O termo bullying ainda gera dúvidas pela falta de tradução, mas pode ser resumido em práticas sem consentimento que causam assédio físico e moral. Com potencial de afetar a vida adulta, geralmente ele se apresenta dentro da família ou no ambiente escolar, em atos de desrespeito, humilhação e intimidação.
O psicólogo e especialista em Análise do Comportamento, Antonio Júnior, explica que as sequelas do bullying geralmente aparecem ainda no início das agressões, em um "super curto prazo".
##RECOMENDA##"Os prejuízos geralmente começam na infância mesmo e, obviamente, sem nenhum tipo de acolhimento, eles vão se estender até a vida adulta das formas mais variáveis possíveis", comentou.
Dentro da escola, os abusos escondidos atrás de “brincadeiras” e apelidos também repercutem na segregação da vítima na sala de aula ou em sua exclusão das atividades.
Os prejuízos sociais desse comportamento na vida adulta facilitam o desenvolvimento de depressão, decréscimo da autoestima, dificuldade da vítima de inserção no mercado de trabalho e para estabelecer relações amorosas.
Transtornos de ansiedade, também são comuns e podem evoluir para comportamentos auto lesivos e abuso de substâncias chegando a atingir consequências extremas, como tentativas de suicídio ou a busca da vingança à agressão.
O psicólogo explica que o bullying se perpetua pelo que classificou como “comportamento modelo”. "O agressor geralmente tem a referência de alguém de quem ele copia esse tipo de comportamento. Boa parte desses indivíduos sofrem comportamento agressor dentro de casa e na família", analisa.
Figura central na prevenção ao bullying, a família precisa oferecer uma rede de apoio aos filhos através do diálogo aberto. “A maior possibilidade de prevenção está a partir do momento em que o indivíduo tem uma via de comunicação aberta com a família dele e se sente seguro em casa para expressar alguma situação das quais ele passa. Muito provavelmente se ele sofre uma situação de abuso, ele vai denunciar para a própria família para que procure providências sobre o assunto”, orientou Antonio Junior.
Outro eixo no combate ao bullying passa pela aproximação dos pais com a escola. “Participar das reuniões pedagógicas, conversar com os professores pelo menos semanalmente para saber como anda o comportamento do filho e da turma em relação ao filho", complementou.