Tópicos | Ku Klux Klan

Nesta quinta-feira (3) chega ao catálogo da Netflix um dos filmes mais conhecidos da carreira do diretor Spike Lee, “Infiltrado na Klan” (2018). A trama é baseada na história verídica do policial negro Ron Stallworth (John David Washington) que atua no estado Colorado, nos Estados Unidos e que consegue se infiltrar na organização terrorista conhecida como Ku Klux Klan (KKK), a fim de descobrir como a facção atua, e quais os integrantes diretamente ligados. 

O filme teve como inspiração o livro escrito pelo próprio policial Stallworth, “Infiltrado na Klan: Desmascarado o Ódio” (2014). Junto à referência do livro, Spike Lee foi um dos pilares para escrever o roteiro do filme, que venceu o Oscar de 2019 na categoria Melhor Roteiro Adaptado. O longa-metragem recebeu outras cinco indicações, mas não conseguiu conquistá-las: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Trilha Sonora, Melhor Edição e Melhor Ator Coadjuvante. 

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Além do filme contar com a presença do filho de Denzel Washington no papel principal, o restante do elenco também tem papel fundamental na obra, como o ator Adam Driver, que fez o papel do policial Flip Zimmerman, personagem que ajuda no plano de infiltração da Klan. E Topher Grace completa o elenco como um os pilares da organização racista, responsável por inúmeros discursos preconceituosos no longa. O ator é conhecido por interpretar o vilão Venom/Eddie Brock em “Homem Aranha 3” (2007). 

O diretor Spike Lee tem 64 anos e desde a década de 80 é referência no cenário cinematográfico por trazer a temática racial como um dos pilares a serem tratados em suas obras. Um dos primeiros filmes de grande impacto sobre o tema foi “Faça a Coisa Certa” (1989), que também levou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, e “Malcolm X” (1993), com Denzel Washington no papel principal.

Por Thaiza Mikaella

A Polícia Civil enviou ao Poder Judiciário, na última sexta-feira (21), o inquérito que apurou o episódio em que manifestantes encenaram uma execução por enforcamento no Parque Moinhos de Vento, em Porto Alegre, durante ato promovido por apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, no dia 21 de abril.

A denúncia feita por representantes da Câmara de Vereadores da Capital e de onze organizações civis. Duas pessoas serão indiciadas por dolo eventual por crime previsto no art. 20, da Lei 7.716/89 (Lei do Crime Racial).

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Na data do fato, um dos manifestantes se vestiu como um carrasco, com traje semelhante ao utilizado pelo grupo terrorista Ku Klux Klan, organização extremista que defendia a supremacia branca e fazia oposição aos movimentos de direitos civis, e enforcou “em praça pública” um boneco, fantasiado com uma roupa preta, o qual foi pendurado em uma árvore, em método de execução pelo qual o citado grupo ficou conhecido durante a perseguição que promovia ataque a minorias em geral e especialmente aos negros.

Durante a investigação, tanto manifestantes como representantes das organizações civis foram ouvidos e, ainda que os suspeitos argumentassem a ausência de intenção de promover o racismo, houve claramente uma alusão a grupos supremacistas, uma vez que a túnica e o capuz bem como a encenação remetem automática e incontestavelmente ao movimento histórico do Ku Klux Klan.

“A reprodução de uma cena de assassinato durante uma manifestação político-ideológica não pode ser vista com normalidade. A encenação foi um ato de ódio, um ataque aos Direitos Humanos, extrapolou a normalidade democrática. A sua intenção e efeito lógico são o sentimento de insegurança de todas as pessoas que pertencem ao grupo atacado. E o sentimento de ódio que costuma motivar os ataques está intimamente relacionado aos preconceitos construídos histórica e socialmente contra as mais diversas minorias sociais”, resumiu a delegada Andrea Mattos.

A Polícia Civil identificou os dois homens que se vestiram semelhantes aos membros da organização supremacista branca Ku Klux Klan durante ato em apoio ao presidente Jair Bolsonaro realizado no dia 1º de maio na cidade de Goiás-GO. O mentor foi indiciado por apologia criminosa e incitação ao racismo. 

A dupla carregava um cartaz com a frase "Deus, perdoe os torturadores". Um cartaz menor dizia "Nosso Brasil pertence ao senhor Jesus" e "Direita com Bolsonaro".

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As investigações apontaram que um dos investigados contratou o outro, que vive em situação de rua e estava alcoolizado na ocasião.

De acordo com as apurações da polícia, o mentor confeccionou a faixa, providenciou o traje branco e determinou o percurso. As vestes também fazem referência às usadas na Semana Santa na Procissão do Fogaréu.

A Organização Vilaboense de Artes e Tradições (Ovat), que realiza o evento religioso, disse não ter participação no ato. "Em detrimento da repercussão negativa que isso ensejou, tomaremos todas as medidas cabíveis junto às autoridades competentes: MP, Polícia Civil, MPF, Polícia Federal e OAB, e a estas nos colocamos à disposição naquilo que for necessário para averiguar a autoria deste fato", afirmou na ocasião. A prefeitura de Goiás também repudiou o ato.

Um ex-dirigente da organização racista americana Ku Klux Klan (KKK) manifestou apoio à candidata de extrema-direita à presidência francesa, Marine Le Pen, ao prestar uma homenagem especial a seu pai Jean-Marie Le Pen.

"Seu pai é um grande homem, um verdadeiro patriota. Criou uma mulher inteligente e forte que sabe como fazer política no século XXI", escreveu David Duke, ex-líder do KKK, um movimento de quase 150 anos que defende a supremacia branca e se converteu em sinônimo de linchamentos e assassinatos.

Duke, de 66 anos, que foi candidato a diversos cargos políticos entre 1980 e 1990, e durante três anos manteve um cargo na assembleia local de Louisiana (1989-1992), também declarou ter votado no atual presidente americano republicano Donald Trump, ainda que a equipe do novo chefe de Estado negue qualquer vínculo com ele.

Segundo as pesquisas, Le Pen lidera o primeiro turno da eleição presidencial francesa, que acontecerá no fim de abril.

Depois do avanço do movimento extremista "alt-right", uma organização racista nascida há 150 anos tenta reconquistar espaço após a vitória de Donald Trump: o Ku Klux Klan, que programa para este sábado (3) sua primeira reunião desde a eleição em 8 de novembro.

"O número dos nossos membros aumenta a cada dia (...) Recebemos mais de mil pedidos de informação desde a eleição", afirma Gary Munker, que se apresenta como um porta-voz desse movimento que, desde 1866, defende uma América branca e cristã e que é sinônimo de linchamentos e de assassinatos.

Como o ex-líder do KKK David Duke, que apoiou Trump durante a campanha - apoio do qual Trump buscou se distanciar -, Gary Munker reconhece que se deixou seduzir pelo discurso do magnata do setor imobiliário, sobretudo, em suas investidas contra os imigrantes.

Vestido com capuz e túnica brancas, emblemáticas desse movimento nascido no sul dos Estados Unidos, Munker garante que o braço do KKK ao qual pertence - os Loyal White Knights - conta com cerca de 700 pessoas em Long Island, onde reside, e 1.200 em todo o estado de Nova York.

"As pessoas começam a despertar, a tomar consciência do que acontece", afirmou esse pai de família de 36 anos.

Há cinco anos, Munker disse que se juntou aos Loyal White Knights - o primeiro dos cerca de 40 pequenos grupos que compõem o KKK -, depois que seu tranquilo bairro, "essencialmente branco", mudou completamente com a chegada de conjuntos residenciais populares e com uma população muito mais heterogênea.

Longe de um ressurgimento

Sem dar detalhes sobre sua profissão por medo de perder o emprego, Munker faz parte dos membros ativos do KKK. Originário de uma zona rural de Long Island, ele distribui regularmente folhetos nas cidades vizinhas, na tentativa de aumentar as fileiras do grupo.

A última vez foi em 17 de novembro, quando deixou folhetos em um estacionamento da pequena cidade de Patchogue, que figura no mapa do racismo americano desde o assassinato, em 2008, de um imigrante equatoriano por parte de estudantes. A descoberta dos folhetos levou cerca de 200 pessoas às ruas contra o racismo no domingo seguinte.

Longe dos assassinatos e das cruzes em chamas que marcaram a história e a reputação do Ku Klux Klan no passado, a distribuição de folhetos é, hoje, "a primeira atividade" do grupo e "garante uma visibilidade nacional", explica a pesquisadora Carla Hill, do Centro sobre o extremismo da Liga Antidifamação, uma grande associação judaica de luta contra a intolerância.

Segundo ela, os últimos números disponíveis não sugerem qualquer ressurgimento do movimento. Foram contabilizadas 74 distribuições de folhetos desde o início de 2016, contra 86 em 2015.

Os Loyal White Knights anunciaram um encontro para o próximo sábado, na Carolina do Norte, ainda sem confirmação de hora e lugar. Ainda que a reunião aconteça, não deve atrair muitas pessoas, considerando-se as últimas manifestações do KKK que não passaram de algumas dezenas de pessoas, segundo Hill.

'Espaço político'

Para o especialista Mark Potok, do Southern Poverty Law Center, um observatório do extremismo, embora os "nacionalistas brancos" tenham sem dúvida aumentado desde a chegada de Barack Obama à presidência, o KKK, hoje com cerca de 6.000 membros, não tem qualquer possibilidade de renascer. Nos anos 1960, chegou a reunir 40 mil pessoas, e vários milhões, nos anos 1920.

Certamente, para esses arautos da raça branca, a eleição de Trump "abriu um espaço político que lhes permite apresentar suas ideias como legítimas", quando "há 50 anos não são levadas a sério", disse Potok.

Foi o que mostrou a conferência com tons neonazistas realizada em Washington, em 20 de novembro em torno do líder de extrema-direita Richard Spencer.

Mas esses extremistas "intelectuais" que respondem ao novo apelo "alt-right" sentem "desconfiança do Klan", explica Potok.

Segundo ele, com uma história manchada pela violência, os membros do KKK "não podem, como Richard Spencer, pretender que apenas querem defender os direitos dos brancos sem detestar ninguém".

Gary Munker, amante da caça e da pesca, reconhece que desconfia da mensagem da "alt-right".

"Somos cristãos, eles aceitam todo o mundo. Apenas isso já me faz duvidar de sua integridade", afirmou.

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