Tópicos | morador de rua

Nos últimos dias, viralizou nas redes sociais um vídeo onde o capitão do tetra, Dunga, é reconhecido por um morador de rua, quando distribuía alimento nas ruas de Porto Alegre. O homem relembra alguns momentos marcantes na carreira do ex jogador, um deles foi o gol de cabeça, contra o Palmeiras, que salvou o Internacional do rebaixamento em 1999. Ele também cita o pênalti convertido na final da Copa do Mundo, contra a Itália, em 1994, e também pede um abraço a Dunga, que retribui em seguida.

[@#video#@]

##RECOMENDA##

Além de ter comandado a seleção brasileira dentro e fora de campo, Dunga agora comanda um projeto social chamado “Seleção do Bem 8”, que distribui alimentos nas ruas de Porto Alegre. Com a pandemia do coronavírus, o ex-jogador se concentrou em ajudar pessoas que passavam fome e frio nas ruas da cidade gaúcha.

Um morador de rua de 58 anos foi encontrado sem vida embaixo da Passarela Vanzolini com a Alameda Santos, no bairro Jardins (zona oeste), em São Paulo, na manhã do último domingo, 14. O homem foi identificado como Odair Mesquita dos Santos.

Representantes de movimentos em defesa da população de rua atribuem a morte de Odair ao frio que atingiu a capital durante a noite.

##RECOMENDA##

Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) lamentou a morte de Odair. Segundo a pasta, as equipes do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) realizaram 13 atendimentos sociais à vítima, somente em 2023, ofertando encaminhamentos para os serviços da rede socioassistencial da prefeitura, porém, não houve aceite de acolhimento.

A SMADS afirma ainda que das 20h de sábado, 13, até as 7h de domingo realizou 641 encaminhamentos aos serviços de acolhimento da rede socioassistencial. "Também distribuiu 3.618 cobertores por meio das abordagens realizadas pelo Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS), atendimentos de chamados via Central 156, feitos pelas equipes da Coordenação de Pronto Atendimento Social (CPAS), pelos atendimentos das equipes do Ampara SP e nas dez tendas de atendimento à população em situação de rua."

Além disso, nas dez tendas foram distribuídos, na última noite, 18.848 itens de alimentação, como sopa, pão, chocolate quente, chá e água, e aplicadas 173 vacinas contra a covid-19 e a influenza", disse a secretaria.

Também questionada sobre a morte do morador de rua, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP) não se pronunciou.

A vítima foi encontrada por assistentes sociais, que chamaram o serviço do Samu e a Polícia Militar. O corpo foi conduzido ao Instituto Médico Legal (IML).

O laudo que aponta a causa da morte não foi divulgado. Mas, se confirmado o óbito em decorrência do frio, Odair seria a primeira pessoa a morrer em São Paulo, neste ano, em função das baixas temperaturas.

Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) de São Paulo, a capital paulista registrou durante a madrugada do dia 14 uma temperatura média mínima de 11,6ºC. Na região de Perus, zona norte, os termômetros marcaram 9,1ºC, segundo o centro de gerenciamento; e na divisa de Parelheiros com Capela do Socorro, na zona sul, a estação meteorológica do local chegou a registrar 6,4°C.

Uma imagem de Odair divulgada nas redes socais por perfis que defendem os direitos das pessoas em situação de rua mostra o homem coberto com algumas mantas e um gorro sobre a cabeça. Pelas fotos, é possível ver que a vítima estava com o corpo bastante fragilizado.

Segundo o xeque Rodrigo Jalloul, que atua em defesa da população de rua junto com o padre Julio Lancellotti, o estado de saúde debilitado de Odair já havia sido informado para a rede assistencial do município.

No primeiro trimestre deste ano, 72,1 mil solicitações foram registradas no Disque 156 da Prefeitura de São Paulo visando atendimento aos moradores de rua. A maioria dos chamados foi feito para o serviço de atendimento social a esse público.

[@#video#@]

Agentes da Guarda Civil Metropolitana dispararam um tiro com bala de borracha em um morador de rua que estava na Praça Marechal Deodoro, na região central de São Paulo, durante uma operação de zeladoria urbana na manhã desta terça-feira, 17. Testemunhas que acompanharam a ação afirmaram que o homem não havia reagido à abordagem e que o disparo foi feito à queima-roupa. A Prefeitura ainda não se manifestou.

A operação teve início por volta das 10h e removeu mais de uma dezena de barracas e móveis como camas e sofás dos moradores de rua que estão há mais de um ano alocados embaixo do Elevado Presidente João Goulart (Minhocão). Testemunhas ouvidas pelo Estadão afirmaram que o homem baleado estava dormindo em uma barraca durante a operação e teria acordado "no susto" enquanto ela era removida.

##RECOMENDA##

Segundo Valdemir Alves, o sem-teto não ofereceu resistência à ação de limpeza e os agentes de segurança retiraram os pertences dos moradores de rua com indelicadeza. "Um deles quase encostou o cano na barriga do homem e atirou", afirma.

O homem baleado, que é conhecido entre os outros moradores da região como "Barra Funda", foi levado para a calçada na esquina da Rua Pirineus, em frente à praça. Moradores dos prédios no entorno e pedestres que passavam ali conseguiram chamar uma ambulância do Samu que estava parada no semáforo para prestar socorro à vítima.

De acordo com o decreto n.º 59.246, assinado pelo então prefeito Bruno Covas (PSDB) em 2020, as operações e ações de zeladoria urbana devem preservar "direitos e bens de todas as pessoas, incluindo aquelas que se encontram em situação de rua". Ele também proíbe o uso da violência e "medidas que desrespeitem a integridade física e moral das pessoas em situação de rua".

O mesmo decreto também proíbe a "subtração, inutilização, destruição ou a apreensão" de pertences da população de rua, tais como "colchonetes, travesseiros, tapetes, carpetes, cobertores, mantas, lençóis, toalhas e barracas desmontáveis".

No mês passado, a Praça Marechal Deodoro foi cercada com grades pela Prefeitura, na tentativa de diminuir o fluxo de tráfico e a ocupação dos moradores de rua na região. Segundo a Polícia Civil, quatro pessoas foram presas em flagrante por tráfico de drogas e mais de 800g de crack foram apreendidas no local ao longo de dezembro.

A insegurança na Marechal e em outras praças e ruas do centro de São Paulo também aumentou nos últimos meses com a dispersão da Cracolândia. Antes fixo na Praça Princesa Isabel, o fluxo de usuários de drogas se dispersou ao longo de 2022 pelos bairros da República, Barra Funda, Campos Elíseos e Santa Ifigênia.

Menos de uma hora após a operação desta terça-feira, a via abaixo do Minhocão já estava novamente ocupada por barracas e colchões. Questionada sobre o homem atingido e sobre os relatos sobre o recolhimento de pertences de moradores de rua durante a operação, a Prefeitura de São Paulo não se manifestou até a publicação deste texto.

Um morador de rua, de 29 anos, foi morto a tiros na praça Pedro Souza, no bairro Nossa Senhora das Dores, área central de Caruaru. O crime aconteceu na noite de terça-feira (4). Segundo a Polícia Civil, testemunhas apontam que a vítima estava na rua, quando desconhecidos se aproximaram e realizaram os disparos. 

Eles fugiram em seguida e ainda não foram identificados. Segundo relatos da página Caruaru no Face, a vítima estava dormindo na praça junto com outro homem. Cerca de cinco disparos teriam sido efetuados, mas apenas o rapaz de 29 anos foi gravemente ferido, sendo resgatado já sem vida.

##RECOMENDA##

A Polícia Civil de Pernambuco assegurou que as investigações foram iniciadas e seguirão até a elucidação do crime.

Uma pessoa em situação de rua foi encontrada morta neste sábado (20), na cidade de São Paulo, provavelmente por causa do frio. Mas a causa da morte ainda está em investigação. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e também pelo padre Julio Lancellotti, que desenvolve um trabalho com a população em situação de rua.

Em suas redes sociais, o padre informou que o morador de rua tinha 47 anos e a suspeita é de que a morte tenha sido provocada por hipotermia.

##RECOMENDA##

A prefeitura de São Paulo informou que orientadores socioeducativos do Serviço Especializado de Abordagem Social chegaram a atender uma pessoa em situação de rua por volta da meia-noite na Rua Carneiro da Cunha, na região da Saúde, zona sul paulistana. No entanto, o homem não aceitou ser acolhido para um abrigo. Mais tarde, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para o local e constatou a morte da vítima, que estava sem identificação.

A madrugada de hoje foi de muito frio em São Paulo. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE), a temperatura média registrada foi de 9o C, mas a sensação térmica alcançou 3o C. Desde essa sexta-feira (19), a Defesa Civil colocou a cidade em alerta para baixas temperaturas.

A secretaria informou que entre as 18h dessa sexta-feira até as 5h de hoje encaminhou 268 pessoas para os serviços de acolhimento da rede socioassistencial e distribuiu 110 cobertores.

A Inspetoria Geral da Polícia Nacional da França vai abrir uma investigação para apurar o vídeo de um morador de rua sendo atingido no rosto com gás lacrimogêneo por policiais, na madrugada dessa sexta-feira (15), em Seine-Saint-Denis. Nas imagens, a viatura deixa o local enquanto o homem grita de dor e se joga no chão em seguida.

Segundo o autor das imagens, o morador de rua teria jogado objetos em pedestres e em um ciclista, que alertou aos policiais. A viatura se aproxima do homem na avenida Division Leclerc, no cruzamento com a rua Commandant Baroche, em Le Bourget, e dá ré, quando é possível ver o jato de spray disparado por um ocupante do banco de trás. O veículo deixa o local e, de acordo com a testemunha, não retornou para prestar socorro. O homem que filmou a ação teria descido do prédio e dado leite para ajudar a conter os efeitos do gás.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Conforme a Time, o prefeito Jean-Baptiste Borsali disse ao Le Parisien que a vítima sofria de problemas mentais e era conehcida por moradores do bairro, que costumama ajudá-la.



“Ele estava presente há muito tempo. Ele não era um cara mau. As pessoas também o alimentavam. Ele sofria de problemas mentais. O primeiro magistrado também foi chamado por moradores que tinham acabado de tomar conhecimento do vídeo: “Ficaram revoltados ao vê-lo gritando de dor”, afirmou.

A deputada Raquel Garrido definiu a atitude dos policiais como intoleráveis e cobrou providências. “Considero intoleráveis tais ações por parte da polícia, especialmente porque a atitude deste senhor obviamente não foi ameaçadora”, publicou.

[@#podcast#@]

Ao menos quatro partidos políticos tentam contato com Givaldo Alves de Souza, de 48 anos, o homem em situação de rua que foi espancado pelo personal trainer em Planaltina, no Distrito Federal, para lançá-lo como candidato a deputado nas próximas eleições. 

Os convites foram feitos após entrevista concedida por Givaldo ao Metrópoles.

##RECOMENDA##

Segundo as legendas, a ideia é colocá-lo na disputa por uma cadeira na Câmara dos Deputados ou na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). 

O sem-teto espancado pelo personal trainer Eduardo Alves após ser flagrado mantendo relações sexuais com sua esposa em Planaltina, em Brasília, disse que foi convidado pela mulher a entrar no carro e que não se arrepende de ter aceitado a proposta. O morador de rua chegou a ser hospitalizado com um edema no olho e uma costela quebrada.  

Em entrevista ao Metrópoles, Givaldo Alves, de 48 anos, negou que tenha estuprado a mulher identificada como Sandra Mara e garantiu que a relação ocorrida no último dia 9 foi consensual. "Eu andava pela rua e ouvi um grito: 'moço, moço'. Olhei para trás e só tinha eu. E ela confirmou comigo dizendo: 'quer namorar comigo?'". 

##RECOMENDA##

Ele chegou a indicar que ainda não havia tomado banho, mas, mesmo assim, a mulher insistiu que entrasse no veículo. “Moça, eu não tenho dinheiro, sou morador de rua. Não tenho dinheiro nem para te levar ao hotel. Então, ela disse: ‘Pode ser no meu carro’”, descreveu.  

A chegada repentina do marido e o início das agressões surpreenderam o homem em situação de rua, que diz ter chegado a trocar socos com Eduardo para se defender. Até então, ele achava que estava sofrendo uma retaliação por presenciar um motorista que arrastou uma mulher de carro dias antes. 

Pai de uma mulher de 28 anos, Givaldo confessou que não se arrependeu de ter mantido relações sexuais com Sandra, mesmo após os ferimentos. Para ele, o registro das câmeras de monitoramento reforçou sua tese de que a relação foi consensual, como a própria envolvida já havia destacado em depoimento à Polícia. 

“Deus me colocou em um lugar cercado por câmeras que comprovam não ter havido nada disso (estupro). Se fosse outro morador de rua, possivelmente já estaria preso”, concluiu. 

 Givaldo é natural da Bahia e passou por cidades em Tocantins, Minas e Goiás até chegar ao Distrito Federal. Ele era casado e já trabalhou na construção civil e como motorista de produtos perigosos. Sem moradia, sua atual rotina é entre abrigos públicos e casas de passagem. 

Em um cruzamento no bairro do Espinheiro, Cícero Silva, de 43 anos, expõe a sua arte. O ofício de artesão veio em forma de herança deixada pelo pai e que mantém há 20 anos. A "oficina" não é longe de onde ele resolveu fazer morada. O artesão reside em uma estrutura improvisada com uma lona na calçada de um laboratório particular de análises clínicas.

O espaço, além de abrigar Cícero, também é ocupado pela companheira, o material de trabalho, casas de boneca, entre outras peças que produz. Contrastando com o ritmo acelerado da via, ele fala calmamente com a reportagem enquanto finaliza uma encomenda, uma casa de boneca que deve ficar pronta até o próximo sábado (15).

##RECOMENDA##

O artesão conta que antes da pandemia de Covid-19, trabalhava como pedreiro e morava em uma casa alugada na cidade de Olinda, Região Metropolitana do Recife. “Antes eu morava em Olinda, tinha uma casa alugada e trabalhava como pedreiro. Acabei perdendo o emprego durante a pandemia. Antes de voltar para o artesanato, eu pedia uma ajuda por aqui”, relembra.

Nas contas dele, já se somam 190 dias em situação de rua e dois meses dedicados às casinhas de boneca e outras peças, como porta jóias. De acordo com Cícero, as peças são produzidas por encomenda e a maioria são arquitetadas por ele. “Eu penso em uma modelo, passo verniz, mas, sempre deixo do jeito que o cliente quer”, ressalta.

As casas são planejadas por Cícero, mas, ele deixa do jeito que o cliente quiser. Foto Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Todos os dias, exceto quando chove, Cícero começa o trabalho às 6h da manhã e finaliza às 17h, mas como tem encomenda, o horário se estende até o final da noite. Em média, segundo o artesão, uma casa de boneca leva entre quatro ou cinco dias para ser finalizada, a depender do tamanho, e os valores variam entre R$ 30 e R$ 80.

À reportagem, ele fala sobre a necessidade de ter material para continuar a construir as casas. “Eu uso papelão, cola, palito de picolé. Todas as casas têm como material principal o papelão. Se eu pudesse, faria minha casa de papelão também”, diz. Em um cartaz feito também de papelão, Cícero pede aos pedestres e motoristas, que passam constantemente pelo cruzamento do bairro nobre, a doação dos materiais para dar continuidade às produções.

Sem celular, o aparelho que tinha quebrou há pouco tempo, as encomendas precisam ser feitas presencialmente. Questionado sobre se todos os pedidos são retirados após a solicitação, o artesão conta que já aconteceu de não irem buscar a encomenda. No entanto, isso não parece um problema para ele. “Não se perde. Alguém compra”, afirma.

O artesão, aravés de um cartaz, pede ajuda para conseguir os materiais para produção das peças que serão vendidas. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Enquanto junta o valor necessário para comprar um outro celular, Cícero "faz propaganda" do seu trabalho por meio de um banner doado por uma pessoa que avistou a 'oficina' enquando passava pela via. "Esse cartaz eu ganhei. Antes, era um cartaz de papelão que eu fiz e ainda está ali [apontando para uma árvore]. Uma pessoa de bom coração chegou aqui e me deu essa placa", conta. 

Na esperança de dias melhores, ele ressalta que está em busca de emprego. "O artesanato é algo de agora, mas, se aparecer um emprego, eu quero. Pode ser de pedreiro, pintor, eletricista. Eu quero", reforça. Durante todo tempo da entrevista, Cícero não tira os olhos da casinha. Afinal, o tempo de entrega se aproxima. Nada passa despercebido por ele e o importante é que tudo está perfeito para o cliente.

[@#video#@]

O padre Julio Lancellotti, conhecido por suas ações em favor das pessoas em situação de rua, compartilhou nesta quinta-feira (16), uma imagem que mostra a Prefeitura de São Paulo recolhendo colchões, cobertores, barracas e pertences de pessoas em situação de rua.

