Tópicos | Abertura de empresas

O Senado aprovou, na noite dessa quarta-feira (21), a Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica. Os senadores, no entanto, retiraram do texto três artigos que envolviam alterações nas regras sobre o trabalho aos domingos. Com essas alterações, a MP vira lei e segue para sanção presidencial. A MP havia sido apresentada pelo governo para diminuir a burocracia e facilitar a abertura de empresas, principalmente de micro e pequeno porte. O texto segue para sanção presidencial.

A expectativa do governo é que 3,7 milhões de empregos sejam gerados em 10 anos como consequência da nova lei. O entendimento é que a facilitação para a abertura e fechamento de empresas e a dispensa de alvará para estabelecimentos de baixo risco oxigenará a economia e gerará empregos mais rapidamente, em comparação ao modelo atual.

##RECOMENDA##

As discussões em plenário levaram mais de duas horas. O principal motivo foi a queixa de vários senadores, principalmente de oposição, da inclusão de emendas estranhas à MP original quando ela passou pela Câmara, os chamados “jabutis”.

Os jabutis que travaram a votação diziam respeito a alterações que flexibilizavam as regras trabalhistas. Após acordo com o líder do governo, Fernando Bezerra (MDB-PE), o senador Fabiano Contarato (REDE-ES) apresentou um requerimento de impugnação de matéria estranha. O requerimento sugeriu a retirada do texto dos três artigos que flexibilizavam o trabalho aos domingos.

Assim, foram excluídas do texto a possibilidade de folga semanal de 24 horas em outros dias da semana, que não seja o domingo, e a dispensa do pagamento em dobro por trabalho nos domingos e feriados.

Debates

A relatora do Projeto de Conversão no Senado, Soraya Thronicke (PSL-MS), disse que a aprovação da matéria trará “alforria” aos empreendedores brasileiros. Para ela, haverá melhor distribuição de renda e emprego. “O projeto busca afastar o anacronismo gerado pela máquina estatal, trazendo o governo para o século 21, prestigiando o empreendedorismo e a melhor distribuição de renda”.

Randolfe Rodrigues (Rede-AP) comparou os dispositivos que flexibilizavam o trabalho aos domingos, como se fosse um dia normal de semana para fins trabalhistas, de “revogação da Lei Áurea”, referindo-se à lei que aboliu a escravidão no Brasil. O acordo que retirou esses trechos da lei garantiu a aprovação da MP.

Dados da Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe) revelam que, de janeiro a setembro de 2015, 49.932 empresas foram abertas em Pernambuco. O balanço foi divulgado pela instituição neste sábado (24). Indo de encontro à fragilidade econômica sentida em diversos setores do país, o número do Estado é 4,4% maior que o mesmo período do ano passado.

Pernambuco tem aproximadamente 475 mil empresas ativas, das quais 183 mil são Microempreendedores Individuais. Entre as atividades empresariais mais procuradas por quem registrou um negócio em 2015 se destaca o comércio varejista de vestuário e acessórios (6.068), seguido de comércio de cosméticos (3.858), de bebidas (2.911), cabeleireiro e manicure (2.541), lanchonetes (2.533) e minimercado e mercearias (2.108). Do total de empresas abertas nos primeiros nove meses do ano, 271 foram sociedades anônimas.

##RECOMENDA##

“Os dados sinalizam que Pernambuco se mantém com um empreendedorismo forte, apesar da crise que afeta a economia do País como um todo. Contudo, não podemos esquecer que, em épocas de alta dos índices de desemprego, muitas pessoas utilizam os recursos obtidos com as indenizações para abrir um negócio”, disse a presidente da Jucepe, Terezinha Nunes. 

Apesar do aumento na abertura de empresas, também houve mais fechamentos neste ano, um total de 13.936, contra pouco mais de 10 mil em 2014. Segundo a administração da Jucepe, a crise e as facilidades para fechamento de uma empresa em até três dias contribuíram para o maior número de extinção de estabelecimentos. 

A partir da próxima segunda (22), não será mais necessário se dirigir à sede da Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe) para retirar documentos de abertura de empresa. A cópia do cliente poderá ser retirada por meio da internet e baixada através de computadores, tablets e smartphones com autenticação digital. A medida irá beneficiar mais de 10 mil pessoas por mês. 

O novo sistema, intitulado Via Única, também tem o objetivo de reduzir o uso de papel nos processos de registro comercial.  Agora, para dar entrada em um processo de abertura, alteração ou extinção de empresas, só será preciso entregar uma via dos documentos necessários e não mais quatro vias (em casos de registro de firma individual) ou três vias, em casos de demais categorias empresariais. Depois que o processo for deferido, o empresário irá obter, por meio do portal da Jucepe, a via assinada digitalmente. 

##RECOMENDA##

De acordo com o presidente do órgão, Luís Lima, será eliminada a necessidade de uso de etiquetas adesivas que, atualmente, são coladas manualmente para autenticar os documentos. Agora, a via do cliente terá um quadro de informações com assinaturas digitais de quem deferiu o processo, além do código de autenticação que permite que qualquer pessoa valide o documento por meio do site do órgão. 

* Com informações da assessoria

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando