Tópicos | Teddy Riner

O judoca Teddy Riner mostrou mais uma vez que é imbatível ao conquistar nesta sexta-feira (12) sua segunda medalha de ouro consecutiva em Olimpíadas, enquanto a também francesa Émilie Andéol surpreendeu a todos ao conquistar o título feminino nos pesos pesados, com vitória sobre a favorita cubana Idalys Ortiz. Oito vezes campeão mundial, Riner, de 27 anos, está invicto há 98 lutas em competições internacionais, desde setembro de 2010, em Tóquio, quando perdeu para o japonês Daiki Kamikawara por decisão dos árbitros.

Na final, ele superou outro japonês, Hisayoshi Harasawa, em luta tensa vencida apenas por ter uma penalidade a menos que ao adversário (2 a 1). As medalhas de bronze foram para o brasileiro Rafael Silva, o Baby, e o israelense Or Sasson.

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Para conquistar o segundo ouro olímpico, Riner teve no o brasileiro no seu caminho nas quartas de final, e saiu vitorioso, como na decisão do Mundial de 2013. Seis anos antes, também foi na Cidade Maravilhosa que o ídolo se sagrou campeão mundial pela primeira vez, em 2007, quando tinha apenas 18 anos.

"Eu me sinto bem no Brasil. Foi aqui que conquistei minha primeira medalha, em 2007. Mas além disso, eu me sinto bem aqui, me sinto em casa. Adoro o jeito brasileiro de ser, a alegria de viver. Os brasileiros não se deixam levar pelos problemas da vida", disse a lenda viva à AFP antes dos Jogos.

A Marselhesa, hino nacional francês, tocou duas vezes, já que Andéol também subiu ao lugar mais alto do pódio. A francesa, que não estava entre as favoritas, conseguiu a façanha de derrotar no 'golden score' a campeã olímpica e bicampeã mundial Idalys Ortiz.

As medalhas de bronze ficaram com a chinesa Song Yu e a japonesa Kanae Yamabe. A brasileira Maria Suelen Altheman, dona de duas medalhas de prata em Mundiais, perdeu logo na primeira luta, para a sul-coreana Minjeong Kim.

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O judoca David Moura ainda não sabe se estará nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no ano que vem, mas já sabe como derrotar o francês Teddy Riner, uma das lendas do esporte, caso venha a enfrentá-lo no tatame carioca. Pelo menos é o que garante o judoca brasileiro, da categoria acima de 100kg, faltando oito meses para a grande competição.

"Dá para ganhar dele. Ele não perde há muito tempo, é verdade. Por isso tem que fazer algo diferente e é nisso que estou trabalhando. O judô é um jogo, o tatame escorrega pra todo mundo e não vejo ele como alguém impossível de ser batido, vejo como algo bem possível", afirma Moura, que enfrentou Riner apenas uma vez e levou a pior, no Mundial de Cheliabynsk, na Rússia, em 2014.

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Foi apenas uma das 79 vitórias que o francês acumulou desde 2010, ano em que sofreu sua última derrota. O judoca de 26 anos é heptacampeão mundial, quebrando seguidos recordes e exibindo um domínio acachapante em sua categoria nos últimos anos. É ainda o atual campeão olímpico - foi bronze nos Jogos de Pequim-2008.

Por tudo isso, Riner é visto como quase imbatível no judô atualmente e favorito absoluto a buscar a medalha de ouro no Rio de Janeiro. David Moura, contudo, discorda disso. E avisa que vem estudando com cuidado o estilo do rival para vencê-lo no próximo ano.

"Eu tenho várias estratégias para enfrentá-lo. Acredito que a luta de chão é onde existe a maior possibilidade de eu ganhar dele. Estou treinando muito. O meu mestre é o Flavio Canto, que foi considerado o maior judoca de chão de todos os tempos. E está me ajudando muito nisso. É difícil jogar o Teddy Riner de costas, mas trazer para o chão eu já sei que consigo. Depois que estiver no chão, meu objetivo é finalizá-lo", explica o judoca.

Antes do grande confronto, David Moura precisa, é claro, garantir sua vaga na Olimpíada. Para tanto, precisa superar o compatriota Rafael "Baby" no ranking olímpico e ainda tem que convencer a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) de que está em melhores condições de representar o Brasil na categoria acima de 100kg.

Isso porque o ranking não será o único critério utilizado pela CBJ para definir os judocas no Rio-2016. A entidade deve considerar também a experiência e o melhor momento vivido por cada atleta às vésperas da grande competição. No momento, Moura leva vantagem por ter melhor ranking - ocupa o 12º lugar, com 1.247 pontos, contra o 14º de Rafael, com 1.111 - e está em atividade há mais tempo nestes últimos meses.

Rafael está afastado das competições desde junho, quando sofreu uma lesão no músculo peitoral e foi cortado da seleção brasileira que disputou os Jogos Pan-Americanos. Foi com sua ausência que Moura despontou na equipe. Ele aproveitou a chance e foi campeão olímpico em Toronto. Desde então, vem acumulando resultados positivos no circuito mundial. Rafael tem como vantagem os pódios que conquistou nos Jogos de Londres-2012 e nos Mundiais de 2013 e 2014.

David Moura reconhece a experiência do rival, mas acredita que terá mais chances de chegar ao pódio no Rio de Janeiro. "O fato de o Rafael ter sido medalhista olímpico e mundial mostra que é um atleta excepcional. Mas agora eu estou começando a provar que também sou. Acho que a confederação e todo mundo quer aquele atleta que estiver melhor preparado para conquistar uma medalha porque quem já conquistou não necessariamente vai ter condições de conquistar de novo. Tudo é cíclico, tudo passa e estou treinando para que este seja o meu momento", diz o judoca.

Enquanto aguarda a definição da CBJ, que só sairá no fim de maio, Moura segue sonhando com um possível confronto com Riner na final olímpica. "Agradeço a Deus por ter um cara como ele na categoria. Imagina ser campeão olímpico em cima dele? É só correr para o abraço. Já tô sonhando com isso há algum tempo. Não é um sonho 'viajado'. É um sonho com um pouco de realidade porque eu treinei bastante com ele, já competi com ele", afirma Moura.

Astro maior do judô e invicto desde setembro de 2010, o francês Teddy Riner virá ao Brasil para um estágio de treinamentos no Centro de Treinamento da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), em Saquarema (RJ). Além do imbatível campeão mundial do peso pesado, outros 200 atletas de alto nível são esperados para o camping, que também vai contar com as seleções de Brasil, Holanda, Alemanha, Japão e EUA, entre outras.

O Brasil deverá ter a maior delegação, com atletas das seleções adulta e de base. Estão confirmados, entre outros, Mayra Aguiar, Sarah Menezes, Érika Miranda, Ketleyn Quadros, Rafaela Silva, Felipe Kitadai, Tiago Camilo, Luciano Corrêa, Leandro Guilheiro e Rafael Silva, todos medalhistas em Mundiais e/ou Olimpíada.

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"Esse treinamento é uma parte muito importante do nosso planejamento, já que marca o início do ano para muitos atletas. O aumento do número e da qualidade técnica das seleções e atletas participantes comprova a consolidação do evento no calendário internacional. As equipes de fora já reconhecem o alto nível técnico dessa atividade, o que estimula a cada ano a vinda de mais seleções para Saquarema." comenta Ney Wilson, gestor de alto rendimento da CBJ.

Em 2014, o evento recebeu cerca de 150 atletas e seis países diferentes. Neste ano, entre 27 de janeiro e 7 de fevereiro, Saquarema vai receber 11 seleções, com 200 judocas. Entre eles estão: Amandine Buchard (França), Henk Grol (Holanda) e Kayla Harrison (EUA), principal rival de Mayra Aguiar.

Tido como uma das grandes estrelas do esporte olímpico da atualidade, Teddy Riner tem apenas 24 anos mais já é o maior campeão mundial da história do judô. O francês, porém, foi surpreendido na semifinal dos Jogos de Pequim/2008 (aos 19 anos) e acabou com o bronze na ocasião. Assim, apesar de todo o status, só tem um ouro olímpico, conquistado em Londres, em 2012.

Isso faz com que a segunda medalha olímpica passe a ser prioridade absoluta para o francês. "Se você ganha uma Olimpíada é bom, você mostra para todo mundo que pode vencer. Mas, se você ganha a segunda vez, você mostra para todo mundo que é o cara. É essa a tarefa, que pode ser difícil, mas é possível. No esporte, tudo é possível", disse ele, em entrevista ao site da Federação Europeia de Judô.

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Questionado sobre seus sonhos, o francês deixou claro o peso que dá ao ouro olímpico no Rio. "Em primeiro lugar, quero ganhar minha segunda medalha de ouro. Em segundo, ter uma boa vida depois da carreira no judô, e em terceiro ter filhos bonitos", apontou.

Mais jovem campeão mundial da história do judô, praticamente invicto desde 2008 (perdeu uma luta no Japão em 2010, para um japonês, por punições contestáveis), Riner não se vê como uma lenda do judô, mas pondera: "Claro que eu estou feliz de poder ser um exemplo para muitos, mas estou somente focado na minha carreira. Quando eu me aposentar e me tornar um velho, eu posso dizer que sou uma lenda, mas só quando eu fizer a minha história".

Rafael Silva é o melhor judoca peso pesado deste mundo. Porque Teddy Riner é de "outro mundo". Neste sábado (31), na última luta do Mundial do Rio, o Maracanãzinho lotado viu o confronto mais aguardado da competição, entre o brasileiro e o francês. Mas ainda não foi dessa vez que a zebra apareceu. Aos 24 anos, o maior nome do judô na atualidade conquistou seu sexto título mundial para ficar a um ouro de se tornar o maior da história.

Os números de Riner impressionam. De 2008 para cá, Riner só perdeu uma vez: na final da categoria aberta (para judocas de todos os pesos, não disputada no Rio) no Mundial de Tóquio, em 2010, para um judoca local. O francês contestou tanto a arbitragem caseira que sequer foi buscar a prata.

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Desta vez nem ajuda do árbitro tirou o ouro de Riner, que está a uma conquista de se tornar o líder do quadro histórico de medalhas em Mundiais de Judô. Com seis ouros e uma prata, fica atrás da chinesa Wen Tong e da japonesa Ryoko Tani, ambas com sete de ouro e uma de bronze.

Diante de um judoca de tamanho calibre, Rafael Silva não conseguiu se impor como fez nas outras três lutas que fez neste Mundial. O judoca de 2,03m e 165kg - mas que tem uma dieta rígida, com frutas orgânicas, arroz integral e chocolate 70% cacau - estreou vencendo Iurii Krakovetski, do Quirguistão, por ippon. Na sequência, superou o japonês Ryu Shichinohe, apenas o 26º do ranking mundial, também com o golpe perfeito.

Na semifinal, enfrentou o forte alemão Andreas Toelzer, campeão do Grand Slam de Moscou, bronze no Masters e nos Jogos Olímpicos de Londres/2012, e medalhista de prata nos dois últimos Mundiais. Mas o apoio da torcida falou mais alto, Rafael dominou a gola do rival, conseguiu induzi-lo ao erro e venceu graças a uma punição a mais recebida por Toelzer.

Diante de Riner, não houve o que fazer. O francês, muito mais ágil, dominou a luta desde o começo. Rafael se movimentava pouco e recebeu a primeira punição. Em seguida, Riner conseguiu o golpe para em seguida usar toda sua força para imobilizar o brasileiro no chão.

A medalha, de qualquer forma, é a primeira e única do judô masculino do Brasil neste Mundial. De resto, o País só chegou a uma disputa por medalhas, com Gabriel Chibana terminando no quinto lugar, ainda no segundo dia de competições, pela categoria até 66kg.

Rafael volta a lutar neste domingo, quando acontece a disputa do Mundial por Equipes. A disputa, porém, não entra no quadro de medalhas, encerrado com o Japão à frente, com três medalhas de ouro. A França foi segunda, Cuba terceira, e o Brasil acabou em quarto, com seis medalhas, sendo uma de ouro, três de prata e duas de bronze.

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