O religioso classificou a ação como "higienismo", além de afirmar que "não há paz possível sem dignidades''. O LeiaJá pediu um posicionamento da Prefeitura de São Paulo sobre a ação, mas até esta publicação não recebeu respostas. O espaço continua aberto.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Cerca de 200 pessoas em situação de rua e moradores de comunidades próximas à Paróquia de Nossa Senhora da Piedade, no bairro de Santo Amaro, região central do Recife, participaram de um evento solidário de Natal. Com carinho oferecido através da ceia coletiva, neste sábado (19), o Projeto Rua do Bem ofereceu atrações musicais, kits de higiene e roupas. 

Promovida através de doações e voluntários dos projetos Novo Jeito, Bazar do Bem e instituições parceiras, a acolhida natalina foi comemorada por Zildo do Nascimento. Há três anos em um abrigo da Prefeitura do Recife, ele conta que os serviços do evento chegaram em boa hora. "O projeto foi muito bom, porque acolheu todos os moradores de rua com corte de cabelo, doação de roupa e banho. É muita dificuldade pra gente", apontou.

##RECOMENDA##

[@#galeria#@]

Após perder o emprego de professor de matemática, há cerca de dois meses, Edvaldo da Silva revela que entrou em depressão e deixou a casa. Em sua saga nas ruas, ele afirma que o evento recuperou sua autoestima. "Isso ajuda a gente em termo de dar um 'up' em nossa dignidade", destacou.

A proposta de ajudar a população carente foi viabilizada pela venda de roupas do bazar solidário ao longo do ano, mas também tem o objetivo de arrecadar o necessário para reformar a cozinha da paróquia, onde são feitas as refeições. "A gente é quem depende do projeto, mas eles precisam de doações pra alimentar a gente. Através da ajuda para eles, ajuda a gente", frisou Jéssica Ramos.

Ela é mãe de cinco filhos, com idades entre 8 e 14 anos, e relata que as marmitas recebidas vão levar alegria para a família. "Eu não tenho condições de trabalhar. Então o que eu pego de doação, levo pra dar a deles”, complementou.

Candidato à reeleição, o prefeito Bruno Covas (PSDB-SP) propôs, no plano de governo entregue à Justiça Eleitoral, transformar o Hospital Bela Vista, no centro, em unidade de atendimento exclusiva para moradores de rua - modelo inexistente na rede e considerado ilegal por especialistas ouvidos pelo Estadão.

A campanha de Covas informou que o Hospital Bela Vista não terá atendimento exclusivo a moradores de rua, como está escrito no plano de governo, mas, sim, atendimento preferencial. Após ser questionada pela reportagem, a campanha informou que vai alterar o texto do plano de governo.

##RECOMENDA##

Reinaugurado em abril para atender pacientes com covid-19, o equipamento já conta com 20 leitos dedicados à população sem-teto desde o mês passado. No total, são 118 vagas que, segundo o plano, ficariam reservadas ao tratamento apenas de pessoas em situação de rua.

Na avaliação do promotor de Justiça Arthur Pinto Filho, especializado em saúde pública, a proposta é discriminatória e, portanto, ilegal. "Agora a discriminação não se dá pela doença, mas pela questão social", afirmou. A ilegalidade está, segundo Arthur Pinto Filho, no artigo 196 da Constituição Federal, que classifica a saúde como direito de todos e dever do Estado, responsável por promover "acesso universal e igualitário às ações e serviços".

O promotor também citou o inciso IV do artigo 7.º da Lei Orgânica da Saúde, que determina ao Sistema Único de Saúde (SUS) atender mediante "igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie".

Símbolo da atenção à população de rua, o padre Júlio Lancellotti, vigário episcopal da Pastoral do Povo da Rua, defendeu a proposta. "Não é um hospital único para atender 'diferenciados'. É um hospital para atender a área central e também aprofundar questões (ligadas às condições de vida na rua)", afirmou Lancellotti. "Achamos que é uma coisa boa porque pode, inclusive, aprofundar estudos sobre patologias específicas da população de rua."

Higienista

Secretário nacional de Assistência Social durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Marcelo Reis Garcia disse que a proposta é um equívoco sob todos os pontos de vista. "Isso seria puro segregacionismo. As políticas desenvolvidas para a população de rua devem ser baseadas na inclusão."

Para o assistente social, um hospital exclusivo para moradores de rua representaria ainda uma prática higienista. "O que faremos em seguida? Criar um hospital para prostitutas? Vamos segregar tudo o que a sociedade não gosta?", questionou.

Professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Mário Scheffer disse que hospitais podem ser referência em determinados tratamentos ou mesmo populações, como mulheres, mas não podem escolher quem atender de acordo com a condição social. Scheffer ressaltou que toda unidade do SUS deve estar aberta para receber um morador de rua. "Isso é reforçado pela Lei 13.714, de 2018, que assegura o direito dessa população à saúde integral, de ser atendida sem necessidade de comprovar domicílio", disse.

Os problemas de saúde relacionados à população de rua, ainda de acordo com o professor, podem ser tratados, em sua maioria, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou nos consultórios de rua ligados à atenção primária. "Um hospital exclusivo não tem justificativa técnica nem ética. Parece uma proteção adicional, mas não é. Com ele, cria-se uma espécie de 'apartheid hospitalar'." Segundo o censo mais recente da Prefeitura, realizado ano passado, a capital tem 24 mil moradores de rua. A contagem, porém, não levou em consideração pessoas que vivem debaixo de viadutos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Durante a pandemia da Covid-19 no Recife, o projeto 'Unificados Pela Pessoa em Situação de Rua' foi responsável por garantir uma assistência preciosa a cidadãos em situação de vulnerabilidade social. Entre os beneficiados pelo trabalho que congregou diversas frentes solidárias em uma força-tarefa está Edmilson Lopes de Lima, de 55 anos. Sem uma casa há oito meses, divorciado e sem emprego, ele estava em situação de rua, em Olinda, de onde saía todos os dias para tomar o café da manhã oferecido pelo projeto.

Ficava pelo Centro do Recife até a noite e retornava após a distribuição do jantar.  Sempre tranquilo e ordeiro nas filas do projeto, Edmilson despertou a atenção de Gustavo do Vale, de 35 anos, que trabalhava como voluntário e, curioso, se aproximou para conhecer melhor a história dele. No último dia de distribuição das quentinhas, enquanto lamentava não ter mais aquelas refeições certas, Edmilson foi surpreendido por uma proposta que deu novos rumos à vida.

##RECOMENDA##

Diretor em uma empresa de pescados no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, Gustavo ofereceu a ele uma vaga de auxiliar de serviços gerais. Edmilson aceitou o convite e motivou Gustavo a buscar ainda mais ajuda.

Através da Pastoral do Povo da Rua, da Arquidiocese de Olinda e Recife, os voluntários do Unificados Pela Pessoa em Situação de Rua conseguiram um quitinete temporário para Edmilson, que passou a atuar como voluntário nas rondas semanais para distribuição de alimentos para a população em situação de rua. De acordo com o ex-morador de rua, a iniciativa de ser voluntário foi uma forma de retribuir tudo de positivo que está lhe acontecendo.

A estadia da Pastoral tem prazo de validade e encerra no mês de outubro. Agora, a missão de Gustavo e outros voluntários, que até abriram uma "vaquinha", é ajudar Edmilson a encontrar um lar e, assim, concretizar a mudança de vida.

Para as pessoas interessadas em contribuir com a realização do sonho de Edmilson, que é comprar uma casa própria para acolher sua filha e viver em paz, em seu teto, a doação pode ser feita pela internet. O ato de solidariedade não tem meta de valor e até o momento conta com R$ 2.300 arrecadados.

A Polícia Civil prendeu temporariamente, nesta quarta-feira (3), um rapaz de 25 anos suspeito de ter matado e ateado fogo em um homem que vivia em situação de rua em Sapucaí do Sul, no Rio Grande do Sul. O crime teria ocorrido após a vítima furtar uma marmita do suspeito.

O homicídio ocorreu em 18 de maio, na área central da cidade. O acusado possui antecedentes criminais por tráfico de drogas, posse de entorpecentes, receptação e roubo a estabelecimento comercial.

##RECOMENDA##

Para os investigadores, trata-se de um crime cometido com requintes de crueldade, já que o corpo ainda foi incendiado. “Foi um crime bárbaro e que recebeu resposta enérgica da Polícia Civil”, diz nota da instituição.

A Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude e Direitos Humanos do Recife, por meio de parceria com o Governo do Estado e a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), adquiriu 19 estações portáteis de higienização de mãos. Os materiais foram entregues nesta terça-feira (19) e serão instalados, até o fim da próxima semana, em 12 pontos da cidade com maior concentração de pessoas em situação de rua. O objetivo é viabilizar a lavagem de mãos para essa população e reforçar a atitude como importante aliada para conter o avanço do contágio da covid-19.

