A China orientou o yuan ao menor nível em mais de quatro anos nesta quarta-feira, por meio de uma taxa de referência diária, num momento em que enfrenta saídas de capital e a desaceleração de sua economia, ao mesmo tempo em que busca flexibilizar o controle sobre a taxa de câmbio.
Os investidores têm apostado que o yuan se enfraquecerá, uma vez que Pequim vem atuando para impulsionar o crescimento econômico, que é prejudicado por uma moeda local relativamente forte. Desde a desvalorização do yuan em agosto, de cerca de 2%, o governo chinês vem cedendo a pressões para permitir que a divisa seja cada vez mais determinada pelas forças do mercado.
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Para os negócios de hoje, o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) estabeleceu a taxa de paridade em 6,4140 yuans por dólar, no nível mais fraco desde agosto de 2011 e ante 6,4078 yuans na sessão anterior.
Desde 10 de agosto, véspera do anúncio da desvalorização, o yuan já perdeu cerca de 3,4% de seu valor em relação ao dólar.
Dados publicados esta semana mostraram que as reservas internacionais da China caíram em novembro ao menor nível em mais de dois anos e meio, com queda de US$ 87,22 bilhões, para US$ 3,438 trilhões.
Os números sobre reservas sugerem que a China está perdendo mais capital. A consultoria britânica Capital Economics, por exemplo, calcula que as saídas líquidas de capital do gigante asiático atingiram o nível recorde de US$ 113 bilhões em novembro, superando de longe os US$ 37 bilhões que deixaram o país em outubro.
Economistas acreditam que Pequim poderá não resistir à crescente pressão de desvalorização sobre o yuan, diante do aumento das saídas de capital.
Stephen Jen, fundador da SLJ Macro Partners LLP, um fundo de hedge com sede em Londres, diz que a demanda reprimida da China por ativos estrangeiros "precisa ser saciada mais cedo ou mais tarde".
À medida que a China evolui da posição de "maior exportador mundial de bens para maior exportador de capital", parece que o yuan precisa continuar se desvalorizando, argumenta Jen. Com informações da Dow Jones Newswires.