Os principais contratos de juros futuros encerraram em baixa a sessão desta terça-feira (22) reagindo a uma série de fatores que aliviaram sobretudo o trecho longo da curva. Entre eles, a expectativa com os números da pesquisa Ibope a ser divulgada logo mais; o IPCA-15 de julho abaixo da mediana das estimativas do mercado; inflação nos Estados Unidos melhor que o previsto; o dólar em queda; e a trégua na aversão ao risco que prevaleceu no exterior.
No fechamento da sessão regular da BM&F Bovespa, o DI outubro de 2014 terminou em 10,76%, de 10,779% ontem no ajuste; o DI para janeiro de 2015 tinha taxa de 10,72%, de 10,74% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2016 projetava taxa de 10,90%, de 10,94% no ajuste da véspera; o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 11,05%, de 11,13% no ajuste anterior; e o DI para janeiro de 2021 fechou em 11,36%, de 11,47% após ajuste. Já o dólar fechou em baixa, de 0,54%, cotado em R$ 2,211.
##RECOMENDA##Após os números do Datafolha e do instituto Sensus terem mostrado avanço da oposição nas intenções de voto na corrida presidencial, o mercado nutre a expectativa de que o Ibope não só consolide a possibilidade da realização de um segundo turno, como mostre também um quadro de equilíbrio entre as preferências pela presidente Dilma Rousseff e seu principal adversário, o candidato do PSDB, Aécio Neves. Na visão do mercado, uma eventual gestão tucana deve colocar a inflação de novo na trajetória do centro da meta, principalmente via forte ajuste fiscal.
Inflação também foi pauta para o mercado nesta terça-feira, tanto aqui quanto nos EUA. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 desacelerou de 0,47% para 0,17% entre junho e julho, taxa que ficou abaixo da mediana das projeções do mercado (0,20%). Entretanto, a taxa acumulada em 12 meses foi no sentido contrário, rompendo o teto da meta de 6,50%, ao passar de 6,41% para 6,51%. Nos EUA, o núcleo do índice de preços ao consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,1% em junho ante maio, ante previsão de avanço maior, de 0,2%, dos economistas, o que reforça a percepção de que o juro por lá deve ficar inalterado por um bom tempo.
No exterior, os juros dos Treasuries também operam em queda neste final de tarde. A busca por segurança reflete a tensão geopolítica envolvendo a Ucrânia e os conflitos em Israel. Após a queda do avião da Malaysia Airlines, na quinta-feira, 17, que matou as 298 pessoas a bordo, a União Europeia (UE) está impondo novas sanções contra autoridades consideradas responsáveis pelas ações da Rússia na Ucrânia. Há suspeita de que a aeronave tenha sido abatida por um míssil disparado por rebeldes das forças pró-Rússia que dominam o leste da Ucrânia.
No conflito entre Israel e Palestina, a autoridade de transporte aéreo dos EUA proibiu voos para Tel Aviv por 24 horas, diante da informação de que um foguete teria atingido uma área próxima ao aeroporto Ben Gurion. Com isso, várias companhias aéreas estão cancelando seus voos para Israel. Às 16h27, o juro da T-Note de dez anos estava em 2,468%, ante 2,480% ontem. As bolsas em Nova York, porém, estão em alta firme, com Dow Jones subindo 0,40% e Nasdaq, 0,65%.
