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A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) lançará, na próxima terça-feira (26), um aplicativo que permitirá ao consumidor consultar, em tempo real, a qualidade e pureza dos cafés certificados nas prateleiras dos supermercados. O app "De Olho no Café" estará disponível gratuitamente na Google Play e App Store.

Segundo a Abic, a utilização do aplicativo é intuitiva e simples. Após instalar a ferramenta no celular, basta o consumidor captar o código de barras presente no produto com a câmera do celular e receber logo em seguida as informações sobre aquele tipo de café.

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O resultado mostra ao consumidor uma mensagem informando se o produto é certificado ou não pela entidade. Mas, além disso, o usuário também poderá avaliar o produto em uma escala de até cinco estrelas, com comentários e opiniões sobre ele. Segundo a Abic, esses dados serão compilados e enviados às empresas associadas.

Por meio do aplicativo, o consumidor poderá também informar sobre produtos não certificados que estejam estampando o selo da Abic de forma indevida.  O Brasil, além de ser o maior produtor e exportador global de café, é o segundo maior consumidor, atrás apenas dos EUA.

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A quebra da safra de café conilon no Espírito Santo, principal produtor no País dessa variedade de café, reforçou antiga divergência entre cafeicultores e indústria sobre a necessidade de importação do produto. A variedade é usada para compor, junto com o tipo arábica, o blend (mistura) em cafés torrados e moídos e, principalmente, na bebida solúvel, no qual a participação do conilon chega a 80%.

A oferta mais enxuta neste ano, contudo, elevou os preços do robusta em cerca de 30% no mercado interno e, por esse motivo, as torrefadoras passaram a defender a compra externa para calibrar a disponibilidade e evitar prejuízos à indústria ou repasses expressivos de preços aos consumidores.

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O Brasil é o maior produtor de café do mundo e cafeicultores rejeitam a ideia de importação do produto verde, ou café não processado, alegando risco fitossanitário.

Paradigmas. "Precisamos quebrar paradigmas em relação à importação de café", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Ricardo Silveira, durante encontro das indústrias do setor, que termina hoje, no município baiano de Una. Ele salientou que eventuais compras externas se dariam em pequena escala, "nada que desorganize o mercado interno", mas ressaltou que o momento é de discussão em relação ao tema.

Na mesma linha, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Pedro Guimarães, disse ser a favor da importação, mas ponderou que o ideal é "buscar uma solução de comum acordo" com os produtores. "Estamos tentando achar um consenso."

Segundo ele, a Abics defende a importação sob regime drawback (voltado ao beneficiamento e posterior exportação) de volumes preestabelecidos, fora do período de colheita no Espírito Santo e apenas por tempo determinado. "Queremos que isso seja uma solução para momentos como este, de menor oferta", destacou o dirigente.

Situação 'terrível'. Silveira, da Abic, afirmou que a situação é "terrível" para os fabricantes de café solúvel, justamente por causa do produto final, composto quase que totalmente por conilon.

De fato, desde 2014, quando a produção no Espírito Santo atingiu 9,9 milhões de sacas de 60 quilos, o clima seco vem castigando as plantações de café e, nesse período, o Estado deixou de colher 4,6 milhões de sacas do produto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O consumo de café no Brasil registrou leve crescimento de 0,86% nos 12 meses compreendidos entre novembro de 2014 e outubro de 2015, totalizando 20,508 milhões de sacas de 60 kg. O consumo per capita em 2015 foi 4,90 kg/habitante/ano de café torrado e moído (6,12 kg de café verde em grão), o equivalente a 81 litros/habitante/ano. O levantamento é da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), com base em dados da área de Pesquisa da entidade.

De acordo com a Abic, as vendas do setor em 2015 podem ter alcançado R$ 7,4 bilhões. Em contrapartida, a diferença dos índices de variação entre matéria-prima e o produto final evidencia que a indústria chegou ao fim de 2015 com seus custos muito pressionados. "Reajustes nos combustíveis, energia elétrica, gás, câmbio e mão de obra continuarão a pressionar os custos da indústria neste início de 2016", informa em comunicado o diretor executivo da Abic, Nathan Herszkowicz.

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A Abic avalia que o cenário para agronegócio café mostra que, em virtude do efeito da seca e das altas temperaturas no Espírito Santo, que resultaram numa previsão de quebra da segunda safra seguida, as cotações mundiais e internas do grão se elevaram acentuadamente. O dólar valorizado está tornando o grão brasileiro ainda mais competitivo e ampliando as exportações, inclusive do conilon (robusta). Sendo matéria-prima importante para a indústria de café, os altos preços do conilon aumentaram o custo do blend, pressionado os preços do café industrializado para os consumidores.

O café arábica tipo 6 aumentou em media 2,7%, para R$ 503,00 a saca em dezembro passado, enquanto o café conilon variou 26,8%, para R$ 361,00 a saca, no ano. Enquanto isto, segundo pesquisas na cidade de São Paulo, de janeiro a dezembro de 2015, os preços dos cafés Tradicionais, nas prateleiras do varejo, subiram 16,1%, para R$ 16,17/kg, enquanto os cafés Gourmet aumentaram 0,3%, alcançando R$ 48,66/kg em média.

A Abic observa que o consumo de café em monodoses, seja na forma de cafés expressos, seja em sachês ou em cápsulas, está crescendo acentuadamente. Segundo a pesquisa da Euromonitor, as vendas em valor das cápsulas em 2015 alcançaram R$ 1,4 bilhão, com estimativa de que atinjam R$ 2,96 bilhões em 2019. O consumo de cápsulas continuará concentrado em casa e o alto preço fora de casa é a principal razão para a queda do consumo neste segmento. "As pessoas têm procurado diferentes variações como os cafés gourmet, existindo uma consistente evolução para atender aqueles mais atentos à diferenciação de regiões, sabores, certificações, entre outros", avalia Nathan.

2016

Para 2016, a Abic estima que o consumo de café volte a crescer moderadamente, por causa do atual cenário político-econômico, alcançando 21 milhões de sacas no ano. "A diversidade de produtos oferecidos, com maior qualidade, muitos deles certificados pelo Programa de Qualidade do Café (PQC) da Abic, e sustentáveis, têm mantido o interesse dos consumidores", avalia o presidente em exercício da entidade, Ricardo de Sousa Silveira.

O ritmo de crescimento do consumo interno leva a Abic a reforçar a sua tese de que é preciso estimular a demanda de café investindo muito mais em marketing, publicidade, diferenciação e inovação de produtos. A associação está debruçada na elaboração de iniciativas que destaquem os atributos do café e os seus benefícios para a saúde, energia e bem-estar, que serão os princípios a explorar, neste período pré-Olimpíadas e posteriores, de modo a criar uma relação estreita entre a vida saudável, com a energia e o prazer que o consumo de café propicia. "Os resultados dessas ações serão positivos para todos os setores", prevê Ricardo Silveira.

O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, disse que a indústria deve reajustar o preço do produto ainda este ano. Segundo ele, que participa da Semana Internacional do Café 2014, no Expominas, enquanto a cotação da commodity subiu 80% em 2014, o repasse ao consumidor variou de 18% a 20%. Uma parte da indústria não teria sequer repassado o aumento.

"A indústria fez esse reajuste ao mesmo tempo em que a matéria-prima, que é o café em grão, avançou 80% no mercado internacional. Como o cenário dos preços do café é volátil, isso se traduz em um cenário de pressão para a indústria. Os aumentos virão na medida em que os custos pressionarem", declarou. Ele não arriscou citar um porcentual de aumento, porque vai depender da intensidade de alta da cotação do grão. "Mas a indústria tem acompanhado com apreensão os efeitos da seca na produção da commodity", ressaltou.

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Mesmo com um novo reajuste, Herszkowicz informou que a Abic mantém sua projeção de crescimento para volume vendido e receita para 2014. "Não esperamos queda no consumo, porque o preço do café é compatível com o orçamento doméstico. O produto ficou muitos anos sem reajuste, enquanto a renda cresceu."

A receita da indústria do café nacional deve ficar em torno de R$ 8 bilhões, mesmo patamar de 2013, enquanto o volume pode aumentar 3%, passando de 20,3 milhões de sacas para 21 milhões de sacas. "A receita pode até crescer um pouco mais, dependendo do quanto o preço será reajustado", completou.

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