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Na paleta de cores dos meses que compõem um ano, setembro é o amarelo. É durante o nono mês do calendário que acontece, no Brasil, uma campanha de conscientização e prevenção ao suicídio, o Setembro Amarelo. O projeto é um trabalho conjunto entre o Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e, desde 2015, vem alertando a sociedade para este problema de ordem global. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 800 mil pessoas se matam por ano em todo o planeta. Os dados da OMS indicam também que no Brasil houve um aumento de 7% nos casos de suicído entre 2010 e 2016. Outros dados apontam que 96,8% dos casos estão relacionados com transtornos mentais e a depressão aparece como sendo a principal doença, nesse sentido. Logo, a enfermidade é considerada pela OMS como o mal do século e, acredita-se atualmente que 300 milhões de pessoas sofrem desse mal. 

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Vírgina Almeida, psicóloga clínica, explica como a arte pode ser usada como remédio ou 'gatilho'. Foto: Cortesia 

Várias são as maneiras de lidar com a depressão e a arte está dentro do rol de estratégias disponíveis aos convalescentes. Filmes, livros e músicas podem atuar como ferramenta de apoio e alívio para aqueles que sofrem com dores na emoção. Segundo a psicóloga clínica Virgínia Almeida, a arte - sendo ela uma forma de expressão do ser humano -, pode ser muito benéfica para a saúde mental não só de quem a produz, como de quem a consome. "Quando falamos em quem observa a arte, podemos dizer que a pessoa pode se sentir representada por aquela arte. Quem nunca sentiu que aquela música tinha sido feita especialmente para você? Esse sentimento de que você não está sozinho, e que está sendo compreendido de alguma forma, faz com que a arte seja um instrumento que alivia as dores de quem está passando por uma fase difícil". 

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Porém, é preciso estar atento ao emocional para que aquele conteúdo artístico não tenha o efeito contrário e acabe potencializando alguns desconfortos já existentes através do famoso 'gatilho'. "Nesse caso (as pessoas) podem reviver momentos traumáticos que o sujeito esteja evitando escutar por que ainda é um assunto doloroso. Por isso, é preciso perceber quais os assuntos que são mais sensíveis e o que traz compreensão", orienta a psicóloga. Ela ainda aconselha evitar séries, filmes ou músicas e livros que possam despertar algum trauma ainda não tratado durante um momento difícil. 

Já pessoas emocionalmente saudáveis podem até se sentir um pouco tristes ao consumir alguma obra de arte de teor mais melancólico, o que é considerado normal segundo a especialista. No entanto, caso o 'gatilho' aconteça, desencadeando uma crise depressiva, é preciso pedir ajuda. "Talvez essa pessoa esteja em um momento em que qualquer outra situação poderia gerar essa crise. Ou seja, não é um filme que pode causar depressão em uma pessoa saudável, mas a forma como essa pessoa está se relacionando com as questões da vida é que pode fazer ela entrar em quadro depressivo. Para quem já está sensível, não só o filme mas como qualquer situação da vida pode fazer com que ela entre em uma crise", explica Virgínia. 

Arte 'tarja preta'

O “mal do século”, a depressão não escolhe idade, etnia ou classe social. De tão recorrente, o problema saiu dos consultórios médicos e invadiu, também, o mundo da arte. São inúmeras as obras, dos mais variados segmentos artísticos, que abordam o tema e que podem atuar como instrumento não só de informação como de auxílio para os que buscam a cura. A psicóloga Virgínia indica dois filmes: As Vantagens de Ser Invisível e Ela. "São dois filmes que conseguem falar sobre como é se sentir depressivo e como precisamos desse apoio de quem está ao nosso lado. Uma rede de apoio é extremamente importante nesses casos, e por isso, acho filmes muito interessantes, não só para quem está passando pela depressão como para quem não a tem, para que possam compreender mais essas pessoas e oferecer mais apoio a elas”.

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Mais dicas

Confira outras dicas de livros, discos e músicas que falam sobre a depressão. 

Livros

O Lado Bom da Vida, de Mathew Quick

A Redoma de Vidro, de Sylvia Plath

Mrs. Dalloway, de Virginia Wolf

O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger

Filmes

The Babadook, de Jennifer Kent

As Horas, de Stephen Daldry

Garota Interrompida, de James Mangold

Pequena Miss Sunshine, de Jonathan Dayton e Valerie Faris

Divertida Mente, de Pete Docter

Músicas

Fucking Perfect - Pink

Prtty Hurts - Beyoncé

Boulevard of Broken Dreams - Green Day

Minha Cabeça - Clarice Falcão

Ansiejazz - Tássia Reis

Conflitos - Dexter

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Procure e/ou ofereça ajuda

Pedir ajuda é um passo fundamental para quem sofre de depressão. A atitude, no entanto, pode ser de grande dificuldade para quem está doente, sendo assim, reconhecer e acolher quem passa pelo problema é de extrema importância. Além da arte, uma rede de apoio e acompanhamento profissional podem promover a cura e a retomada de uma vida plena e saudável. O Centro de Valorização da Vida (CVV) é um serviço gratuito que presta auxílio por telefone, e-mail e chat para pessoas que precisam de apoio emocional. O atendimento pode ser feito via internet ou pelo telefone 188. 

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