Tópicos | técnico em segurança do trabalho

Celebrado hoje (27), o dia do Técnico de Segurança homenageia o profissional que garante a proteção de outros trabalhadores em suas rotinas. A data comemora o dia em que a profissão foi regulamentada pela lei nº 7.410 em 1985.

Aquele que é qualificado a atuar na área deve supervisionar todas as atividades ligadas a segurança do trabalho e garantir condições que eliminem ou minimizem os riscos de ocorrência de acidente.

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Em 2010, Willian Araújo entrou em uma empresa como aprendiz e teve o seu primeiro contato com a área de segurança. A experiência fez com que ele se interessasse pela profissão e em 2013 ele se formou como técnico de segurança, atuando na área até hoje.

“Nós da área da segurança sempre temos uma visão mais crítica e segura das atividades a serem desenvolvidas, hoje em dia, outros profissionais encaram a segurança com mais seriedade. Porém, entendo que o trabalho conjunto sempre pode gerar bons frutos e o mais importante a integridade das pessoas”, afirma Araújo. 

Fundamentais durante a pandemia

A profissão também foi impactada com a pandemia do coronavírus (Covid-19), não apenas nos procedimentos de distanciamento social mas também quanto ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

“Recebo quase todos os dias informações de fornecedores que não conseguirão entregar os materiais, o que impacta na qualidade do trabalho. Fora isso, ficamos restritos de aplicar alguns treinamentos e isso é ruim para segurança de todos”, comenta Araújo.

Outro que também atua na área é o Engenheiro de Segurança de Trabalho Francisco Carvalho, que em conjunto de outros profissionais compõe a rede dos Serviços de Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).

Formado em Arquitetura, Francisco Carvalho buscou especialização em Segurança e faz parte do SESMT. Foto: arquivo pessoal

O profissional de segurança garante proteção em procedimentos de baixo e grande risco. “Um bom exemplo são as rotinas laborais, como metalurgia pesada, extração de minerais e mais recentemente os riscos biológicos, como os enfrentados pelos profissionais da saúde”, explica Carvalho.

Para ampliar sua formação em arquiteto urbanista e técnico de construção civil, Carvalho optou pela especialização em segurança. “Um projeto seguro já irá ajudar a proporcionar um bom planejamento das equipes do SESMT, que irão atuar na empresa, condomínio ou edificação em questão”, afirma.

Com a pandemia, o SESMT precisou analisar todas as medidas necessárias para continuar com as atividades fundamentais, junto aos profissionais de saúde que atuam na linha de frente do Covid-19 e toda a rede de apoio e abastecimento nas mais diversas áreas de transporte de insumos básicos, fábricas e nos campos.

“A rotina do nosso trabalho leva em consideração desde o monitoramento de todas as pessoas envolvidas, em cada processo, com planilhas, testagem até adaptações, como aumentar espaçamento entre as estações de trabalho, controle de todos os EPIs e EPCs (Equipamento de Proteção Coletiva) para mantê-los seguros e eficazes”, destaca.

Levantamento divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) na noite dessa terça-feira (18) mostrou que técnico em segurança do trabalho é o curso mais procurado até o momento no Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec), com 59.625 inscrições. Em seguida, aparecem técnico em logística, com 49.386 inscritos, técnico em enfermagem, com 36.320 candidaturas, técnico em informática, detentor de 27.726, e técnico em edificações, com 24.133 inscrições.

Os interessados em participar da seleção devem se inscrever até a próxima sexta-feira (21), por meio da internet. Primeiramente, as vagas serão ocupadas por estudantes que tenham cursado o ensino médio completo em escolas da rede pública ou em instituições privadas, na condição de bolsista integral. É exigido também que o aluno tenha participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do ano passado e que a nota na redação tenham sido acima de zero.

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Segundo o MEC, os resultados serão divulgados, em primeira chamada, no dia 25 deste mês. Já a divulgação da segunda chamada está prevista para 1º de abril.      

 

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Este sábado (27) marca o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho. A data simboliza a luta dos trabalhadores brasileiros por mais segurança no trabalho e melhores condições de atuação. É um momento especial principalmente para profissionais dedicados a garantir um ambiente de atuação trabalhista seguro: o profissional de segurança do trabalho.

Vivendo o dia a dia com funcionários de diversas áreas, desde o ano de 2004 que Éricka Campos, de 32 anos, atua como técnica em segurança do trabalho. A profissional, formada primeiramente em edificações, conta que quando conheceu a área descobriu o que queria fazer para o resto da vida. Atualmente, ela atua na em unidades do Banco do Nordeste (BNB).

“Meu trabalho é de caráter preventivo. Ele funciona identificando os riscos que existem nos ambiente de trabalho. É uma atuação de prevenção, em que eu monto uma relação de ações que preveem acidentes”, explica a técnica. De acordo com a profissional, no caso das unidades do BNB, os principais problemas identificados que podem ferir a segurança dos trabalhadores são de característica ergonômica.

Postura, lesão por esforço repetitivo e tempo sentado são alguns dos aspectos observados por Éricka. “Fazemos um trabalho de parceria com profissionais de medicina do trabalho”, explica. Ela destaca que outros pontos, principalmente ligados a situações de emergência, são trabalhados pela segurança do trabalho. Como exemplo, funcionários são treinados para conduzirem o restante do público em situações de incêndio.

Uma das beneficiadas pelo trabalho de Éricka é Ana Paula Amorim, do setor de recursos humanos da Superintendência do BNB em Pernambuco. Para Ana, o trabalho é de suma importância para o bem estar dos funcionários. “Funciona muito bem. Ajuda a gente a se sentir melhor e descobrir o que há de errado. Com as orientações, conseguimos melhor o bem estar do ambiente de trabalho”, comenta.

Cursos

O professor do curso de segurança do trabalho da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau, Armando do Nascimento, frisa que existem diferentes qualificações no âmbito da segurança do trabalho. Confira abaixo um vídeo com explicações do educador:

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Os cursos técnicos tiveram uma enorme acessão nos últimos anos e se tornaram mais uma opção para os concluintes do ensino médio. Entre tantas especializações, o técnico em segurança do trabalho é um dos mais requisitados atualmente, principalmente no Brasil que sempre teve altos índices de acidentes no trabalho. Com isso, a profissão, que não era muito conhecida no meio empresarial, ganhou novo fôlego a partir do final da década de 90, com o aumento da demanda por esses profissionais, que passaram a ser peça fundamental na estrutura de médias e grandes empresas no país e no mundo.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), há mais de 1,2 milhão de mortes por acidente de trabalho no mundo, sendo que o Brasil ocupava em 1999 a 15ª posição no ranking de países com mais acidentes no ambiente de trabalho. Esse fato é explicado pela deterioração das condições de trabalho causadas pela globalização, o desrespeito ao direito de segurança do trabalhador e a falta de cumprimento da lei ou regulamentação adequada de segurança. Segundo dados no INSS, de 2005 a 2006, houve um aumento de 5,6% no total de acidentes, mas esse número vem diminuindo devido ao grande número de formados nessa área. Em 2010 houve um registro de 701.496 acidentes de trabalho, enquanto que em 2009 foram 733.365 acidentes, segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS 2010).

Com o surgimento da lei que exige a presença desse profissional no quadro funcional de uma empresa com 100 ou mais funcionários, a profissão ganhou novos incentivadores como escolas, faculdades e cursos de formação.  A Escola Técnica Regional, localizada no bairro da Boa Vista, recebe mais de 100 alunos por mês para se matricular no curso de técnico em segurança do trabalho. A coordenadora Susiane Lopes acredita que a grande procura pelo curso veio com o crescimento econômico do Estado e com a instalação de grandes indústrias e empreendimentos em Pernambuco. “A demanda de alunos é muito grande, pois temos uma grande procura por esses profissionais. Se pudéssemos, abriríamos mais turmas, pois não iria faltar aluno”, explica a educadora que, ano passado, formou 31 turmas nessa área. As disciplinas para esses estudantes são escolhidas de acordo com a necessidade de atender ao mercado de trabalho. 

Os profissionais estudam o ambiente dos funcionários de uma empresa para ver se as normas trabalhistas estão sendo cumpridas, tanto em questões relativas à higiene e alimentação, quanto em fatores que colocam em risco a vida do empregado. Formada há quatro anos, Alane Melo, 27 anos, frisa que a atividade requer muita atenção a todos que estão trabalhando no ambiente. "Devido a uma maior preocupação com as condições de trabalho oferecidas aos funcionários e a rigorosidade da lei que regulamenta as relações trabalhistas, a atuação do técnico de segurança do trabalho tem, hoje, grande impulso e variadas opções em seus nichos de mercado", explica.

Os estudantes formados nessa área também podem atuar em escritórios com documentações referentes aos trabalhadores. Apesar de o setor de obras terem, em sua maioria, funcionários homens, a demanda por mulheres formadas em segurança do trabalho é grande. A atenção aos detalhes e a precaução são as características femininas que mais chamam a atenção no mercado.

O campo de atuação para o técnico de segurança do trabalho é amplo e predomina nas grandes empresas, localizadas, principalmente, nas metrópoles do país. No entanto, a categoria ainda sofre com a falta de conhecimento de algumas empresas sobre a segurança no ambiente de trabalho. “Ainda encontramos um pouco de dificuldade em algumas empresas que só solicitam o nosso trabalho por ser obrigatório e não por ter uma mentalidade preventiva”, afirma Alane.  

Para os profissionais da área, o mercado está em crescimento acelerado. A expectativa é que a profissão cresça ainda mais nos próximos anos. “Estamos fazendo um levantamento de quantas instituições oferecem essa especialização aqui no Estado e quantas pessoas se formam por ano nessa área”, explica a diretora do Sindicato de Técnicos em Segurando de Trabalho no Estado de Pernambuco (SINDTEST), Carmen Lúcia, sobre o quantitativo de profissionais em Pernambuco.

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