenha alguma estabilidade no campo econômico”, analisa.

Ainda segundo ele, caso haja a saída de Guedes, o novo nome que assumir a pasta deve apresentar as mesmas políticas de austeridade fiscal, promoção de reformas estruturantes para a economia do país e não apresentar medidas que geram mais gastos, visto que, o Brasil está com grande endividamento. Questionado sobre o tempo de recuperação do mercado de trabalho após a epidemia do novo coronavírus, ele lembra que “quanto mais tempo durar essa situação de isolamento social, maior vai ser o impacto na economia e, consequentemente, no desemprego, porque vai ter menos atividade econômica, menos perspectiva de retomada e uma retomada mais difícil”.

Ademais, Costa complementa que a recuperação do setor trabalhista não será imediata. “As pessoas que estão em casa consumindo menos não vão sair desesperadamente para adquirir o que deixaram de consumir durante o período de isolamento. A gente vai ter uma retomada ainda muito lenta e com muita desconfiança, principalmente, com relação aos empregos. As pessoas ficam temerosas que não terão a mesma situação do pré-crise, pré-isolamento social”, frisa.

Outro fato apontado pelo economista é com relação às empresas. “As instituições estão se endividando durante esse período de pandemia e a situação delas, após a reabertura, precisará ser muito bem equacionada porque terão imposto que foram deferidos, endividamentos novos, negociações com fornecedores e isso vai refletir na folha de pagamento e na forma de contratação. Por isso, pode haver, temporariamente, redução de quadro. Mas, como o segundo semestre, geralmente, é mais ativo que o primeiro, é possível que se tenha um aumento do consumo que venha impulsionar a economia”, salienta.

O futuro do trabalhador

Principal pilar da economia, o trabalhador enfrenta uma realidade marcada por demissões, redução salarial e suspensão de contratos de trabalho. Sem previsão para um retorno à normalidade, as projeções de um cenário pós-pandemia ainda são imprecisas.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE), Paulo Rocha, adverte que as perspectivas para a classe trabalhadora não são as melhores. “Devido às pressões para reabertura da indústria e comércio, as medidas de isolamento serão afrouxadas antes do previsto. Os trabalhadores terão que retornar ao trabalho e encarar transporte público lotado, o que aumentará o risco de contaminação pela Covid-19. Para não perder o emprego, muitos profissionais vão se submeter a isso”, expõe.

De acordo com ele, a CUT defende que a retomada das atividades seja sistemática e que haja um planejamento para a segurança dos funcionários. “Alguns pontos levantados são o uso de máscaras, abertura gradual e com horários distintos do comércio, mais ônibus circulando, entre outras medidas”, esclarece Paulo.

A liderança chama atenção sobre as ações e condução da crise criada pelo novo coronavírus. “O Governo Federal está aproveitando a pandemia, junto com o Congresso Nacional, para aprovar projetos impopulares como a Medida Provisória 905 e a MP do contrato de trabalho Verde e Amarelo, sob a justificativa de prevenção dos postos de trabalho. Mas, essas já eram pautas de Bolsonaro antes dele assumir a presidência”, critica.

Com o aumento dos casos da Covid-19 no país, muitos empresas adotaram a dinâmica de trabalho home office. Para a gerente de Recursos Humanos Sabrina Torres, a prática deve continuar após a epidemia. “Empresas que não que não consideravam isso uma opção, hoje, estão bem mais flexíveis porque, de fato, funciona. Tendo líderes que consigam concentrar os esforços e produtividade da equipe não tem problema nenhum, é só uma questão de adaptação e organização. Com certeza, nesse cenário pós-pandemia, o home office vai vir, talvez, como um benefício para as pessoas e ter essa flexibilidade. Muitas empresas que eram contrárias a essa dinâmica, hoje, já a enxergam com outros olhos”, constata.

Para a especialista, esse novo sistema laboral flerta com a precarização das condições de trabalho. “O home office vem se acentuando, logo, o trabalhador passa a assumir as responsabilidades, que antes eram das empresas. As condições de trabalho ficarão sob a tutela também do trabalhador e trabalhadora, ou seja, a classe patronal se eximirá de certas obrigações. Além disso, há um risco do aumento da jornada de trabalho que não irá acompanhar a remuneração”, analisa.

Em um panorama mais otimista, Sabrina ressalta que os profissionais devem se qualificar neste período de isolamento e, como alternativa para driblar o desemprego e garantir renda, executar atividades como freelancer. “Usar este período para tentar se qualificar e buscar oportunidades. As contratações temporárias e de freelancer tendem a aumentar, pois as empresas estarão se adaptando, recuperando-se dessa crise e não terão, de imediato, como contratar muitos funcionário sob o regime CLT”, explana.

Sobre isso, o presidente da CUT sinaliza que o resultado será a criação de postos de trabalho precários, ou seja, sem carteira assinada, com jornada excessiva e baixos salários. “Diante disso tudo, pouco temos o que comemorar neste 1º de maio, Dia do Trabalhador. O cenário que se desenha não é favorável para a classe. Teremos muita luta, diálogo e ações para garantir o bem-estar dos trabalhadores e trabalhadoras”, afirma.

Conteúdo publicado originalmente pelo site institucional da UNINASSAU

Nesta sexta-feira, 1º de maio, comemora-se o Dia do Trabalho em diversos lugares do mundo. Diante do cenário delicado vivido em todo o planeta por conta da pandemia do novo coronavírus, muitas pessoas perderam seus empregos durante o isolamento social. Mas boa parte continua na ativa para que diversos setores continuem funcionando, mesmo com o temor de contaminação, como os profissionais da saúde, bombeiros e policiais. Mas há também os porteiros, caixas, cuidadores de idosos, veterinários, frentistas, bancários, taxistas, jornalistas, trabalhadores da construção civil e indústria, entre outros, quem mantêm os serviços funcionando.

É o caso da caixa de padaria Ângela Maria dos Santos Silva. Ela conta que está sendo um período bem difícil. “A gente fica com medo de se contaminar, mesmo usando máscara e álcool gel. O tempo todo limpamos a máquina de cartão e o balcão, mas a parte mais difícil tem sido lidar com os clientes que têm sido bastante ignorantes com a gente, sem paciência, porque não deixam a gente pegar nos produtos deles para fazer a leitura do preço, ou não deixam pegar no cartão. Tem que ter muita paciência e calma”, relata Ângela que trabalha há três anos na padaria que fica na zona leste de São Paulo. “Mas preciso trabalhar e ainda pegar o transporte público todo dia”, lamenta a caixa.

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Entre os que continuam na ativa, há ainda os pequenos empresários, comerciantes e autônomos. É o caso do comerciante Mateus da Silva Oliveira, que tem uma loja de produtos agropecuários em Viçosa (MG), onde vende ração animal, insumos, e material hidráulico e elétrico. Ele ficou cerca de um mês com as portas fechadas, fazendo apenas entrega de produtos. Mas na semana passada a prefeitura autorizou a abertura das lojas, porém cercada de regras. A loja dele só pode atender três pessoas ao mesmo tempo e o atendimento foi dividido pelo final do CPF, sendo assim, não é toda a população que pode ser atendida todo dia, e é feito um rodízio para atendimento.

“Neste momento o movimento comercial está até melhor do que antes, porque teve comércio que não se adequou e não pode abrir. Estamos todos de máscara, na entrada da loja tem álcool em gel para quem entra e foi preciso colocar um vidro no caixa. Mesmo assim me sinto inseguro, mas tenho que trabalhar né?”, disse o comerciante. Ele disse ainda que a população está respeitando as regras. “Todos andam de máscara, aqui é obrigatório, além do álcool em gel que a gente sempre vê as pessoas com o próprio [vasilhame do produto]. Por enquanto só tivemos três casos, porque as pessoas têm respeitado as regras.”

Para o motorista de caminhão Leonardo Soares, que trabalha nas estradas há anos, o movimento está pior do que antes da pandemia. “O serviço deu uma boa parada, está bem difícil. Quando trabalho uso máscara, sempre levo álcool gel no caminhão, estão todos os caminhoneiros de máscara, mantendo a distância física, mas espero que isso passe logo, porque atrapalha muito a gente, dificulta mais o serviço e diminui a demanda, já que faço mais entrega de roupas”, lamentou Leonardo. 

Já a locutora de rádio Elizabeth Silva, de Belo Horizonte, acredita que a data esse ano terá um novo significado. “Hoje quando se fala Dia do Trabalho se tem uma conotação nova, diferente, a gente reflete inclusive se vai ter trabalho amanhã. O que o trabalhador tem enfrentado é um desafio e tanto. Eu me desloco para o trabalho todos os dias e preciso pegar dois ônibus. Na volta, como saio de madrugada, volto com carros de aplicativo, então, não tem jeito o risco é iminente, estou exposta o tempo todo, o que me dá medo”, lamenta.

Ela diz que faz uso dos equipamentos de proteção, mas que ainda se sente insegura. “Vou de máscara, levo o álcool em gel, é o que dá para fazer. Seguro 100% a gente sabe que não está. E tem que se colocar em risco porque o seu trabalho é essencial, no meu caso comunicação faz parte da rotina das pessoas, também porque preciso trabalhar para me sustentar, mas agradeço porque ainda tenho um trabalho”, explica a locutora.

Ela conta que, apesar de manter o emprego, teve redução de jornada e salário.  “Passamos por reajustes, a empresa precisou diminuir o salário e fizemos um acordo pelo menos para os próximos três meses, reduziu-se a renda e a carga horária para poder manter o nosso trabalho, enfim, é a nossa luta, mas tenho certeza de que vamos passar por essa”, finalizou.

O descanso do feriado do Dia do Trabalho não será sentido e comemorado como nos anos anteriores, mas o esforço de quem ainda pode trabalhar para manter a sociedade ativa e daqueles que podem manter-se em isolamento colaboram para que, em 2021, a data possa ser celebrada de forma festiva.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) terá um elenco repleto de grandes artistas da música nacional e internacional no 1º de maio solidário, evento que marca o dia do trabalhador. O mais novo "integrante' do evento é o ex-vocalista e ex-baixista do Pink Floyd, Roger Waters. 

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O 1º de maio é um evento presente no calendário da CUT, mas com as medidas de isolamento em São Paulo devido à pandemia o evento também ganhou a sua versão virtual. Tudo será transmitido pelo YouTube e por alguns canais na grande São Paulo. O Facebook oficial da CUT também transmitirá o evento que começa às 11:30h. 

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Além da presença do ex-Pink Floyd farão parte do evento pelo dia do trabalhador: Leci Brandão, Chico César, Zélia Duncan, Elle Oléria, Fernanda Takai, Marcelo Jeneci, Delacruz, DeadFish, Odair José entre outros nomes. Além Waiters, Danny Glover, ator americano, também integra a lista de estrangeiros no evento. 

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