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O yuan fechou em baixa frente ao dólar nesta segunda-feira, embora Pequim tenha mantido sua taxa de referência diária praticamente inalterada.

No fim do dia em Xangai, o dólar estava em 6,4044 yuans, com alta de 0,25% ante o fechamento de 6,3887 yuans de sexta-feira. Em meados de agosto, o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) anunciou uma forte desvalorização do yuan e decidiu que a taxa de câmbio passaria a ser mais determinada pelas forças de mercado.

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O PBoC estipulou a taxa de paridade de hoje em 6,3862 yuans por dólar, muito próxima do nível de 6,3864 yuans/dólar da sessão anterior. A moeda chinesa pode variar até 2% diariamente, para cima ou para baixo, em relação à taxa de paridade. Fonte: Dow Jones Newswires.

A desvalorização do yuan gera impactos pelas economias africanas, levando as moedas locais a desvalorizar e aumentando a expectativa de que o maior parceiro comercial do continente possa reduzir seu apetite por itens que vão do petróleo ao vinho.

Na África do Sul, o rand atingiu sua mínima em 14 anos, a 12,90 rands ante o dólar na sexta-feira, ampliando uma queda de 1,8% desde 10 de agosto e de 11,6% neste ano. As moedas de outros países africanos com laços fortes com a China, como Angola e Zâmbia, também recuaram fortemente, após Pequim desvalorizar o valor do yuan em 2% ante o dólar na semana passada.

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A demanda chinesa pelo petróleo angolano, pelo cobre zambiano e pelo ouro sul-africano impulsionou uma forte alta no comércio, acelerando o crescimento, mas deixando as economias expostas às mudanças políticas de Pequim.

Em 2013, o comércio da África com a China foi estimado em US$ 211 bilhões, de acordo com documento de junho do Banco de Desenvolvimento Africano em junho. O resultado é mais que o dobro do comércio do continente com os EUA. Em comparação, há 15 anos, os EUA comerciavam até três vezes mais com a África que a China.

Agora, o yuan mais fraco gera o temor em alguns países africanos de que o poder de compra da China será erodido e de que a segunda economia do mundo pode estar desacelerando ainda mais que o sugerido pelas estatísticas oficiais.

A economista-chefe para África do Standard Chartered, Razia Khan, disse que a medida da China acontece num momento difícil para muitas economias africanas, afetadas pela volatilidade que leva muitas moedas regionais a desvalorizar, enquanto os preços do petróleo caem e o dólar se valoriza. Segundo ela, os países com uma pauta de exportações específica "estarão em desvantagem substancial".

Angola enfrenta a falta de moeda estrangeira, a queda no petróleo e a demanda fraca da China. A receita de exportações para a China representa quase todo o saldo do país com exportações e também gera quase toda a receita pública.

Na Zâmbia, as minas de cobre estão demitindo trabalhadores ou até fechando, por causa de problemas de falta de energia, que tornam muito custosa a produção, enquanto a queda na demanda na China leva os preços a patamares próximos às mínimas em seis anos.

Os produtores sul-africanos de ouro, vinho e outros produtos dizem que a demanda mais baixa na China significa que é menor a esperança de reverter um cenário de quatro anos de fraqueza econômica. O Ministério das Finanças da África do Sul prevê que o país cresça apenas 1,9% neste ano.

O executivo-chefe da La Motte, uma vinícola próxima da Cidade do Cabo, Hein Koegelenberg, disse que a demanda da China está diminuindo. Também diretor da L'Huguenot, um selo de vinhos sul-africanos voltado para o mercado chinês, Koegelenberg prevê que "no próximo ano ou nos próximos dois será bem difícil" o cenário para vendas para a China.

Alguns países africanos podem se beneficiar de um yuan mais fraco, que reduz o custo de produtores chineses e de serviços que eles importam. Países do leste africano, entre eles Etiópia, Quênia e Moçambique, têm registrado grandes déficits comerciais nos últimos anos, com a compra de tratores feitos na China e de linhas elétricas, além de material para a construção de rodovias e estações de energia.

A diversificada economia queniana pode ganhar com o yuan mais fraco, segundo economistas. A China é a segunda maior fonte de importações para o Quênia e compradores de maquinário chinês pesado disseram que avaliam a possibilidade de pagar suas compras em yuan e não com dólares. Fonte: Dow Jones Newswires.

A forte correção nos mercados acionários chineses pode ser reflexo de uma desaceleração mais ampla do gigante asiático. Nesse cenário, um dos principais riscos de contágio para a economia global e em especial para exportadores de commodities, como o Brasil, é que o governo da China se veja forçado a desvalorizar sua moeda, afetando os preços de insumos básicos.

A preocupação é que a queda das bolsas reflita um cenário de lucros menores das empresas e também acabe provocando falências de algumas instituições financeiras menores que estão mais expostas, afetando assim a atividade econômica. Para o estrategista global do Macquarie Bank, Thierry Wizman, os múltiplos de mercado atingidos pelas bolsas chinesas antes da atual correção certamente sugerem que elas estavam em território de bolha. Essa situação foi estimulada pela promessa de mais liquidez vinda do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), à medida que a economia dava sinais de que não iria atingir as metas de crescimento para este ano.

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"Isso tem a ver com o fato de que, apesar das recentes injeções de liquidez, a economia não acelerou. É possível ver isso em outras variáveis, como os preços do minério de ferro, a cotação do dólar australiano, etc", comenta Wizman. Para o estrategista da Post-Bric Asset Management, Marcelo Ribeiro, os desdobramentos no mercado acionário também são parte de um movimento mais amplo de estouro da bolha chinesa. "O governo tem tentado fornecer estímulos monetários, mas em vez de esse dinheiro ter ido para a produção, ele foi para especular em bolsa e outros instrumentos. Muitas empresas estavam lucrando mais com ações do que com sua operação, assim como aconteceu com a bolha do Japão (no final dos anos 1980) ou do Nasdaq (também chamada de bolha do Ponto Com, no início dos anos 2000)", afirma.

O especialista em direito bancário, mercado de capitais e sócio do escritório Leite, Tosto e Barros Advogados, Flávio Maldonado, diz que é difícil determinar se uma bolha existe e se está prestes a estourar. "Algumas vezes ouvimos falar de bolhas e elas não se concretizaram. O fato é que nós estamos vendo uma forte correção de preços nos mercados chineses", aponta. Ele lembra que, desde a crise financeira internacional de 2009, a noção de deixar o mercado se ajustar livremente perdeu apoio. "A instituição que atua como emprestador de última instância precisa corrigir os desvios, senão a crise é muito dramática".

Contágio Wizman, do Macquarie, lembra que os mercados chineses de renda variável são muito fechados para os investidores estrangeiros, mas acredita que o atual movimento pode ter impactos em outras regiões por canais indiretos, via queda na confiança de empresas e consumidores, que assim afetaria o crescimento econômico. "O Brasil e outros mercados emergentes definitivamente vão sofrer, especialmente se a China for forçada a enfraquecer sua moeda", explica. Essa é a mesma preocupação de Ribeiro, da gestora Post-Bric.

Ele afirma que as exportações chinesas apresentam queda real na comparação anual, em função do relaxamento quantitativo na zona do euro, que torna os produtos europeus mais competitivos, e também devido ao atrelamento do yuan ao dólar. Com a valorização da moeda norte-americana desde o fim do ano passado, a divisa chinesa também subiu, mesmo essa paridade sendo calculada diariamente pelo PBoC.

"Na medida em que a economia perde capacidade de exportação, cresce a pressão para que o governo desvalorize a moeda. Se isso acontecer, as commodities vão tomar um forte golpe e aí podemos dizer que a crise brasileira nem começou. Essa seria a mãe de todas as crises", alerta Ribeiro. Em fevereiro, o Bank of America Merrill Lynch já tinha divulgado relatório afirmando que esse era o maior risco de cauda para este ano, já que reduziria o poder de compra dos chineses, "o que seria muito negativo para o já combalido setor de commodities".

Para Ribeiro, o problema nos mercados chineses não é mais um "risco" para o Brasil, e sim "uma realidade". Ele chama atenção para a forte queda de commodities como o cobre e o petróleo na semana passada. "Quando as commodities caem como aconteceu, a única explicação é China, não tem outro motivo".

O executivo-chefe da boutique de investimentos Latam Access, Nilsson Strazzi, também afirma que o estouro da bolha chinesa teria impacto direto nas commodities e no Brasil. "O contágio é total, pois somos reféns das commodities". Ele aponta que a queda nos preços das commodities já é maior que o efeito da desvalorização cambial, que poderia dar mais competitividade aos produtos brasileiros. Na opinião dele, a chance de o PBoC desvalorizar a moeda é grande. Entretanto, se isso levar a uma melhora nas perspectivas de crescimento, poderia acabar tendo um efeito líquido positivo nos preços das commodities.

Contexto

Desde meados de junho, os mercados acionários chineses caíram quase 30%, na mais intensa sequência de baixa desde 1992. Com isso, o valor de mercado das companhias listadas recuou cerca de US$ 2,5 trilhões, ou dez vezes o PIB da Grécia, para se ter uma noção. O movimento já é comparado com a quebra das bolsas norte-americanas em 1929 e as ações do governo chinês para tentar acalmar os investidores só alimentaram o pânico.

Apesar da queda atual, as bolsas chinesas ainda estão 80% acima dos níveis observados no meio do ano passado. Além disso, a fatia das empresas (taxa de free-float) que é listada no mercado acionário representa apenas um terço do PIB da China. Em economias desenvolvidas, o porcentual chega a superar 100% do PIB. Menos de 15% das economias das famílias estão investidas em ações, ou seja, a queda da bolsa tenderia a não afetar o consumo.

Os problemas nos mercados chineses também estão relacionados a questões regulatórias. Com o mercado muito alavancado, algumas corretoras aumentaram as exigências de margens e muitos participantes que haviam tomado empréstimos para comprar ações foram obrigados a vender seus papéis para cumprir as novas regras. Em uma tentativa de estancar a sangria, o governo adotou diversas medidas. As maiores corretoras do país anunciaram neste fim de semana um pacote de 120 bilhões de yuns para comprar ações, com apoio indireto do banco central, e uma meta de levar o índice Shanghai Composite para 4.500 pontos, do patamar atual de 3.730 pontos. Mas com um giro diário de quase 2 trilhões de yuans, o efeito positivo nos mercados durou apenas um dia.

Além disso, quase 30 empresas que tinham ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) foram incentivadas a adiar os planos. Outro expediente que tem sido usado são as interrupções de negociações com determinados papéis, solicitadas pelas próprias empresas. Mais de 700 companhias, de um total de aproximadamente 2,8 mil empresas listadas, já pediram para que as operações fossem suspensas, sendo quase 200 só esta semana.

A maioria desses pedidos de suspensão ocorreu em Shenzhen, mercado que é dominado pelas empresas de menor porte, as chamadas small caps. Diferentemente de outras grandes bolsas, que são dominadas por gestores profissionais, na China os investidores de varejo - muitas vezes pouco instruídos - representam quase 85%. Eles preferem as small caps, já que a negociação com as blue chips é controlada pelos grandes players. Entretanto, isso aumenta a volatilidade.

China e Canadá firmaram acordo para expandir o uso da moeda chinesa no comércio e em investimentos, com a criação de uma linha de swap no valor de Us$ 32 bilhões.

Anunciado durante a visita do primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, o acordo prevê que o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) irá designar um banco de compensação no Canadá para a transação do yuan. A China também concedeu para instituições financeiras canadenses uma quota de 50 bilhões de yuans para investimentos no mercado de capitais chinês.

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De acordo com anúncio do PBoC, o acordo de swap tem validade de três anos e permitirá que os bancos centrais dos dois países emprestem até 200 bilhões de yuans e 30 bilhões de dólares canadenses.

O Banco do Povo da China já assinou acordos de swap com diversos países, como o tratado firmado com o Qatar nesta semana, no valor de 35 bilhões de yuan. Fonte: Dow Jones Newswires

Dando prosseguimento a uma estratégia para transformar o yuan numa moeda global, o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) informou hoje que pretende designar bancos de compensação para sua moeda em Paris e Luxemburgo. O PBoC anunciou o plano em dois comunicados separados, mas não especificou quando os bancos serão escolhidos.

Os BCs da França e Luxemburgo, por sua vez, disseram que fecharam acordos com o PBoC para ampliar a cooperação na supervisão de seus mercados domésticos de yuans.

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Os anúncios são os últimos indícios de uma disputa por uma participação significativa das transações externas envolvendo a moeda chinesa. Cingapura e Sydney também almejam uma fatia considerável do mercado global de yuans, que, segundo previsões, deverá crescer rapidamente, em linha com a economia da China.

No último dia 18, o PBoC nomeou o China Construction Bank, um dos quatro maiores bancos estatais do país, para intermediar negócios com yuans em Londres. Com isso, a instituição passou a ser o primeiro banco chinês de compensação em um país europeu. Fonte: Dow Jones Newswires.

A China está trabalhando em seu objetivo de flexibilizar os controles sobre o yuan para torná-lo uma moeda global, mas procede com cautela, informou a agência estatal China News Agency neste sábado, citando o chefe do Banco do Povo da China (PBOC, na sigla em inglês), Zhou Xiaochuan.

Tornar o yuan totalmente conversível poderia aumentar significativamente o uso da moeda e a China está trabalhando na direção dessa meta, destacou Zhou, segundo a reportagem. "O banco central é cauteloso na internacionalização do yuan e não quer incorrer em nenhuma política inadequada", assinalou Zhou, em um fórum realizado em Pequim. As informações são da Dow Jones.

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A China conduziu nesta quinta-feira o yuan para seu nível mais alto ante o dólar em quase duas décadas, sugerindo que Pequim pode estar oferecendo um gesto conciliatório a Washington a apenas duas semanas da eleição presidencial dos EUA.

O Banco do Povo da China (PBOC, o banco central chinês) estabeleceu o nível de paridade do yuan, a taxa de referência diária ao redor da qual a moeda pode oscilar ao longo do dia, em 6,3264 por dólar. Como resultado, o yuan avançou ao longo do dia e fechou a 6,2672 por dólar, alta de 0,2% ante 6,2770 no final da quinta-feira. Nos negócios da tarde (horário de Pequim), o yuan chegou a 6,2640 por dólar, o nível mais elevado da moeda desde o lançamento do sistema cambial chinês, em 1994.

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O ritmo de valorização do yuan ganhou força ao longo de toda a semana e, apesar do apetite maior por ativos chineses de alto rendimento, com as ações chinesas operando atingindo seu maior nível em quatro semanas, o movimento da moeda chinesa surpreendeu alguns investidores. Uma série de dados chineses vai sair nos próximos dias e deverá mostrar como a segunda maior economia do mundo desacelerou ainda mais no terceiro trimestre.

A administração do presidente norte-americano, Barack Obama, continua pressionando a China publicamente para que permita que o yuan se valorize mais rapidamente e o candidato republicano à presidência, Mitt Romney, afirmou que, se eleito, declarará o país asiático "um manipulador de moedas". Algumas empresas e congressistas americanos têm acusado Pequim de manter o yuan artificialmente fraco para ajudar os exportadores chineses. As informações são da Dow Jones.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, disse nesta quinta-feira que o yuan deve continuar a se valorizar ante o dólar e outras moedas importantes. O americano deu a declaração ao participar das discussões econômicas no âmbito do Diálogo Estratégico e Econômico EUA-China.

Segundo Geithner, "um renminbi (yuan) mais forte e determinado pelo mercado vai ajudar os esforços da China de avançar para uma produção de maior valor agregado e auxiliar na reforma do sistema financeiro". Além disso, "irá incentivar a demanda doméstica", afirmou o secretário. Para a China continuar seu crescimento econômico, disse Geithner, será necessária uma "mudança fundamental" na sua política econômica. O país, segundo ele, deve se concentrar mais na demanda interna e na inovação do setor privado - em vez de focar nas exportações e na ampliação do seu setor estatal.

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A China também "deve reformar seus sistemas financeiros e fiscais para incentivar o consumo e reduzir as vantagens desfrutadas por empresas estatais", adicionou. "Os Estados Unidos têm forte interesse no sucesso dessas reformas, bem como o resto do mundo", completou Geithner. As informações são da Dow Jones.

A China vai ampliar os canais para saídas de capital e promover um papel maior de sua moeda no comércio fora do país, afirmou neste sábado o Banco do Povo da China (banco central). A instituição também repetiu promessas do passado, de continuar os esforços para promover a convertibilidade do yuan sob a conta de capitais.

"Conforme o capital estrangeiro assume um papel ativo nos mercados financeiros da China, continuaremos permitindo que o capital doméstico participe dos mercados financeiros globais", afirmou o banco central, em um resumo de seu Relatório de Mercado Financeiro Global da China 2011, divulgado no site de seu escritório em Xangai.

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"A China vai expandir mais o uso do yuan no comércio e no investimento além das fronteiras, e criar um ciclo virtuoso para fluxos da moeda além das fronteiras", afirmou o banco. O resumo não detalhou os planos do banco central, embora ele tenha dito que um texto completo seria divulgado ainda neste sábado.

O Banco do Povo da China tem repetido que quer reduzir as restrições de conversão do yuan sob a conta de capitais, embora tenha evitado dar um prazo. A China tem estimulado suas companhias a assumir um papel maior na economia global e uma as principais exigências tem sido permiti-las realizar operações de câmbio fora do país.

O banco central chinês também disse que espera uma fraca recuperação da economia global neste ano e chamou a crise da dívida soberana europeia de a maior incerteza que pode interromper a recuperação global. "As nações devem coordenar seus esforços para combater a crise e ajudar a promovê-los antes de uma recuperação estável da economia global", afirmou. As informações são da Dow Jones.

Na China, o yuan cair fortemente em relação ao dólar depois que Pequim permitiu que sua moeda se movesse em uma faixa mais ampla diariamente em um medida para liberar seu regime cambial e tornar o yuan mais orientado pelo mercado.

Às 22h40, no horário de Brasília, um dólar valia 6,3225 yuans, alta frente os 6,3165 da abertura do mercado e também diante dos 6,3030 de sexta-feira, movendo-se em conjunto com a força global do dólar em meio a preocupações renovadas com os problemas da dívida soberana na zona do euro. Analistas disseram que com o encolhimento do superávit comercial chinês e com uma economia mais fraca, o movimento para que o yuan seja negociado ante o dólar em banda diária mais ampla resultaria em uma pressão para que a moeda chinesa se desvalorizasse no curto prazo.

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O Banco do Povo da China (PBOC, o banco central do país) afirmou no sábado que ampliaria a banda de negociações do yuan ante o dólar para uma taxa de câmbio de referência diária acima ou abaixo de 1%, da taxa de 0,5% atualmente. A última vez que a autoridade monetária expandiu a banda foi em maio de 2007 a partir da taxa de 0,3%. As informações são da Dow Jones.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou neste sábado que a decisão da China de permitir uma flexibilização maior do yuan é "um passo importante".

"Isso mostra o comprometimento da China com o reequilíbrio da sua economia, em direção ao consumo doméstico, e permite que as forças do mercado exerçam um papel maior na determinação do nível da taxa de câmbio", comentou Lagarde em um comunicado divulgado pelo FMI.

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O Banco do Povo da China informou mais cedo neste sábado que vai permitir que o yuan seja negociado em uma banda mais ampla em relação ao dólar, a partir de segunda-feira. A última vez que o banco central chinês adotou uma medida como essa foi em maio de 2007.

Segundo a instituição, a faixa de negociação do yuan ante o dólar vai passar de 0,5% para 1%, acima ou abaixo da taxa de referência diária. As informações são da Dow Jones.

Avançar na liberalização das taxas de juros na China agora poderia provocar problemas em áreas que incluem os fluxos de capital em razão da diferença entre as taxas de juros chinesas e as de países desenvolvidos, afirmou o presidente do Banco do Povo da China (PBOC, na sigla em inglês), Zhou Xiaochuan, segundo a agência estatal de notícias Xinhua. "Não é um momento muito bom para avançar em direção a taxas de juros orientadas pelo mercado", disse Zhou.

A autoridade também afirmou que a China pode ampliar a banda de oscilação do yuan quando os fluxos de entrada e saída de capital do país estiverem mais equilibrados. Neste ano, a China enfrentará os riscos da economia internacional, apesar das perspectivas positivas para a economia doméstica, e deve estar preparada para combater choques externos com instrumentos de política adequados, disse Zhou.

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Segundo ele, os riscos das dívidas de governos locais e os empréstimos imobiliários na China são controláveis e a contenção da inflação é menos urgente do que era em 2011 por causa de uma desaceleração na alta dos preços. Um enfraquecimento econômico global provavelmente causaria uma grande onda de retirada de capital estrangeiro da China, observou Zhou. As informações são da Dow Jones.

Com o forte crescimento do comércio bilateral com a China nos últimos anos, o uso do renminbi, ou yuan como a moeda chinesa também é conhecida, vem ganhando cada vez mais espaço nos negócios entre empresários brasileiros e chineses, o que tem estimulado instituições financeiras a criarem produtos para atender a maior demanda por renminbi.

O banco HSBC, que já tem a licença bancária dada pelo governo chinês, tem registrado uma demanda crescente de bancos brasileiros para abrir contas em renminbi ou fazer outro tipo de acordo com a subsidiária do HSBC na China. O objetivo dos bancos brasileiros é ter acesso de alguma forma ao sistema de pagamentos e de liquidações chinês para viabilizar as necessidades de empresas no Brasil que precisam fazer pagamentos ou honrar obrigações em renminbi com clientes ou fornecedores chineses.

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"O exportador chinês tem preferido cada vez mais fechar os negócios ou fazer acordo comercial com as empresas brasileiras em renminbi ao invés do dólar, que é ainda a moeda mais usada hoje em dia, por estar mais confortável em fazer as transações na moeda à qual todos os seus custos estão atrelados", explicou o superintendente-executivo de multinacionais do HSBC, Leandro Borges.

"No futuro próximo, essa demanda por renminbi será muito mais forte do que é hoje e a tendência das empresas chinesas é de que elas exportem e transacionem bem mais em renminbi", explicou o executivo. Por isso que os bancos brasileiros que não tenham acesso ao sistema de pagamentos e liquidações da China precisam abrir uma conta ou fazer algum acordo com outro banco que já tenha esse acesso para atender os seus clientes brasileiros. Segundo dados do HSBC, a conexão "south to south", ou seja, os negócios entre países emergentes, incluindo operações como financiamento ao comércio exterior, já representam 17% das receitas da divisão de multinacionais da área de global banking do HSBC. A meta é que essa participação suba para 25% do total em 2012, impulsionada, sobretudo, pelos negócios entre Brasil e China.

Líder do mercado de crédito às exportações, com fatia de 35%, o Banco do Brasil vem registrando um forte aumento nas operações de financiamento às exportações brasileiras para a China, acompanhando o ritmo de crescimento das vendas de empresas brasileiras para o mercado chinês, segundo o diretor de negócios internacionais do BB, Admilson Monteiro Garcia. As operações de financiamento às exportações para a China, grande parte por meio de contratos como Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) e Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE), já representam cerca de 30% do total de financiamentos dessa área. Aliás, o volume de ACC e ACE que o banco fechará neste ano, estimado em US$ 18 bilhões, será recorde histórico. No acumulado de janeiro a novembro, o valor dessas operações já tinha crescido 42% ante igual período de 2010 - e esse aumento foi de 50% apenas para os ACC e ACE tendo a China como destino.

Diante desse crescente comércio entre Brasil e China, o BB passou a fechar contratos de ACC denominados na moeda chinesa desde 15 de setembro deste ano, embora a maioria desses contratos ainda sejam fechados em dólar. "A ideia é dar ao exportador brasileiro a facilidade em contratar os recursos na própria moeda chinesa, evitando risco de possível perda por conta da variação cambial", explicou Garcia. "Entendemos que esse produto, isto é, os contratos de ACC e ACE em renminbi, vai fortalecer ainda mais a corrente comercial entre dois países, pois, via de regra, o exportador brasileiro para China busca um hedge cambial qualquer para se proteger de uma eventual variação forte das cotações".

De janeiro a outubro deste ano, as exportações para a China, o maior parceiro comercial individual do Brasil, cresceram 43% para US$ 37,1 bilhões, enquanto as importações de produtos chineses aumentaram quase 30% para US$ 27 bilhões em comparação com os primeiros dez meses de 2010.

Na opinião do presidente da Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior (Abece), Ivan Ramalho, o desempenho impressionante do comércio bilateral com a China, inclusive com sólido crescimento do saldo comercial para US$ 10 bilhões de janeiro a outubro a favor dos brasileiros, deverá se manter nos próximos anos. "Apesar de algumas análises sobre o arrefecimento do crescimento da economia chinesa, tenho absoluta convicção de que a China vai continuar sendo o maior parceiro comercial do Brasil", afirmou Ramalho. "Mas ao contrário das economias ocidentais e desenvolvidas, a economia da China vai continuar crescendo". O desafio do Brasil, segundo ele, é diversificar sua pauta de exportação para a segunda maior economia mundial, hoje concentrada em quatro commodities: minério de ferro, petróleo, soja e açúcar.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu que a China deixe sua moeda se valorizar mais rapidamente, dizendo que o yuan desvalorizado é uma entre várias políticas de Pequim que criam uma desvantagem para os EUA e outros países. Embora tenha havido uma "leve" apreciação da moeda, "ela não tem sido suficiente", disse Obama.

O presidente afirmou também que os líderes da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (Apec, na sigla em inglês) fizeram um progresso claro no sentido de fortalecer o comércio na região, o que, segundo Obama, é necessário para cumprir sua principal prioridade, a criação de empregos. "A Ásia-Pacífico é fundamental para atingirmos nosso objetivo de duplicar as exportações dos EUA", declarou.

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Os líderes da Apec fecharam um acordo ontem para cortar as tarifas sobre "produtos verdes" e buscar a implantação de um conjunto de outras medidas destinadas a fortalecer o comércio na região, em meio às atuais preocupações com a estabilidade econômica e financeira da Europa. As informações são da Dow Jones.

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