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O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Robson Marinho, classificou, nessa quarta-feira (27), como 'ordinários' os integrantes do Ministério Público que o investigaram por suposto recebimento de propinas da multinacional francesa Alstom, entre os anos de 1998 e 2005. A declaração ocorreu durante uma sessão de julgamento do TCE-SP e gerou indignação do MP, resultando em reação da Procuradoria-Geral de Justiça.

Antes de se referir ao Ministério Público de São Paulo como "ordinário", Marinho sustentava, no bojo de um julgamento, que não é possível exigir que assessores parlamentares tenham nível universitário uma vez que não há previsão em lei para tanto. E então criticou o posicionamento da Corte de contas estadual sobre o assunto, citando o período em que ficou afastado de suas funções.

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"Então o tribunal na minha visão errou, durante muitos anos. Eu não estava aqui. Porque? Por causa do Ministério Público. Não o de Contas, o Ministério Público ordinário, aqueles ordinários, por isso e que não estava aqui. Mas eu voltei, ai nós discutimos essa questão e decidimos", indicou.

A ira do conselheiro contra o Ministério Público de São Paulo se deve ao fato de, a pedido da Promotoria, a Justiça ter alijado Marinho de suas funções durante sete anos e quatro meses, entre 2014 e 2022, no bojo de investigação que atribuiu a ele a titularidade de offshore na Suíça, detentora de US$ 3 milhões. Ele sempre negou ter ligação com a offshore e ser o dono dos dólares no país europeu.

Marinho reassumiu o cargo no início do ano passado após ser beneficiado pela prescrição do crime que lhe foi imputado pelo Ministério Público Federal. A Justiça entendeu que os atos de corrupção e lavagem de dinheiro imputados a ele teriam ocorrido entre 1998 e 2005 e assim não seria possível punir o conselheiro, eventualmente, vez que ele já completou 70 anos - o que faz com que tal prazo seja reduzido pela metade.

Marinho ainda é réu em uma ação de improbidade movida pelo Ministério Público Estadual de São Paulo. O órgão imputa a Marinho enriquecimento ilícito, sustenta que ele lavou dinheiro no exterior e afirma que o conselheiro de contas participou de um "esquema de ladroagem de dinheiro público". Alçado ao TCE por indicação de Mário Covas, seu padrinho político, Marinho é acusado de ter favorecido a Alstom no âmbito do aditivo X do projeto Gisel, empreendimento da Eletropaulo, antiga estatal de energia.

Segundo o promotor Silvio Antônio Marques, a ação está em andamento e segue vigorando o bloqueio de US$ 3 milhões na Suíça decretados contra o conselheiro. Marinho também tem bens bloqueados em São Paulo. "A ação ainda não foi julgada", disse Marques.

Ex-deputado e ex-chefe da casa Civil do governo Mário Covas (1995 - 1997) Marinho fica até o fim de 2024 no cargo, quando se aposenta compulsoriamente aos 75.

MP vê 'destempero' e 'falta de aptidão para o cargo'

Após as declarações do conselheiro do TCE, a Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo reagiu, classificando a manifestação como "grosseira e descabida". "O interesse público fala sempre mais alto".

Para o órgão, Marinho empregou "linguajar que não se coaduna com os padrões de lhaneza que se exigem de alguém que tem como missão zelar pelo bom andamento da administração pública".

"Com o uso de um vocabulário impróprio, para se dizer o mínimo, o mencionado conselheiro demonstra absoluto destempero, o que redunda em dizer que lhe falta aptidão para exercer o cargo que ocupa", indicou a PGJ.

A escolha do novo conselheiro do Tribunal de Contas de São Paulo (TCE-SP), em setembro, deve marcar mais uma divergência entre Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas.

Na terça-feira (15), o governador se reuniu com líderes da Assembleia Legislativa e cobrou apoio à indicação do deputado federal Marco Bertaiolli (PSD-SP) para o cargo. O parlamentar é o candidato dos caciques do PL, Valdemar Costa Neto, e do PSD, Gilberto Kassab, que também é secretário de Governo.