Através da campanha Pernambuco Solidário, o Governo do Estado vai instalar 12 equipamentos. Outras sete pias foram doadas pela ONG Adventista, por meio da campanha SOS Covid-19, já realizada em cidades como Caruaru e Natal (RN). Duas estações já estão instaladas na Rua do Peixoto, próxima ao Restaurante Popular Josué de Castro, no bairro de São José. As estações educativas de higienização de mãos contam com pia, reservatório para abastecimento regular de água, recipiente para sabão e para toalhas de papel. Os equipamentos são portáteis e, por isso, podem ser realocados posteriormente, caso necessário.

##RECOMENDA##

"Graças a parcerias importantes, pudemos atender mais uma demanda urgente da população mais vulnerável. Além de garantir um equipamento funcional, a iniciativa ainda estimula a consciência de higienizar as mãos para conter a contaminação da covid-19", disse Ana Rita Suassuna, secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Recife. 

As demais pias serão instaladas até o fim da próxima semana e ficarão na Rua da Aurora (próximo à pista de skate), no bairro de Santo Amaro; na Praça do Hipódromo; na Praça do Derby; na Praça de Boa Viagem e no 3º Jardim; no Terminal Rodoviário do Recife (TIP), na Várzea; no Largo da Paz, em Afogados; no entorno do Mercado de Casa Amarela; nas proximidades do viaduto da Avenida Caxangá; na Praça de Jardim São Paulo e na Praça do Aeroporto.

*Da assessoria

 

Um morador de rua foi assassinado a tiros no Jardim São Luís, bairro da zona sul de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (13). O corpo da vítima foi encontrado próximo a uma caçamba de lixo na Rua João Chammas.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Polícia Militar foi até o local depois de receber uma denúncia de disparos de armas de fogo. Quando chegaram, os policiais encontraram o homem já sem vida.

##RECOMENDA##

Moradores afirmaram que a vítima era conhecida como Palhacinho e vivia na região, onde coletava materiais recicláveis.

O autor do crime ainda não tinha sido identificado até a publicação desta matéria. Foram solicitados exames ao Instituto Criminalística (IC) e ao Instituto Médico Legal (IML).

O caso foi registrado como homicídio qualificado no 92º Distrito Policial (Parque Santo Antônio), que pediu assessoramento ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Outras mortes

Nos últimos dois meses, ao menos sete moradores de rua morreram na capital e na região metropolitana de São Paulo.

No dia 16 de novembro, quatro homens morreram envenenados após ingerirem uma bebida alcoólica com "doses cavalares de cocaína" em Barueri, na Grande SP. Luiz Pereira da Silva, de 49 anos; Edson Sampaio da Silva, de 40; Marlon Alves Gonçalves, de 39; e Denis da Silva Oliveira, de 33, morreram. Outras quatro pessoas tiveram intoxicação e sobreviveram.

No dia 6 de janeiro, Carlos Roberto Vieira da Silva, de 39 anos, foi queimado e morto enquanto dormia na Mooca, na zona leste da capital. Também morador de rua, o suspeito de ter cometido o crime, Flausino Campos, o Buiú, de 49, alegou que a vítima havia furtado R$ 10 mil.

No dia 8 de janeiro, Kaique Moraes da Silva, de 22 anos, morreu na Santa Cecília, no centro de São Paulo, ao tomar uma descarga elétrica quando tentava se proteger da chuva. Ele pulou uma grade metálica que separa o canteiro central da Avenida Rio Branco, mas escorregou e encostou em um poste de luz.

Morreu na manhã desta segunda-feira, dia 6, o morador de rua queimado enquanto dormia na Mooca, na zona leste de São Paulo. Carlos Roberto Vieira da Silva, de 39 anos, foi atacado na Rua Celso de Azevedo de Marques na madrugada de domingo (5), e estava internado no Hospital Municipal Doutor Cármino Caricchio, conhecido como Hospital do Tatuapé.

A Secretaria Municipal de Saúde confirmou a morte e informou, em nota, que o corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).

##RECOMENDA##

Imagens de câmeras de segurança da região registraram o momento em que uma pessoa se aproxima de Silva e joga o que parece ser combustível sobre a vítima. Uma explosão acontece e o agressor foge.

A Polícia Civil procura o autor do crime. Os investigadores apreenderam um recipiente encontrado no local e encaminharam para a perícia. O caso é investigado pelo 18º Distrito Policial (Alto da Mooca).

A Praça da Independência, no centro do Recife, foi palco de uma ação de solidariedade natalina na noite desta terça-feira (24). Foram distribuídas 600 refeições para pessoas em situação de rua e vulneráveis. Uma estrutura também foi montada para que o público pudesse assistir a apresentações musicais. 

 A iniciativa é uma parceria entre a Arquidiocese de Olinda e Recife e a confraria Família Anjos da Noite, formada por pessoas de várias denominações religiosas. Esta é a quarta vez que o grupo oferece a ceia na Praça da Independência. 

##RECOMENDA##

 Uma missa solene de Natal foi realizada em frente à praça, na Matriz de Santo Antônio. Após o término, o padre Dom Marcelo Gomes Costa seguiu até a praça para dar uma bênção às pessoas em situação de rua. “A mensagem que Jesus traz é ‘amai-vos uns aos outros’ e a gente está tentando colocar isso em prática”, ele disse.

A paróquia já realiza a distribuição de sopa de segunda a sexta-feira. Aos domingos, é entregue almoço. A comida desta noite foi mais elaborada, com arroz, frango e refrigerante. Crianças ganharam presentes. “Sabemos que isso não resolve a situação de vocês, mas pelo menos vocês não vão dormir com fome”, afirmou o padre.

 “Esse é o verdadeiro espírito natalino. Como a gente vai para casa, para nossa ceia, deixando tanta gente com fome?”, questiona Conceição Rodrigues, fundadora da Família Anjos da Noite. A confraria, ao longo do ano, também oferece sopa para pessoas em situação de rua, além de barbeiros, enfermeiros e dentistas. Na terceira sexta-feira de cada mês, o grupo leva uma refeição para acompanhantes de pacientes que estão na emergência do Hospital da Restauração (HR), no centro da cidade.

 Maria Bernadete, de 64 anos, que vive em um barraco e muitas vezes precisa dormir na rua, estava grata com a ceia. “Eu achei ótima. Essa ceia é muito especial para todos nós.”

Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens

##RECOMENDA##

Na Rua da Santa Cruz, no centro do Recife, há um gorro de Papai Noel. Adereço usado por Mariana Willka Marques. Assim, ela fica menos invisível quando estende a mão pedindo ajuda. Ao seu lado, também sentado em um velho colchão de espuma, está Josué Santos Cabral, marido de Mariana há nove anos. 

 A pergunta ‘o que você deseja para o seu Natal?’ é tola aos ouvidos do casal. O vídeo abaixo mostra a honestidade com a qual Mariana e Josué respondem esse tipo de questionamento. Ela deseja um galeto. São 30 anos na rua, ela diz, e já passou o tempo de sonhar com uma casa, com um carro. "Não tenho mais tempo para estar sonhando", conta.

Josué trava quando perguntado sobre o que ele deseja para 2020. São segundos de silêncio que dizem muito. O esforço para pensar em uma resposta e ela não vir diz muito. Os anos dormindo na rua parecem sugar a esperança dessas pessoas. 

 Para Josué, a época de Natal é a pior do ano. O espírito de confraternização faz ele lembrar de sua antiga casa no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, quando ceiava com a família. Mariana lembra de quando foi expulsa de casa por ser usuária de maconha. Recorda também dos anos que passou na prisão, vivência que Josué também tem. 

 O casal vai tentar aproveitar o período de maior solidariedade para conseguir um Natal mais farto. Com ou sem galeto, Mariana vai passar a data em seu colchão. De gorro.

[@#video#@]

Um morador de rua foi queimado vivo na madrugada desta segunda (29) em Maceió (AL). A vítima sofreu ferimentos em várias partes do corpo e foi levado para uma unidade de saúde, onde permance em estado grave.

Segundo a Secretaria de Saúde de Alagoas, o homem - que aparenta ter 35 anos - foi levado ao Hospital Geral do Estado por volta das 5h30 após ser encontrado queimado próximo ao Centro de Convenções, no bairro do Jaraguá.

##RECOMENDA##

Ainda com risco de morte, o morador de rua teve queimaduras no pescoço, braço direito, tórax e nos órgãos genitais.

 

 

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando