O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta quarta-feira que a Turquia não identificou a aeronave derrubada na terça-feira como um jato russo e que seu país não iria partir para uma escalada nas tensões. Ao mesmo tempo, Erdogan advertiu para que não se viole mais a fronteira turca com a Síria.
Erdogan disse que dois jatos de nacionalidade não identificada violaram o espaço aéreo turco na manhã de terça-feira. Um deles deixou o território turco e o outro continuou a violar a área, mesmo após dez advertências lançadas em um intervalo de cinco minutos. As autoridades turcas só souberam que era um avião russo após as declarações da Rússia, segundo a autoridade.
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"Nós temos mostrado um grande esforço há tempos para evitar esse tipo de acidente, falando com todos os países relevantes", disse o presidente. "A razão para que um incidente como esse não tenha ocorrido até ontem é porque a Turquia levou ao máximo sua paciência para manter uma postura calma."
Erdogan acrescentou que a Turquia não tolerará ataques à soberania, mas que Ancara não tinha a intenção de dar combustível para as tensões. "Ninguém deve esperar que sigamos silenciosos e sem respostas a constantes violações de nossa segurança fronteiriça", argumentou.
O presidente também criticou países pelo apoio ao presidente sírio, Bashar al-Assad, sem nomear os principais partidários do regime sírio: a Rússia e o Irã. Erdogan disse que, seja quem for, os que apoiam o regime de terrorismo estatal de Damasco são culpados da mesma opressão.
As operações militares no noroeste da Síria também não têm nada a ver com a luta com o Estado Islâmico, disse Erdogan. Jatos turcos derrubaram um avião russo naquela região, após vários alertas ao longo da última semana em relação aos ataques aéreos da Rússia contra militantes turcomanos que enfrentam o regime de Assad.
Erdogan disse ainda que a campanha aérea russa na Síria está gerando um novo influxo de refugiados, segundo ele, que se comprometeu a tomar "todas as medidas de precaução" para evitar uma nova onda de imigrantes. Fonte: Dow Jones Newswires.