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O técnico Zlatko Dalic minimizou os problemas físicos da Croácia após a disputa de três prorrogações até a final da Copa do Mundo diante da França, neste domingo, em Moscou. "Temos pequenos problemas de lesão, mas é uma final da Copa do Mundo. Todos os jogadores estão prontos para se superar. Eles me disseram que estão prontos e que não estão cansados. Tenho certeza que nenhum vai dizer que não está pronto para disputar a final", disse o treinador em entrevista coletiva neste sábado em Moscou. "Se houver problemas, temos um bom banco de reservas", completou.

Considerando-se as três prorrogações e o número de minutos disputados, a Croácia jogou uma partida a mais que a França, que venceu todas as suas partidas no tempo normal. Além de ter um dia a mais de descanso, os franceses puderam poupar seis titulares na terceira rodada da fase de grupos - já estavam classificados. "Não temos treinado nos últimos dias. Nossas principais atividades são descansar e relaxar. Mas estarão todos prontos. Eu repito: é uma final de Copa do Mundo e todos terão mais energia", afirmou o treinador.

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Dalic mostrou otimismo em relação à final da Copa e reafirmou a importância da Copa para os croatas. Se forem campeões, ele prevê uma festa comparável às feitas no Brasil e na Argentina. "Nós podemos fazer mais, nós queremos fazer nosso país orgulhoso. Os croatas deixaram de lado todos os problemas para celebrar a Copa e ficaram orgulhosos. Os fãs e as pessoas que estão no nosso país nos motivam muito. Espero que tenhamos quatro milhões de pessoas nas ruas da Croácia amanhã celebrando uma grande festa, talvez fazendo as celebrações que fazem no Brasil e na Argentina", afirmou o treinador.

A trajetória de Dalic já se transformou em uma espécie de conto de fadas dos treinadores mundiais. O presidente da federação, Davor Suker, demitiu o treinador Ante Cacic por causa da má fase da seleção nas Eliminatórias no ano passado. Para o seu lugar, chamou Dalic, que seguia fazendo trabalho bom no Al Ain e já tinha sido auxiliar da seleção de base da Croácia. Ele comandaria os croatas no jogo contra a Ucrânia, no dia 9. Caso a seleção fosse eliminada, o interino voltaria ao seu trabalho. Em caso de um conseguir o milagre da vaga na repescagem, teria mais dois jogos. Ele falou com os jogadores pela primeira vez no aeroporto, dois dias antes do jogo. A Croácia venceu a Ucrânia, foi à repescagem e conseguiu a vaga na Copa ao superar a Grécia (vitória por 4 a 1 em casa e empate fora por 1 a 1). O interino estava efetivado e ia à Copa do Mundo.

Dalic tinha em torno de sete meses para fazer de um grupo de excelentes jogadores um time organizado e coeso, algo que a Croácia não conseguia desde 1998, quando foi terceira colocada. Na Copa de 2014, o time caiu na fase de grupos. Foram apenas duas datas Fifa e quatro ou cinco treinos até a preparação nos dias que antecederam o Mundial. Depois de boas atuações na fase de grupos, o time superou duas decisões por pênaltis (Dinamarca e Rússia) e venceu a Inglaterra na prorrogação. Hoje, é finalista.

"Ele entrou em cena em um momento difícil, nossa qualificação estava em dúvida e no jogo mais importante ele disse para confiarmos em nós mesmos, que tínhamos bons jogadores. Ele teve grande influência na nossa caminhada até aqui. Estamos muito felizes por ele estar conosco, não só pelo técnico que é, mas pela pessoa", elogiou o meia Modric, também presente na entrevista coletiva.

Zlatko Dalic chegou para a entrevista coletiva nesta quarta-feira, após a vitória de virada sobre a Inglaterra por 2 a 1 na prorrogação, em Moscou, com a tradicional camisa da seleção da Croácia - a quadriculada em vermelho e branco. Orgulhoso, o treinador respondeu todas as perguntas com o mesmo tom confiante e, de certa forma, desafiador para a final da Copa do Mundo, neste domingo, contra a França. "Nós não tememos ninguém. Estamos na decisão da Copa".

"Ganhamos o jogo porque fomos melhores. Fomos melhores no segundo tempo, anulamos as melhores jogadas da Inglaterra, Modric e Rakitic fizeram um bom jogo. No intervalo eu apenas pedi para terem o controle do jogo, sem abaixar a cabeça, afinal sabia que éramos melhores. Esse foi o nosso melhor jogo junto com o jogo contra a Argentina", afirmou.

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"A Croácia é um país pequeno que está na final da Copa. Temos coração. Queríamos jogar a final e vamos jogar. A França terá um dia a mais de recuperação, mas não vamos usar isso como desculpas, vamos para a final", ressaltou Zlatko Dalic.

O técnico também tentou explicar como seus jogadores aguentaram a terceira prorrogação seguida e como será a preparação para o jogo deste domingo. "Nossos jogadores estavam com energia. Conseguimos. Temos fisiologistas, médicos, todos ajudando. Hoje (quarta-feira) alguns jogadores estavam machucados, mas todos foram fantásticos. Tivemos dois jogadores com 'meia perna', mas eles fizeram isso. Ninguém pediu para sair, todo mundo quis jogo. Estou orgulhoso", afirmou.

"Estamos fortalecidos mentalmente. Começamos seis semanas atrás e conforme o torneio foi andando, melhoramos. Somos uma nação sem medo, estamos na final, conhecemos a França, eles têm jogadores fantásticos, mas a vamos falar disso amanhã (quinta-feira). Não vou colocar o carro na frente dos bois", comentou o treinador croata.

Assim como Ivan Perisic, Zlatko Dalic lembrou do confronto entre Croácia e França pela semifinal da Copa do Mundo de 1998. Na época, ele era volante do Hadjuk Split, um dos maiores times de seu país. "Eu fui até a França em 1998 e vi os três primeiros jogos do Mundial como torcedor", disse. "Depois, tive que voltar para me preparar para a temporada, mas esse é um jogo que todo mundo lembra na Croácia. Lembro de celebrarmos o gol de Sucker, mas depois eles deixaram tudo igual e viraram".

"Aquele jogo tem significado histórico, eram dois times que desejavam ir para a final. Agora não tem essa de revanche, apenas vamos preparar nossos jogadores para eles fazerem o melhor jogo possível", afirmou o treinador, que ainda agradeceu o apoio dos torcedores. "O que fizeram aqui foi incrível. Nem sei quantos tinham no estádio, mas contamos com esse apoio até o final".

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