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A Polícia Civil apresentou nesta quinta-feira (10) a prisão de Amadeu Bertho da Silva, de 42 anos. O suspeito era procurado pela polícia e Ministério Público de Alagoas por estelionato envolvendo golpes milionários no exterior. Ele foi detido em sua casa em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), na última sexta-feira (6).

A investigação aponta que Amadeu era integrante de uma organização criminosa que comercializava ilegalmente o minério Tantalita. O minério, abundante no Brasil, é utilizado na fabricação de vidro e componentes eletrônicos de aparelhos celulares e tablets. 

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A organização se caracterizava por comercializar a tantalita de baixa qualidade, com características radioativas, ou aquém da quantidade que havia sido compactuada com as empresas no exterior. As investigações ocorrem desde 2014, com a prisão do recifense Álvaro Vieira de Melo Cativo, em Alagoas, em julho do ano passado. Ele é apontado como líder do grupo. 

De acordo com o delegado Mauro Cabral, responsável pela investigação em Pernambuco, Amadeu agia como um aliciador de clientes para Álvaro. Se somados, os golpes de Amadeu chegam a uma movimentação de R$ 40 milhões.

Entre as vítimas estão empresas multinacionais dos Estados Unidos, Costa Rica, Bélgica e Espanha. Duas advogadas de clientes vitimados pela organização participaram da coletiva de imprensa. Segundo a advogada Adriana Falavigna, a empresa Coltan, da Costa Rica, pretendia investir no Nordeste, mas desistiu após ser vítima do golpe. “Fica uma imagem ruim para o Brasil. Um golpe como esse inibe que empresas façam negócios reais e lícitos no país. A chegada da Coltan geraria empregos ao Nordeste”, destacou Falavigna.

A advogada Nandizia Barbosa representa outras duas vítimas. Um empresário alagoano e uma estilista italiana. Ambos pretendiam investir no mercado de exportação de minérios e sofreram prejuízos. “Eles chegavam a levar os clientes para passeios de lancha ou de helicóptero, mostrando, por exemplo, minas no Rio Grande do Norte, que seriam deles”, disse Nandizia. Segundo a advogada, Álvaro fazia mineradores comuns vestirem fardas de uma mineradora de fachada, cuja sede, segundo os documentos, seria na casa da mãe dele, no bairro de Areias.

Álvaro está preso em Alagoas. Amadeu foi levado ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) e deve ser transferido também para Alagoas. Ele deve responder por estelionato, organização criminosa e exportação fraudulenta. Outros três suspeitos estão foragidos. No total, há registro de oito vítimas O processo corre em segredo de Justiça. 

Entenda os golpes aplicados, segundo os seus advogados:

Coltan International – O contato da empresa foi feito inicialmente com Amadeu.  Ele se apresentou como potencial fornecedor de tantalita e facilitador. Ele conseguiu dinheiro adiantado com a empresa, mas depois disse não ter conseguido o provedor adequado da tantalita.

Amadeu, então, apresentou Álvaro, que poderia salvar o negócio. Um embarque teste com 300 kg de tantalita foi feito com sucesso. 

O contrato foi firmado, mas os últimos embarques feitos por Álvaro no Aeroporto do Recife continham um alto teor de urânio, tornando o produto radioativo. Esses dois lotes se encontram no aeroporto de Miami, nos Estados Unidos, aguardando a solicitação das autoridades brasileiras.

Depois da segunda remessa, Álvaro e Amadeu passaram a ameaçar a empresa, dizendo que se os adiantamentos não fossem realizados iriam espalhar que a Coltan não era confiável. O prejuízo da Coltan foi de US$ 2 milhões.

Estilista Gabriela Moraes Pasqualin – A estilista italiana fazia investimentos no Brasil. Interessada em investir na exportação de minério, Gabriela conheceu Amadeu.

Ele ofereceu sociedade numa empresa de mineração. Gabriela investiu R$ 400 mil e, depois do pagamento, o suspeito sumiu. Amadeu não respondia emails nem atendia ao telefone. 

Posteriormente, quando ele voltou a atendê-la, Amadeu apresentou Álvaro a Gabriela. Álvaro novamente aparecia como responsável por recuperar o dinheiro que havia sido perdido.

Álvaro foi preso em flagrante no momento em que assinava o contrato com a estilista. No momento da prisão, a italiana estava transferindo R$ 2 milhões ao criminoso.

Jeremias Apolinário Leite – O empresário alagoano conheceu Álvaro através de um funcionário. O estelionatário ofereceu cotas numa empresa de mineração. 

Jeremias investiu R$ 1 milhão na empresa. Após o pagamento, Álvaro convidou o empresário para fazer parte do King Festival, evento de música eletrônica realizado no Recife em 2013. Dessa vez, o alagoano investiu R$ 1,5 milhão.

Na semana seguinte ao festival, no momento da prestação de contas, Álvaro informou que o King Festival não deu lucro e que havia perdido todo o dinheiro.

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