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Ao atuar por Bertaiolli, Tarcísio abandona a neutralidade na disputa e contraria Bolsonaro, que defende a indicação do advogado Maxwell Borges de Moura Vieira - nome do ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça que ganhou apoio do ex-presidente.

Procurados, Tarcísio e Mendonça não se manifestaram.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), conselheiro Edgard Camargo Rodrigues, suspendeu por prazo indeterminado as sessões de julgamento das Câmaras e do Plenário. A decisão foi deliberada na sessão extraordinária desta quarta-feira (18) e visa evitar o contágio pelo novo coronavírus. A covid-19, como foi classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) fez sua primeira vítima fatal em São Paulo nesta terça-feira (17).

Com a decisão, ficam suspensos os prazos processuais nos feitos que dependam de decisão colegiada. Medidas cautelares de qualquer natureza serão normalmente processadas e submetidas ao relator. Já as representações envolvendo licitações e contratos com a Administração Pública serão apreciadas pelo relator, após distribuição, para emissão de medidas liminares quanto no mérito.

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Em 13 de março, Rodrigues já havia determinado o regime de teletrabalho em suas dependências. Ele também havia instituído mudanças nos horários, suspensão de eventos, e até mesmo distância mínima de um metro entre servidores em reuniões que sejam indispensáveis.

Outros tribunais

A decisão não é exclusiva do Tribunal de Contas paulista. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), que mantém jurisdição sobre maior colégio eleitoral do País com 33 milhões de eleitores, suspendeu o atendimento presencial ao eleitor nos cartórios e postos de atendimento localizados no Poupatempo. A decisão vale de 17 a 31 de março. O agendamento pelo site também foi interrompido.

Na segunda-feira, 16, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criou um comitê para acompanhar a adoção de medidas de prevenção ao novo coronavírus nos tribunais.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) anunciou que suspendeu as sessões de julgamentos nas próximas duas semanas.

Em São Paulo, o fantasma do novo coronavírus fez a Polícia Federal (PF) suspender visitas a presos em sua sede.

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) suspendeu nesta sexta-feira, 7, concorrência para exploração de espaços publicitários em estações e vagões do Metrô. Segundo o TCE, o valor estimado do contrato é de R$ 339,5 milhões. Em sessão do Pleno, a decisão liminar do conselheiro Antônio Roque Citadini, dada na quarta-feira, 5, foi referendada.

Em parecer, o conselheiro acolheu o recurso de uma das empresas inscritas na concorrência, que se rebelou contra o edital alegando que as regras atentariam contra a isonomia do pregão.

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"Criam tratamento diferenciado entre participantes do mesmo procedimento licitatório, claramente privilegiando as proponentes individuais em detrimento das proponentes reunidas em consórcio", afirma Citadini.

Segundo o TCE, o valor estimado do contrato foi dividido em 120 parcelas de R$ 2,750 milhões. Para Citadini o valor é "exorbitante" e fere o princípio constitucional da publicidade de processos públicos.

Ao pedir a suspensão da concorrência, o conselheiro impôs um prazo de 48 horas para que o Metrô se pronunciasse sobre a impugnação. A Companhia afirma já ter enviado esclarecimentos à Corte.

O pronunciamento dos auditores de contas sobre a licitação - que deve ser concluído nas próximas semanas, segundo apurou a reportagem - e a defesa da Companhia serão levados a plenário, onde Citadini vai se manifestar se acolhe ou não a impugnação definitiva do edital.

"Agora vai depender do esclarecimento do Metrô e da auditoria do Tribunal. E aí vai para o plenário e julga. Se tiver que retificar o edital, a Corte determina o ponto a ser retificado. Para eles, o interesse é fazer manifestação e, o quanto antes, o Tribunal decidir no Plenário", avaliou o conselheiro.

Defesa

"O Tribunal de Contas do Estado até o momento apenas acolheu parecer do conselheiro Roque Citadini, que recebeu uma representação de empresa que participa da licitação. A concessão da exploração publicitária da rede do Metrô foi precedida de realização de consulta e audiência pública, dando maior transparência ao processo. A Companhia já enviou todos os esclarecimentos ao TCE e aguarda a apreciação do material para prosseguir com a licitação", declarou a assessoria do Metrô, por meio de nota.

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