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Depois de muitos anos de promessa, a expectativa de um cenário prolongado de juros baixos deve fazer de 2020 um ano recorde para o mercado de ações brasileiro. Entre aberturas de capital e novas emissões de empresas já listadas na Bolsa paulista, a B3, o total movimentado pode chegar a R$ 200 bilhões, segundo bancos de investimento.

Esse resultado deve ser engrossado por empresas médias, muitas fora do eixo Rio-São Paulo, que buscam na Bolsa - no Brasil e no exterior - recursos para expandir seus projetos. O Estado apurou que marcas conhecidas e empresas regionais estão buscando assessoria financeira ou até já protocolaram pedido para o IPO (sigla em inglês para oferta inicial de ações). São os casos da rede de pet shops Petz ou do grupo varejista Mateus.

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O apetite por negócios de menor porte está grande. Neste ano, já estrearam na B3 as construtoras Moura Dubeux e Mitre, a Locaweb (de hospedagem de sites) e a Priner, negócio de manutenção industrial que foi sucesso entre pessoas físicas e marcou o retorno dos "mini" IPOs no Brasil.

"As empresas de médio porte fizeram a lição de casa, com maior profissionalização da gestão e de governança, seja para atrair fundos de private equity (que compram participações em empresas), de venture capital (que investem em empresas nascentes) ou para abrir o capital", diz Márcio Domingues, diretor comercial de médias empresas do Itaú BBA.

As estimativas são de que os IPOs e as novas emissões de ações superem 100, batendo a marca de 74 operações de 2007. Àquela época, grande parte das empresas que foi à Bolsa era de maior porte, diferente do perfil atual.

Uma parcela ainda grande do PIB brasileiro está fora do mercado financeiro, diz Pedro Mesquita, líder da área de banco de investimento da XP, o que abre oportunidades. "Nesse sentido, é necessário fazer um 'garimpo' de negócios fora do eixo Rio-São Paulo que tenham boas histórias de crescimento."

Para quem quer em investir em ações de empresas médias, contudo, é preciso cautela. "Uma forma de buscar a renda variável é por meio dos fundos de previdência. Como se trata de aplicação de longo prazo, o cliente pode ampliar a presença das ações na composição do plano. Não é só comprando uma ação específica que se entra na renda variável", diz Jurandir Macedo, doutor em finanças comportamentais e consultor da Genial Investimentos.

CONFIRA ABAIXO UMA LISTA DE DEZ EMPRESAS QUE DEVEM ABRIR CAPITAL ESTE ANO:

BV - "Banco dos carros" supera crise e chega à B3

Fundado pela família Ermírio de Moraes, do Grupo Votorantim, o BV (ex-Banco Votorantim) tem o Banco do Brasil como sócio desde 2009. Nos últimos três anos, o BV, conhecido pelo financiamento de automóveis, passou por reestruturação, ficou mais digital e fez parcerias com startups - como Dr. Consulta e Guia Bolso - e fintechs, como Banco Neon. O BV já fez o pedido de abertura de capital e planeja levantar cerca de R$ 5 bilhões. A maior parte do dinheiro deverá ir para os acionistas. O BV não comentou.

PETZ - Aposta nos pets como membros da família

A varejista focada em produtos para animais de estimação surgiu da vontade do fundador Sérgio Zimerman de voltar a empreender após a falência de um negócio de distribuição de bebidas. Com um ponto em mãos - um prédio de 3 mil m² na Marginal Tietê -, ele chegou a procurar a Cobasi para propor a abertura de uma loja da rede, sem sucesso. A Petz encerrou 2019 com 105 lojas e receita de quase R$ 1,2 bilhão. A rede, que entrou com pedido de registro de abertura de capital na semana passada, não comentou o tema.

GRUPO MATEUS - Do garimpo a uma das maiores do varejo do Brasil

A história do Grupo Mateus, uma das maiores varejistas do País, começa nos anos 1980, na cidade de Balsas (MA). Ex-garimpeiro de Serra Pelada, Ilson Mateus montou uma pequena mercearia na cidade que crescia com o agronegócio. Para abastecer a loja, ele rodava 400 quilômetros com sua caminhonete até Imperatriz. Hoje, com receita estimada em cerca de R$ 10 bilhões, a rede tem oito marcas e quer se consolidar no Nordeste e Norte do País. O fundador contratou assessores financeiros para ir à Bolsa. O grupo não deu entrevista.

TRACK & FIELD - Ação entre amigos vira fenômeno esportivo

A rede com 230 lojas, boa parte franquias, começou no fim dos anos 1980, quando três amigos decidiram investir em uma loja de surfwear. Ao perceber que se tratava de segmento limitado, resolveram expandir para outros esportes. A estreia foi em 1990, no Shopping Jardim Sul, na capital paulista. Para abrir a loja no Iguatemi, um dos fundadores vendeu uma Parati. Agora, segundo fontes, vai buscar a abertura de capital visando triplicar de tamanho. Procurada, a Track & Field não comentou.

UNIASSELVI - Grupo de ensino a distância busca estreia nos EUA

Fundada em 1999 em Indaial (SC), a Associação Educacional Leonardo da Vinci (Asselvi) foi se consolidando com outros grupos privados da região do Vale do Itajaí, tornando-se, cinco anos depois, o grupo Uniasselvi. Uma das maiores companhias de ensino a distância (EAD), tem mais de 100 cursos de graduação e pós-graduação e cerca de 250 mil alunos. Controlado pelas gestoras Vinci e Carlyle, o grupo, que fatura cerca de R$ 500 milhões, quer abrir capital nos EUA. A companhia não comentou.

MADERO - Hambúrguer brasileiro quer conquistar NY

Com o fundo de private equity americano Carlyle e o apresentador Luciano Huck como sócios, a rede de hamburguerias Madero já contratou bancos e está pronta para a abertura de capital. Ao contrário da maioria das empresas de médio porte do País, está arregaçando as mangas para chegar à Bolsa dos EUA, e não à brasileira. A expectativa do mercado é que a rede seja avaliada em US$ 2 bilhões (mais de R$ 8 bilhões) e capte cerca de US$ 500 bilhões (R$ 2 bilhões) na Bolsa gringa. O Madero não comentou.

GRUPO SOMA - Dona da Farm e da Animale aposta no luxo

Com mais de 200 lojas, o Grupo Soma tem entre suas marcas Farm, Animale, Cris Barros, A. Brand e Foxton. Em 2018, o conglomerado de varejo, focado sobretudo na moda feminina de alto padrão, teve faturamento bruto de R$ 1,46 bilhão, expansão de 12% sobre o ano anterior. Em preparação para o IPO, a companhia acabou de engordar sua operação ao colocar a marca Maria Filó para dentro de casa. Além disso, já começou a internacionalização da Farm. Procurado, o grupo não comentou.

ALMEIDA JUNIOR - Ambição de expandir no Sul do País

O grupo foi criado em 1980 para atuar no ramo imobiliário em Blumenau (SC). Mas foi a partir dos anos 1990 que o empresário Jaimes Almeida Junior, hoje com 62 anos, decidiu investir em shopping centers e o negócio despontou. A companhia, que inaugurou o primeiro shopping em 1993, tem hoje seis unidades em Santa Catarina. Com faturamento de R$ 180,5 milhões em 2019, a empresa fez registro de pedido de abertura de capital na semana passada e quer se consolidar como uma gigante do Sul. O grupo não comentou o tema.

PACAEMBU CONSTRUTORA - Crescimento vertical em bairros planejados

Fundada há 26 anos, a Pacaembu Construtora tem uma proposta diferente de outras incorporadoras. A empresa, criada pelos irmãos Eduardo e Wilson Almeida Júnior, é especializada em construir bairros planejados no interior de São Paulo. Com receita de R$ 900 milhões, segundo fontes de mercado, a construtora tem 130 empreendimentos lançados em 40 cidades. O grupo, que contratou assessores financeiros para avaliar possível abertura de capital neste ano, não comenta o assunto.

INTER CONSTRUTORA - Aposta grande para o Minha Casa Minha Vida

Especializada em empreendimentos do programa federal Minha Casa Minha Vida, a empresa fundada em 2008 ficou conhecida nos últimos anos pelo tamanho dos empreendimentos - a companhia iniciou a atuação com unidades de algumas centenas de moradias e agora já entrega condomínios com mais de mil unidades em Minas Gerais e no interior de São Paulo. A empresa, que fez o pedido de listagem em 2017, se prepara para abrir capital este ano, dizem fontes. A Inter não comenta.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As companhias brasileiras estão aquecendo as turbinas para abrir capital no ano que vem, na esteira da expectativa de retomada da economia e de aprovação de reformas estruturais. Muitas empresas já se estruturam para lançar suas ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês), movimento que deve ganhar tração já a partir de fevereiro. O cálculo é de que ao menos 30 companhias têm potencial para estrear na B3 em 2019.

Logo para o início do ano é esperada, por exemplo, a oferta da empresa de tecnologia Tivit, que tinha programado sua oferta previamente para dezembro, mas optou em postergá-la em algumas semanas. Neoenergia e Smartfit também preparam suas emissões, que são amplamente aguardadas pelos investidores. Ainda estão previstas Quero-Quero e Austral.

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Nessa lista estão outras empresas que já tentaram fazer oferta, sem sucesso, e devem retomar as tentativas no ano que vem, como Agibank, Ri Happy e Banrisul Cartões, por exemplo. Outra forte candidata é a Rede D'Or, segundo fontes de mercado.

O diretor de mercado de capitais e sócio do Banco BTG Pactual, Fabio Nazari, espera que o momento positivo em relação ao Brasil fique mais evidente quando as reformas estruturais no País forem endereçadas, mas que o otimismo dependerá de um ambiente externo benigno, que não prejudique os fluxos em direção aos países emergentes.

"A recomendação para as empresas é de estarem preparadas e prontas para a emissão. Com as premissas mantidas, o potencial é de que 2019 seja um ano melhor do que 2017", afirma o executivo.

As expectativas para 2019 são, assim, bastante positivas e a projeção é de um ano bastante movimentado para os bancos de investimento.

"Deveremos ter um bom volume de atividade para o ano que vem", afirma o responsável pelo banco de investimento do Morgan Stanley no Brasil, Alessandro Zema. A tônica de muitas operações que chegam à mesa são iniciativas em busca de capital para crescimento. "O mercado de capitais terá um papel de financiamento importante."

Além das empresas em busca de recursos para investimentos, por exemplo, o mercado de capitais também será palco de ofertas de empresas no âmbito de processos de privatizações, que vêm sendo prometidas pelo governo eleito de Jair Bolsonaro (PSL), e de operações secundárias de empresas com participações detidas por fundos de pensão, caso do IPO de Neoenergia, que pode se desenrolar já no início de 2019. Também é esperada uma oferta subsequente da Vale.

Cautela

Ainda que os preparativos para emissões estejam ocorrendo, destaca o sócio da área de mercado de capitais do escritório Mattos Filho, Jean Marcel Arakawa, as empresas aguardam mais clareza sobre os primeiros passos da equipe econômica do novo governo para baterem o martelo e prepararem a documentação a ser entregue para o regulador, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "Há uma série de empresas olhando e que pode vir a mercado, mas que quer acompanhar os primeiros meses do novo governo", diz o especialista.

O responsável pelo banco de investimento do Goldman Sachs no Brasil, Antonio Pereira, afirma que há companhias privadas "muito boas e fortes candidatas para abrirem capital", mas que elas não têm nas costas pressão para captar neste momento - e podem aguardar. "A retomada das ofertas deve ser gradual, mas, quando o mercado estiver em velocidade de cruzeiro, deveremos ter no Brasil ao menos 20 IPOs por ano."

Apesar do bom presságio para o ano e da extensa lista de empresas se preparando para abrir capital, o cenário doméstico pode ser afetado pelo ambiente externo.

Segundo o chefe do banco de investimento do Bank of America Merrill Lynch, Hans Lin, a cautela em relação ao crescimento global, preocupações em torno dos embates entre China e Estados Unidos e, ainda, a questão dos juros no país norte-americano, podem afetar o otimismo e, consequentemente, o ritmo do lançamento das ofertas.

A estimativa de Lin é de um volume em ofertas de ações entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A PagSeguro, empresa de meios de pagamentos do Uol, colocou o preço indicativo da ação em sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) entre US$ 17,50 e US$ 20,5. A operação será feita na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse).

Serão 92,1 milhões de ações na oferta primária e outras 48,81 milhões de ações que pertencem hoje ao Uol. Com isso, entre US$ 1,6 bilhão e US$ 1,8 bilhão irão para o caixa da empresa após a emissão, segundo documento protocolado na Securities and Exchange Comission (SEC), órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dos Estados Unidos.

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Do dinheiro obtido com a oferta primária a companhia destaca que deverá ser utilizado em "aquisições seletivas de negócios", tecnologias ou produtos complementares. A PagSeguro destaca que poderá ainda usar parte dos recursos para financiar seu capital de giro ou para outro uso corporativo.A empresa teve lucro líquido de R$ 290 milhões nos primeiros nove meses de 2017.

Exterior. A PagSeguro é a quarta companhia brasileira em menos de um ano a escolher abrir seu capital na bolsa americana. Em 2017, a Netshoes, também de tecnologia, optou em realizar sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) fora do País. Além dela, a Nexa Resources, ex-Votorantim Metais, escolheu a bolsa de Toronto, no Canadá, além da americana, para sua oferta. A Azul acessou Nova York, mas nesse caso sua listagem não ocorreu só lá fora, mas também na bolsa brasileira. A Nyse conta hoje com a presença de 30 empresas brasileiras listadas.

Também em 2017, Loma Negra, da Camargo Correa, fez seu IPO na Bolsa da Argentina e de Nova York. Nesse caso, contudo, apesar de se tratar de um ativo pertencente a uma companhia brasileira, a empresa tem sede fora do Brasil, por isso, ficou de fora da conta.

"Na medida em que o mercado se abre, parte das empresas de tecnologia com interesse em se listar vão colocar em discussão entre abrir aqui ou fora, mas serão alguns casos específicos", afirma o sócio da área de mercado de capitais do escritório Mattos Filho, Jean Marcel Arakawa.

A explicação pelo interesse das empresas de tecnologia em abrir capital em Nova York deve-se ao fato de fundos de investimento destinados ao setor de tecnologia não terem mandato para analisarem uma oferta de ações no Brasil, por exemplo. Além disso, por lá há empresas comparáveis e um mercado mais acostumado a investir nesse segmento, ao contrário do que ainda ocorre no mercado brasileiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A empresa finlandesa Rovio, que ficou conhecida pela produção do jogo Angry Birds, anunciou que está preparando a sua abertura de capital e a entrada na Bolsa de Valores de Helsinque.

A Rovio explicou, em um comunicado, que, para entrar na Bolsa, a empresa precisará vender uma parte de suas ações detidas pelos principais acionistas e emitir novos títulos no valor de cerca de 30 milhões de euros.

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Conforme foi indicado pela Rovio, o seu principal objetivo com esta operação é ampliar a base acionária e aumentar o reconhecimento da marca para executar sua estratégia de crescimento.

Após anos de queda de ganhos e cortes de empregos, as receitas da Rovio voltaram a subir depois do lançamento do filme "Angry Birds 3D".

Paris, 21 (AE) - A Saudi Aramco, maior empresa de energia do mundo, está considerando abrir até 5% do seu capital em ações a serem negociadas na bolsa de Nova York ao longo de 2017, disse nesta quinta-feira uma importante autoridade do setor de petróleo.

Ao listar uma pequena fração do capital social da companhia na bolsa de valores, a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) criaria uma das mais valiosas empresas de energia do mundo.

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As estimativas quanto ao valor da Saudi Aramco variam, mas com base em um número conservador de cerca de US$ 2,5 trilhões, a possível listagem de 5% do capital em ações resultaria em um valor potencial de US$ 125 bilhões - maior que o da British Petroleum e da francesa Total.

Os sauditas consideram abrir o capital da companhia num momento em que a Arábia Saudita se esforça para gerar receita em meio à queda acentuada do preço do petróleo e à transição para um mundo menos dependente da commodity. O vice-príncipe Mohammed Bin Salman supervisiona o "Plano de Transformação Nacional", destinado a promover o crescimento do setor privado e a reduzir a dependência do governo da receita obtida com as exportações de petróleo.

De acordo com Ibrahim Muhanna, principal conselheiro do Ministério de Petróleo da Arábia Saudita, Nova York surgiu como o principal mercado para os papéis da Aramco, mas Londres e Hong Kong também são opções consideradas. Ele disse que o país não listaria as ações da companhia na bolsa árabe, Tadawul, por ser muito pequena.

"O mercado saudita não pode comportar uma empresa como essa", afirmou Muhanna em conferência em Paris. Ele não divulgou quais companhias estavam trabalhando na abertura de capital da Aramco, mas disse que o preço inicial das ações ainda estava sendo avaliado e que a decisão poderia levar mais um ano. A precificação "tem que ser decidida pelos mercados internacionais", ressaltou. "Tem que ser competitivo".

Uma questão em aberto é se a listagem de ações incluirá o segmento da Aramco que corresponde a vastas reservas de petróleo bruto. A empresa administra apenas os estoques de 260 bilhões de barris da Arábia Saudita, que possui a maior reserva da commodity no mundo.

O presidente da Saudi Aramco, Khalid AL-Falih, enviou sinais conflitantes sobre o assunto. Muhanna também não comentou se as reservas serão incluídas na operação. Alguns especialistas sauditas afirmam que o país não listaria os ativos de sua produção em nenhuma bolsa de valores. A Aramco é, essencialmente, um instrumento de política do Estado, e o tamanho das reservas é tido como segredo de Estado.

A companhia produz mais de 10% da oferta mundial de petróleo todos os dias e controla uma grande cadeia de refinarias e instalações petroquímicas para complementar suas operações de exploração e produção. Fonte: Dow Jones Newswires.

O movimento de abertura de capital deverá se concentrar nos primeiros quatro meses de 2014, de acordo com bancos, advogados e analistas de mercado ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. A carregada agenda de eventos para este ano, que inclui a Copa do Mundo e as eleições, poderá afastar os investidores da bolsa, sobretudo no terceiro trimestre.

A percepção dos agentes de mercado é de que os primeiros meses do ano devem concentrar um maior número de operações, principalmente por meio de oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) que ficaram represados em 2013.

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"A tendência é de que as ofertas fiquem para o início do ano. É uma estratégia para fugir da volatilidade. A recomendação é não esperar o terceiro trimestre", disse Bernardo Rothe, gerente executivo da diretoria de mercado de capitais e investimentos do Banco do Brasil.

Votorantim Cimentos e a companhia aérea Azul são algumas das empresas que suspenderam emissões em 2013, mas poderão retomá-las neste ano. Segundo fontes do mercado que preferem não ser identificadas, as duas empresas ainda avaliam se é oportuno lançar ações na atual conjuntura e não bateram o martelo.

As apostas do mercado são de que pelo menos outras duas empresas também poderão acessar a bolsa em 2014 - a locadora de carros Unidas e a companhia de tecnologia Quality Software.

Para Jean Marcel Arakawa, especialista em mercado de capitais do escritório Mattos Filho, o cenário para este ano é de cautela. Segundo ele, 2014 será um ano atípico porque o mercado já trabalha com uma expectativa de desaceleração da atividade econômica. "A percepção do investidor é de fim de lua de mel com o Brasil", diz Arakawa.

O advogado confirma que há uma fila de IPOs engatilhados. "Há empresas aptas a abrir capital, que têm gestão, histórico e bom desempenho."

Na avaliação do mercado, a alternativa para companhias sólidas, que queiram captar no mercado acionário, é utilizar a janela do início do ano para driblar a volatilidade e conseguir preços melhores por seus papéis.

O advogado José Luis Leite Doles, do escritório Barcellos Tucunduva, engrossa o coro. Ele acredita na concentração dos IPOs na primeira metade do ano e prevê um segundo semestre inóspito para acesso ao mercado de capitais.

Para aproveitar a primeira janela do primeiro trimestre, as empresas deverão utilizar os dados do terceiro trimestre de 2013. Para aquelas que tentarem acessar o mercado em abril, os dados referentes ao acumulado do ano já poderão ser utilizados no prospecto elaborado para a emissão.

O presidente do Credit Suisse, José Olympio Pereira, destaca que há uma fila de ofertas (iniciais e subsequentes), que pode manter o volume financeiro movimentado em 2013, que chegou a R$ 23,25 bilhões.

"As operações previstas justificariam manter ou até expandir esse volume, mas não sabemos se elas realmente irão acontecer", disse Olympio. Embora considere que Copa e eleições no Brasil em 2014 possam interferir no apetite do mercado, o presidente do Credit Suisse não descarta que uma janela de oportunidade possa se abrir no terceiro trimestre.

Segundo Olympio, em 2006, ano eleitoral, no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi reeleito, o mercado se mostrou aquecido para ofertas, ao contrário, por exemplo, de 2002, quando Lula disputou a eleição com José Serra (PSDB). "Há muitas variáveis que precisam ser consideradas", diz ele.

O clima para emissões em 2014 pode ser considerado morno por causa da conjuntura de crescimento menor, avalia o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto. "A expectativa é moderada quanto ao volume de IPOs. Mas se 2014 repetir o desempenho de 2013, estamos satisfeitos", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A desoneração de PIS e Cofins sobre produtos petroquímicos, em vigor desde o mês passado, pode dar novos rumos à Unigel. Segunda maior petroquímica do Brasil, atrás apenas da gigante Braskem, a companhia continua com dívidas elevadas e mantém a intenção de vender ativos, mas a redução de impostos deixou sua situação menos dramática.

A medida federal deve ajudar o grupo comandado pela família Slezynger a equilibrar as contas e retomar o plano de abrir o capital. "A indústria petroquímica é um ramo de margens baixas e a matéria-prima representa aproximadamente dois terços do preço de venda. Com uma redução de 8,25% nos custos, resolvemos nossos problemas mais prementes", afirmou o presidente da Unigel, Henri Slezynger, ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

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O ganho de 8,25% citado por ele é resultado da redução de 9,25% para 1% na alíquota de PIS/Cofins de produtos como eteno e propeno. Esses insumos são utilizados na produção de acrílicos, estirênicos e embalagens plásticas, mercados nos quais a Unigel tem posição de destaque.

A redução da alíquota de PIS/Cofins sobre a compra de produtos petroquímicos trará um ganho anual de R$ 100 milhões à Unigel. O número, embora discreto quando comparado à redução de custos potencial da gigante Braskem, estimada em R$ 900 milhões anuais, é expressivo para a Unigel. Afinal, equivale a quase 4% do faturamento de R$ 2,6 bilhões da companhia em 2012 ou 3,3% da receita estimada de R$ 3 bilhões para este ano.

Slezynger não esconde que a Unigel enfrentou um momento delicado principalmente no final do ano passado. A alavancagem da Unigel, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, bateu o patamar de seis vezes. O alto endividamento dificultou o acesso a crédito e deu origem a rumores de que a companhia estaria à venda, alternativa descartada por Slezynger. Já a venda de ativos específicos, porém, foi estudada e continua sendo prioritária.

Após engavetar o plano de realizar um IPO diante da crise na economia mundial e da desconfiança do mercado em relação a seu futuro, a companhia volta a analisar a opção de abrir o capital. "Acredito que, com três trimestres de resultados operacionais bons, ganhamos credibilidade no mercado", diz o vice-presidente da Unigel, Marc Slezynger, filho de Henri. "E nossa capitalização favorita seria o IPO", complementa o executivo. Inicialmente, a Unigel planejava abrir o capital em 2010.

No cenário ideal traçado por Marc, a abertura de capital da Unigel seria retomada em meados de 2014, quando a relação entre dívida líquida e Ebitda se encaminharia para um patamar de três vezes. Segundo ele, esse cronograma era impensável antes da desoneração anunciada pelo governo federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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