Tópicos | 1º turno

A Câmara dos Deputados concluiu, nessa quarta-feira (17), o primeiro turno da votação da PEC da reforma política. A expectativa do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é que a análise em segundo turno será realizada no início de julho. Só depois disso, a matéria retornará ao Senado.

Confira os principais pontos da proposta de emenda à Constituição:

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Sistema Eleitoral
Os deputados mantiveram o sistema proporcional, que leva em consideração não apenas o número de votos, mas também a representação dos partidos entre os mais votados.

Financiamento de campanha
As regras sofreram uma pequena alteração. O financiamento misto – público e privado – permanece, mas as empresas ficam proibidas de doar para candidatos, mas apenas para os partidos. Pessoas físicas podem doar tanto para legenda como direcionar especificamente para um candidato. Nos dois casos, haverá limites para as doações. A distribuição de recursos do Fundo Partidário ficou mantinda.

Reeleição
Uma das novidades na PEC é o fim da reeleição para cargos do Executivo – prefeitos, governadores e presidente da República. No entanto, os candidatos eleitos no ano passado e nas eleições de 2016 ainda poderão se reeleger.

Tempo de mandato
Todos os cargos eletivos passam a durar cinco anos. O período de transição é diferente de acordo com o cargo. A regra vai valer a partir de 2020 para eleições municipais e a partir de 2022 para eleições gerais. No caso dos senadores, que atualmente têm mandatos de oito anos, passam à nova regra em 2027. Neste caso, os eleitos em 2018 terão nove anos de mandato.

Coincidência das eleições
As eleições gerais e municipais continuam sendo realizadas em períodos diferentes. No entanto, haverá mudanças no calendário eleitoral, já que os mandatos passarão a ter cinco anos.

Voto obrigatório
A regra foi mantida pelos deputados, ou seja, o voto continua sendo obrigatório para pessoas com mais de 18 anos.

Coligações Partidárias
Esse tópico também foi mantido pela Câmara e, por isso, os partidos poderão continuar se unindo em coligações diferentes.

Cláusula de desempenho
Os deputados decidiram limitar o uso de recursos do fundo partidário e do tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão aos partidos que tiverem um candidato próprio na disputa eleitoral pela Câmara e que tenham eleito pelo menos um parlamentar.

Idade mínima
A Câmara também aprovou a proposta que reduz de 21 para 18 anos a idade mínima para a eleição de deputados federais, estaduais e distritais. Também foi aprovada a redução para 29 anos para a eleição de governador, vice-governador e senador. Atualmente, a Constituição Federal determina que para ser governador e vice-governador de Estado e do Distrito Federal é preciso ter 30 anos e, para se eleger senador é preciso ter 35 anos.

Posse
Houve alteração da data de posse dos Executivos federal e estaduais. Pelo texto, o presidente da República tomará posse no dia 5 de janeiro do ano seguinte à eleição. No caso de governadores, a posse ocorrerá no dia 4 de janeiro, também do ano seguinte ao pleito.

Policiais e bombeiros
A emenda permite ao policial ou bombeiro militar retornar a suas funções se não reeleito para mandato eletivo. O texto também prevê a contagem de tempo do mandato para todos os efeitos legais, menos para promoção por merecimento. Atualmente, a Constituição determina que o militar com menos de dez anos de serviço se afaste da atividade para se candidatar. Aqueles com mais de dez anos, se eleitos, passam automaticamente para a reserva.

Voto impresso
A emenda determina que a urna imprima o voto do eleitor, para que ele possa conferir antes da conclusão da votação. O objetivo é aumentar a segurança e permitir auditorias nas urnas eletrônicas. No entanto, os eleitores não poderão levar o voto impresso, mas o relatório será depositado automaticamente em local lacrado. A iniciativa também permitirá a recontagem dos votos, se for necessária.

Fidelidade partidária
O texto aprovado determina a perda do mandato daquele que se desligar do partido pelo qual foi eleito. A exceção será para os casos de “grave discriminação pessoal, mudança substancial ou desvio reiterado do programa praticado pela legenda”. Também não perderá o mandato no caso de criação, fusão ou incorporação do partido político, nos termos definidos em lei. No entanto, os deputados também aprovaram uma emenda que cria uma janela de 30 dias para que o político possa mudar de partido sem perda do mandato. Mas, neste caso, a desfiliação não prejudicará o partido que perdeu o filiado quanto à distribuição de recursos do Fundo Partidário e ao acesso gratuito ao tempo de rádio e televisão.

Quarentena no TSE
Outra novidade incluída pela emenda prevê que as resoluções e os demais atos normativos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) somente terão efeito após 18 meses da data de sua vigência.

Iniciativa popular
A apresentação de projeto de lei de iniciativa popular foi facilitada. Atualmente, esse tipo de projeto pode ser apresentado à Câmara se for subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco estados, com um mínimo de 0,3% dos eleitores de cada um deles. Esse 1% corresponde a cerca de 1,5 milhão de assinaturas. A quantidade de assinaturas caiu para 500 mil nas mesmas cinco unidades federadas. Também diminuiu a adesão em cada estado para 0,1% dos eleitores.

Mandatos das Mesas
Em razão da mudança do mandato eletivo para cinco anos, correspondente a uma legislatura, a emenda adapta a Constituição para prever que as eleições das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado ocorrerão no primeiro dia de cada metade da legislatura (cerca de 2,5 anos). Será vedada a recondução aos mesmos cargos na eleição subsequente, seja dentro da mesma legislatura ou em outra. Atualmente, a recondução é proibida apenas na eleição dentro da mesma legislatura.

Com informações da Agência Brasil e Câmara.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou neste sábado (4) que o partido vive a expectativa de vitória da presidente Dilma Rousseff no primeiro turno.

A última pesquisa Ibope/Estado/TV Globo feita antes das eleições mostra que o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, cresceu e alcançou a rival Marina Silva na disputa por uma vaga no segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff. Com 27% dos votos válidos, cinco a mais que no levantamento anterior, ele está numericamente à frente da candidata do PSB, que caiu de 28% para 24%. Persiste, porém, a situação de empate técnico, já que a margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

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"Avalio a pesquisa como algo que era de se esperar. A perda que a Marina vinha tendo era muito acelerada, muito intensa. É natural que Aécio Neves dentro desse voto anti Dilma pudesse chegar a essa posição", afirmou Humberto Costa que participou no final da tarde deste sábado, 4, da carreata do candidato ao governo de Pernambuco, Armando Monteiro (PTB), na cidade de Jaboatão dos Guararapes. "Mas acho que há uma comemoração antecipada da solução em segundo turno. As nossas pesquisas internas mostram uma diferença muito pequena para se resolver no primeiro turno", acrescentou.

Segundo ele, pesquisas internas do PT mostram que Dilma precisa de menos de 1% dos votos válidos para a disputa presidencial não ir para o segundo turno. "Acho que dá sim para ganhar no primeiro turno. Até o dia de amanhã no final da tarde nós vamos poder ter essa informação", afirmou o petista.

Ao longo da campanha presidencial os petistas sempre avaliaram o PSDB como melhor candidato para ser batido num segundo turno em razão das últimas vitórias impostas. Embora viva a expectativa de vitória no primeiro turno, Humberto Costa observou que nas últimas semanas Marina passou a ser considerada a adversária mais fácil a ser batida.

"Se fosse a Marina, que está muito fragilizada e veio num processo de descenso, seria melhor. Com Aécio ascendendo é menos fácil do que seria antes. Embora não vamos escolher adversários. Mas vamos ganhar porque o nosso é um projeto que tem sucesso contra outro projeto que afundou o Brasil", ressaltou.

Também participam da carreata de Armando Monteiro o candidato ao Senado, João Paulo (PT) e o candidato à vice-governador Paulo Rubem Santiago (PDT).

Depois das eleições municipais do último domingo (7), alguns quadros partidários continuam na sua estabilidade padrão. O PT, PSDB, PMDB, DEM e PSB, que se declaravam de centro, direita e esquerda, vivem uma balança que pesa seus interesses versus o anseio popular. Enquanto algumas siglas ampliam o território de atuação nas cidades - base da política nacional -, outros perdem o seu capital político. Isso é um reflexo da eleição municipal e, com uma nova conjuntura montada, algumas legendas caminham para desfazer alianças e fortalecer novas lideranças.      

O resultado desse primeiro turno é bem favorável à base da presidenta Dilma Rousseff (PT), pois os números indicam uma vitória dos partidos aliados. Mas PT, em si, perdeu a chance de consolidar novos redutos por beneficiar sua política de alianças nacionais. Em todo o Brasil a sigla ganhou em 624 cidades, ficando com 11,38% das prefeituras de todo o Brasil. Segundo o cientista político Túlio Velho Barreto, o PT teve um desempenho considerado "razoável".

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Apesar da derrota no Recife para um partido aliado (o PSB), o PT está disputando o segundo turno na capital paulista, maior colégio eleitoral do Brasil, contra o adversário histórico que é o PSDB. “Essa derrota pode ser compensada com a vitória em São Paulo. O julgamento do mensalão no período eleitoral e a vontade de mudança atrapalharam o desempenho do partido aqui no Recife, mas no geral, ele acumula uma situação satisfatória”, comentou Túlio Velho Barreto.

Quem continua com o maior quadro de prefeito é o PMDB, que ignorou as alianças nacionais com o PT e se alinhou com a legenda que mais lhe interessava no momento. O partido conquistou 1.017 municípios, o que representa 18,55% de todas as prefeituras. “Historicamente, é o partido que mais elege prefeitos e controla a maior quantidade de prefeituras. Suas lideranças são divididas e fracionadas. Por priorizarem interesses locais, o seu desempenho foi desigual, pois em Pernambuco só conseguiu eleger Júlio Lessa, em Petrolina”, declarou o cientista político. 

O PSDB continua sendo o segundo partido que detém o maior número de cidades, com 693 prefeituras. “Controla os municípios com maior densidade eleitoral e mantem a sua estabilidade. O partido não cresceu nem perdeu, sua atuação política é igual ao do PMDB, com pragmatismo eleitoral. Não seguindo as alianças históricas, flerta com a base do governo da presidenta Dilma”, afirma Túlio.

Desde sua fundação, o PSB sempre estive ao lado dos petistas e tem construído alianças com partidos de direita, centro e esquerda, não fugindo ao padrão do pragmatismo político. O que mais chama a atenção é a forma contínua de crescimento da legenda, que a partir de 2013 administrará 435 prefeituras.

O PSB ampliou seu espaço de comandos em importantes cidades como Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, além da vitória no Recife, capital pernambucana. “Os socialistas estão na base de apoio de Dilma e tem um bom trânsito no PT, ao mesmo tempo que se relacionam com o PSDB e o PMDB. o governador de Pernambuco e presidente nacional da sigla, Eduardo Campos, desponta no cenário nacional e não vai ficar da arquibancada assistindo o jogo. Para 2014, tudo vai depender da crise econômica e da popularidade da presidenta Dilma”, reforçou Túlio.

Já o antigo PFL e atual Democratas conseguiu eleger 275 prefeitos, mas vive seu "inferno astral" e passa por uma crise de identidade política, principalmente depois da eleição de Lula para presidente. “Os democratas, que representavam o pensamento liberal, perderam sua marca com o surgimento de novos partidos. Foi abandonado por algumas lideranças. A troca do PFL para DEM não consolidou, faltou um discurso que conquistasse o eleitorado e o partido vive, hoje, uma crise enorme”, opinou o cientista.

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