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Agentes da Guarda Civil Metropolitana dispararam um tiro com bala de borracha em um morador de rua que estava na Praça Marechal Deodoro, na região central de São Paulo, durante uma operação de zeladoria urbana na manhã desta terça-feira, 17. Testemunhas que acompanharam a ação afirmaram que o homem não havia reagido à abordagem e que o disparo foi feito à queima-roupa. A Prefeitura ainda não se manifestou.

A operação teve início por volta das 10h e removeu mais de uma dezena de barracas e móveis como camas e sofás dos moradores de rua que estão há mais de um ano alocados embaixo do Elevado Presidente João Goulart (Minhocão). Testemunhas ouvidas pelo Estadão afirmaram que o homem baleado estava dormindo em uma barraca durante a operação e teria acordado "no susto" enquanto ela era removida.

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Segundo Valdemir Alves, o sem-teto não ofereceu resistência à ação de limpeza e os agentes de segurança retiraram os pertences dos moradores de rua com indelicadeza. "Um deles quase encostou o cano na barriga do homem e atirou", afirma.

O homem baleado, que é conhecido entre os outros moradores da região como "Barra Funda", foi levado para a calçada na esquina da Rua Pirineus, em frente à praça. Moradores dos prédios no entorno e pedestres que passavam ali conseguiram chamar uma ambulância do Samu que estava parada no semáforo para prestar socorro à vítima.

De acordo com o decreto n.º 59.246, assinado pelo então prefeito Bruno Covas (PSDB) em 2020, as operações e ações de zeladoria urbana devem preservar "direitos e bens de todas as pessoas, incluindo aquelas que se encontram em situação de rua". Ele também proíbe o uso da violência e "medidas que desrespeitem a integridade física e moral das pessoas em situação de rua".

O mesmo decreto também proíbe a "subtração, inutilização, destruição ou a apreensão" de pertences da população de rua, tais como "colchonetes, travesseiros, tapetes, carpetes, cobertores, mantas, lençóis, toalhas e barracas desmontáveis".

No mês passado, a Praça Marechal Deodoro foi cercada com grades pela Prefeitura, na tentativa de diminuir o fluxo de tráfico e a ocupação dos moradores de rua na região. Segundo a Polícia Civil, quatro pessoas foram presas em flagrante por tráfico de drogas e mais de 800g de crack foram apreendidas no local ao longo de dezembro.

A insegurança na Marechal e em outras praças e ruas do centro de São Paulo também aumentou nos últimos meses com a dispersão da Cracolândia. Antes fixo na Praça Princesa Isabel, o fluxo de usuários de drogas se dispersou ao longo de 2022 pelos bairros da República, Barra Funda, Campos Elíseos e Santa Ifigênia.

Menos de uma hora após a operação desta terça-feira, a via abaixo do Minhocão já estava novamente ocupada por barracas e colchões. Questionada sobre o homem atingido e sobre os relatos sobre o recolhimento de pertences de moradores de rua durante a operação, a Prefeitura de São Paulo não se manifestou até a publicação deste texto.

Bombas de gás lacrimogêneo, tiros de bala de borracha, desespero e correria. As cenas poderiam remeter a uma guerra em um continente distante, mas elas ocorreram bem aqui, na capital pernambucana, no dia 29 de maio de 2021. Durante um protesto pacífico contra o atual governo federal - o #29MForaBolsonaro -, no centro do Recife, a repressão policial causou feridas emocionais e físicas em quem compareceu ao ato e até mesmo em alguns que nem sabiam o que se passava ali. Algumas delas permanentes.

Foi o caso de dois recifenses: Daniel Campelo, de 51 anos, e Jonas Correia de França, de 29. Ambos estavam às voltas com questões de seus trabalhos quando seus caminhos foram interceptados por balas de borracha. Os trabalhadores nem mesmo sabiam da manifestação, porém, ficaram marcados por ela para sempre. Após o incidente, Jonas perdeu a visão de um dos olhos. Já Daniel, perdeu o globo ocular e a paz de espírito. Pessoas ligadas a ele dizem que o assunto é proibido em sua casa e que, devido ao choque, ele se recusa a comentá-lo.

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Batalhão de Choque durante ato pacífico realizado no centro do Recife, em maio de 2021.  Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

No entanto, outras vozes indignadas com tamanha violência vista e vivida naquele dia, fazem questão de falar alto a respeito. São pessoas que não podem mais aturar a violência descabida que cada vez mais aparece nos noticiários e que desde sempre existiu nas periferias de todo o país.

É o caso de Wictor Bernardo - também conhecido como OUTRO -, jovem negro, jornalista, ilustrador, grafiteiro; um artista periférico independente que explora assuntos referentes à política e sociedade em seus trabalhos. Ele não esteve no ato de quase um ano atrás por questões de saúde, mas a indignação em ver amigos, conhecidos e anônimos naquele cenário de guerra o fez querer "revidar" através de sua 'arma maior': a arte. "Eu não podia deixar de dar um retorno, é natural de mim", disse em entrevista exclusiva ao LeiaJá. 

Com 33 anos de idade, morador de um bairro periférico da Região Metropolitana do Recife, Wictor conta que foi ensinado desde criança, pelo avô, como um jovem negro como ele deveria lidar com a polícia. "Eu já sou um cara marcado pelo alvo policial nas minhas costas e na minha testa. Não consigo lembrar quantas vezes já fui alvo da violência policial. Mesmo que eu esteja certo, a polícia me mete medo. Então, minha função social como comunicador e artista é ressignificar esse sentimento meu e de outros jovens iguais a mim. Pra mim é mais justo revidar desse jeito". 

Foto: Divulgação/Rafael Bandeira

No dia do #29MFora Bolsonaro, Wictor acompanhou tudo pela TV e pela internet. Sofreu pelos amigos e anônimos que se depararam com tamanha repressão. "Fui vendo detalhe por detalhe, um cenário de guerra, muita gente caída no chão, gente sendo detida, amigos e artistas. Fiquei muito tenso, é uma questão até lógica porque eu fiquei pensando: 'podia ser eu, certamente ia rolar alguma coisa pro meu lado'''.

Poucos dias depois, um conhecido que visitou o centro da cidade, após o incidente, levou até o artista uma bala de borracha encontrada no local. Uma lembrança física daquele dia de terror. Foi aí que nasceu a obra 'Isto é uma bala de borracha', confeccionada com o próprio objeto que, além de ter funcionado como uma espécie de pincel, também acompanha a ilustração dentro da moldura, logo atrás de um vidro propositalmente rachado. "Trata-se de um 'quadro-experiência'. Além de ser uma experiência visual, você também pode pegar no objeto. A ideia era simbolizar esse momento." Completando o conceito, Wictor cita uma frase do rapper pernambucano Diomedes Chinaski: "A arte mata a morte". 

Foto: Divulgação/Rafael Bandeira

Exposição e rifa

'Isto é uma bala de borracha' está exposta no SESC Santo Amaro, localizado no bairro de Santo Amaro, região central do Recife, como parte de uma mostra promovida pelo Coletivo Pão e Tinta. Quem se interessar pela obra pode, também, participar de uma rifa que está sendo realizada pelo próprio artista. Os números podem ser adquiridos através do Instagram @metademacaco. O resultado será divulgado no mesmo perfil, no próximo domingo (29), dia em que o #29MForaBolsonaro completa um ano. 

Foto: Divulgação/Rafael Bandeira

Em tempo

As notícias sobre a ação policial que reprimiu o ato no Recife, naquele 29 de maio de 2021 ganhou o país rapidamente. No dia, o governador Paulo Câmara fez um pronunciamento repudiando "todo ato de violência" e afirmando que o oficial comandante da operação e outros policiais envolvidos seriam imediatamente afastados. Até aquele momento, nem mesmo ele sabia de quem havia saído a ordem para que o Batalhão de Choque fosse às ruas para dispersar a manifestação com tamanha truculência. Tal informação continua em sigilo. 

Três dias depois, o comandante da Polícia Militar de Pernambuco à época, coronel Vanildo Maranhão, pediu exoneração do cargo. Pouco mais tarde, o então Secretário de Defesa do estado, Antônio de Pádua, colocou seu posto à disposição do governador, que aceitou o pedido. 

Batalhão de Choque durante ato pacífico realizado no centro do Recife, em maio de 2021.  Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

À época, a SDS afastou 16 policiais militares. O terceiro sargento Reinaldo Belmiro Lins foi indiciado por lesão corporal gravíssima e omissão de socorro pelo tiro que atingiu Jonas França. Já o policial militar que atirou em Daniel só foi identificado em março deste ano, 10 meses após o ocorrido, mas não teve seu nome revelado.

Também no mês de março, o inquérito policial militar instaurado foi concluído com o indiciamento de quatro dos investigados por prática de crime militar, sendo dois oficiais e dois praças. Segundo a Secretária de Defesa Social, todos foram submetidos a processos disciplinares. Os autos do inquérito foram, então, enviados ao Ministério Público para análise e possível oferecimento da denúncia. 

Já o capitão Elton Máximo de Macedo, que também era investigado, ganhou uma promoção a major, do Governo do Estado, em fevereiro deste ano, por antiguidade. Ele estava no comando do Batalhão de Choque naquele 29 de maio. Entre as vítimas que perderam a visão, Jonas acabou fazendo um acordo com o governo do Estado e recebeu uma indenização de valor não revelado. Daniel, entretanto, segue esperando uma reparação do governo pernambucano. 





 

O policial militar autor do disparo da bala de borracha que atingiu o olho do adesivador de carros Daniel Campelo da Silva, de 51 anos, durante protesto contra o presidente Jair Bolsonaro no dia 29 de maio de 2021, no Recife, foi identificado pela Polícia Civil de Pernambuco. 

A informação foi confirmada pela Secretaria de Defesa Social do Estado (SDS) nesta quarta-feira (30), que também participou, junto com o Instituto de Criminalística de Pernambuco, do processo de identificação do policial envolvido. 

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Em nota, a Secretaria não divulgou o nome do autor do disparo, mas informou que o inquérito sobre o caso está em fase de conclusão do relatório. De acordo com a pasta, outros inquéritos que envolvem pessoas atingidas no dia da manifestação já foram finalizados e enviados ao Ministério Público de Pernambuco. 

A SDS ainda informou que, na esfera administrativa, cinco dos sete Processos Administrativos Disciplinares (PADs) instaurados também foram finalizados pela Corregedoria da Pasta. Dois dos relatórios concluídos aguardam parecer técnico da Corregedoria Auxiliar Militar, enquanto outros três estão em análise para elaboração de parecer do corregedor geral. Já outros dois processos seguem em andamento. 

De acordo com o colegiado, no âmbito da Polícia Militar de Pernambuco, o Inquérito Policial Militar que havia sido instaurado na época do acidente já foi concluído com o indiciamento por prática de crime militar de quatro dos policiais investigados, sendo dois oficiais e dois praças. Todos os envolvidos já foram submetidos a processos disciplinares. 

Também foram encaminhados à Central de Inquéritos do Ministério Público para análise e possível denúncia os autos do Inquérito Policial Militar.

O policial militar Reinaldo Belmiro Lins, do Batalhão de Choque de Pernambuco, será indiciado pelos crimes de lesão corporal gravíssima e omissão de socorro. Afastado por medida disciplinar da corporação desde junho, o sargento entregou o armamento e carteira funcional da Polícia Militar, após ser identificado como o responsável por disparar uma bala de borracha contra o trabalhador Jonas Correia de França, durante um protesto contra Jair Bolsonaro (sem partido) no Recife, capital pernambucana, em maio deste ano. 

A vítima, um arrumador de contêiner de 29 anos, era alheia ao protesto e estava cumprindo jornada laboral quando atravessou a Avenida Conde da Boa Vista, no Centro da cidade, onde o protesto estava sendo finalizado e os disparos policiais começaram. Jonas foi atingido no olho esquerdo, perdeu parte da visão e terá que fazer uso de prótese ocular. Daniel Campelo, de 51 anos, foi a segunda vítima do mesmo protesto e também teve a visão comprometida. 

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A Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) informou que foi concluído também o inquérito sobre o caso da vereadora Liana Cirne (PT), agredida com spray de pimenta no rosto por PMs, mas não divulgou o resultado da investigação. O boletim-geral da SDS trouxe, no dia 5 de junho, a informação de que a Corregedoria instaurou um Conselho de Disciplina para apurar a conduta do sargento e realizou o afastamento por meio de portaria no dia 15 do mesmo mês. 

Jonas fez um acordo, em junho, com o governo estadual; o mesmo acordo atendeu também às demandas da família de Daniel Campelo. À época, ficou definido que as vítimas passariam a receber do Governo de Pernambuco um auxílio emergencial no valor de dois salários mínimos. O anúncio do benefício ocorreu em 4 de junho, na Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco (PGE-PE), após reunião entre os familiares das vítimas, advogados, defensores públicos, além do procurador-geral de Pernambuco, Ernani Medicis, o procurador Antiógenes Viana, e o secretário executivo de Direitos Humanos, Diego Barbosa. 

De acordo com a Corregedoria Geral da SDS, dois dos sete Procedimentos Administrativos Disciplinares (PAD) foram finalizados. A instituição informou que os dois relatórios concluídos foram enviados para a análise do corregedor militar, mas não detalhou quais sobre quais casos eles tratam. 

Três manifestantes ficaram feridos nesta sexta-feira (13), em Bangcoc, depois que a polícia usou balas de borracha e gás lacrimogêneo para sufocar um protestos contra o governo e sua gestão da crise sanitária da Covid-19 - de acordo com um centro médico de emergência.

O movimento pró-democracia liderado pela juventude tailandesa levou dezenas de milhares de pessoas às ruas em 2020, exigindo a renúncia do primeiro-ministro, Prayut Chan-O-Cha, assim como a reforma da monarquia.

Nos últimos meses, os protestos perderam força, devido às restrições pela pandemia e pelos processos abertos contra dezenas de manifestantes.

O movimento recuperou ímpeto, porém, na última semana, com manifestações em pequena escala na capital tailandesa, quase diárias.

O ponto crucial do protesto é o novo surto de covid-19, com mais de 20.000 novos casos por dia registrados, além da lentidão da campanha de vacinação e o impacto econômico das restrições impostas.

Nesta sexta, desafiando a proibição de reuniões e concentrações, os manifestantes atearam fogo a sacolas com frutas podres, como símbolo das dificuldades econômicas dos agricultores.

Pelo menos três manifestantes ficaram feridos, entre eles o jovem ativista Thanat "Nat" Thanakitamnuay, informou um centro médico de emergência.

Um vídeo filmado pelos socorristas mostra o momento em que um deles é atingido no olho por uma bala de borracha.

O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) protocolou, nesta segunda-feira (31), o projeto de lei que proíbe o uso de armas de fogo, com ou sem munição letal, por parte de policiais militares ou guardas municipais durante manifestações de natureza política ou civil no País.

O objetivo do parlamentar é tirar este armamento de protestos populares e pacíficos e, assim, evitar episódios violentos como o ocorrido, no último sábado, na passeata que criticava o governo Bolsonaro, no Centro do Recife.

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“Era um ato pacífico, mas mesmo que estivesse fora de controle, existem outras formas de a segurança pública intervir”, afirmou.

No mesmo PL, que altera as leis 13.060/2014 e 13.869/2019, também inclui como crime o porte, ou uso de qualquer tipo de arma de fogo, com ou sem munição não letal, durante o policiamento das manifestações.

"O nosso projeto tem o objetivo de evitar que protestos pacíficos sejam alvos de excessos ou violência policial”, explicou Túlio Gadêlha. “Não é de hoje que o uso de armas de fogo com munições de borracha causa lesões corporais de natureza grave. Isso precisa ter fim”, declarou.

No último sábado, duas pessoas ficaram feridas gravemente por balas de borracha no Recife. O autônomo Daniel Campelo da Silva, de 51 anos, e o arrumador de contêiner Jonas Correia de França, de 29 anos, foram atingidos no olho por balotes disparados pela Polícia Militar. Eles não participavam da manifestação, que ocorria pacificamente. Ambos devem perder a visão do olho atingido.

No Chile, segundo exemplificou, durante protesto por uma nova constituinte, 2.400 chilenos foram feridos pelas chamadas “munições não letais”.

“É visível que esse tipo de dispositivo é, sim, letal”, alertou.

De acordo com o parlamentar, o País tem assistido à violação do direito constitucional do brasileiro de manifestar a insatisfação com políticas públicas. E observado os crescentes casos de injúria racial, homofobia e assassinato de jovens negros em operações policiais. “A população não pode ter medo de exercer seu direito de protestar. Muito menos quando o agente a se temer é o Estado, o qual deveria garantir sua segurança”.

*Da assessoria

O homem atingido no olho por uma bala de borracha durante a manifestação contra o governo do presidente Jair Bolsonaro no Recife, nesse sábado (29), continua internado. A vítima está no Hospital da Restauração (HR), área central da capital pernambucana.

De acordo com a assessoria do hospital, Daniel Campelo da Silva, de 51 anos, deu entrada na unidade de saúde. Ainda ontem ele foi transferido para uma clínica oftalmológica, mas retornou para o HR. Ele está estável.

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Segundo informações, o homem não estava participando da manifestação, apenas passava por perto quando foi alvejado. Conforme divulgado pelo vereador Ivan Moraes, Daniel corre o risco de perder o olho.

Outros casos

Além de Daniel, outras duas pessoas feridas durante o ato de ontem deram entrada no Hospital da Restauração. Conforme a assessoria do HR, Ednaldo Pereira de Lima, 57, foi atingido por uma bala de borracha na perna esquerda. Ele já recebeu alta.

Jonas Correia, 29, também foi atingido no olho e, assim como Daniel, continua internado na unidade de saúde.

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A polícia usou balas de borracha e gás lacrimogêneo nesta terça-feira (9) contra os manifestantes que protestavam contra o golpe de Estado militar em várias cidades de Mianmar.

Em Naypyidaw, a capital, as forças de segurança atiraram para o alto como advertência e depois usaram balas de borracha contra os manifestantes, afirmou à AFP um morador da cidade, que mencionou feridos.

Em Mandalay, segunda maior cidade do país, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão que protestava contra o golpe executado no dia 1 de fevereiro.

As forças de segurança "usaram gás contra os manifestantes que exibiam bandeiras da Liga Nacional pela Democracia (LND), o partido de Aung San Suu Kyi, deposta após o golpe, informou um morador da cidade. A fonte disse ainda que habitantes das proximidades ajudaram os manifestantes com água.

Milhares de manifestantes saíram novamente às ruas de Mianmar nesta terça-feira, desafiando os militares, que na segunda-feira proibiram as reuniões com mais de cinco pessoas.

Fãs do argentino Diego Maradona e policiais entraram em conflito na tarde desta quinta-feira, em Buenos Aires, do lado de fora da Casa Rosada, local do velório do astro. Por volta das 15h30, um grupo de pessoas tentou derrubar as grades de proteção para ganhar espaço na longa fila. A polícia local respondeu com balas de borracha, gás lacrimogêneo e prisões para dispersar o tumulto.

No meio da grande aglomeração de pessoas na esquina da Avenida de Mayo com a 9 de Julho, perto da Casa Rosada, foram registradas empurrões, correria e gritos. Enquanto alguns tentavam furar a fila, a polícia reagiu e começou a dispersar o tumulto. As balas de borracha também feriram algumas pessoas, que tiveram de receber atendimento médico. Houve também o uso de caminhões hidrantes e de motos para fazer com que alguns se afastassem da região.

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Alguns fãs reagiram à ação da polícia com o arremesso de garrafas e hidrantes. Diante da violência, famílias com crianças pequenas tiveram de fugir pelas ruas secundárias enquanto a polícia avançava. A fila para entrar no velório de Maradona tinha mais de 20 quadras de extensão. Durante o tumulto, alguns invadiram a Casa Rosada. Por precaução, o caixão do ídolo foi transferido para um outro salão.

A confusão teve início perto do fim do velório, que a pedido da família, terminou às 16h. Com longas filas desde a madrugada, o público estava muito ansioso para passar pelo salão onde estava o caixão do ídolo argentino. Por causa dos cuidados com a pandemia do novo coronavírus, a presença foi restrita a no máximo 20 pessoas por vez.

Após o velório, o corpo de Diego Maradona será levado ao cemitério Jardín Bella Vista, a cerca de 40 quilômetros da capital argentina. O ex-camisa 10 será enterrado junto de seus pais, Diego e Dalma. Até o local, haverá um cortejo fúnebre até com passagens pelas principais avenidas da cidade.

Após ser atingida por bala de borracha numa ação policial, uma bebê de 7 meses teve a morte cerebral decretada pelos médicos do Hospital Geral do Estado (HGE) no final da manhã desta quinta-feira (31). O caso aconteceu no bairro de São Marcos, em Salvador, Bahia.

A criança estava internada desde o último domingo (27), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ao Correio da Bahia, a mãe da bebê informou que desde que sua filha deu entrada no hospital, a equipe médica alertou sobre a possibilidade da vítima não aguentar e sofrer uma morte cerebral - o que aconteceu.

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Os familiares prestaram queixa contra os dois Policiais militares acusados de balear a bebê. Por meio de nota enviada ao site local, a PM confirmou que os oficiais envolvidos no caso foram afastados e deverão ser acompanhados por psicólogos, "já que estão abalados com a situação lamentável", diz o comunicado.

O caso aconteceu durante uma festa de aniversário. Os parentes da vítima relataram ao Correio da Bahia que os PMs haviam chegado no local para encerrar o evento e utilizou gás lacrimogêneo, além de spray de pimenta e bala de borracha.

A criança estava no colo da mãe quando foi atingida por um dos disparos e precisou ser socorrida. No hospital, foi constatado um traumatismo craniano. A mãe da bebê foi atingida por estilhaços no rosto.

Candidato a deputado estadual pelo PT no Paraná, o advogado Renato Freitas foi atingido por tiros de balas de borracha enquanto fazia panfletagem na noite desse domingo (9), em Curitiba. Os disparos, segundo nota do PT do Paraná, foram efetuados pela Guarda Municipal (GM) da cidade. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra Renato reclamando dos disparos, dizendo que foi abordado com truculência e sendo levado no carro da guarda.

De acordo com informações publicadas às 2h45 da madrugada na página oficial do candidato no Facebook, o petista “foi atendido no Hospital Cajuru, seu quadro de saúde é estável, fora de risco de vida. Em seguida, foi encaminhado à Central de Flagrantes da capital. Nesse momento, já foi liberado”.

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Não há detalhes sobre o motivo da ação dos guardas. O LeiaJá entrou em contato com a Prefeitura de Curitiba, mas até o fechamento desta matéria não houve respostas quanto ao que teria motivado a ação. 

Na nota, a direção do PT paranaense alega que além de Renato a candidata a deputada estadual Edna Dantas foi agredida no último dia 7, durante o desfile cívico, ao realizar uma manifestação pedindo a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

“Nos dois casos, a única explicação para a perseguição é que ambos são negros, do PT e dos movimentos sociais. O que estamos vendo é uma assustadora onda crescente de violência e perseguição a quem se manifesta e luta a favor dos oprimidos. Não houve nenhuma preocupação com os ônibus da Caravana do Presidente Lula que foram alvejados, estamos há seis meses sem saber quem matou Marielle e ainda o judiciário determina que não podemos nos manifestar em apoio a Lula”, argumenta o texto assinado pela presidente estadual, Florisvaldo Fier, mais conhecido como Dr. Rosinha. 

“Estive hoje acompanhando, logo que soube, o desenrolar da prisão arbitrária do Renato. Como estarei solicitando desde já apuração sobre desvio de função policial em ambos os casos”, completa. 

O juiz Valentino Aparecido de Andrade, da 10ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo, publicou ontem (19) a decisão final sobre o decreto que proíbe o uso de balas de borracha nos protestos dentro do estado de São Paulo. Além da munição menos letal, o gás lacrimogêneo também está proibido. O magistrado determinou, ainda, que o governo paulista pague indenização de R$ 8 milhões pela violência empregada na repressão a protestos.

A Polícia Militar terá 30 dias para elaborar um plano de abordagem específico para manifestações. “O controle que a Polícia Militar do Estado de São Paulo vem conseguindo alcançar dentro dos estádios de futebol, sem uso de armas de fogo e de munição de outra natureza, permite confirmar que é plenamente possível que a Polícia Militar possa garantir a ordem pública em protestos populares sem o uso de tais armas”, disse o juiz.

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Andrade associou à repressão policial os prejuízos causados em oito ocasiões enumeradas pela Defensoria Pública. Foram citados os casos do fotógrafo Sérgio Silva, que perdeu a visão depois de ser ferido no olho por um disparo de bala de borracha, e da estudante Deborah Fabri, que teve um problema semelhante durante uma manifestação contra o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef.

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Momentos de tensão marcaram o protesto do Movimento Nacional de Luta por Moradia, realizado desde a manhã desta quinta-feira (14). O grupo voltava a ocupar a Avenida Agamenon Magalhães, no sentido Olinda, quando ouviram boatos de que uma comissão seria recebida por representantes da Caixa Econômica Federal. 

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Rapidamente os manifestantes retornaram para a Avenida Frei Matias Teves. Quando tentaram entrar no prédio Rio Ave Corporate Center, onde fica a agência da Caixa, foram impedidos pelos policiais militares.

Como o empurra-empurra, o vidro do prédio quebrou, dando início a confusão. Os agentes da Polícia Militar dispararam bala de borracha e spray de pimenta para tentar conter os manifestantes, que revidaram jogando pedras contra a corporação. Havia, inclusive, crianças no local.

Três manifestantes foram detidos e levados para a Central de Flagrantes; uma das pessoas foi identificada apenas como Rivania, da comunidade Construindo um Sonho. Os outros não tiveram os nomes divulgados.

Alguns integrantes do Movimento alegam que a Polícia Militar começou a confusão.

Protesto - Os moradores das comunidades Primeiro de Maio, Lutadores de Campo Grande, Oito de Março, Construindo um Sonho e Manchete pedem a liberação de verba ou preechimento de cadastro. Eles bloquearam o sentido Olinda da via, nas imediações do Hospital Português.

Com informações de Jorge Cosme

O tiro de bala de borracha que atingiu o jornalista do Estado Fernando Otto ontem (27), no protesto contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, reacendeu a discussão sobre o uso do artefato como medida de dispersão pela Polícia Militar. Imagens da TV Estadão mostram o policial atirando na direção do jornalista.

Em nota, a Polícia Militar afirma que as imagens "já estão sendo utilizadas em procedimento interno, para identificar o policial envolvido e apurar a sua conduta". Preliminarmente, a polícia admitiu que a conduta foi errônea. "Em uma análise preliminar, não parece haver justificativa para o disparo efetuado, estando o autor sujeito a sanções nas esferas penal, militar e administrativa."

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Fernando Otto cobria o protesto do Movimento Passe Livre (MPL), que ocorreu de forma pacífica no Largo da Batata, com marcha até a Marginal do Pinheiros. Mas no fim, houve um tumulto dentro da Estação Faria Lima, da Linha 4- Amarela, após a tentativa de um "catraçaço" - passar sem pagar. Uma pedra foi lançada contra funcionários do metrô.

A polícia revidou e atirou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Na saída da Estação Faria Lima, o jornalista foi atingido na perna, enquanto gravava a ação de black blocs que depredavam vidros. A bala atingiu o celular que estava no bolso, que ficou totalmente destruído. Nas imagens é possível ver que o policial atirando na direção de Otto.

Na semana passada, outro repórter do Estado, Edgar Maciel, também foi alvo de uma bala de borracha. Maciel cobria a passeata pelo centro da capital, quando houve confusão no Largo do Paiçandu. O repórter foi atingido na perna esquerda e levou três pontos. No dia 9, na primeira manifestação organizada pelo MPL, o fotógrafo José Francisco Diorio foi ferido no olho por uma pedra e teve um aprofundamento da região ocular.

Em outubro de 2014, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo conseguiu uma liminar na Justiça que proibia o uso da bala de borracha como instrumento de dispersão. Na decisão, a Justiça também tornava obrigatória a identificação dos policiais durante os atos. Um mês depois, após a Secretaria de Segurança Pública recorrer da decisão, a Justiça suspendeu a liminar. O coordenador do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública, Rafael Lessa, disse que já entrou na Justiça com um pedido de revisão da decisão. "Estamos observando dispersões arbitrárias e desnecessárias das manifestações", afirmou. "A bala de borracha é uma arma de fogo e deve ser usada apenas contra alguém que ameaça a vida de um terceiro e não como uma verdadeira roleta-russa", completou.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou nesta quarta-feira nota repudiando a ação da Polícia Militar nos últimos protestos em São Paulo. "Para evitar que 2015 também seja marcado pela violência contra comunicadores, é necessário responsabilizar os autores de abusos e investir em capacitação das tropas", disse a direção da entidade em nota. "É dever da Polícia Militar proteger os cidadãos e defender o livre exercício da atividade jornalística."

Foi aprovada na noite desta quarta-feira (3) no plenário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), a proibição do uso de bala de borracha pela polícia em manifestações. A proposta, apresentada pelo líder da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Alesp, João Paulo Rillo, segue agora para a sanção ou veto do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

"É a maior conquista dos movimentos sociais nos últimos anos. O direito à livre manifestação é um imperativo da lei. O fato de jornalistas perderem a visão durante as manifestações de junho obrigou a Casa a dar uma resposta à altura", disse Rillo.

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A decisão ocorre um mês depois que uma liminar do Tribunal de Justiça, que já proibia o uso do artefato, foi derrubada. No início de novembro, o desembargador da 3.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça Ronaldo Andrade, cassou a liminar que proibia a Polícia Militar de São Paulo usar balas de borracha durante manifestações. À época, o comandante-geral da PM, coronel Benedito Roberto Meira, concordou com a decisão do TJ. Segundo relato do coronel em novembro, a bala de borracha é uma ferramenta que não oferece riscos à integridade física das pessoas.

O protesto que estava sendo realizado por ambulantes na Avenida Agamenon Magalhães terminou em confusão. Os manifestantes e os agentes do Batalhão de Choque entraram em confronto por volta das 11h30 desta quinta-feira (11).

Os cerca de 200 ambulantes estavam bloqueando a via quando começou o tumulto. Houve disparo de bala de borracha e bomba de efeito moral. Um dos manifestantes, identificado como Alexandre Nascimento, acabou detido pelos policiais. Ele usava um boné da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

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Alexandre Francisco da Silva, de 40 anos, é ambulante e foi atingido por uma das balas de borracha. Segundo ele, a negociação caminhava bem para a liberação da avenida quando foram surpreendidos pela atitude da polícia. “Sem explicação o Choque começou a atirar”, relatou.

Com a Avenida Agamenon Magalhães liberada, os manifestantes seguem pela Avenida Conde da Boa Vista – em direção ao Ministério Público de Pernambuco – para denunciar a atitude da Polícia e entregar uma pauta de reivindicações.

“Com essa história de construção do Shopping Popular fomos retirados do nosso local de origem e colocados num local afastado, no camelódromo, sujeitos a violência. Lá é cheio de lixo e rato”, afirmou Edvaldo Gomes, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Ambulantes do Comércio Informal do Recife (Sintraci).

Ainda conforme Gomes, diariamente a Diretoria de Controle Urbano (Dircon) tem apreendido os produtos dos ambulantes. “Eles passam 30 dias para devolver e só devolvem metade do material que foi recolhido. Precisamos trabalhar para sobreviver”, finalizou. 

Com informações de Pedro Oliveira

De acordo com o jornal Extra, a atriz global Fiorella Matheis levou um tiro de bala de borracha na última segunda-feira (16), quando saía de um restaurante na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Enquanto estava em pé do lado de fora do restaurante, um carro passou e alguém que estava dentro do veículo atirou na atriz.

O extra ainda disse que a bala atingiu o pescoço de Fiorella deixando uma marca roxa. A atriz foi levada a um hospital na hora do acontecido, mas passa bem. Ela não prestou nenhuma queixa na polícia e sua assessoria também não confirma o ocorrido.

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O governo federal vai enviar ao Congresso Nacional, em regime de urgência, um projeto de lei para tratar do direito à liberdade de manifestação e para estabelecer sanções para casos de vandalismo, lesão corporal e homicídio. O texto não deve prever veto ao uso de balas de borracha para conter excesso nas manifestações, que deverão ser anunciadas previamente. A restrição aos mascarados, porém, ainda é polêmica.

Os pontos principais foram discutidos ontem e anteontem em Aracaju, pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante a reunião do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública de todo País. Ele acredita que o texto estará pronto para ser enviado ao Congresso na próxima semana.

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"Dessa forma, vamos garantir a segurança do cidadão que participa e dos profissionais que ali atuam, como os jornalistas. Atos de vandalismo são inaceitáveis, pois acabam atingindo pessoas, causando lesões e mortes, como nós vimos, lamentavelmente, no caso do cinegrafista", disse o ministro, em referência a Santiago Ilídio Andrade, atingindo por um rojão em protesto no Rio.

Com relação ao projeto de lei, Cardozo tem reservas sobre a proposta de punir ou tipificar como crime o uso de máscaras nas manifestações. Uma possibilidade em discussão é garantir à polícia o poder de exigir que mascarados se identifiquem. Quem se recusar poderia ser levado a um local à parte e liberado após a manifestação. No entanto, o assunto não é consenso entre os secretários de Segurança. O Rio, por exemplo, defende veto total às máscaras.

Quanto a outro ponto polêmico, o aviso prévio das manifestações, Cardozo sugeriu que tal exigência só ocorra em regiões onde possa haver tumultos, como na Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo o ministro, estuda-se "uma lei equilibrada, sem excessos, afirmada no contexto da democracia brasileira".

Sobre o uso de balas de borracha por parte da polícia, o ministro defendeu o uso do recurso, considerando a "baixa letalidade", e ressaltou que as forças de segurança só devem agir quando a situação se agrava.

Ele ainda defendeu o aumento de penas para crimes ocorridos em manifestações, como dano ao patrimônio e lesão corporal, mas disse que há aspectos delicados nos projetos de lei que visam a reduzir de três para dois o número de pessoas para que seja caracterizada a formação de quadrilha - o que atingiria diretamente os envolvidos na morte do cinegrafista.

A proposta de uma nova lei foi bem acolhida pelos secretários, segundo Cardozo, mas com divergências, porque alguns entendem não ser necessária mais uma lei. "Mas a maior parte opinou pela necessidade dela (da lei) com ênfase em dimensões diferentes que serão analisadas na elaboração do projeto a ser encaminhado."

Regras para a PM. Durante o encontro de secretários, o ministro da Justiça também defendeu um "regramento" nacional para atuação das PMs. "A proposta que fizemos é justamente de termos uma indicação, uma orientação para atuação das nossas polícias. Para que a sociedade saiba como elas atuam, os parâmetros, os limites."

A secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, expôs uma coleta de dados e a discussão com todos os comandantes militares do Brasil. O Ministério da Justiça trabalha em um texto a ser apresentado aos Estados. "O Brasil terá um regramento unificado que defina o uso proporcional da força. Para que policiais não sejam acusados injustamente e para que situações indevidas de ação policial sejam coibidas e punidas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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