Tópicos | Vale do Anhangabaú

A Associação Preserva São Paulo, que reúne comerciantes e moradores da região central da cidade, pediu na Justiça a paralisação das obras de revitalização do Triângulo Histórico, as vias que formam o calçadão do "centro velho" da capital paulista, e do Vale do Anhangabaú, que já teve o piso original, datado da década de 1980, retirado por agentes da Prefeitura. A Justiça ainda avalia o pleito.

Além deles, há mais grupos contrários à intervenção: de skatistas que frequentam a região à arquiteta Ana Maria Wilheim, filha do também arquiteto Jorge Wilheim, autor do projeto urbanístico do Anhangabaú, que agora está sendo mudado. A gestão Bruno Covas (PSDB) afirma que o plano contou com a participação de atores da sociedade civil e que a elaboração do projeto básico seguiu todos os ritos legais.

##RECOMENDA##

O juiz Enio José Hauffe, da 16ª Vara da Fazenda, que avalia a ação, pediu posicionamento prévio da Prefeitura sobre as queixas na ação e aguarda, agora, um parecer do Ministério Público Estadual sobre o tema, que ainda não se manifestou.

É mais uma ação contra projetos que a Prefeitura vem tocando na área central da capital paulista. Na última terça-feira, 23, a Justiça concedeu liminar paralisando a revitalização do Largo do Arouche, sob risco de danos ao patrimônio histórico. No início do mês, o Tribunal de Contas do Município suspendeu uma licitação para obras do futuro Parque Minhocão, no Elevado Presidente João Goulart.

Os grupos insatisfeitos com as ações da Prefeitura questionam, entre outros itens, a falta de diálogo. O argumento é que as obras estão sendo feitas sem participação popular e sem divulgação da íntegra do projeto que está sendo implementado. Além disso, afirma a ação judicial, não houve divulgação da licitação para contratação da empresa que está tocando a obra, a um custo de cerca de R$ 80 milhões.

A ação destaca que o projeto tocado por Covas nasceu na gestão anterior, de Fernando Haddad (PT). O Banco Itaú contratou o escritório dinamarquês Ian Gehl para fazer um projeto para lá, que foi doado à cidade após aprovação da gestão petista. "O grau de desconhecimento dos problemas da cidade demonstrado pelos dinamarqueses e a inadequação do projeto levaram até mesmo a um repúdio da proposta por parte dessa plateia escolhida a dedo (pela gestão Haddad)", afirma a ação.

Ana Maria Wilheim destaca, por exemplo, os espelhos d'água propostos para a área. "Qualquer ponto de água no centro de São Paulo é usado pela população de rua para banho e lavar as roupas, tamanha é a necessidade dessa população", destaca. O projeto que está sendo desmontado, lembra a arquiteta, foi escolhido após um concurso público, feito pela cidade, que contou com mais de 90 propostas. "Agora, não houve discussão nenhuma", afirma.

A reclamação de falta de diálogo se exemplifica em uma petição, que circula nas redes sociais, de grupos de skatistas. Eles temem perder a arquibancada de mármore presente no vale. "A nossa proposta é que o novo projeto seja adaptado para que se mantenha e/ou melhore as arquibancadas", diz o texto da petição. "Muitos skatistas profissionais nacionais e internacionais consideram o vale um dos lugares mais clássicos do mundo."

O comerciante Carlos Beutel, dono de um restaurante no centro e ativista pelo turismo na área (organiza caminhadas noturnas na região) diz que, ainda em 2015, quando o projeto começou a ser discutido, uma audiência pública chegou a ser convocada. "Eles estimaram em 3 mil pessoas, aí não teria lugar para fazer. Então, cancelaram", afirma. "Depois, fizeram uma reunião (com técnicos) que teve 60 pessoas". "O centro não quer concreto, mas a Prefeitura está em uma cruzada contra as pedras portuguesas", afirma.

"Mais do que isso, há a questão de saúde pública", diz o advogado Jorge Eduardo Rubies, autor da ação. Ele afirma que há estudos relacionando o tipo de chafarizes propostos para o Anhangabaú, chamado "spray parks", a doença.

Defesa prévia

A Prefeitura de São Paulo já apresentou sua defesa prévia à Justiça. Em nota à reportagem, a gestão Covas afirma que "apresentou esclarecimentos sobre os pontos mencionados na ação e está à disposição para dúvidas relacionadas à proposta de requalificação do Vale do Anhangabaú".

Segundo o texto, o projeto foi concebido "com a contribuição de diversos atores da sociedade civil em oficinas e conta com aprovações de diretrizes na Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, Condephaat (Conselho Estadual de Patrimônio) e Conpresp (Conselho Municipal de Patrimônio), além de ter sido apresentado na Câmara Municipal e em diversas reuniões setoriais com associações locais, universidades e fóruns profissionais".

"Com relação ao sistema de água, o projeto prevê um ciclo de limpeza para que a água tenha qualidade e possa ter contato humano", diz o texto, afirmando que "as águas pluviais serão captadas e passarão por tratamento químico automático, conforme as normas técnicas exigidas pela Anvisa e Ministério da Saúde". Por fim, a Prefeitura diz que "a contratação do projeto básico cumpriu todos os ritos legais e de licenciamento".

Mais duas tendas para moradores de rua foram inauguradas na terça-feira, 28, pela Prefeitura de São Paulo, mas tiveram baixa adesão. As estruturas, montadas no Vale do Anhangabaú, no centro, e na Mooca, na zona leste, não tiveram fluxo de interessados e, na primeira hora de funcionamento, a unidade da zona leste fez somente um acolhimento.

As tendas foram uma promessa da gestão Fernando Haddad (PT) após a morte de cinco moradores de rua, contabilizadas pela Pastoral do Povo de Rua, durante uma onda de frio no início deste mês. As tendas vão funcionar das 18 às 7 horas e foram inauguradas com espaço para animais de estimação e carroças. Mesmo assim, não atraiu as pessoas em situação de rua. Inicialmente, elas estão com 50 vagas, mas com capacidade de receber mais usuários.

##RECOMENDA##

Há um ano morando na Praça do Patriarca, no centro, a tatuadora Angélica Martins Akehiro, de 28 anos, disse que não trocaria a barraca onde vive pelos abrigos municipais. "A gente já conhece as pessoas aqui, ninguém mexe nem rouba nada. Eu não vou para o abrigo sem meus bichos e os meus dois cachorros não se dão bem. Imagina com os bichos dos outros."

Experiência em albergue, só teve uma vez. "Fiquei duas horas e fui embora. Não dá para saber quem dormiu na cama, fiquei com alergia."

A nova tenda do Anhangabaú fica a poucos metros de uma área onde várias pessoas dormem em barracas. Mesmo assim, nenhuma foi ao local nem para pedir informações. "O morador de rua gosta de ver acontecer para tomar a decisão. Ele precisa saber se é bom, confortável, se ninguém está perturbando", diz o orientador social Romero Barbosa, que mora no local há duas semanas.

Ele diz que, na rua, a informação passada boca a boca faz muita diferença. "Tudo depende do tratamento que o morador de rua vai receber lá dentro. Se alguém não gostar, vai falar para outro, que nem vai conhecer para não ter a decepção."

O músico Douglas Silva, de 37 anos, viu a tenda montada do outro lado do viaduto onde tem dormido há 15 dias, mas não sabia que já podia se abrigar ali. "Morava em uma pensão e não consegui pagar. É a primeira vez que fico nesta situação. Não me sinto bem no abrigo, mesmo sabendo que a pessoa está livre de alguém te fazer mal."

Ao saber do funcionamento da tenda, Silva se interessou. "Pelo que vi, gostei. É organizado. Quero mais informações."

Movimento

Inaugurado há uma semana, o abrigo na Galeria Prestes Maia também não teve uma procura expressiva. Com capacidade para 500 pessoas, a unidade recebeu entre 145 e 310 pessoas nos últimos dias. Desde o segundo dia de funcionamento, Leonardo Santos Martins, de 30 anos, está dormindo no abrigo. Ele mora na rua desde fevereiro, quando ficou desempregado.

"Algumas pessoas preferem a rua por não ter horário para levantar. Eu dormia nas ruas e, agora, estou nos abrigos emergenciais, mas quero uma vaga fixa em um albergue para ter um endereço."

Leonardo disse que o problema da unidade na Galeria Prestes Maia é a falta de higiene. "Deixa a desejar porque não estão trocando os cobertores."

Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) informou que os moradores de rua "não são obrigados a aceitar os encaminhamentos para o abrigo emergencial ou para qualquer serviço socioassistencial".

A pasta disse que as demais tendas serão montadas se houver procura, mas informou que há 1 mil vagas ociosas nos 80 centros de acolhida fixos e nos 15 emergenciais. Sobre a troca de cobertores, a secretaria disse que o procedimento é feito, mas que, "caso o mesmo morador durma na mesma cama na noite seguinte, poderá usar o mesmo cobertor".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Manifestantes contrários ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff estão reunidos na tarde de neste domingo (17) no Vale do Anhangabaú, centro da capital paulista. Foi instalado no local um telão para que possa ser acompanhada a votação sobre a abertura do processo de impeachment, na Câmara dos Deputados. Além disso, foi montado um palco onde são feitos debates e apresentações musicais.

Em meio à multidão, circulam grupos tocando percussão e berimbau. São ouvidos gritos com palavras de ordem e estouros de fogos de artifício. Com bandeiras de sindicatos e movimentos sociais, vários participantes estão vestidos de vermelho e levam faixas e adesivos que classificam o processo contra Dilma de golpe. “Estão tirando ela do poder para eleger quem eles querem sem ter uma nova eleição”, reclamou Guilherme Nadoni, de 22 anos.

##RECOMENDA##

Para o jovem, não existem razões para que a presidenta deixe o Palácio do Planalto. “Estou aqui pela democracia que está em risco com esse golpe que está sendo feito. A Dilma é ficha limpa, não fez nenhuma ilegalidade”, destacou o jovem, que veio de Interlagos, zona sul paulistana, mesmo não sendo um apoiador do governo. “Na verdade, eu não gosto do governo atual, mas não acho que o golpe é certo.”

As suspeitas contra os deputados que conduzem o impeachment são, na opinião da cientista política Daliane Saroba, de 38 anos, um dos principais problemas do processo. “Eu não reconheço nas pessoas que estão fazendo o julgamento nenhuma credibilidade”, disse. “O mesmo crime que está sendo imputado a ela o TCU não imputou aos governos Lula [Luiz Inácio Lula da Silva] e FHC [Fernando Henrique Cardoso]. Não está havendo imparcialidade”, acrescentou a cientista política.

Daliane afirmou que não está confiante em relação ao desfecho da votação desta tarde. “Eu acredito que ela não vai escapar”, opinou. No entanto, a cientista política defende a importância de marcar posição. “A cidadania se traduz em participação política. Você só tem como interferir na ordem social quando se manifesta.”

Entre os apoiadores do ato no Anhangabau estão a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a Central de Movimentos Populares (CMP).

É um aperitivo para a Parada do Orgulho LGBT do domingo. "Mas enquanto a Parada tem uma função de manifestação social, a feira é essencialmente cultural", afirma Fernando Quaresma, o presidente da associação que organiza ambos os eventos - a parada em sua 19ª edição e a Feira Cultural LGBT em sua 15ª.

No palco montado no Vale do Anhangabaú, região central de São Paulo, das 10h às 22h desta quinta-feira, 04, quatro apresentadoras se revezam: Dindry Buck, Amanda di Poly, Léo Áquilla e Valenttini, todas com forte apelo junto ao público LGBT. Nas tendas espalhadas pelo vale, as opções vão de comidinhas a artesanato. Além, é claro, das ONGs e entidades com discursos afinados em defesa dos direitos da causa.

##RECOMENDA##

O evento deste ano foi viabilizado sem o apoio estrutural da Prefeitura de São Paulo, como ocorria nas edições anteriores. "A gestão municipal desistiu de nos ajudar em março, então tivemos de correr para conseguir resolver tudo da melhor forma possível", conta Quaresma. O governo estadual entrou como principal apoiador da infraestrutura. "Mas precisamos arcar, via associação, com algumas coisas, como o posto médico", exemplifica.

"Entendemos que era fundamental colaborar na organização para que esse evento pudesse ser realizado da maneira que já o consagrou", diz Heloísa Gama Alves, coordenadora estadual de políticas para a diversidade sexual. A bandeira levantada pelo estande do governo paulista foca no combate à transfobia. "Atualmente, entendemos que é a população que mais sofre com o preconceito. Estamos lutando pelos direitos dessas pessoas e o primeiro passo, como política pública, é que elas tenham o direito a usar seu nome social", completa Heloísa.

Quem roubava a cena no início da tarde era o grupo "esquadrão das drags". Com berrantes trajes cor-de-rosa, Send Buck, Sissi Girl e Nina Cash eram assediadas para selfies e paparicadas pelos frequentadores da feira. O grupo atua em campanhas de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, principalmente no Largo do Arouche, região central de São Paulo. "Acreditamos que, como drags, temos um apelo lúdico na abordagem, principalmente com o público jovem", diz Sissi.

Quatro igrejas evangélicas voltadas ao público LGBT e um grupo ecumênico com discurso inclusivo também montaram seus estandes na feira. "Queremos mostrar que o amor de Deus não distingue as pessoas, não exclui ninguém. Em nossa igreja temos mães e pais de família, é claro, mas também muitos homossexuais", afirma o presbítero Milton da Silva, da Igreja Todos Iguais. "Os evangélicos que criticam os homossexuais são os que ainda não conhecem a verdade que nós conhecemos: que o amor de Deus é para todos."

"É importante que as igrejas marquem espaço mostrando que o sagrado não é exclusividade de ninguém", acredita Ester Leite Lisboa, assessora do Programa Saúde e Direitos da organização ecumênica Koinonia.

A expectativa da organização é que pelo menos 100 mil pessoas passem pelo Anhangabaú nesta quinta.

Um grupo de cerca de mil manifestantes que se reúne no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, de acordo com a Polícia Militar (PM), entoa na tarde desta quarta-feira gritos de guerra contra o PSDB. "Geraldo, assim não dá, pelo transporte nós vamos lutar", canta o grupo. "Esse protesto é contra a corrupção, mas já são 20 anos de administrações tucanas que vêm tratando o assunto como uma caixa-preta", disse Thiago Aguiar, do coletivo de juventude Juntos!

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e em Empresas Operadoras de Veículos Leves sobre Trilhos no Estado de São Paulo, Altino de Melo Prazeres Júnior, promete uma manifestação "pacífica, mas forte" contra as supostas corrupção e formação de cartéis pelas grandes empresas do transporte público.

##RECOMENDA##

Nesta terça-feira, 13, a página de um grupo adepto ao black bloc (estratégia de manifestação e protesto anarquista) da capital paulista divulgou uma nota afirmando que não participaria do protesto por ter sido organizado em conjunto com o sindicato. "Os companheiros dos black blocs têm o direito de não concordar com a gente, mas queremos uma manifestação pacífica", disse Melo Júnior.

Um dos organizadores do protesto, Marcelo Hotimsky, integrante do Movimento Passe Livre (MPL), a manifestação desta quarta-feira é um "ato-denúncia", diferente dos habituais do grupo. "O transporte público é pensado de acordo com o interesse de certos grupos, de empresas. A denúncia de cartel demonstra que o dinheiro público que deveria estar senso utilizado na melhoria do transporte público está sendo utilizado para interesses privados."

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e em Empresas Operadoras de Veículos Leves sobre Trilhos no Estado de São Paulo disse que a população tem de ficar nas ruas "até que o dinheiro desviado pelo "cartel da Companhia do Metropolitano (Metrô) seja devolvido".

A categoria elegeu como pauta para a manifestação desta quarta-feira o fim da corrupção e pede a prisão dos envolvidos no caso. A ideia da organização do ato, segundo a polícia, é seguir do Vale do Anhangabaú para a Avenida São João e o Largo São Francisco. O ato segue pacífico. Cantando "O Geraldo vai cair, vai cair, vai cair", numa referência ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), o grupo de manifestantes seguia pela Rua Líbero Badaró. O destino final é a Secretaria dos Transportes do Estado, na Rua Boa vista.

O tenente-coronel Marcelo Pignatari, que acompanha a manifestação, afirmou que o protesto terá livre-acesso às ruas do centro. "Se for pacífico, o protesto poderá se locomover sem problemas", disse. A PM já tem homens preparados na Avenida Paulista, local onde acontece grande parte das grandes manifestações da cidade.

Assembleia Legislativa

Enquanto um grupo organizado pelo MPL e pelo Sindicato dos Metroviários faz passeata pelas ruas do centro da capital, outros manifestantes seguem acampados na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Às 17 horas, um ato marcado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) pressionará pela abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o suposto envolvimento de tucanos no cartel. Divididos em seis barracas, 20 manifestantes estão desde a noite da segunda-feira, 12, acampados em frente à sede da Alesp. Dizendo-se integrantes do Movimento Ocupa São Paulo, eles prometem "ir até as últimas consequências" para levar uma pauta de reivindicação para os deputados estaduais.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando