Janguiê Diniz

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O mundo em discussão

Perfil:   Mestre e Doutor em Direito, Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Exito de Empreendedorismo

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Ética e transparência

Janguiê Diniz, | seg, 20/06/2016 - 10:04
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Há algum tempo os termos “ética” e “transparência” tem tomado força nos debates públicos e tem sido cada vez mais recorrente a exigência da população para que nossos gestores públicos mantenham um perfil que valorize essas duas palavras.

Entretanto, não é apenas na gestão pública que percebemos a mudança. Nas instituições privadas o ditado “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”, já não tem tanto espaço. Hoje, os colaboradores se espelham nos gerentes, diretores e donos de empresas que entendem e executam a frase: “faça o que eu digo e o que eu faço, porque são a mesma coisa”.

Vivemos em uma época na qual o conhecimento é, cada vez mais, o alicerce das relações entre consumidores e fornecedores e, por isso, é necessário que sejam respeitados os princípios da ética e da transparência em respeito à sociedade. Em um mercado competitivo, a atitude ética é um dos principais valores na diferenciação da sua atuação e de seu concorrente.

No mundo dos negócios, o comportamento ético deve ser instituído na empresa de modo que todos os envolvidos tenham conhecimento das práticas empresariais e estejam focados em um mesmo objetivo. Um ambiente empresarial saudável vai prezar, sempre, pela aplicação de medidas que visam comunicar e treinar, aperfeiçoando um ciclo de atividades que valorizam honestidade, justiça, compromisso, respeito ao próximo, integridade, lealdade e solidariedade.

É preciso ressaltar que ética e transparência precisam andar juntas. Uma não existe sem a outra. Se determinada empresa não trabalha com ética, coerência e transparência, a probabilidade de o ambiente interno para os colaboradores ser péssimo é muito alta. É certo que nesse tipo de empresa existe uma alta rotatividade de colaboradores, pessoas estressadas e resultados inconsistentes.

Empresas que prezam por esses valores são percebidas como positivas pela sociedade e tendem a se firmar no mercado. No caso inverso, as empresas tornam-se frágeis, sem competitividade e ficam suscetíveis a riscos de imagem e reputação perante todos.

Mas, se agir com consciência moral é tão positivo, por que ainda há tantas pessoas que não seguem esses valores?

Uma publicação da ISAE/FGV coloca três pontos de reflexão sobre o tema: uma primeira causa pode ser a qualidade do seu aprendizado. A segunda causa pode ser a imaturidade do raciocínio moral, que pode reduzir valores éticos a comportamentos visando simples obediência para evitar punições ou para a satisfação de interesses pessoais. Um terceiro motivo é o desconhecimento dos outros, determinado por baixo grau de empatia e, por último o desconhecimento de si, alimentado por autoimagem irreal e autoestima exageradamente alta ou baixa.

No Brasil, a corrupção é o principal exemplo da falta de ética e transparência nos processos. Neste caso, há inúmeras consequências para a construção da sociedade e a principal delas é a destruição da meritocracia. Para evitar tal efeito, além da justiça, é preciso exigir punição, dentro dos padrões previstos na Constituição.

A educação tem um papel determinante neste contexto, visto que é de sua responsabilidade o processo pedagógico de informar comportamentos éticos e morais para futuros cidadãos. Assim, como Roberto Shinyashiki afirmou: ‘’Seja ético: a vitória que vale a pena é a que aumenta sua dignidade e reafirma valores profundos”.

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